sexta-feira, 9 de julho de 2010

Reunião do Pólo 2 - Planejando Atividades para 2011



O Pólo Espírita 2 reuniu-se no dia 29 de janeiro 2011 na sede da Sociedade Espírita Caminho da Paz em João Pessoa, contando com a participação de diretores representantes do Lar de Jesus (Miguel), O Consolador (Ana), ASSESSK (Zeza e Aurélio), NESE (Olinto), Treze Irmãos (Almir), Teresa D´avila (Conceição, Caminho da Paz (Sinval, Samuel, Raimundo, Darisio, Giusepe, Afonso). Foi definido o calendário de reuniões ordinárias do Pólo e local das mesmas. Entre as atividades integrativas do Pólo 2 a primeira ocorrerã no dia 20/03/2010 no Caminho da Paz com o Encontro sobre Atendimento Fraterno e em abril/11 em homenagem ao O Livro do Espíritos o pólo contribuirá com 18 palestras nas instituições que o constitui.
Foto dos participantes do evento de 2011 ( da esquerda para direita temos: Aurélio, Olinto, Ana, Zeza, Miguel, Conceição, Afonso, Sinval, Darisio, Raimundo, Almir e Giusepe -com Samuel fotagrafando) e do ano ano anterior.






Reunião do Pólo Espírita 2 - João Pessoa, Pb

da esquerda para direita.

Giusepe do Caminho da Paz, Afonso do Caminho da Paz, Olinto do NESE, casal Joelma e Emmanuel do Amigos Irmãos, D. Geusa e Francisca do Consolador, Tony dos 13 Irmãos, Miguel do Lar de Jesus e D. Ana do Consolador

Caminho da Paz com Raul Teixeira em Pernambuco


Da esquerda para direita:
Sinval, Zelma, João Afonso, Raul Teixeira, Samuel, Raimundo, Darisio, Giusepe

Caminho da Paz com Raul Teixeira em Pernambuco



Raul Teixeira autografando livro para Sinval, um dos fundadores da Sociedade Espírita Caminho da Paz

Parte da equipe do Caminho da Paz



Parte da equipe definindo projeto da construção da sede do Caminho da Paz.
Da esquerda para direita:
D.Ninha, Darisio, Sr. João, a pequena Carol, Paulo.
Nos fundos da esquerda para direita:
Agripino, João Afonso, Giuspe, Raimundo e o casal Zelma e Sinval

Equipe do Caminho da Paz em ação


Equipe da esquerda para direita:
Giusepe, Sinval, Darisio, João Afonso, D. Ninha, Marli, Socorro, Zelma, Samuel, Fátima segurando os filhos de Lena...

Primeiras reuniões da Sociedade Espírita Caminho da Paz

Alguns fenômenos anímicos:

a)Fixação mental - Imaginemos agora uma criatura que busque um núcleo mediúnico onde apenas funcione o intelectualismo pretensioso, seguido de doutrinação periférica, sem o menor sentido de fraternidade – o médium gravará estas idéias e suas conclusões a esse respeito e numa mesa mediúnica poderá vir expô-la como se fosse um outro espírito e não o dele mesmo.

b)Auto sugestão – Alguma coisa impressionou o médium de uma maneira tão grande que assim que for aberto um trabalho mediúnico, um espírito vem falar de problemas relacionados a isto. Não é outro espírito a não ser o do médium que está ali extravasando seus sentimentos, sem o saber é claro.

c)Rememoração de fatos do passado - Aqui é o próprio médium que fez uma regressão de memória, sem saber, e, provavelmente acompanhado de um de seus algozes do passado, poderá falar fatos de outra vida, como se a estivesse vivendo novamente. Por ex: se a pessoa foi um padre, pode voltar a esta vida e falar a respeito da sua igreja, dos seus inimigos, falar mal do espiritismo, pois ele está vivendo a vida interior.

