segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Animismo e espiritismo - Animismo e Espiritismo é um livro escrito pelo filósofo russo Alexandre Aksakof


Um pouco sobre: Alexandre Aksakof (Ripievka, 27 de maio de 1832 — São Petersburgo, 4 de janeiro de 1903)) foi um diplomata russo, conselheiro de Alexandre III. Doutorou-se em filosofia e se notabilizou na investigação e na análise dos fenômenos espíritas durante o século XIX.

Foi professor da Academia de Leipzig e fundador, em 1874, da revista Psychische Studien (Estudos Psíquicos), na Alemanha. Em 1891, lançou em Moscou a revista de estudos psíquicos Rebus, a primeira do gênero na Rússia.

Criou adeptos entre cientistas e filósofos de seu tempo, que, através de experiências feitas com médiuns famosos como Daniel Dunglas Home, levou a Rússia a formar a primeira comissão de caráter puramente científico para o estudo dos fenômenos espíritas. Para essa comissão, Aksakof mandou vir da França e da Inglaterra os médiuns que participariam das experiências. Como resultado, por haver fugido das condições pré-estabelecidas, tal comissão chegou a conclusões questionáveis, saindo como relatório conclusivo o livro "Dados para estabelecer um juízo sobre o Espiritismo", onde afirmava a falsidade dos fenômenos observados. Aksakof contestou a comissão com um outro livro intitulado: "Um momento de preocupação científica".

Sustentou longa polêmica e refutou as explicações materialistas do filósofo alemão Von Hartmann, discípulo de Schopenhauer, que atribuía todos os fenômenos espíritas a manifestações do inconsciente ou a charlatanismos.

Efetivou numerosas experiências e observações científicas com o concurso da médium italiana Eusapia Palladino, que serviram de fundamentação para sua obra mais importante: Animismo e Espiritismo assim como, ao estudar a mediunidade da médium inglêsa conhecida como Elizabeth d'Espérance, testemunhou um evento sobre o qual escreveu a obra "Um Caso de Desmaterialização".

=========================================
Resumo e motivo da obra:
Prefácio da tradução francesa
Conforme um ajuste feito com o Sr. Alexandre Aksakof, conselheiro de Estado atual de S. M., o imperador da Rússia, assumi a responsabilidade de publicar em francês a sua obra tão conhecida no estrangeiro: Animismus und Spiritismus.
O filósofo bávaro Sr. Carl du Prel me recomendava esta obra como indispensável a qualquer investigador consciencioso; eu era do seu parecer.
Confiei a tradução da obra ao Sr. B. Sandow, nosso colaborador, em razão dos seus conhecimentos lingüísticos; acrescentarei que as provas definitivas foram submetidas à apro-vação do autor.
Deixo ao tradutor a incumbência de apresentar ao público francês algumas considerações sobre Animismo e Espiritismo e sobre as origens deste volume.
O Editor: P.-G. Leymarie
* * *
A obra que apresentamos ao público não foi escrita com o intuito especial de defender a causa espírita, mas, sim, para preservar essa doutrina dos ataques sérios a que no futuro ficaria indubitavelmente exposta, desde que os fatos sobre os quais se baseia sejam admitidos pela Ciência.

A leitura deste livro produzirá certamente impressão profunda no espírito de todos aqueles que se preocupam com o problema da vida e meditam sobre os destinos humanos. Sem dúvida, os espíritas só encontrarão aqui a confirmação, cientificamente formulada, de suas crenças; os incrédulos, quer o sejam de caso pensado, quer repousem apenas no quietismo de um cepticismo indiferente, ao menos serão levados à dúvida, que resume, apesar de tudo, a suprema prudência no homem, quando este não tem, para sancionar as suas convicções, uma certeza absoluta.

A uma pena muito mais autorizada do que a minha caberia apresentar Animismo e Espiritismo aos leitores franceses. Mas nenhuma necessidade deste gênero se impõe, porque o nome do escritor basta para recomendar sua obra e, demais, o seu Prefácio justifica amplamente, perante todos os pensadores, a publicação do livro: expõe de maneira admirável a profissão de fé do autor e faz conhecer claramente o fim que ele se propôs. Nada mais se poderia acrescentar aí.
Meu papel deve, pois, limitar-se a mencionar rapidamente algumas particularidades referentes às origens deste trabalho.

Conforme se pode ver no frontispício do volume, foi este uma resposta à brochura que o bem conhecido filósofo alemão Eduard von Hartmann – continuador de Schopenhauer – publicou em 1885, sobre o Espiritismo.

A primeira edição original (alemã) de Animismus und Spritismus (Leipzig, 1890) provocou da parte do Sr. Von Hartmann uma réplica intitulada “A hipótese dos Espíritos e seus fantasmas” (Berlim, 1891), na qual ele volta, com insistência, aos argumentos de que já se tinha servido. Desta vez foi o sábio Carl du Prel quem se encarregou de continuar, contra esse adversário tão temível, a polêmica que o Sr. Aksakof infelizmente não podia continuar, devido ao seu estado de saúde.

