domingo, 14 de julho de 2013

ESPIRITISMO E FORMAÇÃO POLÍTICA

ESPIRITISMO E FORMAÇÃO POLÍTICA
Paulo R. Santos

Textos extraídos

"As injustiças sociais, geradas pela brutalidade egocêntrica, não podem ser sanadas por uma brutalidade sociocêntrica. Só um homem -humano poderá construir uma sociedade humana. A filosofia da ação que o Espiritismo nos oferece é o caminho dessa realização, mas esse caminho só pode ser seguido pelos espíritas conscientes da responsabilidade doutrinária."
J. Herculano Pires

"Age de tal modo que a máxima de tua ação possa sempre valer como princípio universal de conduta. Age sempre como se fosses simultaneamente legislador e sujeito na república das vontades. Age sempre de tal modo que trates a humanidade, tanto na tua pessoa como na do outro, como fim e não apenas como meio".
(Immanuel Kant - 1724/1804 - filósofo alemão)

"Liberdade, igualdade, fraternidade. Estas três palavras constituem, por si sós, o programa de toda uma ordem social que realizaria o mais absoluto progresso da Humanidade, se os princípios que elas exprimem pudessem receber integral aplicação".
(Allan Kardec - 1804/1869 -  Obras Póstumas)

A grande contribuição do Espiritismo para a Política está na terce ira parte de O Livro dos Espíritos, denominada As Leis Morais, onde se levanta a questão da existência de um Estatuto Divino para a vida e que todos nós, individualmente ou coletivamente, deveremos nos adaptar a esse código eterno porque imutável e válido para tudo e todos em todos os quadrantes do Universo, constituindo -se um precioso referencial porque se apresenta, ali, o balizamento necessário ao processo da vida que é buscado por todos, mesmo que não tenham consciência disso.

A Atuação política do espírita .
"Por que, no mundo, os maus, tão frequentemente, sobrepujam os bons em influência?"
"- Pela fraqueza dos bons; os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando  estes quiserem, dominarão."
(Q. 932 de O Livro dos Espíritos - A. Kardec)

O movimento espírita como mecanismo de pressão política.
"A vida social está na natureza? R. Certamente. Deus fez o homem para viver em sociedade. Deus não deu inutilmente ao homem a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação".
(Q. 766 - O Livro dos Espíritos - A. Kardec)

O movimento espírita não é e nem deverá atuar como se fosse uma facção política; entretanto, podemos nos politizar um pouco mais, buscando mais informação no tocante às questões de ordem política e, individualmente, estaremos contribuindo quando nos manifestarmos em um sindicato ou associação, quando nos dispormos a assinar um abaixo-assinado em favor de uma causa de interesse comum ou acompanhando o trabalho de nosso candidato eleito. Enquanto grupo de pressão, o movimento espírita estará atuando eficazmente quando puder contribuir no esclarecimento do eleitorado menos informado, quando os conferencistas abordarem a questão política sem fugir aos princípios éticos que nos norteiam ou quando for o caso, votar em bloco em favor do candidato cujas propostas mais se aproximem do ideário espírita.

Os problemas sociais e o Espiritismo
"De que maneira o Espiritismo pode contribuir para o progresso?
R. Destruindo o materialismo, que é uma chaga da sociedade, ele faz os homens compreenderem onde está o seu verdadeiro interesse. A vida futura, não estando mais velada pela dúvida, o homem compreenderá melhor que ele pode assegurar seu futuro pelo presente. Destruindo os preconceitos de seitas, de castas e de cor, ele ensina aos homens a
grande solidariedade que deve uni-los como irmãos".
(Q. 799 - O Livro dos Espíritos - A. Kardec)

Há que considerar-se, ainda, que a gradual substituição das gerações de Espíritos de nível evolutivo melhor por si só não assegura a transformação. Há que efetivar-se uma mobilização coletiva em apoio da étic a na vida pública, em apoio daqueles que se mostrem competentes nas funções a que se vincularam e que podem ser alvo de torpedeamento por parte de interesses de classes ou grupos que se sintam atingidos.
Veja o leitor que tratamos aqui de coisas bem concretas, deixando intencionalmente de lado as questões espirituais pertinentes, para chamar a atenção de todos para o papel do encarnado na formação de uma nova sociedade.

* Paulo R. Santos, 48, é sociólogo formado pela UFMG, com pós -graduação pela PUCMG. Reside atualmente em Divinópolis/Minas, onde é professor.



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