sábado, 8 de janeiro de 2011

Cristianismo e Espiritismo - Léon Denis


Nesta obra, Léon Denis demonstra a perfeita identidade da Doutrina Espírita com os preceitos do Cristianismo puro, pregado nos Evangelhos. Narra de forma compacta a expansão do Cristianismo e os desvios deste nos caminhos do dogmatismo, das conveniências sacerdotais e dos interesses sectários.

Ao longo da obra, Denis nos demonstra que as escrituras sagradas confirmam amplamente os conceitos espíritas, como a mediunidade e a reencarnação.

Por fim, o autor mostra por que o Espiritismo se apresenta como a Terceira Revelação, ou o Consolador prometido por Jesus. E com ele temos a possibilidade de destruir as religiões sectárias e fazer florescer uma única e verdadeira religião cristã, fraterna e solidária, entre todas as criaturas, todos os povos, todas as nações.

Destaques da obra:
Cristianismo e Espiritismo, 2ª parte de Léon Denis.

Questões preliminares
A. Como surgiu a versão latina das Escrituras, a que se deu o nome de Vulgata?
R.: A Vulgata surgiu por iniciativa do papa Damaso, que confiou a São Jerônimo, em 384, a missão de redigir uma tradução latina das Escrituras, que seria daí por diante a única reputada ortodoxa e adotada como base das doutrinas da Igreja. (Cristianismo e Espiritismo, cap. II.)

B. A Vulgata, tal como a concebeu São Jerônimo, permanece de pé até hoje?

R.: Em parte, sim. A tradução feita por São Jerônimo foi objeto das mais vivas críticas ainda em sua época e, por isso, acabou retocada em diversas ocasiões, por ordem dos pontífices romanos. O que fora considerado bom de 386 a 1586 foi modificado por Sixto V em 1590 e, mais tarde, por Clemente VIII em uma nova edição, que é a que hoje está em uso. (Obra citada, cap. II)

C. Podemos dizer que a Doutrina Espírita nada mais é que a volta ao Cristianismo primitivo?
R.: Sim. O Espiritismo é a volta ao Cristianismo primitivo, sob mais precisas formas, com um imponente cortejo de provas experimentais, o que fará se torne impossível a reincidência nas causas que desnaturaram as idéias de Jesus. (Obra citada, cap. II)

Texto para leitura
22. Jesus, espírito poderoso, divino missionário, médium inspirado, encarnou-se entre os humildes, a fim de dar a todos os exemplos de uma vida simples e, no entanto, cheia de grandeza – vida de abnegação e sacrifício, que devia deixar na Terra inapagáveis traços.
23. A grande figura de Jesus ultrapassa todas as concepções do pensamento. Nessa alma, de uma serenidade celeste, não se nota mácula nenhuma, nenhuma sombra, e todas as perfeições nela se fundem.
24. A fim de pôr fim às divergências de opinião que agitavam o mundo cristão, o papa Damaso confiou a São Jerônimo, em 384, a missão de redigir uma tradução latina das Escrituras, que seria daí por diante a única reputada ortodoxa e base das doutrinas da Igreja: foi o que se denominou a “Vulgata”.
25. A obra de São Jerônimo foi objeto das mais vivas críticas, mesmo em sua época, e foi retocada em diversas ocasiões, por ordem dos pontífices romanos. O que fora considerado bom de 386 a 1586 foi modificado por Sixto V em 1590 e, mais tarde, por Clemente VIII em uma nova edição, que é a que hoje está em uso.
26. O Espiritismo é a volta ao Cristianismo primitivo, sob mais precisas formas, com um imponente cortejo de provas experimentais, que tornará impossível a reincidência nas causas que desnaturaram as idéias de Jesus.
27. Só a verdade pode desafiar a ação do tempo e conservar sua força. Eis por que o Cristianismo perdura até hoje. Jesus é, positivamente, sua pedra angular e, também, a alma da nova revelação.
28. Embora muitos duvidem da existência de Jesus, não faltam testemunhos históricos sobre ele. Suetônio, Tácito e o próprio Talmude referem-se de modo explícito a ele e à sua doutrina.
29. As obscuridades do Evangelho são calculadas, intencionais. As verdades superiores nele se ocultam sob véus simbólicos. Aí se ensina ao homem o que lhe é necessário para se conduzir moralmente na prática da vida.
30. Em resumo, a doutrina do Cristo, em sua forma popular, propõe a obtenção da vida eterna mediante o sacrifício do presente. Religião de salvação, de elevação da alma pela subjugação da matéria, o Cristianismo constituiu uma reação necessária contra o politeísmo grego e romano, saturado de sensualismo e corrupção.
31. Para Jesus, numa só palavra, toda a religião, toda a filosofia consiste no amor. O que Jesus quer não é o culto faustoso, mas um culto simples e puro, todo de sentimento, consistindo na relação direta, sem intermediário, da consciência humana com Deus, nosso Pai.
32. O ascetismo é coisa vã. Aos que imaginam salvar-se por meio do jejum e da abstinência, diz: “Não é o que entra pela boca o que macula o homem, mas o que por ela sai”.
33. A doutrina secreta, ensinada aos discípulos diretos, ia mais longe. Assim é que Jesus afirmou a sucessão das existências terrestres, a pluralidade dos mundos habitados e a comunicação entre os homens e os mortos.

=> Boa leitura!