segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Animismo e espiritismo - Animismo e Espiritismo é um livro escrito pelo filósofo russo Alexandre Aksakof


Um pouco sobre: Alexandre Aksakof (Ripievka, 27 de maio de 1832 — São Petersburgo, 4 de janeiro de 1903)) foi um diplomata russo, conselheiro de Alexandre III. Doutorou-se em filosofia e se notabilizou na investigação e na análise dos fenômenos espíritas durante o século XIX.

Foi professor da Academia de Leipzig e fundador, em 1874, da revista Psychische Studien (Estudos Psíquicos), na Alemanha. Em 1891, lançou em Moscou a revista de estudos psíquicos Rebus, a primeira do gênero na Rússia.

Criou adeptos entre cientistas e filósofos de seu tempo, que, através de experiências feitas com médiuns famosos como Daniel Dunglas Home, levou a Rússia a formar a primeira comissão de caráter puramente científico para o estudo dos fenômenos espíritas. Para essa comissão, Aksakof mandou vir da França e da Inglaterra os médiuns que participariam das experiências. Como resultado, por haver fugido das condições pré-estabelecidas, tal comissão chegou a conclusões questionáveis, saindo como relatório conclusivo o livro "Dados para estabelecer um juízo sobre o Espiritismo", onde afirmava a falsidade dos fenômenos observados. Aksakof contestou a comissão com um outro livro intitulado: "Um momento de preocupação científica".

Sustentou longa polêmica e refutou as explicações materialistas do filósofo alemão Von Hartmann, discípulo de Schopenhauer, que atribuía todos os fenômenos espíritas a manifestações do inconsciente ou a charlatanismos.

Efetivou numerosas experiências e observações científicas com o concurso da médium italiana Eusapia Palladino, que serviram de fundamentação para sua obra mais importante: Animismo e Espiritismo assim como, ao estudar a mediunidade da médium inglêsa conhecida como Elizabeth d'Espérance, testemunhou um evento sobre o qual escreveu a obra "Um Caso de Desmaterialização".

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Resumo e motivo da obra:
Prefácio da tradução francesa
Conforme um ajuste feito com o Sr. Alexandre Aksakof, conselheiro de Estado atual de S. M., o imperador da Rússia, assumi a responsabilidade de publicar em francês a sua obra tão conhecida no estrangeiro: Animismus und Spiritismus.
O filósofo bávaro Sr. Carl du Prel me recomendava esta obra como indispensável a qualquer investigador consciencioso; eu era do seu parecer.
Confiei a tradução da obra ao Sr. B. Sandow, nosso colaborador, em razão dos seus conhecimentos lingüísticos; acrescentarei que as provas definitivas foram submetidas à apro-vação do autor.
Deixo ao tradutor a incumbência de apresentar ao público francês algumas considerações sobre Animismo e Espiritismo e sobre as origens deste volume.
O Editor: P.-G. Leymarie
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A obra que apresentamos ao público não foi escrita com o intuito especial de defender a causa espírita, mas, sim, para preservar essa doutrina dos ataques sérios a que no futuro ficaria indubitavelmente exposta, desde que os fatos sobre os quais se baseia sejam admitidos pela Ciência.

A leitura deste livro produzirá certamente impressão profunda no espírito de todos aqueles que se preocupam com o problema da vida e meditam sobre os destinos humanos. Sem dúvida, os espíritas só encontrarão aqui a confirmação, cientificamente formulada, de suas crenças; os incrédulos, quer o sejam de caso pensado, quer repousem apenas no quietismo de um cepticismo indiferente, ao menos serão levados à dúvida, que resume, apesar de tudo, a suprema prudência no homem, quando este não tem, para sancionar as suas convicções, uma certeza absoluta.

A uma pena muito mais autorizada do que a minha caberia apresentar Animismo e Espiritismo aos leitores franceses. Mas nenhuma necessidade deste gênero se impõe, porque o nome do escritor basta para recomendar sua obra e, demais, o seu Prefácio justifica amplamente, perante todos os pensadores, a publicação do livro: expõe de maneira admirável a profissão de fé do autor e faz conhecer claramente o fim que ele se propôs. Nada mais se poderia acrescentar aí.
Meu papel deve, pois, limitar-se a mencionar rapidamente algumas particularidades referentes às origens deste trabalho.

Conforme se pode ver no frontispício do volume, foi este uma resposta à brochura que o bem conhecido filósofo alemão Eduard von Hartmann – continuador de Schopenhauer – publicou em 1885, sobre o Espiritismo.

A primeira edição original (alemã) de Animismus und Spritismus (Leipzig, 1890) provocou da parte do Sr. Von Hartmann uma réplica intitulada “A hipótese dos Espíritos e seus fantasmas” (Berlim, 1891), na qual ele volta, com insistência, aos argumentos de que já se tinha servido. Desta vez foi o sábio Carl du Prel quem se encarregou de continuar, contra esse adversário tão temível, a polêmica que o Sr. Aksakof infelizmente não podia continuar, devido ao seu estado de saúde.

Nem a resposta do Dr. Carl du Prel nem as duas publicações do Sr. Von Hartmann foram até agora traduzidas para o francês; esta lacuna, porém, não diminuirá sensivelmente o interesse que o leitor atento há de encontrar nesta obra, notando-se que o autor nela reproduz “in extenso” os principais argumentos de seu adversário.

Resta-me dar algumas indicações sobre as fontes de que me servi para imprimir a esta tradução uma fidelidade tão escrupulosa quanto possível.
Traduzi do próprio texto alemão as numerosas citações extraídas do livro do Sr. Von Hartmann.
As indicações se referem, pois, naturalmente à edição alemã, porquanto, como já o disse acima, nenhuma tradução francesa existe desse livro. A parte do texto primitivo de Animismo e Espiritismo, escrita em francês pelo autor, permitiu-me fixar na tradução uma terminologia já consagrada pelo próprio autor. No que respeita às alterações feitas na edição russa, que veio à luz em 1893, consultei cuidadosamente essa edição; quanto às citações de origem inglesa, não pude ter à vista todos os textos originais e vi-me assim obrigado, acerca de muitos deles, a limitar-me às traduções alemã e russa, as quais, apresso-me em dizê-lo, nada deixam a desejar.

Tenho necessidade, depois desta documentação, de solicitar a indulgência do leitor?

Conto que os meus esforços serão apreciados com retidão por aqueles que se interessam por estas questões de tão elevada importância.

Concluindo, não posso deixar de exprimir o meu mais vivo reconhecimento ao meu sábio amigo, o Dr. H., pelo precioso concurso que generosamente me prestou. Recorri aos seus conhecimentos para a tradução de diversos trechos de ordem científica e técnica, e posso dizer que sempre recebi dele pareceres tão esclarecidos quanto benevolentes.

Devo, finalmente, agradecer ao Sr. Leymarie haver-me confiado este trabalho tão delicado quanto interessante.
B. Sandow

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