Na verdade a questão do animismo foi de tal maneira inflada, além de suas proporções, que acabou transformando-se em verdadeiro fantasma, uma assombração para os espíritas desprevenidos ou desatentos. Muitos são os dirigentes que condenam sumariamente o medium, pregando-lhe o rótulo de fraude, ante a mais leve suspeita de estar produzindo fenômeno anímico e não espírita. Não há fenômeno espírita puro, de vez que a manifestação de seres desencontrados em nosso contexto terreno, precisa do médium encarnado, ou seja, precisa do veículo das faculdades da alma (espírito encarnado)e, portanto, anímicas.

Quando Kardec pergunta como é que um espírito manifestante fala uma língua que não conheceu quando encarnado, Erasto e Timóteo declaram que o próprio Kardec respondeu à sua dúvida, ao afirmar, no início de sua pergunta, que “os espíritos só tem a linguagem do pensamento; não dispõem de linguagem articulada”. Exatamente por isso ou, seja, por não se comunicarem por meio de palavras, eles transmitem aos médiuns seus pensamentos e deixam a cargo do instrumento vesti-los, objtivamente, na língua própria do sensitivo.

Reiteramos, portanto, que não há fenômeno mediúnico sem participação anímica. O cuidado que se torna necessário ter na fenômeno não é colocar o médium sob suspeita de animismo, como se o animismo fosse um estigma, e sim ajudá-lo a ser um instrumento fiel, traduzindo em palavras adequadas o pensamento que lhe está sendo transmitido sem palavras pelos espíritos comunicantes.

Certamente ocorrem manifestações de animismo puro, ou seja, comunicações e fenômenos produzidos pelo espírito do médium (alma) sem nenhum componente espiritual estranho, sem a participação do outro espírito, encarnado ou desencarnado. Nem isso, porém, constitui motivo para condenação sumária aomedium e, sim objeto de exame e análise competente e serena com a finalidade de apurar o sentido do fenômeno, seu porque, suas causas e conseqüências.

O doutrinador deve cuidar dessas manifestações como se fosse a de um espírito qualquer. Deve dar o mesmo tipo de orientação, de amor, de carinho, de bondade. O doutrinador não tem certeza de que o fenômeno é anímico, mas se ele desconfia, ele pode levar ao espírito alguma coisa que ele mesmo possa ir desconfiando. Por exemplo: Se um espírito fala que viveu numa determinada época antiga, pode-se perguntar se ele gostava de fazer alguma coisa atual: computador, por exemplo.

Os fatos anímicos não podem ser condenados no espiritismo. Pelo contrário deve-se ser tratado como preparação para acontecer os fatos mediúnicos. Não há espírita que não tenha animismo. Animismo é a força do espírito encarnado. É o movimento que ele faz, é a vida que ele tem. É como um músico e o seu violino. O violino tem um som belíssimo, mas só se o músico o executar. Sozinho ele não produz o som, mas ele tem todos os argumentos para produzi-lo.

É preciso não confundir animismo com mistificação. Mistificação é a mentira que o médium faz por alguma razão. Este sim, precisa ser sanado, porque este é prejudicial. Mistificação: São os escolhos mais desagradáveis da prática espírita; mas há um meio de evita-los, o de não pedires ao espiritismo nada mais do que ele pode e deve dar-vos; seu objetivo é o aperfeiçoamento moral da humanidade. Desde que, não vos afasteis disso, jamais sereis enganados, pois não há duas maneiras de compreender a verdadeira moral, aquela de que todo homem de bom senso pode admitir; mesmo que o homem nada peça, nem que evoque, sofre mistificações, se aceitarem o que dizem os espíritos mistificadores. Se o homem recebesse com reserva e desconfiança tudo que se afasta do objetivo essencial do espiritismo, os espíritos levianos não o enganariam tão facilmente.

