domingo, 3 de março de 2013

Refletindo sobre Faltas versus Castigo


“O homem sofre sempre a consequência de suas faltas; não há uma só infração à lei de Deus que fique sem a correspondente punição”.

“A severidade do castigo é proporcionada à gravidade da falta”.

“Indeterminada é a duração do castigo, para qualquer falta; fica subordinada ao arrependimento do culpado e ao seu retorno à senda do bem; a pena dura tanto quanto a obstinação no mal; seria perpétua, se perpétua fosse a obstinação; dura pouco, se pronto é o arrependimento.

“Desde que o culpado clame por misericórdia, Deus o ouve e lhe concede a esperança”. Mas, não basta o simples pesar do mal causado; é necessária a reparação, pelo que o culpado se vê submetido a novas provas em que pode, sempre por sua livre vontade, praticar o bem, reparando o mal que haja feito.

“O homem é, assim, constantemente, o árbitro de sua própria sorte; pertence-lhe abreviar ou prolongar indefinidamente o seu suplício; a sua felicidade ou a sua desgraça dependem da vontade que tenha de praticar o bem.”

Tal a lei, lei imutável e em conformidade com a bondade e a justiça de Deus.

Assim, o Espírito culpado e infeliz pode sempre salvar--se a si mesmo: a lei de Deus estabelece a condição em que se lhe torna possível fazê-lo. O que as mais das vezes lhe falta é a vontade, a força, a coragem. Se, por nossas preces, lhe inspiramos essa vontade, se o amparamos e animamos; se, pelos nossos conselhos, lhe damos as luzes de que carece, em lugar de pedirmos a Deus que derrogue a sua lei,tornamo-nos instrumentos da execução de outra lei, também
sua, a de amor e de caridade, execução em que, desse modo, ele nos permite participar, dando nós mesmos, com isso, uma prova de caridade. (Veja-se O Céu e o Inferno, 1ª Parte, caps. IV, VII, VIII.)
(fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo – capítulo XXVII item 21)

"Enquanto existir o mal entre os homens subsistirão os castigos;"
Platão, O Livro dos Espíritos, Livro IV, questão 1009 (Allan Kardec)


"O Espiritismo não exclui os castigos, que constituem a sanção das leis divinas impostas à humanidade".
Bezerra de Menezes, cap. LXXXIV, Estudos Filosóficos, Edicel, São Paulo, Brasil, 1977.

MAS, REPELE AS PENAS ETERNAS.

“Que é o castigo? A consequência natural, derivada desse falso movimento; uma certa soma de dores necessária a desgostá-lo da sua deformidade, pela experimentação do sofrimento. castigo é o aguilhão que estimula a alma, pela amargura, a se dobrar sobre si mesma e a buscar o porto de salvação. O castigo só tem por fim a reabilitação, a redenção. Querê-lo eterno, por uma falta não eterna, é negar-lhe toda a razão de ser.

“Oh! Em verdade vos digo, cessai, cessai de pôr em paralelo, na sua eternidade, o Bem, essência do Criador, com o Mal, essência da criatura. Fora criar uma penalidade injustificável. Afirmai, ao contrário, o abrandamento gradual dos castigos e das penas pelas transgressões e consagrareis a unidade divina, tendo unidos o sentimento e a razão.”

Comunicação de Paulo, Apóstolo dada na questão 1009 de «O LIVRO DOS ESPÍRITOS»,  (Allan Kardec)

O Ancião Dos Dias (1794) de William Blake – Deus criando o mundo com um compasso.