domingo, 10 de abril de 2011

Resumo das Principais bases da Doutrina Espírita -


Os seres que se manifestam designam-se a si mesmos, como dissemos pelo nome de Espíritos ou Gênios, e dizem, alguns pelo menos, que viveram como homens na Terra.

Constituem o mundo espiritual, como nós constituímos durante a nossa vida, o mundo corporal.

Resumimos em poucas palavras os pontos principais da doutrina que nos transmitiram, a fim de mais facilmente responder a certas objeções:


“Deus é eterno, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom. “Criou o Universo, que compreende todos os seres animados e inanimados, materiais e imateriais.

“Os seres materiais constituem o mundo visível ou corporal e os seres imateriais o mundo invisível ou espírita, ou seja, dos Espíritos.

“O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo.


“O mundo corporal é secundário; pode deixar de existir ou nunca ter existido, sem alterar a essência do mundo espírita.

“Os Espíritos revestem temporariamente um invólucro material perecível e sua destruição pela morte os devolve à liberdade.

“Entre as diferentes espécies de seres corporais, Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos Espíritos que chegaram a um certo grau de desenvolvimento, o que lhes dá superioridade moral e intelectual perante as demais.

“A alma é um Espírito encarnado e o corpo é apenas o seu invólucro.

“Há no homem três coisas: l.”) O corpo ou ser material, semelhante ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2.-) A alma ou ser imaterial, espírito encarnado no corpo; 3.») o liame que une a alma ao corpo, principio intermediário entre a matéria e o Espírito.

“O homem tem, assim, duas naturezas: pelo corpo participa da natureza dos animais, dos quais possui os instintos; pela alma participa da natureza dos Espíritos.

“O liame ou perispirito que une corpo e Espírito é uma espécie de invólucro semimaterial. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro. O Espírito conserva o segundo, que constitui para ele um corpo etéreo, invisível para nós no seu estado normal, mas que ele pode tornar acidentalmente visível e mesmo tangível, como se verifica nos fenômenos de aparição.

“O Espírito não é, portanto, um ser abstraio, indefinido, que só o pensamento pode conceber. É um ser real, definido, que em certos casos pode ser apreciado pelos nossos sentidos da vista, da audição e do tato.

“Os Espíritos pertencem a diferentes classes, não sendo iguais em poder nem inteligência, saber ou moralidade. Os da primeira ordem são os Espíritos Superiores que se distinguem pela perfeição, pêlos conhecimentos e pela proximidade de Deus, a pureza dos sentimentos e o amor do bem: são os anjos ou Espíritos puros. As demais classes se distanciam mais e mais dessa perfeição. Os das classes inferiores são inclinados às nossas paixões: o ódio, a inveja, o ciúme o orgulho etc., e se comprazem no mal. Nesse número há os que não são nem muito bons, nem muito maus; antes perturbadores e intrigantes do que maus; a malícia e a inconseqüência parecem ser as suas características: são os Espíritos estouvados ou levianos.

“Os Espíritos não pertencem eternamente à mesma ordem. Todos melhoram, passando pelos diferentes graus da hierarquia espírita. Esse melhoramento se verifica pela encarnação, que a uns é imposta como uma expiação e a outros como missão. A vida material é uma prova a que devem submeter-se repetidas vezes até atingirem a perfeição absoluta; é uma espécie de peneira ou depurador de que eles saem mais ou menos purificados.

“Deixando o corpo, a alma volta ao mundo dos Espíritos, de que havia saído para reiniciar uma nova experiência material após um lapso de tempo mais ou menos longo durante o qual permanecerá no estado de Espírito errante.

“Devendo o Espírito passar por muitas encarnações, conclui-se que todos nós tivemos muitas existências e que teremos ainda outras mais ou menos aperfeiçoadas, seja na Terra ou em outros mundos.

“A encarnação dos Espíritos ocorre sempre na espécie humana. Seria um erro acreditar que a alma ou espírito pudesse encarnar num corpo de animal.


“As diferentes existências corporais do espírito são sempre progressivas e jamais retrógradas, mas a rapidez do progresso depende dos esforços que fazemos para chegar a perfeição.


“As qualidades da alma são as do Espírito encarnado. Assim, o homem de bem é a encarnação de um bom Espírito e o homem perverso, a de um Espírito impuro.


“A alma tinha a sua individualidade antes da encarnação e a conserva após a separação do corpo.


“No seu regresso ao mundo dos Espíritos, a alma reencontra todos os que conheceu na Terra e todas as suas existências anteriores se delineiam na sua memória, com a recordação de todo o bem e todo o mal que tenha feito.