Nem a resposta do Dr. Carl du Prel nem as duas publicações do Sr. Von Hartmann foram até agora traduzidas para o francês; esta lacuna, porém, não diminuirá sensivelmente o interesse que o leitor atento há de encontrar nesta obra, notando-se que o autor nela reproduz “in extenso” os principais argumentos de seu adversário.

Resta-me dar algumas indicações sobre as fontes de que me servi para imprimir a esta tradução uma fidelidade tão escrupulosa quanto possível.
Traduzi do próprio texto alemão as numerosas citações extraídas do livro do Sr. Von Hartmann.
As indicações se referem, pois, naturalmente à edição alemã, porquanto, como já o disse acima, nenhuma tradução francesa existe desse livro. A parte do texto primitivo de Animismo e Espiritismo, escrita em francês pelo autor, permitiu-me fixar na tradução uma terminologia já consagrada pelo próprio autor. No que respeita às alterações feitas na edição russa, que veio à luz em 1893, consultei cuidadosamente essa edição; quanto às citações de origem inglesa, não pude ter à vista todos os textos originais e vi-me assim obrigado, acerca de muitos deles, a limitar-me às traduções alemã e russa, as quais, apresso-me em dizê-lo, nada deixam a desejar.

Tenho necessidade, depois desta documentação, de solicitar a indulgência do leitor?

Conto que os meus esforços serão apreciados com retidão por aqueles que se interessam por estas questões de tão elevada importância.

Concluindo, não posso deixar de exprimir o meu mais vivo reconhecimento ao meu sábio amigo, o Dr. H., pelo precioso concurso que generosamente me prestou. Recorri aos seus conhecimentos para a tradução de diversos trechos de ordem científica e técnica, e posso dizer que sempre recebi dele pareceres tão esclarecidos quanto benevolentes.

Devo, finalmente, agradecer ao Sr. Leymarie haver-me confiado este trabalho tão delicado quanto interessante.
B. Sandow

O REINO DE DEUS (TOLSTOI ENCONTRA ZAQUEU II


Mas nenhum deles sequer prestava atenção em minha insignificante pessoa... Não me olhavam, não me viam, e eu temia importuná-los dirigindo-lhes a palavra... Eram tantos os pretendentes ao aprendizado do Amor, ao redor deles! Eles tinham tantas preocupações, preparando-se, chocados, para o heróico apostolado!... E como eu era "publicano", um malvisto cobrador de impostos da alfândega romana, convenci-me, erroneamente, de que era por isso que não me recebiam, não obstante saber que entre os doze principais havia também um "publicano", o qual fora diretamente convidado pelo próprio Nazareno...

Recolhi-me então à minha mágoa imensa, sem todavia deixar de seguir, discretamente, os apóstolos, orando para que não tardasse o socorro a vir fortalecer a fé e a esperança que eu depositava naquele reino de Deus que havia de vir, reino cujas leis me fora dado entrever do verbo e das ações do próprio Messias esperado pelos homens de Israel.

Recolhi-me, mas não desanimei.

Continuava percebendo que Aquele Amor que, um dia, não se diminuíra em visitar minha casa, sentar-se à minha mesa e repousar sob o meu teto, continuava incentivando-me, prolongando suas atenções em torno dos meus passos. No fim de pouco tempo, de tanto ouvir as pregações dos seus apóstolos e dos outros setenta - fosse pelas Sinagogas, aos sábados, pelas praias e praças públicas ou pelos domicílios domésticos dos "santos", então freqüentados pelos outros "santos" - eu aprendera os pormenores da Doutrina já exposta pelo Senhor.

Por esse tempo, eu deixara Jericó, desligara-me das funções aduaneiras, dera parte dos meus bens aos pobres, conforme prometera a Jesus, provera, com a outra parte, recursos para minha família, distribuíra minhas terras entre os camponeses mais necessitados, reservando o estritamente necessário à minha manutenção pelos primeiros tempos. Fizera-me errante e vagabundo para acompanhar os discípulos e ouvi-los contar às multidões as conversações íntimas que o Senhor entretivera com eles, antes do Calvário e depois da gloriosa ressurreição.

Como eu conhecesse bem as letras e as matemáticas, falando mesmo o grego, tão usado em Jerusalém, e também o latim, igualmente usado graças à influência romana, à parte os nossos dialetos da Síria, da Galiléia e da Judéia, se me escasseavam recursos apresentava-me às escolas mantidas pelas Sinagogas. Empregava-me ali como adjunto dos escribas, para as lições aos jovens, ou então nas casas particulares ricas, como professor, e assim ganhava meu sustento. Mas se não houvesse lições a transmitir era certo que nunca faltariam madeiras a serrar, aqui ou ali; águas a carregar, a fim de saciar a sede das famílias; paredes a reparar nas casas dos romanos, os quais, se eram agressivos no trato pessoal com o povo hebreu, sabiam, no entanto, remunerar com justiça aqueles que os serviam, desde que não se tratasse de escravos.