Mistificar: Quer dizer; enganar , trapacear, burlar, tapear, iludir, iniciar alguém nos mistérios de um culto, torna-lo iniciado, abusar da boa fé.
“Do que se conclui que só é mistificado aquele que merece”

Sobre parábolas - Semeador

Por que Parábolas?
Encontra-se nos Evangelhos Canônicos (Mat. 13:10-17, Marc. 4: 10-13 e Luc. 8:9-10) uma passagem onde os discípulos perguntam ao Mestre o porque de Ele falar ao povo por parábolas e onde se lê a resposta que o Mestre lhes deu. Vejamos a transcrição que consta de Mateus, por ser a mais detalhada:

Os discípulos aproximaram-s e dele, então, para dizer-lhe: “Por que lhes falas por parábolas?” 11 Respondeu Jesus: Porque vos é dado compreender os mistérios do Reino dos céus, mas a eles não. 12 Ao que tem, se lhe dará e terá em abundância, mas ao que não tem será tirado até mesmo o que tem. 13 Eis por que lhes falo em parábolas: para que, vendo, não vejam e, ouvindo, não ouçam nem compreendam. 14 Assim se cumpre o que foi dito pelo profeta Isaías: Ouvireis com vossos ouvidos e não entendereis, olhareis com vossos olhos e não vereis, 15 porque o coração deste povo se endureceu; taparam os seus ouvidos e fecharam os seus olhos, para que seus olhos não vejam e seus ouvidos não ouçam, nem seu coração compreenda; para que não se convertam e eu os sare (Is. 6: 9-10) 16 Mas quanto a vós, bem-aventurados os vossos olhos porque vêem! Ditosos os vossos ouvidos porque ouvem! 17 Eu vos declaro, em verdade: muitos profetas e justos desejavam ver o que vedes e não o viram, ouvir o que ouvis e não ouviram.

A semente é a palavra de Deus, a lei do amor que abrange a Religião e a Ciência, a Filosofia e a Moral.

A terra que recebe as sementes, representa o estado intelectual e moral de cada um: “beira do caminho, pedregal, espinhal e terra boa”.

1. Os “beira do caminho” são aqueles onde passam as ideais grandiosas como gentes nas estradas, sem gravarem nenhuma delas.

2. Os “pedras” são impenetráveis às novas idéias, aos conhecimentos liberais.

3. Os “espinhos” são os que sufocam o crescimento de todas as verdades, como essas plantas espinhosas que estiolam e matam os vegetais que tentam crescer nas suas proximidades.

4. Há aqueles, porém, que ouvem a palavra de Deus põe-na por obra, e dessa semente bendita resulta tão grande produção que se pode contar a “cento por uma”.
Para fins de estudo vamos dividir as parábolas em três grupos:

1. Usos e Costumes Sociais: Os Dez Talentos => Os Dez Talentos => Viúva Oprimida => O Bom Samaritano => O Rico Avarento => Fariseu e Publicano => Os Primeiros Lugares => O Rico e o Pobre

2. Assuntos Domésticos e de Família: Os dois filho; O filho Pródigo; O credor incompassivo; O bom e o mau servo; Mordomo infiel; Mordomo infiel; O reino dos céus; A candeia; A candeia

3. Vida Rural : O Semeador; O trigo e o joio; O grão de mostarda; A figueira estéril; Obreiros da vinha; Lavradores Maus; A Ovelha Desgarrada; A figueira que secou; A Semente que brota

TIPOS DE "SOLOS"
Mateus, 13:1-9
Marcos, 4:1-9
Lucas, 8:4-8

1. "E o semeador saiu a semear.

Uma parte das sementes caiu à beira do caminho, e vieram as aves do céu e as comeram, e outras foram pisadas pelos homens.
Outras caíram em lugares pedregosos, onde não havia muita terra nem umidade. Logo as sementes germinaram porque a terra não era profunda, mas ao surgir o sol, queimaram-se e, porque não tinham raiz, secaram.
Outras caíram entre os espinhos; e os espinhos cresceram e as sufocaram, e não deram fruto algum.
Outras, finalmente, caíram em terra boa, fértil e, brotando, cresceram e produziram frutos. Algumas produziram trinta, outras sessenta e outras cem por um."
Temos aqui a famosa Parábola do Semeador, a primeira contada por Jesus, dentre dezenas. É uma das mais populares, com um detalhe: o Mestre a explicou aos discípulos.
A semente é a "Palavra de Deus", representada por seus ensinamentos.
O que Deus espera de nós?
Segundo Jesus, que nos amemos uns aos outros; que façamos ao próximo todo o bem que desejaríamos; que estejamos dispostos ao sacrifício dos interesses pessoais em favor do bem comum.

