domingo, 19 de dezembro de 2010

Sobre Amigo Ignorado - (Recordações da Mediunidade)


Amigo Ignorado

“Além do anjo guardião (1), que é sempre um Espírito superior, temos Espíritos protetores que, embora menos elevados, não são menos bons e magnânimos. Contamo-los entre amigos, ou parentes, ou, até, entre pessoas que não conhecemos na existência atual. Eles nos assistem com seus conselhos e, não raro, intervindo nos atos da nossa vida.”
(“O Evangelho segundo o Espiritismo”, Allan Kardec, capítulo 28, item 11.)

Nenhum espírita, atento aos deveres do estudo doutrinário e da observação daí conseqüente, desconhece que a sociedade do Além-Túmulo e a sociedade da Terra são uma e a mesma coisa, continuação uma da outra, em fase diferente, apenas com a só dificuldade de ser a primeira invisível e, por vezes, até ignorada pela segunda. Os espíritas, não desconhecemos também o quanto os homens em geral são assistidos e grandemente influenciados pelos habitantes do mundo espiritual, pois possuímos amigos e inimigos, simpatizantes e adversários desencarnados, e que a influência de todos eles em nossa vida cotidiana depende absolutamente de nós mesmos, do estado sadio ou precário da nossa mente, dos atos diários que praticamos.

Tal seja o nosso proceder, mesmo durante a infância — pois também a criança poderá ser bem ou mal assistida espiritualmente — poderemos até impor respeito àqueles desencarnados de ordem medíocre ou inferior e deles fazermos amigos leais e prestativos para todo o sempre, ou também obsessores, pois sabemos que não só os amigos altamente colocados, na Terra como no Espaço, nos poderão valer em horas difíceis. Nutrimos, entretanto, a pretensão de vaidosamente julgar que os nossos amigos espirituais serão somente os instrutores e guardiães de elevada hierarquia, aqueles altamente colocados na Espiritualidade por suas virtudes, méritos e sabedoria.

Desejamos mesmo, para nossos guardadores diários, Espíritos cujos nomes foram venerados na Terra pela Humanidade, e infantilmente acreditamos que esta ou aquela individualidade brilhante do’ mundo dos Espíritos vive às nossas ordens, submissa aos caprichos da nossa curiosidade ou da nossa insensatez, sem querermos atender à necessidade do esforço para o próprio progresso, a fim de conseguirmos aquelas tão desejadas companhias espirituais. Mas a verdade é que possuímos, além dessas, outros amigos devotados que muito e muito nos servem, desenvolvendo atividades de legítima fraternidade cristã em torno das nossas necessidades de pecadores em serviços de resgates através das provações e lutas próprias da evolução, amigos pertencentes aos planos modestos da sociedade espiritual, que, humildemente, amorosamente, discretamente, nos socorrem em horas adversas, sem que, as mais das vezes, os suspeitemos, embora agindo, certamente, sob direção de entidades mais elevadas.

Como as demais pessoas, também possuímos amigos dessa categoria espiritual, e estas páginas serão a homenagem do nosso reconhecimento à dedicação humilde e perseverante com que nos têm eles amado e servido durante toda a nossa vida.

Bezerra de Menezes
Yvonne Pereira
Recordações da Mediunidade

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