terça-feira, 21 de agosto de 2012

Visão Espírita das Distonias Mentais - Introdução


Jorge Andréa dos Santos (SalvadorBahia10 de agosto de 1916) é um psiquiatra brasileiro. Oficial aposentado da FAB - Força Aérea Brasileira, foi também profícuo escritor e conferencista espírita, e é Presidente de Honra do ICEB - Instituto de Cultura Espírita do Brasil, é uma das mais importantes figuras do Movimento Espírita no país.

Não existe caminho fácil; não existe fim no que buscamos. À medida que alcançamos metas, sempre surgem novos eventos. Nas estruturas do Espírito o homem se mostra infinito. (Jorge Andrea)


(Fazendo outra leitura e estudo do livro "Visão Espírita das Distonias Mentais" do Sr. Jorge Andrea, destacamos a Introdução como leitura obrigatório, uma vez que o autor com uma clareza impressionante, nos faz caminhar e refletir sobre a grandeza da Doutrina Espírita. Vale a pena ler e reler e comentar - boa leitura)

Introdução:

Nossa visão ao lado de outros sentidos, muito pouco arrecada do meio em que vivemos, e não pode representar a medida das coisas, embora estejamos avançados no mecanismo evolutivo.
O processo evolutivo, que em última análise será ascensão de psiquismo, atinge a todo ser vivo, basicamente em suas estruturas espirituais. Com isso os espíritos quer encarnados ou desencarnados, variam em seus conhecimentos de acordo com o grau evolutivo em que se encontram. Asseverou Kardec com precisão: “Essa diversidade na qualidade dos espíritos é um dos pontos mais importantes a considerar, pois ele explica a natureza boa ou má das comunicações recebidas; e é em distingui-las que devemos empregar o nosso cuidado.
A soma imensa dos fatos corretos atados ao intercâmbio mediúnico nos fala de um modo inconcusso e cabal da imortalidade.

Fatos que tais, jamais devem ser encarados como sobrenaturais; são fatos naturais que obedecem ás apropriadas leis das relações do mundo visível com o mundo chamado invisível. Em tempos outros foram considerados sobrenaturais, pela ignorância e pelo fanatismo.

O Espiritismo, possuindo angulação científica, procura estudar e entender o conteúdo de relacionamento entre as dimensões físicas e espirituais, que são de todos os tempos da história da humanidade.
São estudos do mais profundo interesse científico, de benéficos resultados no alargamento dos horizontes da psique humana, possuindo métodos com específicas adequações.

O espiritismo não se detém em exclusiva angulação científica. Quando formula, conceitua e interpreta os aspectos do fenômeno, mostra o seu valor filosófico em outros parâmetros.

Um terceiro aspecto do espiritismo se revela na ética religiosa, quando aproveita os efeitos científicos e filosóficos sobre a imortalidade, reencarnação, intercomunicação espiritual e outros fatos, de modo a propiciar um íntimo estado de religiosidade, estruturado dentro de uma verdade patente – a fé em ação. Assim, o espiritismo, sem ser uma religião constituída, sem dogmas, liturgias e objetivações da divindade, possibilita o raciocínio desse conjunto de valores psicológicos alicerçados em leis inteligentes. Com isso avançam as relações humanas para com a divindade, fazendo integração em parâmetro moral, onde o sentido religioso será sua efetiva expressão.

Todo esse bloco de idéias espiritistas desemboca no estuário da imortalidade, cujo sustentáculo se encontra no mecanismo evolutivo. Para que o processo de imortalidade se afirme, haverá necessidades de períodos de renovação, a fim de existir perpetuidade no influxo da vida. As renovações se dariam sem modificações da essência do processo, com aquisições e as constantes ampliações que as experiências através da eras podem
propiciar. As renovações se expressarão diante da lógica dos fatos, perante as etapas de morte e renascimento na matéria, isto é diante do processo reencarnatório e desencarnatório.

Em face de tal procedimento, a essência espiritual continuará sempre a mesma, embora crescendo em aquisição, mediante o rosário reencarnatório. Lógico que no processo reencarnatório estaria a ‘chave mestra’ explicativa do infinito impulso da vida.