O solo onde caem as sementes divinas é o coração humano.
== Há a turma da "beira".
É o pessoal do lado de fora, alheio à palavra.
Seus representantes comparecem ao Centro Espírita motivados por variados problemas, de ordem física e emocional.
Procuram o hospital.
Sua intenção é meramente receber benefícios. Escasso interesse quanto às palestras e orientações.
A atenção fica difícil, vêm os bocejos; as pálpebras pesam; cerram-se se os olhos e o sono triunfa.
Há quem fale em influência espiritual. Espíritos que não querem seu aprendizado. Boa explicação, mas é difícil imaginá-los ao nosso lado, exercitando suas artes. E onde fica a proteção dos benfeitores espirituais, vedando seu acesso ao recinto da reunião?
Estariam a vibrar do lado de fora?
Complicado imaginá-los concentrados, alhures, a sintonizar com suas vítimas, sugerindo-lhes dormir sentadas.
E as barreiras vibratórias de proteção, não funcionam?
Ouvi um dorminhoco justificar:
– Fecho os olhos para concentrar-me melhor.
Se é assim, por que a cabeça vai se inclinando lentamente, e só não cai porque está fixada no pescoço?
As igrejas tradicionais resolvem esse problema com o senta-levanta do culto, em momentos específicos, envolvendo rezas. Impossível dormir.
No culto evangélico há os hinos. Quando o pastor percebe que os fieis estão se entregando aos braços de Morfeu, logo os convida à cantoria. Soltar a voz é uma boa maneira de afugentar o sono.
Não obstante, por mais sofisticados sejam os recursos para mantê-los atentos, o aproveitamento dos nossos irmãos da "beira" será sempre precário, principalmente em relação à Doutrina Espírita, apelo à razão, que exige atenção e disposição para assimilar seus conceitos renovadores.

=== Há a turma das "pedras".
Ouvem a palavra e a recebem com alegria.
Assimilam algo, mas não estão dispostos a enfrentar os dissabores da adesão.
O sol abrasador dos preconceitos e das discriminações torra facilmente as frágeis raízes de sua fé.
Acontecia com o Espiritismo no passado.
Falava-se que os espíritas eram adoradores do demo. As pessoas recusavam-se a passar em frente ao Centro.
Na própria família havia problemas. Raros resistiam.
Ainda hoje, temos simpatizantes que não se integram para não criar problemas com o cônjuge, renunciando a um dos dons mais preciosos da existência – a liberdade de consciência, o direito de exercitar nossos ideais e convicções.
Conheço senhoras que não freqüentam o Centro, embora amem a Doutrina Espírita, para não contrariar o marido.
E o que dá ao marido o direito de decidir quanto à crença da cara-metade? Como pode funcionar bem um casamento em que um dos cônjuges interfere nas convicções religiosas do outro?
Frágeis as sementes de nossa fé, quando permitimos que isso aconteça.

====Há a turma dos "espinhos".
Aceitam a palavra, mas as seduções do mundo a sufocam.
Com a ampla visão das realidades espirituais que a Doutrina Espírita nos oferece, ficam encantados, mas…

Conversei, certa feita, com um simpatizante:
– O Espiritismo é bênção de Deus. Amo seus princípios, a ação espírita no campo social, o exercício da caridade. Gostaria de participar, mas não me sinto preparado. Sou fumante inveterado e abuso dos aperitivos.
Como comerciante, nem sempre me comporto com lisura e reconheço ter gênio difícil.
O Espiritismo deitou boas raízes nele, mas as fraquezas, espinhos danosos que não quer eliminar, falam mais alto.
Outro dizia.
– Reconheço-me despreparado para a Doutrina, mas não me preocupo. Temos a eternidade pela frente.
Realmente, temos todo o tempo do mundo, para atingir a perfeição, mas as pessoas esquecem uma recomendação de Jesus (João, 12:35):
Andai enquanto tendes luz.
Imperioso aproveitar as oportunidades de edificação da jornada humana. É para isso que estamos aqui.
Amanhã, poderá nos faltar a luz, a lucidez, a saúde, o vigor físico, a possibilidade de mudar e penoso será o futuro se não o fizermos.