Um dia - foi em Jerusalém - correra a nova sensacional de que certo jovem fariseu, responsável pelo apedrejamento e morte do nosso querido Estêvão, a quem o Espírito do Senhor inspirava com tantas glórias, acabara por se converter à Causa, porque o Senhor lhe aparecera em ressurreição triunfante, exatamente quando ele entrava na cidade de Damasco, para onde se dirigia tencionando prender os nossos "santos" domiciliados naquela localidade. Aparecera-lhe o Senhor e convidara-o diretamente para o seu ministério, como o fizera aos outros doze, antes de sua paixão e morte. E que, agora, já inteiramente aos desejos do Mestre Nazareno, com tremendas responsabilidades pesando-lhe nos ombros, conferidas pelo mesmo Mestre, pela primeira vez ia falar à assembléia dos discípulos, em Jerusalém, narrando o que se passara.

Fui ouvi-lo.

Esse fariseu era Saulo (Saul), o de Tarso, "que é também chamado Paulo".

Contou ele, à assembléia silenciosa e atenta, o seu colóquio com o Nazareno, à entrada de Damasco, e logo conquistou o coração de muitos que se achavam presentes. Foi de pé (alguns se ajoelharam) que ouvimos os pormenores da aparição do Senhor a Paulo, e a conversa que tivera com ele mesmo, Paulo, e a seqüência dos acontecimentos que envolveram Ananias, um dos nossos amados "santos" de Damasco. Muitos choraram, eu inclusive, e também Paulo.

Se, no entanto, essa aparição fez a redenção de Paulo, de certo modo contribuiu para minha definitiva estabilidade na Doutrina do Mestre, porque daquele dia em diante tudo se modificou em minha vida.

Nunca mais deixei Paulo, até hoje!

Procurei-o então, em Jerusalém. Fui recebido com afeto e bondade. Fiz-lhe a minha confissão, o que não tivera coragem de fazer aos demais discípulos. Narrei-lhe os meus sofrimentos íntimos por Jesus. Quisera servi-lo, a ele, Jesus. Sinceramente o queria! Mas não sabia como iniciar nem o que fazer.

Pelo amor de Jesus, Paulo ouviu-me com solicitude digna daquele mesmo Mestre que o admoestara em Damasco. E aconselhou-me, e guiou-me!

Desse dia em diante, em vez de apenas ouvir as pregações em torno da Doutrina do Senhor e meditar sobre ela, pus-me a trabalhar também, por amor do mesmo Mestre, sob orientação de Paulo, que, como aquele, não desprezava "publicanos". Ele deu-me incumbências:

"Não te limites à adoração inativa, que poderá cristalizar-se em fanatismo. A Doutrina de Jesus é afanosa por excelência... E ele precisa de servos trabalhadores, enérgicos, ágeis para mil e uma peripécias, de boa vontade para a propagação da Verdade que nos trouxe... Tu, que possuis noções da prática da beneficência, porque já a havias mais ou menos praticado antes do teu encontro com o Mestre, testemunha o teu amor por ele, servindo também aos teus irmãos que sofrem ou erram, pois tal é o segredo da boa prática da nova Doutrina. Nenhum de nós será tão pobre que não possa favorecer o próximo com algo que possua para distribuir: o pão, o lume, o agasalho, o bom conselho, a advertência solidária, a assistência moral no infortúnio, o ensinamento do Bem, a lição ao ignorante, a visita ao enfermo, o consolo ao encarcerado, a esperança ao triste, o trabalho ao necessitado de ganhar o próprio sustento honrosamente, a proteção ao órfão, o seu próprio coração de amigo e irmão em Cristo, a prece rogando aos Céus bênçãos que aclarem os caminhos dos peregrinos da vida, o perdão àqueles que nos ferem e nos querem mal..."

De tais conselhos fiz, então, o meu lema.

