A Gênese – “Os tempos são chegados”:
Nº 14: A vida espiritual é a vida normal e eterna do Espírito, e a encarnação não é senão uma forma temporária de sua existên-cia. Exceto pela vestimenta exterior, há, pois, identidade entre os encarnados e os desencarnados; são as mesmas individualidades sob dois aspectos diferentes, pertencendo tanto ao mundo visível, quanto ao mundo invisível, se reencontrando seja num, seja no outro, convergindo num e no outro ao mesmo propósito, pelos meios apropriados à sua situação. Desta lei decorre aquela da perpetuidade da relação entre os seres; a morte não os separa e não dá término às suas relações simpáticas nem aos seus deveres recíprocos. Daí a SOLIDARIEDADE do todos por um, e de um por todos, daí também a FRATERNIDADE. Os homens não viverão felizes sobre a Terra senão quando esses dois sentimentos tiverem entrado em seus corações e nos seus costumes, porque então o conformarão a suas leis e suas instituições. Isto será um dos principais resultados da transformação que se opera.
Nº 14: A vida espiritual é a vida normal e eterna do Espírito, e a encarnação não é senão uma forma temporária de sua existên-cia. Exceto pela vestimenta exterior, há, pois, identidade entre os encarnados e os desencarnados; são as mesmas individualidades sob dois aspectos diferentes, pertencendo tanto ao mundo visível, quanto ao mundo invisível, se reencontrando seja num, seja no outro, convergindo num e no outro ao mesmo propósito, pelos meios apropriados à sua situação. Desta lei decorre aquela da perpetuidade da relação entre os seres; a morte não os separa e não dá término às suas relações simpáticas nem aos seus deveres recíprocos. Daí a SOLIDARIEDADE do todos por um, e de um por todos, daí também a FRATERNIDADE. Os homens não viverão felizes sobre a Terra senão quando esses dois sentimentos tiverem entrado em seus corações e nos seus costumes, porque então o conformarão a suas leis e suas instituições. Isto será um dos principais resultados da transformação que se opera.
Mas como conciliar os deveres de solidariedade e da fraternidade com a crença de que a morte tornaria todos os homens estranhos uns aos outros? Pela lei da perpetuidade das relações que une todos os seres, o Espiritismo funda este duplo princípio sobre as próprias leis da natureza. Ele fez disso não só um dever mas uma necessidade. Por aquela da pluralidade das existências, o homem se relaciona a tudo que fez e a tudo que fará, aos homens do passado e aos homens do porvir; não pode mais dizer que não tem nada em comum com aqueles que morreram, uma vez que uns e outros se reencontram sem cessar, neste mundo e no outro, para ascenderem juntos a escada do progresso e se prestarem um apoio mútuo. A fraternidade não é mais circunscrita a alguns indivíduos que o acaso reúne durante a duração efêmera da vida; ela é perpétua como a vida do Espírito, universal como a humanidade, que constitui uma grande família em que todos os membros são solidários uns aos outros, qual-quer que seja a época na qual morreram.
Tais são as idéias que ressaltam do Espiritismo, e que ele suscitará entre todos os homens quando estiver universalmente disseminado, compreendido, ensinado e praticado. Com o Espiritismo, a fraternidade, sinônima da caridade pregada pelo Cristo, não é mais uma palavra vã; ela tem sua razão de ser. Do sentimento da fraternidade nasce aquele da reciprocidade e dos deveres sociais, de homem a homem, de pessoa a pessoa, de raça a raça; estes dois sentimentos bem compreendidos forçosamente farão as instituições mais proveitosas ao bem estar de todos.”
Nº 15: A fraternidade deve ser a pedra angular da nova ordem social; mas, não há fraternidade real, sólida, efetiva, se não estiver assentada sobre uma base inabalável; essa base é a fé, não a fé em tais ou tais dogmas particulares, que mudam com os tempos e os povos e que se apedrejam mutuamente, porque, em se anatematizando, alimentam o antagonismo; mas a fé nos princípios fundamentais que todo o mundo pode aceitar: Deus, a alma, o porvir, O PROGRESSO INDIVIDUAL, INDEFINIDO, A PERPETUIDADE DAS RELAÇÕES ENTRE OS SERES. Quando todos os homens estiverem convencidos de que Deus é o mesmo para todos, de que esse Deus, soberanamente justo e bom, não pode querer nada de injusto, que o mal vem dos homens e não dele, se considerarão como os filhos do mesmo Pai e se estenderão as mãos. Essa a fé que o Espiritismo dá, e que será daqui por diante o eixo em torno do qual girará o gênero humano, quaisquer que sejam seus modos de adoração e suas crenças particulares, que o Espiritismo respeita, mas de que não se ocupa. Somente desta fé pode sair o verdadeiro progresso moral, porque somente ela oferece uma sanção lógica aos direitos legítimos e aos deveres; sem ela, o direito é determinado pela força; o dever, um código humano imposto pela pressão. Sem ela que é o homem? Um pouco de matéria que se dissolve, um ser efêmero que só passa; mesmo o gênio não é mais que uma chama que brilha um instante para se extinguir para sempre; não há, certamente, motivo para valorizá-lo a seus próprios olhos.
Com tal pensamento, onde estão realmente os direitos e os deveres? Qual é o objetivo do progresso? Somente essa fé fez o homem sentir sua dignidade pela perpetuidade da progressão de seu ser, não em um porvir mesquinho e circunscrito à persona-lidade, mas grandioso e esplêndido: esse pensamento o eleva acima da Terra; ele se sente crescer sonhando que possui sua parte no universo; que esse universo é seu domínio que ele poderá percorrer um dia, e que a morte não fará dele uma nulidade, ou um ser inútil a si mesmo e aos outros.
O progresso intelectual, realizado até este dia nas mais largas proporções, é um grande passo, e marca uma primeira fase da Humanidade; mas sozinho é impotente para regenerá-la; enquanto o homem estiver dominado pelo orgulho e o egoísmo, utilizará sua inteligência e seus conhecimentos para proveito de suas paixões e de seus interesses pessoais; por isso que os aplica no aperfeiçoamento de meios de prejudicar os outros e de se destruir entre si.
SOMENTE O PROGRESSO MORAL PODE ASSEGURAR AOS HOMENS A FELICIDADE NA TERRA, COLOCANDO UM FREIO ÀS PAIXÕES MÁS; SOMENTE ELE PODE FAZER REINAR ENTRE OS HOMENS A CONCÓRDIA, A PAZ, A FRATERNIDADE. É ele que derrubará as barreiras entre os povos, que fará cair os preconceitos de casta e calar os antagonismos de seitas, ensinando os homens a se considerarem irmãos chamados a se auxiliarem mutuamente e não a viver à custa uns dos outros. Será ainda o progresso moral, secundado aqui pelo progresso da inteligência, que reunirá os homens numa mesma crença estabelecida sobre as verdades eternas, não sujeitas a controvérsias e, por isso mesmo, aceita por todos.
A unidade de crença será o laço mais forte, o fundamento mais sólido da fraternidade universal, ferida desde todos os tempos pelos antagonismos religiosos que dividem os povos e as famílias, que fazem ver no próximo inimigos a serem evitados, combatidos, exterminados, em vez de irmãos a serem amados
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