==E há a turma do "solo fértil".
É o pessoal que ao primeiro contato com a palavra, sente um frêmito de emoção, algo que toca o mais íntimo do ser, como se sua vida estivesse, até então, em compasso de espera. É um maravilhoso despertar, que ilumina os caminhos.
Estes logo "arregaçam as mangas" e tornam-se multiplicadores de sementes, produzindo trinta, sessenta ou cem por um, segundo suas possibilidades, mas sempre estendendo o Bem ao redor de seus passos para que o Reino se estenda pelo mundo.
Há um aspecto a ser destacado.
Por que, se somos todos filhos de Deus, há vários tipos de solo?
Por que muitos não se sensibilizam?
Por que, há os que se sensibilizam, mas permanecem distantes, preocupados com opiniões alheias?
Por que há os que se aproximam, mas não estão dispostos a se envolver?
Por que, enfim, há os que se envolvem?
Por que, dentre eles, há os que produzem pouco e os que produzem muito?
Que fatores determinam reações tão díspares?
Se a palavra é para todos, porque não somos todos dadivosos?
A teologia medieval situava a turma do "solo fértil" como indivíduos escolhidos por Deus para a santidade, mas isso só complica a questão, configurando uma injustiça inconcebível.
Por que Deus escolheu o meu irmão ou o meu vizinho ou o meu adversário?
Por que não eu?
Só a reencarnação pode explicar essa diversidade de solos.
A natureza de nosso envolvimento com os valores do Evangelho e o que produzimos, condiciona-se à maturidade.
A vocação de servir, a disposição de uma participação efetiva, são frutos de experiências pretéritas.
Geralmente, o servidor do Evangelho já nasce feito, não por mera graça divina, mas como o resultado de suas experiências anteriores.
Veio da "beira", para o "solo dadivoso", com trânsito pelos "espinhos" e as "pedras".
Será que podemos, já na presente existência, entrar para a turma especial do "solo dadivoso"?
Sem dúvida!
O lavrador pode limpar o campo, tirar as pedras e os espinhos revolver a terra, aplicar adubo…
Podemos e devemos fazer isso.
Para isso estamos aqui.
Depende de nossa iniciativa.
É preciso tão somente usar a enxada da vontade, revolver a terra da indiferença e aplicar o adubo do trabalho, preparando o solo do coração para as sementes do Evangelho.
Então, gloriosa será a nossa passagem pela Terra, com frutos dadivosos em favor do próximo e abençoada edificação para nós. Richard Simonetti
O Caminho da Paz estuda mensalmente textos extraídos da Revista Espírita de Allan Kardec

Conversas familiares de além túmulo - BALTHAZAR OU O ESPÍRITO GASTRÔNOMO.
(Sociedade, 19 de outubro de 1860).

Numa reunião espírita particular, um Espírito se apresentou espontaneamente, sob o nome de Balthazar, e ditou a frase seguinte por pancadas: "Eu gosto de comida e das belas; viva o melão e a lagosta, a meia xícara e o cálice!"

Pareceu-nos que semelhantes disposições, num habitante do mundo invisível, poderia dar lugar a um estudo sério, e que se deveria poder tirar dele um ensinamento instrutivo sobre as faculdades e as sensações de certos Espíritos. Era, ao nosso ver, um interessante assunto de observação que se apresentava por si mesmo, ou melhor ainda, que talvez tivesse sido enviado pelos Espíritos elevados, desejosos de nos fornecer meios para nos instruir; seríamos, pois, culpados disso, não aproveitando. É evidente que esta frase burlesca revela, da parte desse Espírito, uma natureza toda especial, cujo estudo pode lançar uma nova luz sobre o que se pode chamar a fisiologia do mundo espírita.

