sexta-feira, 29 de junho de 2012

Estudos sobre Obsessão por Fascinação III



Fascinação
Pode acontecer que a fascinação exercida pelo mau Espírito seja de tal ordem que o subjugado não a perceba? Sendo assim, poderá uma terceira pessoa fazer que cesse a sujeição da outra? E, nesse caso, qual deve ser a condição dessa terceira pessoa?
– Sendo ele um homem de bem, a sua vontade poderá ter eficácia, desde que apele para o concurso dos bons Espíritos, porque, pquanto mais digna for a pessoa, tanto maior poder terá sobre os Espíritos imperfeitos, para afastá-los, e sobre os bons, para os atrair. Todavia, nada poderá se o que estiver subjugado não lhe prestar o seu concurso. Há pessoas a quem agrada uma dependência que lhes lisonjeia os gostos e os desejos. Qualquer, porém, que seja o caso, aquele que não tiver puro o coração nenhuma influência exercerá. Os bons Espíritos não lhe atendem ao chamado e os maus não o temem. (L.E. 476)
Que se há de pensar dessas pessoas que se ligam a certos indivíduos para levá-los à perdição, ou para guiá-los pelo bom caminho?
– Efetivamente, certas pessoas exercem sobre outras uma espécie de fascinação que parece irresistível. Quando isso se dá no sentido do mal, são maus Espíritos, de que outros Espíritos também maus se servem para subjugá-las. Deus permite que tal coisa ocorra para vos experimentar. (L.E. 515)
A fascinação tem consequências muito mais graves (tão grave como a subjugação). É uma ilusão produzida pela ação direta do Espírito sobre o pensamento do médium e que, de certa maneira, lhe paralisa o raciocínio, relativamente às comunicações. O médium fascinado não acredita que o estejam enganando. O Espírito tem a arte de lhe inspirar confiança cega, que o impede de ver o embuste e de compreender o absurdo do que escreve, ainda quando este absurdo salte aos olhos de toda gente. A ilusão pode mesmo ir até ao ponto de o fazer achar sublime a linguagem mais ridícula. Fora erro acreditar que a este gênero de obsessão só estão sujeitas as pessoas simples, ignorantes e baldas de senso. Dela não se acham isentos nem os homens de mais espírito, os mais instruídos e os mais inteligentes sob outros aspectos, o que prova que tal aberração é efeito de uma causa estranha, cuja influência eles sofrem.
Graças à ilusão que da fascinação decorre, o Espírito conduz o indivíduo de quem ele chegou a apoderar-se, como faria com um cego, e pode levá-lo a aceitar as doutrinas mais estranhas, as teorias mais falsas, como se fossem a única expressão da verdade. Ainda mais, pode levá-lo a situações ridículas, comprometedoras e até perigosas. (L.E. 239)
Constituem um dos grandes tropeços da mediunidade, a obsessão e a fascinação. Eles, pois, podem (os médiuns) iludir-se de muito boa fé, com relação ao mérito do que alcançam e facilmente se concebe que os Espíritos enganadores têm o caminho aberto, quando apenas lidam com um cego. Por essa razão é que afastam o seu médium de toda a fiscalização; que chegam mesmo, se for preciso, a fazê-lo tomar aversão a quem quer que o possa esclarecer. Graças ao insulamento e à fascinação, conseguem sem dificuldades levá-lo a aceitar tudo o que eles queiram.

Aí se encontra não somente um tropeço, mas um verdadeiro perigo. O único meio, para o médium, de escapar-lhe é a análise praticada por pessoas desinteressadas e benevolentes que, apreciando com sangue frio e imparcialidade as comunicações, lhes abram os olhos e o façam perceber o que, por si mesmo, ele não possa ver. (L.M. 329)