“O Espírito encarnado está sob influência da matéria. O homem que supera essa influência, pela elevação e purificação de sua alma, aproxima-se dos bons espíritos com os quais estará um dia. Aquele que se deixa dominar pelas más paixões e põe todas as suas alegrias na satisfação dos apetites grosseiros aproxima-se dos Espíritos impuros, dando preferência à natureza animal. Os Espíritos encarnados habitam os diferentes globos do Universo.


“Os Espíritos não-encarnados ou errantes não ocupam nenhuma região determinada ou circunscrita; estão por toda parte, no espaço e ao nosso lado, vendo-nos e acotovelando-nos sem cessar. É toda uma população invisível que se agita em nosso redor.


“Os Espíritos exercem sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico uma ação incessante. Agem sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das forças da Natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos até agora inexplicados ou mal explicados, que não encontram solução racional.


“As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos convidam ao bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação;


os maus nos convidam ao mal: é para eles um prazer ver-nos sucumbir e cair no seu estado. “As comunicações ocultas verificam-se pela influência boa ou má que eles exercem sobre nós sem o sabermos, cabendo ao nosso julgamento discernir as más e boas inspirações. As comunicações ostensivas realizam-se por meio da escrita, da palavra ou de outras manifestações materiais, na maioria das vezes através dos médiuns que lhes servem de instrumentos.

“Os Espíritos se manifestam espontaneamente ou pela evocação. Podemos evocar todos os Espíritos: os que animaram homens obscuros e os dos personagens mais ilustres, qualquer que seja a época em que tenham vivido; os de nossos parentes, de nossos amigos ou inimigos, e deles obter, por comunicações escritas ou verbais, conselhos, informações sobre a situação em que se acham no espaço, seus pensamentos a nosso respeito, assim como as revelações que tenham a permissão de fazer-nos.


“Os Espíritos são atraídos na razão de sua simpatia pela natureza moral do meio que os evoca. Os Espíritos superiores gostam das reuniões sérias em que predominam o amor do bem e o desejo sincero de instrução e de melhoria. Sua presença afasta os Espíritos inferiores, que encontram, ao contrário, livre acesso e podem agir com inteira liberdade entre as pessoas frívolas ou guiadas apenas pela curiosidade, e por toda parte onde encontrem maus instintos. Longe de obtermos bons conselhos e informações úteis desses Espíritos, nada mais devemos esperar do que futilidades, mentiras, brincadeiras de mau gosto ou mistificações, pois freqüentemente se servem de nomes veneráveis para melhor nos induzirem ao erro.


“Distinguir os bons e os maus Espíritos é extremamente fácil. A linguagem dos Espíritos superiores é constantemente digna, nobre, cheia da mais alta moralidade, livre de qualquer paixão inferior, seus conselhos revelam a mais pura sabedoria e têm sempre por alvo o nosso progresso e o bem da Humanidade. A dos Espíritos inferiores é inconseqüente, quase sempre banal e mesmo grosseira; se dizem às vezes coisas boas e verdadeiras, dizem com mais freqüência falsidades e absurdos, por malícia ou ignorância; zombam da credulidade e divertem-se à custa dos que os interrogam, lisonjeando-lhes a vaidade e embalando-lhes os desejos com falsas esperanças. Em resumo as comunicações sérias, na perfeita acepção do termo, não se verificam senão nos centros senos, cujos membros estão unidos por uma íntima comunhão de pensamentos dirigidos para o bem.


“A moral dos espíritos superiores se resume, como a do Cristo nesta máxima evangélica: “Fazer aos outros o que desejamos que os outros nos façam , ou seja, fazer o bem e não o mal. O homem encontra nesse princípio a regra universal de conduta, mesmo para as menores ações. “Eles nos ensinam que o egoísmo, o orgulho, a sensualidade são paixões que nos aproximam da natureza animal, prendendo-nos à matéria; que o homem que, desde este mundo, se liberta da matéria pelo desprezo das futilidades mundanas e o cultivo do amor ao próximo, se aproxima da natureza espiritual; que cada um de nós deve tornar-se útil segundo as faculdades e os meios que Deus nos colocou nas mãos para nos provar; que o Forte e o Poderoso devem apoio e proteção ao Fraco porque aquele que abusa da sua força e do seu poder para oprimir o seu semelhante viola a lei de Deus. Eles ensinam enfim que no mundo dos Espíritos nada pode estar escondido: o hipócrita será desmascarado e todas as suas torpezas reveladas; a presença inevitável e incessante daqueles que prejudicamos é um dos castigos que nos estão reservados; ao estado de inferioridade e de superioridade dos Espíritos correspondem penas e alegrias que nos são desconhecidas na Terra “Mas eles nos ensinam também que não há faltas irremissíveis que não possam ser apagadas pela expiação. O homem encontra o meio necessário nas diferentes existências que lhe permitem avançar, na via do progresso em direção à perfeição que é o seu objetivo final.”