Em vez de só ouvir falar do Mestre, pus-me a falar, eu mesmo, dele e da sua Doutrina, que teoricamente eu já conhecia bastante; dos seus atos, das maravilhas que operara por entre os doentes, os pecadores e os desgraçados, pois eu o conhecera, estava devidamente informado a seu respeito. E, se não curei leprosos, estanquei a aflição de muitas lágrimas com exposições em torno dele. Se não levantei paralíticos, pelo menos ergui a coragem da fé em muitos corações desanimados ante a incúria pelas coisas santas. Se não expulsei demônios, é certo que alijei o ateísmo, recuperando almas para o dever com Deus. E se não ressuscitei mortos renovei esperanças na alma de muitas matronas desgostosas com a indiferença dos próprios filhos na prática do Bem, revigorei a decisão de muitos pecadores que temiam procurar o bom caminho, porque envergonhados de se apresentarem a Deus, pela oração, a fim de se renovarem para jornadas reabilitadoras. E, assim, minh'alma se alegrava em Cristo, dilatavam-se os meus propósitos de progresso... E eu sentia que, de dia para dia, quando orava, mais incidiam sobre mim forças e novas bênçãos para mais me desdobrarem em operações objetivas, que tendiam a me fazer comungar com a vontade daquele Unigênito dos Céus, que um dia penetrou os umbrais pecaminosos de minha casa para me levar salvação.

E encontrei, então, dentro de mim próprio, aquele Reino de Deus que ele anunciara... Encontrei-o na paz do dever cumprido, que me embalava o coração...

Eu ouvia, embevecido, a empolgante exposição daquele Zaqueu, cujo nome, no Evangelho atraía as minhas simpatias, mas a quem as referências são mínimas, no livro santo. Mas acontecia que a força mental do humilde discípulo do Nazareno distendera em torno um círculo de luz fulgurante, o qual nos envolveu a todos, e nos levou a vibrar com ele, e nos dominou a vontade, submetendo nossas vontades à vontade dele próprio, nosso pensamento ao seu pensamento, nosso sentimento ao seu sentimento, nosso raciocínio ao seu raciocínio, tal se, completamente mergulhados nas ondas das suas irradiações, ficássemos à sua mercê para lhe obedecermos às sugestões. Era a "faixa vibratória" dele mesmo, onda transmissora do pensamento, capaz dos mais belos feitos psíquicos, que nos atingia e dominava. Então, o mais edificante foi que o pensamento de Zaqueu e suas recordações, revividas nos haustos de uma expansão solene, criaram novamente os fatos passados e nos deram a presenciar com ele tudo quanto era narrado. Seguimo-lo, assim, em suas idas e vindas atrás dos discípulos do Cristo. Presenciamos suas silenciosas lágrimas, seus sofrimentos ante a dificuldade em iniciar o ministério do Bem, expandindo objetivamente o que já existia no íntimo do seu coração. Com ele vagamos, chorosos, pelas praias de Cafarnaum, recordando as prédicas sublimes que não mais se ouviam, mas às quais os discípulos nunca deixavam de se referir durante as exposições da Boa Nova para o povo... E, desse modo, quantas vezes com ele subimos o Calvário, sob a nostalgia do crepúsculo, vendo-o chorar, sozinho e sofredor, a saudade daquele que ali expirara para legar ao mundo o patrimônio do Amor! E aprendemos com ele, vendo-o agir, como se pratica o verdadeiro Bem, como se estancam as lágrimas da desgraça e se recupera o pecador para o dever, ocultamente, silenciosamente, sem os alardes da vaidade nem os elogios da História, fiel a um ministério santo, incansável, em torno das criaturas sofredoras, pelo amor de Jesus-Cristo...

Foi esse um dos mestres que encontrei aquém do túmulo. Seus ensinamentos, os exemplos de ternura em favor do próximo, que me deu, revigoraram minhas forças. Sob seus conselhos amorosos orientei-me, dispondo-me a realizações conciliadoras da consciência.

E se tu, meu amigo, desejas encontrar aquele Reino de Deus de que Jesus dá notícias, ama os desgraçados! Cada lágrima que enxugares em seus olhos, cada conselho bom que dispensares ao pobre desarvorado da vida é mais um passo que darás em direção a esse Reino que, finalmente, encontrarás dentro do teu próprio coração, que assim aprendeu o cumprimento da suprema lei: Amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo... (Espírito de Léon Tolstoi - Médium: Yvonne A. Pereira - livro: Ressurreição e Vida).

Leon Tolstoi encontra Zaqueu - Fonte: Ressurreição e Vida - Yvonne Pereira


O REINO DE DEUS

(TOLSTOI ENCONTRA ZAQUEU)

Informativo: nota do copilador:
"Uma das passagens bem conhecidas da vida de Jesus é, sem dúvida, seu encontro com Zaqueu. Este, de estatura baixa, rico e criticado pelo povo porque desempenhava a função de coletor de impostos, subiu a uma árvore para ver Jesus. O Mestre, vendo-o, chamou-o e disse: Zaqueu, desce depressa, porque importa que eu fique hoje em tua casa. (Lucas, 19:1 a 10.) A história seguinte, descrita pelo espírito de Leon Tolstoi no livro "Ressurreição e Vida!" de sua autoria e psicografado pela médium Yvonne A. Pereira, coloca-nos numa posição privilegiada diante de tanta beleza e ensinamentos que ela nos traz".