Reencarnação que se passará em todos os níveis, adaptada às diversas categorias fenomênicas; em cada grau da vida existirá o seu próprio tipo de renovação. Onde se manifeste a vida, aí existirá a imortalidade, o campo energético imortal afirmando-se diante do processo renovatório da reencarnação.

Alhures assim nos expressamos: A idéia palingenética (reencarnatória), que atravessou a humanidade com todos os matizes das respectivas épocas, nos dias de hoje desloca-se francamente da filosofia em busca dos capítulos da biologia.

Acreditamos mesmo que esse será o caminho, pela necessidade lógica de explicar hoje muitos fenômenos da vida. É claro que essas idéias se assentaram nas judiciosas pesquisas e experimentos de Crookes, Mayer, Hodgson, Geley, Schrenck-Notzing, Delanne, Flammarion, Osty, Bozzano e muitos outros. Vilela, em seu livro
“Destino humano”, disse que: “(...) a doutrina palingenética tem um poder de síntese tão maravilhoso que equilibra o sentimento e a razão numa harmonia superior. Ela impõe-se ao nosso espírito com a lucidez imperiosa de um axioma e a intuição profunda – visão divina – que o pensamento não sabe modelar, nem as palavras podem traduzir. Essa demonstração encontra-se em cada um dentro de si. A palingenese pela lógica que encerra é de grande aceitação na atualidade, quando a compreensão humana atinge horizontes mais amplos. Uma idéia que suporta milênios, e fazendo parte dascivilizações mais antigas da Terra, e penetrando na intelectualidade da elite, tem que possuir em seu estofo, sem sua essência, poderosos alicerces com algo interessante e real. Isto seria racional, tão pleno de lógica, praticamente respondendo por uma prova no campo filosófico.

A reencarnação é assunto tão antigo que as várias civilizações reconheciam-na como verdade, não só nos setores da religião, mas também na filosofia. Nos papiros egípcios as vidas sucessivas representava assunto costumeiro. Nos Upanishads e Bhagavad-Gitâ são alicerces do pensamento. Heródoto, em suas descrições, tratava o assunto com familiaridade. Os Essênios, os Chineses, Japoneses, os Escadinavos e os Germanos, desde que se organizaram como povo tinham a reencarnação como natural e lógica. Na Kabala e no talmude, a idéia palingenética é baseada em seus conceitos religiosos. No próprio alcorão e no evangelho a reencarnação é assunto fartamente divulgado e perfeitamente compreensível. No evangelho de João existe expressiva passagem (3:3) da visita de Jesus a Nicodemos “Não pode ver o reino de Deus, senão aquele que nascer de novo.” Mais adiante (3:7): “Não te maravilhes por eu te dizer, importa-vos nascer outra vez.”

Os filósofos gregos de maior envergadura, inclusive a escola pitagórica, tinha a reencarnação como verdade e conceito definido, única capaz de elevar as razões filosóficas do destino do homem. Em Ovídio e Cícero o fenômeno reencarnatório é ventilado com naturalidade e razão pura.
Os filósofos mais recentes como Hume, Leibnitz, Schelling, Schopenhauer, escritores como Goethe, e todos os pensadores que no século passado construíram as bases do espiritualismo, com trabalhos de honesta comprovação, apóiam a palingenese, não só como fenômeno aceitável, mas, principalmente, como necessidade lógica.

O fenômeno reencarnatório oferece condições que traduzem a evolução como infinita, sem privilégios, de conquista lenta e harmoniosa, sendo a dádiva de todos pelas aquisições adquiridas através do s tempos. A palingenese é o único processo que assegura o porquê da imortalidade da alma, a razão da pluralidade das existências e dos mundos com suas imensas formas e moldes evolutivos. Com isso em nosso planeta alcança todos os reinos da natureza com as nuanças que lhe são próprias. Do mineral ao animal, a palingenese é a palavra unificante e de ordem, única capaz de explicar a razão de ser da vida em seus multifaces aspectos.

