segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Obsessão de forma clara, sem ideia preconcebida.



A Obsessão e Evangelho (1)

Cadeias De, Capturados, Psique, Homem

“A quem  diga  que  o  Espiritismo  cria  obsessões  na  atualidade  do  mundo, respondamos com os próprios Evangelhos”.

Nos versículos 33 a 35, do capitulo 4, no Evangelho de Lucas, assinalamos  o homem que se achava no santuário, possuído por um Espírito infeliz, a gritar para Jesus, tão logo lhe marcou a presença: “que temos nós contigo?” E o Mestre, após repreendê­lo, conseguiu retirá­lo, restaurando o equilíbrio do companheiro que lhe  sofria o assédio.  Temos aí a obsessão direta.

Nos versículos 2 a 13, do capitulo 5, no Evangelho de Marcos, encontramos  o  auxilio  seguro  prestado  pelo  Cristo  ao  pobre  gadareno,  tão  intimamente  manobrado  por  entidades  cruéis,  e  que  mais  se  assemelhava  a  um  animal  feroz,refugiado nos sepulcros.  Temos aí a obsessão, seguida de possessão e vampirismo.

Nos  versículos  32  e  33,  do  capitulo  9,  no Evangelho  de Mateus, lemos  a   a noticia de que o povo trouxe ao Divino Benfeitor um homem  mudo, sob o controle  de  um  Espírito  em  profunda  perturbação,  e,  afastado  o  hóspede  estranho  pela  bondade do Senhor, o enfermo foi imediatamente  reconduzido à fala.  Temos aí a obsessão complexa, atingindo alma e corpo.
Olhos, Psicologia

No versículo 2, do capitulo 13, no Evangelho de João, anotamos a palavra  positiva  do  apóstolo,  asseverando  que  um  Espírito  perverso  havia  colocado  no  sentimento de Judas a ideia de negação do apostolado.  Temos aí a obsessão indireta, em que a vitima padece  influência aviltante,  sem perder a própria responsabilidade.

Nos versículos 5 a 7, do capítulo 8, nos Atos dos Apóstolos, informa-nos  de que Filipe, transmitindo a mensagem do Cristo,  entre os  samaritanos, conseguiu  que muitos coxos e paralíticos se curassem, de pronto,  com o simples afastamento  dos Espíritos inferiores que os molestavam. Temos aí a obsessão coletiva, gerando  moléstias-­fantasmas.


Ao estudarmos O Evangelho Segundo o Espiritismo vamos encontrar mais detalhes sobre a temática Obsessão de forma clara, sem ideia preconcebida.
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Vejamos:

A obsessão é a ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais. Oblitera todas as faculdades mediúnicas; traduz-se, na mediunidade escrevente, pela obstinação de um Espírito em se manifestar, com exclusão de todos os outros.

Os Espíritos maus pululam em torno da Terra, em virtude da inferioridade moral de seus habitantes. A ação malfazeja que eles desenvolvem faz parte dos flagelos com que a Humanidade se vê a braços neste mundo. A obsessão, como as enfermidades e todas as tribulações da vida, deve ser considerada prova ou expiação e como tal aceita.

Do mesmo modo que as doenças resultam das imperfeições físicas, que tornam o corpo acessível às influências perniciosas exteriores, a obsessão é sempre o resultado de uma imperfeição moral, que dá acesso a um Espírito mau. A causas físicas se opõem forças físicas; a uma causa moral, tem-se de opor uma força moral. 

Para preservá-lo das enfermidades, fortifica-se o corpo; para isentá-lo da obsessão, é preciso fortificar a alma, pelo que necessário se torna que o obsidiado trabalhe pela sua própria melhoria, o que as mais das vezes basta para livrá-lo do obsessor, sem recorrer a terceiros. 

O auxílio destes se faz indispensável, quando a obsessão degenera em subjugação e em possessão, porque aí não raro o paciente perde a vontade e o livre-arbítrio.

Quase sempre, a obsessão exprime a vingança que um Espírito tira e que com freqUência se radica nas relações que o obsidiado manteve com ele em precedente existência. (Veja-se: cap. X, nº 6; cap. XII, nos 5 e 6.)

Nos casos de obsessão grave, o obsidiado se acha como que envolvido e impregnado de um fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluidos salutares e os repele. É desse fluido que importa desembaraçá-lo. 

