quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Fatos espíritas: O Espírito de um homem assassinado faz encontrarem seu corpo - Leon Denis - No Invisível

XIV - Visão e audição psíquicas no estado de vigília

A visão e audição psíquicas em estado de vigília estão ligadas aos fenômenos de exteriorização, neste sentido: necessitam de um começo de desprendimento no percipiente. Não se trata mais de fatos fisiológicos ou de manifestações do ser vivo, a distância, e sim de uma das formas de mediunidade.
Na visão espírita, a alma do sensitivo já se acha parcialmente exteriorizada, isto é, fora do organismo material. Sua faculdade própria de visão se vem acrescentar ao sentido físico da vista. As vezes a substituição deste pelo sentido psíquico é completa.


A História está cheia de fenômenos de visão e de aparição. Na Judéia, a sombra de Samuel exorta Saul. No mundo latino, aparecem fantasmas a Numa, Brutus e Pompeu. Os anais do Cristianismo são ricos em fatos desse gênero.

Certos sensitivos só obtém a visão por meio de objetos em que se concentra o pensamento dos Espíritos sob a forma de imagens ou quadros, como, por exemplo, um copo d’água, um espelho, um cristal. Quando o Espírito é impotente para fazer vibrar o cérebro do médium ou provocar uma exteriorização suficiente, impregna de fluidos os objetos que acabamos de indicar; faz, pela ação da vontade, aparecerem imagens, cenas muito nítidas, que o sensitivo descreverá em suas menores particularidades e que outros assistentes poderão igualmente ver. (96)
Eis aqui um dos casos mais notáveis, assinalado pelo "Light" de 16 de fevereiro de 1901. O Espírito de um homem assassinado faz encontrarem seu corpo, a princípio por meio da visão no cristal, e depois, diretamente, pelos sentidos psíquicos do médium:

"O Sr. Perey-Foxwell, corretor de câmbio, residente em Thames Ditton, a pequena distância de Londres, saiu de casa no dia 20 de dezembro de 1900, pela manhã, e dirigiu-se para seu escritório, na cidade. Ai não o apareceu nesse dia nem nunca mais. Verificado o seu desaparecimento, a polícia procedeu a longas e minuciosas pesquisas, mas inutilmente.
Desesperançada, a Sra. Foxwell recorreu a um médium, o Sr. Von Bourg, que obteve, em um espelho, a visão do corretor de câmbio, vivo, e depois o seu corpo debaixo d’água.
Numa outra sessão o médium vê um Espírito de pé junto à Sra. Foxwell, indicando com insistência um relógio, uma cadeia e berloques que tem na mão. Naquele se vê gravado um nome. A Sra. Foxwell, pela descrição, reconhece seu marido e o relógio, graças ao qual pôde mais tarde ser o corpo identificado. O Espírito pede que procurem seu despojo e promete conduzir o médium ao lugar em que foi lançado à água.
Faz-se uma nova reunião, e o Espírito desenha, pelo punho do Sr. Von Bourg, a planta do caminho que será preciso percorrer. Acompanhado de muitos amigos do finado, o médium toma esse caminho e segue-lhe todas as sinuosidades. Experimenta a repercussão muito viva das impressões sentidas pela vitima. No próprio local em que esta foi ferida, quase perdeu os sentidos. Tiveram que percorrer diversas veredas, contornar casas, transpor barreiras, como o haviam feito os assassinos. Toda vez que vacilavam na direção a tomar, os médiuns, Srs. Von Bourg e Knowles, "viam claramente o Espírito adiante deles indicando o caminho". Chegaram finalmente à borda de um riacho, de águas tranquilas e profundas. "É aqui!" declararam os médiuns. Mas havia já anoitecido, e foi preciso voltar a ponto de partida.
No dia seguinte fizeram-se pesquisas. Indivíduos munidos de varas sondaram o fundo do riacho; e, pouco depois, abaixo do sitio em que se faziam as sondagens, mesmo no lugar em que o riacho se encontra com o Tamisa, viu-se boiar um cadáver à flor d’água. Um relógio, encontrado com o fúnebre despojo, permitiu reconhecer o corpo do Sr. Foxwell. Uma permanência de seis semanas debaixo d’água dera lugar à decomposição das carnes. O corpo se achava revestido com os objetos descritos pelo médium. “Pôde-se então reconhecer a identidade, não somente pela presença do relógio e dos berloques, como também por certas particularidades observadas nos dentes, etc."

Fonte: NO Invisível – 2ª parte – Espiritismo Experimental : Fatos
XIV – Visão e audição psíquicas no estado de vigília, pag. 169, 8ª Edição –FEB

Outras fontes sobre o assnto:
Revista Espírita 1865 » Outubro » Novos estudos sobre os espelhos mágicos ou psíquicos » O vidente da floresta de Zimmerwald

O Livro dos Médiuns - item 167 e Perg. 567 de O Livro dos Espíritos