Desconhecemos nosso início, desde a mônada fundamental, e os passos dados por esse princípio inteligente, na esteira dos séculos, até o estágio atual. É trajetória fascinante que um dia haveremos de compreender na sua plenitude.
Sobre o assunto, encanta-nos os sonetos abaixo transcritos, nos quais os poetas, realizando sínteses admiráveis, expressam com beleza e rara felicidade os passos dessa caminhada do Espírito.
---A síntese, em tema complexo e de forma tão abrangente, sobretudo vazada em soneto, é admirável. Partem do princípio ao puro Espírito!
Evolução (1) ADELINO da FONTOURA Chaves
Fui átomo, vibrando entre as forças do Espaço,
Devorando amplidões, em longa e ansiosa espera...
Partícula, pousei... Encarcerado, eu era
Infusório do mar em montões de sargaço.
Por séculos fui planta em movimento escasso,
Sofri no inverno rude e amei na primavera;
Depois, fui animal, e no instinto da fera
Achei a inteligência e avancei passo a passo...
Guardei por muito tempo a expressão dos gorilas,
Pondo mais fé nas mãos e mais luz nas pupilas,
A lutar e chorar para, então, compreendê-las!...
Agora, homem que sou, pelo Foro Divino,
Vivo de corpo em corpo a forjar o destino
Que me leve a transpor o clarão das estrelas!..."
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EVOLUÇÃO (2) Antero de Quental (1842-1891)
Fui rocha, em tempo, e fui, no mundo antigo,
Tronco ou ramo na incógnita floresta...
Onda, espumei, quebrando-me na aresta
Do granito, antiquíssimo inimigo...
Rugi, fera talvez, buscando abrigo
Na caverna que ensombra urze e giesta;
Ou, monstro primitivo, ergui a testa
No limoso paul, glauco pascigo...
Hoje sou homem — e na sombra enorme
Vejo, a meus pés, a escada multiforme,
Que desce, em espirais, na imensidade...
Interrogo o infinito e às vezes choro...
Mas, estendendo as mãos no vácuo, adoro
E aspiro unicamente à liberdade."
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EVOLUÇÃO (2) Antero de Quental (1842-1891)
Fui rocha, em tempo, e fui, no mundo antigo,
Tronco ou ramo na incógnita floresta...
Onda, espumei, quebrando-me na aresta
Do granito, antiquíssimo inimigo...
Rugi, fera talvez, buscando abrigo
Na caverna que ensombra urze e giesta;
Ou, monstro primitivo, ergui a testa
No limoso paul, glauco pascigo...
Hoje sou homem — e na sombra enorme
Vejo, a meus pés, a escada multiforme,
Que desce, em espirais, na imensidade...
Interrogo o infinito e às vezes choro...
Mas, estendendo as mãos no vácuo, adoro
E aspiro unicamente à liberdade."
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"EVOLUÇÃO (3) Rubens C. Romanelli
De muito longe venho, em surtos milenários;
Vivi na luz dos sóis, vaguei por mil esferas
E, preso ao turbilhão dos motos planetários,
Fui lodo e fui cristal, no alvor de priscas eras.
Mil formas animei, nos reinos multifários:
Fui planta no verdor de frescas primaveras
E, após sombrio estágio entre os protozoários,
Galguei novos degraus: fui fera dentre as feras.
Depois que em mim brilhou o facho da razão,
Fui o íncola feroz das tribos primitivas
E como tal vivi, por vidas sucessivas.
E sempre na espiral da eterna evolução,
Um dia eu transporei os círculos do mal
E brilharei na luz da Essência Universal."
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ADELINO da FONTOURA Chaves nasceu em Axixá, Maranhão, em 30.03.1855 e desencarnou em Lisboa, Portugal, em 02.05.1884.
De muito longe venho, em surtos milenários;
Vivi na luz dos sóis, vaguei por mil esferas
E, preso ao turbilhão dos motos planetários,
Fui lodo e fui cristal, no alvor de priscas eras.
Mil formas animei, nos reinos multifários:
Fui planta no verdor de frescas primaveras
E, após sombrio estágio entre os protozoários,
Galguei novos degraus: fui fera dentre as feras.
Depois que em mim brilhou o facho da razão,
Fui o íncola feroz das tribos primitivas
E como tal vivi, por vidas sucessivas.
E sempre na espiral da eterna evolução,
Um dia eu transporei os círculos do mal
E brilharei na luz da Essência Universal."
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ADELINO da FONTOURA Chaves nasceu em Axixá, Maranhão, em 30.03.1855 e desencarnou em Lisboa, Portugal, em 02.05.1884.
Foi, portanto, contemporâneo do poeta português, ANTERO Tarquínio de QUENTAL, que viveu de 1842 a 1891; contudo, o soneto de sua lavra foi psicografado neste século, pelo médium Francisco C. Xavier, e publicado em 1962.
Teria o Espírito conhecimento dos textos do vate lusitano e do Professor Romanelli? E este último conheceu os outros dois sonetos?
Quanto ao Professor Rubens Romanelli, a segunda edição de "O Primado do Espírito" não oferece seus dados biográficos. Indica apenas datas de publicações de livros e discursos de sua autoria, no período que vai de 1940 a 1960, em Belo Horizonte, MG.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. XAVIER, Francisco C. Antologia dos Imortais. 2 ed. Rio de Janeiro: FEB, 1983. 345p. p. 33/4;
2. MESQUITA, Ary (org.). O Livro de Ouro da Poesia Universal. Rio de Janeiro: Ediouro, 1988. 533p. p. 490;
3. ROMANELLI, Rubens C. O Primado do Espírito. 2 ed. Belo Horizonte - 1960
Nota: O livro "O Primado do Espírito" foi reeditado pela "Publicações Lachâtre".
http://compreendereevoluir.blogspot.com/
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. XAVIER, Francisco C. Antologia dos Imortais. 2 ed. Rio de Janeiro: FEB, 1983. 345p. p. 33/4;
2. MESQUITA, Ary (org.). O Livro de Ouro da Poesia Universal. Rio de Janeiro: Ediouro, 1988. 533p. p. 490;
3. ROMANELLI, Rubens C. O Primado do Espírito. 2 ed. Belo Horizonte - 1960
Nota: O livro "O Primado do Espírito" foi reeditado pela "Publicações Lachâtre".
http://compreendereevoluir.blogspot.com/
Um comentário:
Thanks :)
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