Ora, um fluido mau não pode ser eliminado por outro fluido mau. Mediante ação idêntica à do médium curador nos casos de enfermidade, cumpre se elimine o fluido mau com o auxílio de um fluido melhor, que produz, de certo modo, o efeito de um reativo.

Esta a ação mecânica, mas que não basta; necessário, sobretudo, é que se atue sobre o ser inteligente, ao qual importa se possa falar com autoridade, que só existe onde há superioridade moral. Quanto maior for esta, tanto maior será igualmente a autoridade.

E não é tudo: para garantir-se a libertação, cumpre induzir o Espírito perverso a renunciar aos seus maus desígnios; fazer que nele despontem o arrependimento e o desejo do bem, por meio de instruções habilmente ministradas, em evocações particulares, objetivando a sua educação moral. Pode-se então lograr a dupla satisfação de libertar um encarnado e de converter um Espírito imperfeito.

A tarefa se apresenta mais fácil quando o obsidiado, compreendendo a sua situação, presta o concurso da sua vontade e da sua prece. O mesmo não se dá, quando, seduzido pelo Espírito embusteiro, ele se ilude no tocante às qualidades daquele que o domina e se compraz no erro em que este último o lança, visto que, então, longe de secundar, repele toda assistência. É o caso da fascinação, infinitamente mais rebelde do que a mais violenta subjugação. (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXIII.)

Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso auxiliar de quem haja de atuar sobre o Espírito obsessor.

Observação. – A cura das obsessões graves requer muita paciência, perseverança e devotamento. Exige também tato e habilidade, a fim de encaminhar para o bem Espíritos muitas vezes perversos, endurecidos e astuciosos, porquanto há os rebeldes ao extremo. Na maioria dos casos, temos de nos guiar pelas circunstâncias.

Qualquer que seja, porém, o caráter do Espírito, nada se obtém, é isto um fato incontestável, pelo constrangimento ou pela ameaça. Toda influência reside no ascendente moral. Outra verdade igualmente comprovada pela experiência tanto quanto pela lógica, é a completa ineficácia dos exorcismos, fórmulas, palavras sacramentais, amuletos, talismãs, práticas exteriores, ou quaisquer sinais materiais.

A obsessão muito prolongada pode ocasionar desordens patológicas e reclama, por vezes, tratamento simultâneo ou consecutivo, quer magnético, quer médico, para restabelecer a saúde do organismo. Destruída a causa, resta combater os efeitos. (Veja-se: O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXIII – “Da obsessão”. – Revue Spirite, fevereiro e março de 1864; abril de 1865: exemplos de curas de obsessões.)

Fonte do tratado acima: O Evangelho Segundo o Espiritismo – Coletânea de Preces – item 81 e observações finais.


(1)          - Reunião pública de 9/9/1960 – Livro: Seara dos Médiuns - Questão nº 244 – O Livro dos Médiuns.

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

A boa prática da mediunidade se forma lentamente.


Cabeça, Cérebro, Pensamentos

O Médium

Autor: Léon Denis


A mediunidade apresenta variedades quase infinitas, desde as mais vulgares formas até as mais sublimes manifestações. Nunca é idêntica em dois indivíduos, e se diversifica segundo os caracteres e os temperamentos. Em um grau superior, é como uma centelha do céu a dissipar as humanas tristezas e esclarecer as obscuridades que nos envolvem.


Quanto mais desenvolvidos forem no médium o saber, a inteligência, a moralidade, mais apto se tornará para servir de intermediário às grandes almas do Espaço.



A boa mediunidade se forma lentamente, no estudo calmo, silencioso, recolhido, longe dos prazeres mundanos e do tumulto das paixões, pois, a mediunidade é uma delicada flor que, para desabrochar, necessita de acuradas precauções e assíduos cuidados. Exige o método, a paciência, as altas aspirações, os sentimentos nobres, e, sobretudo, a terna solicitude do bom Espírito que a envolve em seu amor, em seus fluidos vivificantes.



Assim, é deveras importante para o médium obter a proteção de um Espírito bom, adiantado, que o guie, inspire e preserve de qualquer perigo.