Somente a reencarnação poderia explicar o desequilíbrio e as divergências das condições dos nascimentos, com todas as seqüências dos fatos sociais que se impõe. Todo ser será justificado em face das suas próprias obras. As experiências, realizações, emoções positivas e negativas, faltas, tudo, enfim repercutirá no próprio EU. O resultado estará ligado à conduta de cada um, e, para que a evolução se positive, só o trabalho e o esforço tem sentido e significado real. Não importa como uma bandeira religiosa possa oferecer salvação; esta representa exclusivamente a aquisição de cada um nas realizações e cumprimentos de deveres. O aspecto externo, o que se aparenta, o que se diz e afirma, nada representa em face do que se faz e do que se constrói e cria.

As desigualdades dos seres só poderá ser explicada como escala evolutiva, e todos, sem privilégios nem exceções, passarão pelos mesmos roteiros e oportunidades, não importando a época, porquanto a eternidade não poderá ser medida nem avaliada com a nossa mente finita; só haverá sentido nas obras criadas e realizadas.

Quem nada fez, ou trabalhou com potências negativas, continuará rastejando, aguardando as realizações e suplantações de todas as condições do plano onde se encontra. A evolução de cada ser, em busca de um ideal só poderá existir com a divergência de degraus evolutivos – os que ensinam e administram encontram-se ao lado dos que aprendem; estes, por sua vez, serão os orientadores do porvir.

Fator de discussão e muita incompreensão e o esquecimento das vidas passadas.  O esquecimento pregresso do encarnado, este bem maior da vida, seria um véu equilibrante, evitando as naturais desarmonias se participássemos das outras vivências passadas; nossa atual cerebração não suportaria tamanha carga de emoções, impediriam novas construções psicológicas. Isto porque no estágio evolutivo inferior em que nos encontramos ainda, este proceder é praticamente um bem, uma proteção, pela nossa capacidade de avaliação dos horizontes e alcances da vida. Todas as atividades têm conseqüências, e os esquecimentos temporários determinados pelas vivências nas personalidades, longe de serem interpretados como fator negativo, reforçam e sustentam a moral  palingenética.

Vêm corroborar, no caráter moral da questão, as divergências das aptidões humanas, onde anotamos casos de gênios precoces, cuja única explicação seria a continuação de condições adquiridas em etapas anteriores, jamais como resultado direto da herança cromossômica. Se a herança fosse exclusivamente resultado do jogocromossomial paterno e materno, os gênios, os grandes dotados de aptidões, seriam aqueles que apresentariam um sentido prolífico maior. No caso a natureza possuiria o esquema de suas defesas, os mecanismos para que a evolução se afirmasse, cada vez mais, protegendo o que fosse melhor.

Assim, os inteligentes, os artistas, os mais capacitados seriam os vanguardeiros da procriação, o que realmente não acontece. Os mais prolíficos são os menos dotados. Isso seria contrário ao sapiente e conhecido poder de aproveitamento da evolução.
Ainda nessas mesmas idéias, os jovens são os que possuem melhores condições procriativas em comparação com os mais velhos. Entretanto os mais velhos apresentam melhores aptidões.
Até mesmo em dose superlativa em comparação com os jovens. A evolução terá que se valer e aproveitar de outros mecanismos, outros caminhos seguros, a fim de conservar seus valores; a chave explicativa estaria na reencarnação, onde não haverá perda, por menor que seja no processamento da herança.

Mozart aos 4 anos, executa sonatas e aos 11 torna-se compositor.
Miguel Ângelo, aos 8 anos, foi dado como completo na arte da pintura pelo seu mestre. Pascoal, aos 13 anos, já era conhecido matemático e geômetra. Victor Hugo revelou-se literalmente, aos 13 anos. Liszt, menino ainda, já era conhecido como grande interprete de música; aos 14 anos já havia produzido uma pequena ópera. Hernógenes aos 15 anos ensina retórica a Marco Aurélio.
Leibnitz, aos 8 anos conhecia latim sem mestre, e os aos 12 grego.
Gauss resolvia, aos 3 anos alguns problemas de matemática, Giotto, criança ainda traçava esboços pleno arte e beleza, e Rembrandt era pintor antes de aprender a ler. Aos 10 anos, Pic de  la Mirandola era respeitados pelos conhecimentos que possuía do latim, grego, hebraico e árabe; Trombetti, que conhecia perto de 300 linguas entre dialetos e idiomas, aos 12 manuseava com facilidade o alemão,francês, latim, grego e hebraico. Van de Kefkhore, falecido aos 11 anos deixou 350 quadros dignos de apreciação artista. O talento musical de Beethoven fora reconhecido aos 10 anos. Pepito de Ariola, aos 4 anos, tocava áreas com maestria e foi objeto de estudo pelo professor Richet.

