domingo, 16 de dezembro de 2012

Recordações da Mediunidade


No próximo sábado 22 de dezembro 2012 o Caminho da Paz promoverá a palestra deste livro em destaque, dando assim continuidade ao projeto Mês Espírita D. Yvonne Pereira. A palestra será proferida pelo nosso irmão Darísio Galvão às 17hs30min.

Introdução ao livro:
Muitas cartas temos recebido, principalmente depois que saiu a lume o nosso livro “Devassando o Invisível”, onde algo relatamos do que conosco há sucedido, referência feita ao nosso âmbito mediúnico. Desejariam os nossos correspondentes que outro noticiário naqueles moldes fosse escrito, que novos relatórios viessem, de algum modo, esclarecer algo do obscuro campo mediúnico, esquecidos de que o melhor relatório para instrução do espírita e do médium são os próprios compêndios da Doutrina, em cujos testos os médiuns se habilitam para os devidos desempenhos. Confessamos, entretanto, que não atenderíamos aos reiterados alvitres que nos fizeram os nossos amigos e leitores se não fora a ordem superior recebida para que o tentássemos, ordem que nos decidiu a dar o presente volume à publicidade. Como médium jamais agimos por nossa livre iniciativa, senão fortemente acionada pela vontade positiva das entidades amigas que nos dirigem, pois entendemos que o médium por si mesmo nada representa e que jamais deverá adotar a pretensão de realizar isto ou aquilo sem antes observar se, realmente, é influenciado pelas verdadeiras forças espirituais superiores.
       Disseram-nos os nossos Instrutores Espirituais há cerca de seis meses, quando aguardávamos novas ordens para o que ainda tentaríamos no ângulo da mediunidade psicográfica:
       “Narrarás o que a ti mesma sucedeu, como médium, desde o teu nascimento. Nada mais será necessário. Serás assistida pelos superiores do Além durante o decorrer das exposições, que por eles serão selecionadas das tuas recordações pessoais, e escreverás sob o influxo da inspiração.»
       E por essa razão ai está o livro Recordações da Mediunidade, porque estas páginas nada mais são que pequeno punhado de recordações da nossa vida de médium e de espírita.
       Muito mais do que aqui fica poderia ser relatado. Podemos mesmo disser que nossa vida foi fértil em dores, lágrimas e provações desde o berço. Tal como hoje nos avaliamos, consideramo-nos testemunho vivo do valor do Espiritismo na recuperação de uma alma para si mesma e para Deus, porque sentimos que absolutamente não teríamos vencido, nas lutas e nos testemunhos que a vida exigia das nossas forças, se desde o berço não fôramos acalentada pela proteção vigorosa da Revelação Celeste denominada Espiritismo.
       Poderíamos, pois, relatar aqui também as recordações do que foi o amargor das lágrimas que choramos durante as provações, as peripécias e humilhações que nos acompanharam em todo o decurso da presente existência, e os quais a Doutrina Espírita remediou e consolou. Mas para que tal explanação pudesse ser feita seria necessário apontar ou criticar aqueles que foram os instrumentos para a dor dos resgates que urgia realizássemos, e não foram acusações ao próximo que aprendemos nos códigos espíritas, os quais antes nos ensinaram o Amor, a Fraternidade e o Perdão. Encobrindo, pois, as personalidades que se tornaram pedra de escândalo para a nossa expiação e olvidando os seus atos para somente tratarmos da sublime tese espírita, é o testemunho do Perdão que aqui deixamos, único testemunho, ao demais, que nos faltava apresentar e o qual os nossos ascendentes espirituais de nós exigem no presente momento.
Ao que parece, o presente livro é a despedida da nossa mediunidade ao público. Obteremos ainda outros ditados do Além? É bem possível que não, é quase certo que não. O mais que ainda poderá acontecer é a publicação de temas antigos conservados inéditos até hoje, porquanto nunca tivemos pressa na publicação das nossas produções mediúnicas, possuindo ainda, arquivados em nossas gavetas, trabalhos obtidos do Espaço há mais de vinte anos. As fontes vitais que são o veículo da mediunidade: fluido vital, fluido nervoso, fluido magnético, já se esgotam em nossa organização física. O próprio perispírito encontra-se traumatizado, cansado, exausto. As dores morais, ininterruptamente renovadas, sem jamais permitirem um único dia de verdadeira alegria, e o longo exercicio de uma mediunidade positiva, que se desdobrou em todos os setores da prática espírita, esgotaram aquelas forças, que, realmente, tendem a diminuir e a se extinguirem em todos os médiuns, após certo tempo de labor. Se assim for, consoante fomos advertida pelos nossos maiores espirituais e nós mesma o sentimos, estaremos tranquila, certa de que nosso dever nos campos espíritas foi cumprido, embora por entre espinhos e lutas, e, encerrando nossa tarefa mediúnica literária na presente jornada, cremos que poderemos orar ao Criador, dizendo:
— «Obrigada, meu Deus, pela bênção da mediunidade que me concedeste como ensejo para a reabilitação do meu Espírito culpado”. A chama imaculada que do Alto me mandaste, com a revelação dos pontos da tua Doutrina, a mim confiados para desenvolver e aplicar, eu ta devolvo, no fim da tarefa cumprida, pura e imaculada conforme a recebi: amei-a e respeitei-a sempre, não a adulterei com idéias pessoais porque me renovei com ela a fim de servi-la; não a conspurquei, dela me servindo para incentivo às próprias  paixões, nem negligenciei no seu cultivo para benefício do próximo, porque todos os meus recursos pessoais utilizei na sua aplicação. Perdoa, no entanto, Senhor, se melhor não pude cumprir o dever sagrado de servi-la, transmitindo aos homens e aos Espíritos menos esclarecidos do que eu o bem que ela  própria me concedeu.”
E, assim sendo, neste crepúsculo da nossa penosa marcha terrena recordamos e aqui deixamos, aos leitores de boa vontade,  parcelas de nós mesma, nas confidências que aí ficam registradas, patrimônio sagrado de quem nada mais, nada mais nem mesmo um lar, possuiu neste mundo. E aos amados Guias Espirituais que nos amaram e sustentaram na jornada espinhosa que se apaga, o testemunho da nossa veneração.
Rio de Janeiro, 29 de Junho de 1966. YVONNE A. PEREIRA

Destacando um belíssimo estudo do livro “Recordações da Mediunidade”.
“A obsessão muito prolongada pode ocasionar desordens patológicas e reclama, por vezes, tratamento simultâneo ou consecutivo, quer magnético, quer médico, para restabelecer a saúde do organismo. Destruída a causa, resta combater os efeitos.” (Veja-se «O Livro dos Médiuns», cap. 23º — «Da obsessão»)

Uma abordagem muito interessante sobre o está destacada na pergunta que faz parte do capítulo “O complexo Obsessão”.
“As doenças mentais são sempre vinculadas a problemas espirituais? Mesmo aquelas que têm substrato orgânico?”
A resposta do Espírito Dr. Bezerra de Menezes muito bem abordada, com um teor doutrinário que merecem de todos nós uma reflexão e estudo profundo.