Por isso a Sociedade acreditou dever evocá-lo, não por um motivo fútil, mas na esperança de nele encontrar um novo objeto de estudo.
Certas pessoas crêem que nada se pode aprender senão com o Espírito dos grandes homens: é um erro. Sem dúvida, só os Espíritos de elite podem nos dar lições de alta filosofia teórica, mas o que não nos importa menos é o conhecimento do estado real do mundo invisível. Pelo estudo de certos Espíritos, conhecemos de alguma sorte a natureza sobre o fato; é vendo as feridas que se pode encontrar o meio de curá-las. Como nos daríamos conta das penas e dos sofrimentos da vida futura, se não víssemos Espíritos infelizes? Por eles compreendemos que se pode sofrer muito sem estar no fogo e nas torturas materiais do inferno, e esta convicção, que o espetáculo da baixa população da vida espírita dá, não é uma das causas que menos contribuíram para reunir os partidários da doutrina.

1. Evocação. - R. Meus amigos, eis-me diante de uma grande mesa, mas nua, ai de mim!
2. Esta mesa está nua, é verdade, mas quereis nos dizer para que vos serviria se estivesse carregada de comidas; que farias delas? - Delas sentiria o perfume, como outrora sentia-lhe o gosto.

Nota. Esta resposta é todo um ensinamento. Sabemos que os Espíritos têm as nossas sensações e que percebem os odores tão bem quanto os sons. Na falta de poder comer, um Espírito material e sensual se repasta na emanação das comidas; ele as saboreia pelo odor como, quando vivo, o fazia pelo sentido do gosto. Há, pois, alguma coisa de verdadeiramente material em seu prazer; mas, como em definitivo há mais desejo do que realidade, esse prazer mesmo, estimulando os desejos, torna-se um suplício para os Espíritos inferiores, que ainda conservaram as paixões humanas.

3. Falemos muito seriamente, eu vos peço; o nosso objetivo não é, de nenhum modo, a diversão, mas nos instruir. Consenti, pois, em responder seriamente às nossas perguntas, e, se for preciso, vos fazer assistir por um Espírito mais esclarecido, se isso for necessário.
Tendes um corpo fluídico, nós o sabemos; mas dizei-nos se, nesse corpo, há um estômago? - R. Estômago fluídico também, onde só os odores podem passar.

4. Quando vedes comidas apetitosas, sentis o desejo de comê-las? -R. Comê-las, ai de mim! eu não o posso mais; para mim essas comidas são o que são as flores para vós: vós as sentis, mas não as comeis; isso vos contenta; pois bem! eu estou contente também.

5. Isso vos dá prazer em ver os outros comerem? -R. Muito, quando ali estou.

6. Sentis a necessidade de comer e de beber? Notai que dizemos a necessidade; ainda há pouco dissemos o desejo, o que não é a mesma coisa. - R. Necessidade, não; mas desejo, sim, sempre.

7. Esse desejo é plenamente satisfeito pelo odor que aspirais; é para vós a mesma coisa de que comêsseis realmente? - R. É como se vos perguntasse se a visão de um objeto, que desejais ardentemente, substitui para vós a posse desse objeto.
8. Pareceria, segundo isso, que o desejo que sentis deve ser um verdadeiro suplício, não podendo ter o gozo real? -R. Suplício maior do que credes; mas trato de me atordoar em me iludindo.
9. Vosso estado me parece bastante material; dizei-nos se dormis algumas vezes? -R. Não; eu gosto de vadiar um pouco por toda a parte.

10. O tempo vos parece longo? Aborrecei-vos algumas vezes? - R. Não, percorro os mercados, as feiras; vou ver chegar o peixe fresco do mar, e isso me ocupa bem e muito.

11. Que fazíeis quando estáveis sobre a Terra?
Nota. - Alguém disse: sem dúvida era cozinheiro. -R. Guloso, não glutão; advogado, filho de guloso; neto de guloso; meus pais eram fazendeiros generosos.

O Espírito, respondendo, em seguida, à reflexão precedente, acrescenta: Bem vês que eu não era cozinheiro, não te teria convidado para os meus almoços, tu não sabes nem beber nem comer.

12. Faz muito tempo que estais morto? -R. Há uma trintena de anos; há oitenta anos.

13. Vedes a outros Espíritos mais felizes do que vós?-R. Sim, vejo que fazem consistir a sua felicidade em louvar a Deus; não conheço isso ainda, meus pensamentos roçam a terra.