A prova científica e o marco que não podemos prescindir jamais, porque a reencarnação explica todas as dúvidas biológicas e, mais do que isto, amplia os conceitos e dá um sentido harmonioso às questões científicas. Dizia Geley que a palingenese é provavelmente um fenômeno verdadeiro:

1) Está de acordo com todos os nossos conhecimentos científicos atuais e sem contradizer nenhum deles;
2) Dá a chave de uma variedade imensa de enigmas psicológicos
3) Está apoiada em demonstração positiva.

Se colocarmos o fenômeno palingenético no mecanismo evolutivo, a vida passa a nos dar um sentido de grandeza e finalidade. A aquisição do espírito humano deve representar a elaboração de milhões de milênios em experiências variadas e desconhecidas, não ficando fora do quadro as vivências nos minerais, vegetais e animais. “O homem e seu cérebro atual não representam o remate da evolução, mas um estado intermediário entre o passado, carregando recordações animais, e o futuro, rico de promessas mais altas. Tal é o destino humano (Leconte de Nuy.).

A prova científico-experimental da Reencarnação, a de maior importância, teria um duplo aspecto, O primeiro ligado à fenomenologia mediúnica com todas as suas nuanças, cujos relatos e estudos os psicologistas e biologistas não tem o direito de desconhecer. Hoje os fatos mediúnicos estão sendo revisados e mais bem adaptados aos conhecimentos hodiernos em virtude, principalmente, da queda que os audaciosos postulado materialistas tem sofrido com a apresentação da matéria como energia concentrada. Os fatos e manifestações mediúnicas estão fartamente registrados na história dos povos que constituíram as civilizações Em nossa época da história contemporânea, Allan Kardec, o sistematizador em cuidadosos estudos oferece á humanidade o significado integral da mediunidade. William James pai da pragmática concita os investigadores à verificação de fatos e relatos dignos de fé. O professor Ochorowicz, da universidade de Lamberg, valioso auxílio da hipnose, no campo ainda pouco explorada das regressões de memória, porém consolidada e detalhadas experiências de vários pesquisadores.
A regressão de memória, utilizada com valor científico pela hipnose, foi conseqüência das observações de pacientes que reviviam espontaneamente, cenas e quadros pretéritos devidamente comprovados, fenômeno este denominado por Pitres de ecmnésia.

Com esse acervo de fatos, nasce a pesquisa da regressão de memória, atingindo etapas palingenéticas pretéritas, com auxílio da hipnose, cabendo como citação primeira as experiências de Fernando Colavida, em 1887. Flournoy, professor de psicologia em genebra, deu interessantes contribuições aos estudos em apreço, Charles Lancelin, Cornillier, e Léon Denis, comprovaram os fatos e ampliaram as pesquisas a respeito. Pierre Janet estuda a fenomenologia e refere fatos de interesse, embora combatendo-os.

Albert de Rochas, fazendo experiências sobre as exteriorizações da motricidade e da sensibilidade, penetrou o terreno das regressões de memória, onde catalogou, de 1892 a 1910, 19 casos.
O problema da regressão de memória, perfeitamente comprovado, não está indene de dificuldades nem erros de interpretação, onde certos e determinados pacientes, possuidores de qualidades mediúnicas, podem absorver pensamentos de outras pessoas presentes, ou ressuscitar cenas e quadros, se condições de psicometria forem evidentes. Gabriel Delanne, com apuro científico, retrata bem as dificuldades nesse setor: “Somos obrigados nessas pesquisas, a estar em guarda, em primeiro lugar a uma simulação sempre possível se temos que lidar com indivíduos profissionais; em segundo lugar mesmo com sonâmbulos perfeitamente honestos, convém desconfiar da sua imaginação, que corre muitas vezes livremente, forjando histórias mais ou menos verídicas, a que o professor Flournoy chamou de romances subliminais. Essa espécie de personificação de indivíduos imaginários foi freqüentemente produzida, entre outros, pelo professor Richet, que a designou com o nome de objetivação de tipos.
Apesar disso, não podemos deixar de reconhecer o valor científico e experimental de casos que traduzem perfeitamente essas idéias.

