segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A obsessão e Evangelho Segundo o Espiritismo. O desconhecimento alimenta o preconceito.

O desconhecimento alimenta o preconceito 

Foto: Família Caminho da Paz colaborando para a construção de um mundo plural, fraterno e sem barreiras. Faça sua parte também, desate seu nó e estreite os seus laços de amizade!A Obsessão e Evangelho - Reunião pública de 9/9/1960 – Livro: Seara dos Médiuns - Questão nº 244 – O Livro dos Médiuns.

“A  quem  diga  que  o  Espiritismo  cria  obsessões  na  atualidade  do  mundo, respondamos com os próprios Evangelhos”. 

Nos versículos 33 a 35, do capitulo 4, no Evangelho de Lucas, 
assinalamos  o homem que se achava no santuário, possuído por um Espírito infeliz, a gritar para Jesus, tão logo lhe marcou a presença: “que temos nós contigo?” E o Mestre, após repreendê­lo, conseguiu retirá­lo, restaurando o equilíbrio do companheiro que lhe  sofria o assédio.  Temos aí a obsessão direta.

Nos versículos 2 a 13, do capitulo 5, no Evangelho de Marcos, encontramos  o  auxilio  seguro  prestado  pelo  Cristo  ao  pobre  gadareno,  tão  intimamente  manobrado  por  entidades  cruéis,  e  que  mais  se  assemelhava  a  um  animal  feroz,refugiado nos sepulcrosTemos aí a obsessão, seguida de possessão e vampirismo.
*
                         Nos  versículos  32  e  33,  do  capitulo  9,  no Evangelho  de Mateus, lemos  a   a noticia de que o povo trouxe ao Divino Benfeitor um homem  mudo, sob o controle  de  um  Espírito  em  profunda  perturbação,  e,  afastado  o  hóspede  estranho  pela  bondade do Senhor, o enfermo foi imediatamente  reconduzido à fala.  Temos aí a obsessão complexa, atingindo alma e corpo.
*
No versículo 2, do capitulo 13, no Evangelho de João, anotamos a palavra  positiva  do  apóstolo,  asseverando  que  um  Espírito  perverso  havia  colocado  no  sentimento de Judas a ideia de negação do apostolado.  Temos aí a obsessão indireta, em que a vitima padece  influência aviltante,  sem perder a própria responsabilidade. 

Nos versículos 5 a 7, do capítulo 8, nos Atos dos Apóstolos, informa-nos  de que Filipe, transmitindo a mensagem do Cristo,  entre os  samaritanos, conseguiu  que muitos coxos e paralíticos se curassem, de pronto,  com o simples afastamento  dos Espíritos inferiores que os molestavam
Temos aí a obsessão coletiva, gerando  moléstias-­fantasmas.


Ao estudarmos O Evangelho Segundo o Espiritismo vamos encontrar mais detalhes sobre a temática Obsessão de forma clara,  sem ideia preconcebida. Vejamos:

A obsessão é a ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais. Oblitera todas as faculdades mediúnicas; traduz-se, na mediunidade escrevente, pela obstinação de um Espírito em se manifestar, com exclusão de todos os outros.

Os Espíritos maus pululam em torno da Terra, em virtude da inferioridade moral de seus habitantes. A ação malfazeja que eles desenvolvem faz parte dos flagelos com que a Humanidade se vê a braços neste mundo. A obsessão, como as enfermidades e todas as tribulações da vida, deve ser considerada prova ou expiação e como tal aceita.

Do mesmo modo que as doenças resultam das imperfeições físicas, que tornam o corpo acessível às influências perniciosas exteriores, a obsessão é sempre o resultado de uma imperfeição moral, que dá acesso a um Espírito mau. A causas físicas se opõem forças físicas; a uma causa moral, tem-se de opor uma força moral. Para preservá-lo das enfermidades, fortifica-se o corpo; para isentá-lo da obsessão, é preciso fortificar a alma, pelo que necessário se torna que o obsidiado trabalhe pela sua própria melhoria, o que as mais das vezes basta para o livrar do obsessor, sem recorrer a terceiros. O auxílio destes se faz indispensável, quando a obsessão degenera em subjugação e em possessão, Esporque aí não raro o paciente perde a vontade e o livre-arbítrio.

Quase sempre, a obsessão exprime a vingança que um Espírito tira e que com freqüência se radica nas relações que o obsidiado manteve com ele em precedente existência. (Veja-se: cap. X, nº 6; cap. XII, nos 5 e 6.)

Nos casos de obsessão grave, o obsidiado se acha como que envolvido e impregnado de um fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluidos salutares e os repele. É desse fluido que importa desembaraçá-lo. Ora, um fluido mau não pode ser eliminado por outro fluido mau. Mediante ação idêntica à do médium curador nos casos de enfermidade, cumpre se elimine o fluido mau com o auxílio de um fluido melhor, que produz, de certo modo, o efeito de um reativo. Esta a ação mecânica, mas que não basta; necessário, sobretudo, é que se atue sobre o ser inteligente, ao qual importa se possa falar com autoridade, que só existe onde há superioridade moral. Quanto maior for esta, tanto maior será igualmente a autoridade.

E não é tudo: para garantir-se a libertação, cumpre induzir o Espírito perverso a renunciar aos seus maus desígnios; fazer que nele despontem o arrependimento e o desejo do bem, por meio de instruções habilmente ministradas, em evocações particulares, objetivando a sua educação moral. Pode-se então lograr a dupla satisfação de libertar um encarnado e de converter um Espírito imperfeito.

A tarefa se apresenta mais fácil quando o obsidiado, compreendendo a sua situação, presta o concurso da sua vontade e da sua prece. O mesmo não se dá, quando, seduzido pelo Espírito embusteiro, ele se ilude no tocante às qualidades daquele que o domina e se compraz no erro em que este último o lança, visto que, então, longe de secundar, repele toda assistência. É o caso da fascinação, infinitamente mais rebelde do que a mais violenta subjugação. (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXIII.)

Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso auxiliar de quem haja de atuar sobre o Espírito obsessor.

Observação. – A cura das obsessões graves requer muita paciência, perseverança e devotamento. Exige também tato e habilidade, a fim de encaminhar para o bem Espíritos muitas vezes perversos, endurecidos e astuciosos, porquanto há os rebeldes ao
extremo. Na maioria dos casos, temos de nos guiar pelas circunstâncias.
Qualquer que seja, porém, o caráter do Espírito, nada se obtém, é isto um fato incontestável, pelo constrangimento ou pela ameaça. Toda influência reside no ascendente moral. Outra verdade igualmente comprovada pela experiência tanto quanto pela lógica, é a completa ineficácia dos exorcismos, fórmulas, palavras sacramentais, amuletos, talismãs, práticas exteriores, ou quaisquer sinais materiais.
A obsessão muito prolongada pode ocasionar desordens patológicas e reclama, por vezes, tratamento simultâneo ou consecutivo, quer magnético, quer médico, para restabelecer a saúde do organismo. Destruída a causa, resta combater os efeitos. (Veja-se: O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXIII – “Da obsessão”. – Revue Spirite, fevereiro e março de 1864; abril de 1865: exemplos de curas de obsessões.)

Fonte do tratado acima: O Evangelho Segundo o Espiritismo – Coletânea de Preces – item 81 e observações finais.