14. Dai-vos conta da causa que os tornam mais felizes do que vós? - R. Eu não as aprecio ainda, como aquele que não sabe o que é um prato rebuscado, não o aprecia; isso talvez virá. Adeus; vou à procura de uma pequena sopa bem delicada e bem suculenta. BALTHAZAR.

Nota. - Esse Espírito é um verdadeiro tipo; faz parte dessa classe numerosa de seres invisíveis que não se elevaram, de nenhum modo, acima da condição da humanidade; não têm de menos senão o corpo material, mas as suas idéias são exatamente as mesmas. Este não é um mau Espírito, não tem contra ele senão a sensualidade que é, ao mesmo tempo, para ele, um suplício e um prazer; como Espírito, não está, pois, entre os infelizes, é mesmo feliz à sua maneira; mas Deus sabe o que o espera numa nova existência! Um triste retorno poderá fazê-lo muito refletir, e desenvolver nele o senso moral, ainda abafado pela preponderância dos sentidos.

"Entre os vícios, qual o que podemos considerar radical?- Já o dissemos muitas vezes: o egoísmo. Dele se deriva todo o mal Estudai todos os vícios e vereis que no fundo de todos existe egoísmo. Por mais que luteis contra eles, não chegareis a extirpá-los enquanto não os atacardes pela raiz, enquanto não lhes houverdes destruído a causa. Que todos os vossos esforços tendam para esse fim, porque nele se encontra a verdadeira chaga da sociedade. Quem nesta vida quiser se aproximar da perfeição moral, deve extirpar do seu coração todo sentimento de egoísmo, porque o egoísmo é incompatível com a justiça, o amor e a caridade: ele neutraliza todas as outras qualidades. " (Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Livro Terceiro. Capitulo XII. Perfeição Moral. Pergunta 913.)

Gula : " ... Guardava a idéia de presenciar, não o trabalho de um aparelho digestivo usual, e, sim, de vasto alambique, cheio de pastas de carne e caldos gordurosos, cheirando a vinagre de condimentação ativa. Em grande zona do ventre superlotado de alimentação, viam-se muitos parasitos conhecidos, mas, além deles, divisava outros corpúsculos semelhantes a lesmas voracíssimas, que se agrupavam em grandes colônias, desde os músculos e as fibras do estômago até a válvula ileocecal. Semelhantes parasitos atacavam os sucos nutritivos, com assombroso potencial de destruição.Observando-me a estranheza, o orientador falou em meu socorro: - Temos aqui uma pobre amiga desviada nos excessos de alimentação. Todas as suas glândulas e centros nervosos trabalham para atender as exigências do sistema digestivo. Descuidada de si mesma, caiu na glutonaria crassa, tornando-se presa de seres de baixa condição." (Missionários da Luz Cap.3 - FEB 1945)

ATITUDE NAS SESSÕES

Texto extraído do livro Dramas da Obsessão, de Dr. Bezerra de Menezes através da psicografia de D. Yvonne do Amaral Pereira.

Um Centro Espírita onde as vibrações dos seus freqüentadores, encarnados e desencarnados, irradiem de mentes respeitosas, de corações fervorosos, de aspirações elevadas; onde a palavra emitida jamais se desloque para a futilidade e depreciações; onde, em vez de gargalhar divertindo, se pratique a prece; em vez do estrépito de aclamações e louvores indébitos, se emitam forças telepáticas à procura de inspirações infelizes; e ainda onde, em vez de cerimônias ou passatempos mundanos, cogite o adepto de comunhão mental com os seus mortos amados ou seus guias espirituais, um Centro assim, fiel observador dos dispositivos recomendados de início pelos organizadores da filosofia espírita, será detentor da confiança da Espiritualidade, a qual o elevará à dependência de organizações modelares do Espaço, realizando-se então, em seus recintos, sublimes empreendimentos que honrarão os seus dirigentes dos dois planos da Vida. Somente esses, portanto, serão registrados no Além-Túmulo como casas beneficentes, os templos do Amor e da Fraternidade, abalizados para as melindrosas experiências espíritas, porque os demais, ou seja, aqueles que se desviam para normas ou práticas extravagantes ou inapropriadas, serão, no Espaço, considerados meros clubes onde se aglomeram aprendizes do Espiritismo, em horas de lazer.