"Tendo-lhe feito os fariseus esta pergunta: - Quando virá o reino de Deus? - Respondeu-lhes Jesus: - O reino de Deus não virá com mostras exteriores. Nem dirão: - Ei-lo aqui; ou: - Ei-lo acolá. Porque eis que o reino de Deus esta dentro de vós." (LUCAS, 17:20 e 21.)

"E tendo entrado em Jericó, atravessava Jesus a cidade. E vivia nela um homem chamado Zaqueu, e era ele um dos principais entre os publicanos, e pessoa rica. E procurava ver Jesus, para saber quem era, mas não o podia conseguir, por causa da muita gente, porque era pequeno de estatura. E correndo adiante subiu a um sicômoro para o ver, porque por ali havia ele de passar. E quando Jesus chegou àquele lugar, levantando os olhos, ali o viu, e lhe disse: - Zaqueu, desce depressa, porque importa que eu fique hoje em tua casa. E desceu ele a toda pressa, a recebeu-o, satisfeito. Vendo isso, todos murmuravam, dizendo que tinha ido hospedar-se em casa de um homem pecador. Entretanto, Zaqueu, posto na presença do Senhor, disse-lhe: - Senhor, eu estou para dar aos pobres metade dos meus bens,e naquilo em que eu tiver defraudado alguém, pagar-lhe-ei quadruplicado. Ao que lhe disse Jesus: - Hoje entrou a salvação nesta casa, porque este também é filho de Abraão. Porque o filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido." (LUCAS, 19:1 a 10.)

=> Eu trouxera para a Vida do Além o desejo sincero de aprender a amar e servir o meu próximo. Creio mesmo que nos últimos tempos de minha vida intuições protetoras, bondosamente alimentadas por amigos celestes, que se compadeciam do meu pesar por não me haver sido possível ser tão fraterno para com os outros, como o desejara, falavam-me de rumos novos que deveria tomar, bem diversos daqueles que a sociedade viciosa do meu tempo me apontara.

Carreguei para o túmulo esse pesar. E esse pesar se acentuou aquém do túmulo e se transformou em aflição. Em vergonha depois. E em remorso. Compreendi por isso que, além dos umbrais da morte, o mérito que se nos permite é aquele que o Amor confere. E eu, que desejara amar, sem realmente ter amado; que fora rancoroso quando devera ser brando de coração; que usara da impaciência e do desdém - quantas vezes?! - onde se recomendariam a ternura e o interesse complacente, entendi que nada sabia, que nada fizera de bom e que urgia aprender novamente tudo o que uma alma necessita para a reabilitação de si mesma ante o próprio conceito.

Um dia (direi um dia para que os homens me entendam, porque nestas plagas espirituais não se poderá expressar assim, visto que se desconhecem os dias e as noites, para somente se integrar a mente no eterno momento), um dia roguei Àquele que É a piedade de me proporcionar ensejos de um aprendizado de legítimo Amor ao próximo, mas um aprendizado que saciasse a minha alma até às suas remotas fibras, fazendo desaparecer o complexo da idéia de desamor em que me considerava ter vivido.

Pus-me a "passear" pelo espaço ilimitado, pensativo e compungido, e por vezes recordando meus antigos passatempos pela floresta de Iasnaia-Poliana1, ao passo que confabulava com a própria consciência, estabelecendo resoluções definidas e programas urgentes.

Havia pouco tempo que abandonara aos vermes aquilo que fora a minha personalidade social humana, e a mente, afeita desde o berço às paisagens russas, figurava para si própria os quadros habituais de minha terra natal: estepes geladas a se confundirem com o horizonte, onde o vento soprava levantando a neve, para reuni-la em montículos que se multiplicavam a perder de vista; as aldeias com suas "isbas", movimentadas pelo trabalho dos moradores sempre preocupados com suas lides; o gado rumorejando à hora do repouso; as camponesas palrando ou cantarolando ao recolherem as roupas que secavam ao vento desde manhã; os "trenós" e as "troikas" regressando com seus nédios proprietários, bem aquecidos e ainda mais tranqüilos sob suas peliças, depois de vencerem cinco ou oito "verstás", satisfeitos com os resultados de suas compras e vendas...

Mas de súbito tudo mudou.

Vi-me perdido em campo azul-pálido, lucilante de uma aurora cujo resplendor matizava de doces coloridos a região imensa. E acolá, sentado, meditativo, como a contemplar algo que eu era impotente para também distinguir, entrevi um vulto atraente, cujo aspecto me surpreendeu. Dir-se-ia encontrar-me em presença de um daqueles discípulos do Nazareno, daqueles que, no anonimato, o seguiam em suas idas e vindas pelos contrafortes da Judéia e as planícies de trigo da Galiléia.