Nesse grupo podemos incluir os experimentos de Flournoy com a médium Helena Smith, que forneceu provas inconcussas da reencarnação; trabalhos de Russel Davis, o caso de Laura Raynaud relatado pelo Dr. Gaston Durville, de Katherine bates e da senhora Spapleton, citados, ao lado de muitos outros, por Léon Denis.

Autores modernos estão fazendo renascer o método com bons critérios psicológicos. Neterton, nos Estados Unidos possui um bom cabedal neste sentido. No Brasil, muitos psicólogos e médicos estão trabalhando com o processo regressivo, e já com expressivos resultados no campo terapêutico, porquanto o processo propicia uma verdadeira catarse. Salientamos em São Paulo, os trabalhos da Dra Maria Júlia Peres, e, na Bahia, as pesquisas cuidadosas da doutora Ruth Brasil Mesquita.

Pelo visto, o processo reencarnatório encontra amparo em muitos alicerces: O científico, filosófico e ético.
Nas oscilações do processo de renovação, isto é, no dinamismo reencarnatório e desencarnatório estaria a grande lei reguladora e equilibradora da vida – a lei de ação-reação. A vida necessita de lastros, de experiências de aquisições que os fatores do meio podem oferecer. Absorvemos experiência de toda ordem, de acordo com a sintonia que manifestamos positivas ou negativas. Assim a zona ou campo espiritual poderá estar envolvidos nas malhas de fatos gratificantes e construtivos, ou de fatos reconhecidamente depreciativos. A lei reguladora, lei de ação-reação, será precisa nasonseqüências como resultado do impulso de nossas atitudes.

André Luiz autor do livro “Evolução em dois mundos” apresenta referência digna de nota: (...) enquistações de energias profundas, no imo de nossa alma expressando as chamadas dívidas cármicas por se filiarem a causas infelizes que nos mesmo plasmamos na senda do nosso destino são perfeitamente transferíveis de uma vida para outra, isso porque se nos comprometemos diante da lei divina em qualquer idade de nossa vida responsável, é lógico que venhamos a registrar as nossas obrigações em qualquer tempo, dentro das mesmas circunstâncias nos quais patrocinamos a ofensa em prejuízo dos outros.”

A cada ação, seja de que natureza for, existirá sempre a proporcional reação-resposta com toda a gama de fatores subordinados a ela. Quando as ações estão guindadas no bem, as reações psíquicas se desenvolvem em gratificações no campo das emoções e sensações; se estão relacionadas com a maldade e o desequilíbrio, as respostas estarão sempre em posições coercitivas e quase sempre acompanhadas de dores, quer físicas ou morais. Com muita precisão a Doutrina Espírita nos diz que a sementeira é livre, porém a colheita é obrigatória, não importando o tempo-resposta, se imediato ou tardio.

É dentro dessa lei de equilíbrio que a vida se vai construindo e mostrando nas etapas de renovações (ciclo reencarnatória) as respectivas respostas. As reações-respostas (reações kármicas) sejam de que natureza forem, representarão sempre lastros experienciais e impulsionadores do espírito. Este carregará sempre as ânsias de seus impulsos perenes em se harmonizando com as devidas e precisas leis. Nesse processo de reações kármicas, devemos considerar não propriamente uma posição determinista, porquanto ação e reação estarão sempre atados a processos de consciência (caso dos hominais), onde o uso do livre arbítrio (reduzido nos indivíduos involuídos e ampliado no evoluídos) mostrará graus opcionais variáveis.

No jogo da grande lei cármica o desenvolvimento do bem poderá atenuar as reações-respostas de certos individados pretéritos. O determinismo será preciso no involuído, (ausência de responsabilidade); no mais evoluído, onde o fator responsabilidade é regulador do processo consciencial, haverá as naturais variações de acordo com o grau de conhecimento.