Na maior parte das vezes é um parente, um amigo desaparecido que desempenha ao pé dele essas funções. Um pai, uma mãe, uma esposa, um filho, se adquiriram a experiência e o adiantamento necessários, podem nos dirigir no delicado exercício da mediunidade. Mas o seu poder é proporcionado ao grau de elevação a que chegaram.



Dignos de louvor são os médiuns que, por seu desinteresse e fé profunda, têm sabido atrair, como uma espécie de aliados, os Espíritos de escol, e participar de sua missão. Para fazer baixar das excelsas regiões esses Espíritos, para os decidir a mergulhar em nossa espessa atmosfera, é preciso oferecer-lhes aptidão, notável qualidade.



Cabeça, Cérebro, Pensamentos

Seu ardente desejo de trabalhar na regeneração do gênero humano torna, entretanto, essa intervenção muito menos rara do que se poderia imaginar. Centenas de Espíritos superiores pairam acima de nós e dirigem o movimento Espírita, inspirando os médiuns, projetando sobre os homens de ação as vibrações de sua vontade, a fulguração do seu próprio gênio.




É aí que se manifesta a ação benéfica e salutar da prece. Pela prece humilde, breve, fervorosa, a alma se dilata e dá acesso às irradiações do divino foco.A prece, para ser eficaz, não deve ser uma recitação banal, uma fórmula decorada, senão antes uma solicitação do coração, um ato da vontade, que atrai o fluido universal, as vibrações do dinamismo divino. Ou deve ainda a alma projetarse, exteriorizar-se por um vigoroso surto e, consoante o impulso adquirido, entrar em comunicação com os mundos etéreos.



Assim, a prece rasga uma vereda fluídica pela qual sobem as almas humanas e baixam as almas superiores, de tal modo que uma íntima comunhão se estabeleça entre umas e outras, e o espírito do homem seja iluminado e fortalecido pelas centelhas e energias despedidas das celestiais esferas. 



E muitas vezes, o médium é chamado a exercer suas aptidões em círculos impregnados de fluidos impuros, de inarmônicas vibrações, que reagem sobre o seu organismo e lhe produzem desordens e perturbações. Deve perseverar, orar e seguir em frente com fé inabalável! 



Dessa forma, o médium colhe o fruto de seus perseverantes esforços; recebe dos Espíritos elevados à consagração de sua faculdade amadurecida no santuário de sua alma, ao abrigo das sugestões do orgulho. Se guarda em seu coração a pureza de ato e de intenção, virá, com a assistência de seus guias, a se tornar cooperador utilíssimo na obra de regeneração que eles vêm realizando. 



A mediunidade de efeitos físicos é geralmente utilizada por Espíritos de ordem vulgar. Requer continuo e atento exame. É pela mediunidade de efeitos intelectuais – inspiração – que habitualmente nos são transmitidos os ensinos dos Espíritos elevados. Para produzir bons resultados, exige conhecimentos muito extensos. Quanto mais instruído e dotado de qualidade moral é o médium, maiores recursos facilita aos Espíritos.



Guarda Chuva, Guarda Sol, Tela, Proteção
O importante para o médium, dissemos mais acima, é assegurar-se uma proteção eficaz. O auxílio do Alto é sempre proporcionado ao fim que rias propomos, aos esforços que empregamos para o merecer. Somos auxiliados, amparados, conforme a importância das missões que nos incumbem, tendo-se em vista o interesse geral. Essas missões são acompanhadas de provas, de dificuldades inevitáveis, mas sempre reguladas conforme as nossas forças e aptidões.



Desempenhadas com dedicação, com abnegação, as nossas tarefas nos elevam na hierarquia das almas. Negligenciadas, esquecidas, não realizadas, nos fazem retrotrair a escala de progresso. Todas acarretam responsabilidades. Desde o pai de família que incute em seu filho as noções elementares do bem, o preceptor da mocidade, o escritor moralista, até o orador que procura arrebatar as multidões às culminâncias do pensamento, cada um tem sua missão a preencher.



Cores, Coragem, Corajoso, Realizar

Não há mais nobre, mais elevado cargo que ser chamado a propagar, sob a inspiração das potências invisíveis, a verdade pelo mundo, a fazer ouvir aos homens o atenuado eco dos divinos convites, incitando-os à luz e à perfeição. Tal é o papel da alta mediunidade.



Livro: No Invisível