Reparando de mais perto, e mais atentamente, compreendi que o vulto discursava para a pequena assembléia de ouvintes sentados pelo chão, à sua volta, como de uso no Oriente, e como se concedesse uma entrevista ou uma aula. Em derredor, estendia-se um panorama oriental recordando as descrições bíblicas. Veio-me a impressão de que o Tempo recuara dois milênios, transportando-me, sem que eu o percebesse, à Galiléia da época da peregrinação do Senhor por suas paragens.

A luz da aurora, inalterável, incidia suavemente sobre o grupo e a pradaria em torno, com irradiações de madrepérola esbatendo claros e sombras tão singulares que eu desafio, a todos os artistas que têm passado pela Terra, a reproduzirem em suas telas um só daqueles celestes reflexos que então tive a ventura de contemplar.

Aproximei-me de mansinho do grupo entrevisto, discreto, algo curioso. E me considerei discípulo daquele provável mestre, como os outros que o rodeavam. E eis o que ouvi e presenciei:

- Retornaremos a qualquer momento para nova experimentação terrena, mestre Zaqueu... Fala-nos de ti mesmo, dos tempos apostólicos, das pregações do Nazareno expondo a sua Boa Nova, que provavelmente ouviste... Seria de muito bom proveito que levássemos, detidos nas comportas da consciência, algo estimulante, deslumbrante, desse tempo... para que, uma vez nos sentindo novamente homens, pouco a pouco se fossem destilando, pelos escapamentos da intuição, essas lições salvadoras que sabes contar, à guisa de reminiscências levadas deste plano espiritual em que nos encontramos... - rogaram sorrindo os discípulos, todos atraentes personagens, muito agradáveis de ver.

Sobressaltei-me.

- Zaqueu?... - pensei. - Mas seria aquele que subiu ao sicômoro, quando o Senhor entrava em Jericó, para vê-lo passar?... Seria aquele em cuja casa Jesus se hospedara? que oferecera ao Mestre um festim, enquanto o reino de Deus era mais uma vez ensinado aos de boa-vontade, entre os convivas?... Seria possível, mesmo, que eu me encontrasse em presença de um Espírito que fora "publicano" ao tempo do Senhor, na Judéia; que viesse a conhecer alguém que, por sua vez, houvera conhecido a Jesus - Cristo?...

Excitado, aproximei-me ainda mais. Pus-me à sua frente, sentado como os outros, a olhar para ele.

Ao que observava, aquela sociedade retratava uma democracia modelar, superior em moral e fraternidade mesmo à que eu sonhara outrora para a Rússia e o mundo, nas horas de desesperança, quando observava o Mal perseguindo o Bem, a Força dominando o Direito, a Treva sobrepondo-se à Luz. Eu chegava ali sem credenciais, sem apresentações. Sentava-me entre todos, confiante, como se compartilhasse benefícios da casa paterna entre irmãos. Imiscuía-me para junto do mestre que discursava e ninguém me censurava a impertinência, não me pediam satisfações pela intromissão. Mais tarde eu soube que, se tal acontecia, era devido a mera questão de afinidades. Somente o fato de havermos todos gravitado para aquele plano valeria pela credencial, que outra não era senão aquela mesma. Quem estivesse ali, estava porque poderia e deveria estar. Mais nada. Eu estava ali. Devia estar. No Além não existem dubiedades nem meias medidas. O que é, é! E era por isso que ninguém me enxotava de junto do mestre que discursava. Eu tinha direitos a estar junto daquele mestre. E estava.

Olhei-o, àquele a quem haviam chamado Zaqueu. Semblante sereno, bondoso, enternecido, ainda jovem. Olhos cintilantes e perscrutadores, como alimentados por uma resolução invencível. Lábios finos, queixo estirado, com pequena barba negra em ponta, recordando o característico fisionômico dos varões judaicos. Tez alva, sobrancelhas espessas, mãos pequenas, pequena estatura, coifa discreta, listrada em azul forte e branco, manto azul forte, barrado de galões amarelos e borlas na ponta - eis a materialização do homem que teria sido, há dois mil anos, aquele Espírito que assim mesmo se apresentava aos seus ouvintes do mundo espiritual, disposto a cativá-los através da "regressão da memória" a essa personalidade remota que tivera sobre a Terra.

Confesso que durante meus antigos estudos sobre o Evangelho nutrira grande simpatia por essa personagem que vemos, nas páginas santas, admiradora incondicional de Jesus, dotada de inclinações generosas a serviço do próximo, desejando repartir entre a pobreza parte da própria fortuna, desinteresse raro em qualquer tempo, sobre a Terra. Eu a entrevia, então, através dos versículos de S. Lucas, um caráter profundamente terno, simples, um idealista disposto ao auxílio aos semelhantes, não obstante tratar-se de pessoa que, embora poderosa e influente na localidade em que vivia, como chefe dos cobradores de impostos que era, se via, por isso mesmo, repelida e moralmente estigmatizada por aquela sociedade preconceituosa. E foi com o coração excitado por todos os raciocínios conseqüentes de tais lembranças que a ouvi atender à solicitação dos discípulos:

