“O homem sofre sempre a consequência de suas faltas; não há uma
só infração à lei de Deus que fique sem a correspondente punição”.
“A severidade do castigo é proporcionada à gravidade da falta”.
“Indeterminada é a duração do castigo,
para qualquer falta; fica subordinada ao
arrependimento do culpado e ao seu retorno à senda do bem; a pena dura tanto quanto a obstinação no mal; seria perpétua,
se perpétua fosse a obstinação; dura pouco, se pronto é o arrependimento.
“Desde que o culpado clame por misericórdia, Deus o ouve e lhe
concede a esperança”. Mas, não basta o simples pesar do mal causado; é
necessária a reparação, pelo que o culpado se vê submetido a novas provas em
que pode, sempre por sua livre vontade, praticar o bem, reparando o mal que
haja feito.
“O homem é, assim, constantemente, o árbitro de sua própria
sorte; pertence-lhe abreviar ou prolongar indefinidamente o seu suplício; a sua
felicidade ou a sua desgraça dependem da vontade que tenha de praticar o bem.”
Tal a lei, lei imutável e em conformidade com a bondade e a justiça de Deus.
Assim, o Espírito culpado e infeliz pode sempre salvar--se a si
mesmo: a lei de Deus estabelece a condição em que se lhe torna possível
fazê-lo. O que as mais das vezes lhe falta é a vontade, a força, a coragem. Se,
por nossas preces, lhe inspiramos essa vontade, se o amparamos e animamos; se,
pelos nossos conselhos, lhe damos as luzes de que carece, em lugar de pedirmos a Deus que derrogue a sua lei,tornamo-nos
instrumentos da execução de outra lei, também
sua, a de amor e de caridade, execução
em que, desse modo, ele nos permite participar, dando nós mesmos, com isso, uma
prova de caridade. (Veja-se O Céu e o Inferno, 1ª Parte, caps. IV, VII, VIII.)
(fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo –
capítulo XXVII item 21)
"Enquanto existir o mal entre os homens subsistirão os
castigos;"
Platão, O Livro dos Espíritos,
Livro IV, questão 1009 (Allan Kardec)
"O Espiritismo não exclui os castigos, que constituem a
sanção das leis divinas impostas à humanidade".
Bezerra de Menezes, cap. LXXXIV, Estudos Filosóficos, Edicel,
São Paulo, Brasil, 1977.
MAS,
REPELE AS PENAS ETERNAS.
“Que é o castigo? A consequência
natural, derivada desse falso movimento; uma certa soma de dores necessária a
desgostá-lo da sua deformidade, pela experimentação do sofrimento. O castigo é o aguilhão que
estimula a alma, pela amargura, a se dobrar sobre si mesma e a buscar o porto
de salvação. O castigo só
tem por fim a reabilitação, a redenção. Querê-lo eterno, por uma falta não
eterna, é negar-lhe toda a razão de ser.
“Oh! Em verdade vos digo, cessai,
cessai de pôr em paralelo, na sua eternidade, o Bem, essência do Criador, com o
Mal, essência da criatura. Fora criar uma penalidade injustificável. Afirmai, ao contrário,
o abrandamento gradual dos castigos e das penas pelas
transgressões e consagrareis a unidade divina, tendo unidos o sentimento e a
razão.”
Comunicação de
Paulo, Apóstolo dada na questão 1009 de «O LIVRO DOS ESPÍRITOS», (Allan Kardec)
O Ancião Dos Dias (1794) de William Blake – Deus criando o mundo com um compasso.