O Livros dos Espíritas - pequeno resumo


O Livro Dos Espíritos – 18-04-1857 O Livro dos Espíritos é o primeiro da série de cinco livros básicas da Codificação do Espiritismo (Pentateuco Kardequiano), ao lado de O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, e A Gênese. O Livro dos Espíritos consta de uma Introdução (da lavra de Allan Kardec) e 1018 perguntas formuladas aos Espíritos, com as respectivas respostas. Ao final, temos a Conclusão, consistente de nove tópicos bastante desenvolvidos, de autoria do espírito que se autodenomina Santo Agostinho.


Após a vulgarização dos fenômenos de "mesas girantes" através de toda a Europa, por volta de 1854, Kardec foi convidado por amigos a presenciar o fenômeno, quando as "mesas" começaram a "responder a perguntas". Foi, então, o início da missão de Kardec como codificador. Indagado sobre a sua identidade, o "ser" inteligente que manipulava as mesas denominou-se como sendo "espíritos de luz", dizendo que era chegada a hora de fazer novas revelações à humanidade sofrida, dando continuidade aos ensinamentos de Jesus.


E assim o fenômeno das mesas girantes deixou de ser brincadeira, e passou a ser levado muito a sério. As mesas foram substituídas por pranchetas e lápis, e a tiptologia deu lugar à nascente psicografia. Tiptologia é um tipo de comunicação que utiliza um certo número de batidas, em correspondência às letras do alfabeto, mais ou menos como no código Morse. Psicografia é a escrita ditada por um espírito através de um médium. Difere da inspiração, porque nesta o médium está plenamente consciente e é co-autor do texto, enquanto a escrita psicografada é mais ou menos mecânica, às vezes abordando temas completamente desconhecidos do médium ou completamente acima do seu nível de escolaridade, ou, até mesmo, em idiomas desconhecidos do médium.


As respostas em O Livro dos Espíritos, sempre muito inteligentes, objetivas e intelectualizadas, abrangem temas os mais variados e ligados a questões transcendentais até então não satisfatoriamente respondidas.


 Primeira Parte: Deus; os Elementos Gerais do Universo; a Criação Divina; o Princípio Vital (temas posteriormente mais desenvolvidos em A Gênese).


 Segunda Parte: Dos Espíritos, sua origem, hierarquia, progressão, anjos e demônios; Da reencarnação dos Espíritos e da volta dos Espíritos à vida corporal, pluralidade das existências, vidas sucessivas, pluralidade dos mundos; Intervenção dos Espíritos no nosso mundo material e em nosso dia-a-dia; Bênçãos e Maldições; Ocupações e Missões dos Espíritos; Reinos Mineral, Vegetal e Animal; Metempsicose.


 Terceira Parte: Das Leis Morais; Da Lei Divina ou Natural; Da Lei de Adoração; Da Lei do Trabalho; Da Lei de Reprodução (celibato, poligamia, etc); Da Lei de Conservação: o Necessário e o Supérfluo, Privações Voluntárias e Mortificações (questionamento de sua validade); Da Lei de Destruição: Destruição Necessária e Destruição Abusiva, suas causas e conseqüências, Guerras, Flagelos Naturais, Crueldade, Duelo, Pena de Morte; Da Lei de Sociedade; Laços de Família, Vida de Insulamento; Da Lei do Progresso: Povos Degenerados, Influência do Espiritismo no Progresso da Humanidade; Da Lei de Igualdade: Igualdade Natural, Desigualdade de Aptidões, Desigualdade de Riquezas, Igualdade entre Homem e Mulher, Igualdade perante o Túmulo, Da Lei de Liberdade: Escravidão, Liberdade de Consciência, Livre-arbítrio, Fatalidade, Conhecimento do Futuro; Da Lei de Justiça, Amor e Caridade: Direito de Propriedade, Roubo, Caridade e Amor ao Próximo, Amor Materno e Filial; Da Perfeição Moral: As virtudes e os Vícios, Paixões e Apegos, o Egoísmo, Caracteres do Homem de Bem, o Conhecimento de Si Mesmo.


 Quarta Parte: Das Esperanças e Consolações: Penas e Gozos Terrenos, Penas e Gozos Futuros, Felicidade e Infelicidade Relativas, Perda dos Entes Queridos, Decepções, Ingratidões, Afeições Destruídas, Uniões Antipáticas, Temor da Morte, Desgosto na Vida, Suicídio, O Nada, a Vida Futura, Expiação e Arrependimento, Misericórdia e Justiça Divina nas Penas e Recompensas, Duração das Penas Futuras, Ressurreição da Carne, Paraíso, Inferno e Purgatório.


É, portanto, um livro de interesse para todas as pessoas de todas as religiões, pois contém uma abordagem científica de temas existenciais, dos mais simples aos mais complexos.