- "A bondade do Mestre Galileu, honrando-me com uma visita e uma refeição em minha casa, eu, um renegado pela sociedade porque um "publicano" tocou-me para sempre o coração, meus amados, conforme sabeis... - ia ele dizendo. - Ele compreendeu as minhas necessidades morais de estímulo para o Bem, o meu aflitivo desejo de ser bom. Penetrou, com sua solicitude inesquecível, os mais remotos escaninhos do meu ser moral; contornou, com seu amor de Arcanjo, todas as aspirações do meu Espírito, filho de Deus, que sofria por algo sublime que lhe aclarasse as ações... E conquistou-me, assim, por toda a consumação dos séculos...

Muito sofri e chorei quando esse Mestre foi levantado no suplício da Cruz. Não, eu não o abandonei jamais, desde aquele dia em que passou por Jericó! Segui-o. E o pouco que ainda viveu depois disso teve-me em suas pegadas para ouvi-lo e admirá-lo. Eu não me ocultei das autoridades, receando censuras ou prisão, nem tive preconceitos, e tampouco me importunou a vigilância dos tiranos de Roma ou o despeito dos asseclas do Templo de Jerusalém. Achava-me bem visível entre o povo, transitando pelas ruas, embora ignorado, humilhado pela minha condição de funcionário romano... e assisti aos estertores da agonia sublime, naquela tarde do 14 de Nisan... Soube, é certo, da ressurreição que a todos revigorou de esperanças... Mas não logrei tornar a ver e ouvir o Mestre, não fui bastante merecedor dessa ventura imensa... Ele só se apresentou, depois da ressurreição, aos discípulos - homens e mulheres - e aos apóstolos...

Inconsolável por sua ausência e sentindo em mim um vazio aterrador, meu recurso para não desesperar ante a saudade e o pesar pelo desaparecimento desse Amigo incomparável foi insinuar-me entre seus discípulos, a fim de ouvir falarem dele...

Fui a Betânia, quantas vezes?!... e tentei tornar-me assíduo da granja de Lázaro, de tão gratas recordações... Mas tudo ali estava tão mudado e tão triste, depois do 14 de Nisan...

No entanto, ali, na granja de Lázaro, sob o frescor das figueiras viçosas que Marta plantara; à luz do luar, junto das oliveiras que farfalhavam docemente, ao impulso das virações que desciam do Hermon; no próprio pátio onde recendiam os lírios que Maria plantara, perdido entre o anonimato dos forasteiros que acorriam a Betânia quando ali o sabiam hospedado, eu ouvira pregações do Mestre pouco antes da Sua morte, saciando-me até à alegria e ao deslumbramento com as palavras daquela Doutrina que Ele concedia ao povo, o qual ignorava que a dois passos se ergueria a cruz, arrebatando-o da nossa vista...

Visitei Pedro, esperando consolar a minha grande dor ouvindo-o dissertar sobre Aquele que se fora do alto do Calvário, com a eloqüência com que sempre soube arrebatar as multidões.

Perlustrei, choroso e desarvorado, as praias de Cafarnaum e de Genesaré, sem saber o que tentar em meu próprio socorro, mas esperançado de que os irmãos Boanerges, filhos de Zebedeu, me compreendessem e adotassem para discípulo do seu bando, como eu via que acontecia a tantos outros... (Espírito de Léon Tolstoi - Ressurreição e Vida! - Yvonne A. Pereira) -

Bom, sugerimos ler o texto sobre livro e no capítulo Segue em "O Reino de Deus II", os detalhes do encontro são muitos vibrantes. Vale a pena conferir.

Objetivo da obra O Evangelho Segundo o Espiritismo


Podemos dividir as matérias contidas nos Evangelhos em cinco partes:

1) Os atos comuns da vida do Cristo:
2) Os milagres:
3) As profecias:
4) As palavras que serviram para o estabelecimento dos dogmas da Igreja:
5) O ensino moral.

Se as quatro primeiras partes têm sido objeto de discussões, a última PERMANECE INATACÁVEL. Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva. E o terreno em que TODOS OS CULTOS podem encontrar-se, a bandeira sob a qual todos podem abrigar-se, por mais diferentes que sejam as suas crenças. Porque nunca foi objeto de disputas religiosas, sempre e por toda a parte PROVOCADA PELOS DOGMAS. Se o discutissem, as seitas teriam, aliás, encontrado nele a sua própria condenação, porque A MAIORIA DELAS SE APEGARAM MAIS A PARTE MÍSTICA DO QUE À PARTE MORAL, que EXIGE A REFORMA DE CADA UM. Para os homens, em particular É UMA REGRA DE CONDUTA QUE ABRANGE TODAS AS CIRCUNSTÂNCIAS DA VIDA PRIVADA E PUBLICA, O PRINCÍPIO DE TODAS AS RELAÇÕES SOCIAIS fundadas na mais RIGOROSA JUSTIÇA. É, por fim, e acima de tudo O CAMINHO INFALÍVEL DA FELICIDADE A CONQUISTAR, uma ponta do véu erguida sobre a vida futura. É essa parte que constitui o objeto exclusivo desta obra.

Todo o mundo admira a moral evangélica; todos proclamam a sua sublimidade e a sua necessidade, mas muitos o fazem confiando naquilo que ouviram, ou apoiados em algumas máximas que se tornaram proverbiais, pois poucos a conhecem a fundo, e menos ainda a compreendem e sabem tirar-lhes as conseqüências. A razão disso está em grande parte, nas dificuldades apresentadas pela leitura do Evangelho, ininteligível para a maioria. A forma alegórica, O MISTICISMO INTENCIONAL DA LINGUAGEM, fazem que a maioria o leiam por desencargo de consciência e por obrigação, como lêem as preces sem as compreender, o que vale dizer sem proveito. OS PRECEITOS DE MORAL, espalhados no texto, misturados com as narrativas, PASSAM DESPERCEBIDOS. Torna-se impossível apreender o conjunto e fazê-los objeto de leitura e meditação separadas.

Fizeram-se, é verdade, tratados de moral evangélica, mas A ADAPTAÇÃO ao estilo literário moderno tira-lhe a ingenuidade primitiva, que lhe dá, ao mesmo tempo, encanto e autenticidade. Acontece o mesmo com as máximas destacadas, reduzidas a mais simples expressão proverbial, que não passam então de aforismos, PERDENDO UMA PARTE DE SE VALOR e de seu INTERESSE, pela falta dos acessórios e das circunstâncias em que foram dadas.

Para evitar esses inconvenientes, REUNIMOS nesta obra os TRECHOS QUE PODEM CONSTITUIR, propriamente falando, UM CÓDIGO MORAL UNIVERSAL, sem distinção de cultos. Nas citações, CONSERVAMOS TUDO o que era de UTILIDADE ao desenvolvimento do pensamento, suprimindo apenas as coisas estranhas ao assunto. Além disso, RESPEITAMOS ESCRUPULOSAMENTE a tradução original de Sacy, assim como a divisão por versículos. Mas, em vez de nos prendermos a uma ordem cronológica impossível, e sem vantagem real em semelhante assunto, as máximas foram agrupadas e distribuídas metodicamente segundos sua natureza, de maneira a que umas se deduzam das outras, tanto quanto possível. A indicação dos números de ordem dos capítulos e dos versículos permite recorrer à classificação comum, caso se julgue conveniente.

Esse seria apenas um trabalho material, que por si só não teria mais do que uma utilidade secundária. O essencial era pô-lo ao alcance de todos, pela explicação das passagens obscuras e o desenvolvimento de todas as suas conseqüências, com vistas à aplicação às diferentes situações da vida. Foi o que procuramos fazer, com a ajuda dos bons Espíritos que nos assistem.

Muitas passagens do Evangelho, da Bíblia, e dos autores sagrados em geral são ininteligíveis, e muitas mesmo parecem absurdas por falta de uma chave que nos dê o seu verdadeiro sentido. Essa chave está inteirinha no Espiritismo, como já se convenceram os que estudaram seriamente a doutrina, e como ainda melhor se reconhecerá mais tarde. O Espiritismo se encontra por toda parte, na Antigüidade, e em todas as épocas da humanidade. Em tudo encontramos seus traços, nos escritos, nas crenças e nos monumentos, e é por isso que, se ele abre novos horizontes para o futuro, lança também uma viva luz sobre os mistérios do passado.

Como complemento de cada preceito, damos algumas instruções, escolhidas entre as que foram ditadas pelos Espíritos em diversos países, através de diferentes médiuns. Se essas instruções tivessem surgido de uma fonte única, poderiam ter sofrido uma influência pessoal ou do meio, enquanto diversidade de origens prova que os Espíritos dão os seus ensinamentos por toda parte, e que não há ninguém privilegiado a esse respeito (1).

ESTA OBRA É PARA O USO DE TODOS; cada qual pode dela tirar os meios de conformar sua conduta à moral do Cristo. Os espíritas nela encontrarão, além disso, as aplicações que lhes concernem mais especialmente. Graças às comunicações estabelecidas, de agora em diante, de maneira permanente, entre os homens e o mundo invisível, a lei evangélica, ensinada a todas as nações pelos próprios espíritos, não será mais letra morta, porque cada qual a compreenderá, e será incessantemente solicitado a pô-la em prática, pelos conselhos de seus guias espirituais. As instruções dos Espíritos são verdadeiramente as vozes do céu que vêm esclarecer os homens e convidá-los á prática do Evangelho.