domingo, 24 de abril de 2011

Kardec nos fala de três fases do Espiritismo



O Espiritismo surgiu entre nós num momento psicológico de maturidade espiritual; estávamos já preparados para receber ensinamentos claros acerca da vida, de modo que o nosso entendimento assim esclarecido pudesse apoiar, embasado na razão e na lógica, a nossa ação rumo ao crescimento indispensável.

O Espiritismo não é obra de um homem. Ele nada traz de novo, a não ser uma nova ordem das idéias já disseminadas pela Terra, nos mais diversos locais, nas mais diferentes épocas, desde a Antigüidade. Recolhendo e ordenando essas idéias antes esparsas, numa linguagem despida de qualquer alegoria e simbolismo, permite o entendimento claro e profundo da Verdade, conforme a nossa capacidade de assimilação.
Kardec nos lembra a importância da observação e da reflexão constantes. Quando a gente amplia o entendimento, através do estudo e da reflexão, é que a gente percebe que a Verdade esteve ao nosso alcance todo o tempo. Faltava apenas a maturidade para a percepção correta, como no exemplo que ele nos trás do patinho na bacia que fala do Magnetismo, assim como no das mesas girantes que desvelaram a ciência espírita. Sim, ciência espírita, porque o Espiritismo é todo baseado no método positivista da observação metódica, repetida inúmeras vezes, nas mais diversas circunstâncias. E se, para conhecer uma ciência que trata apenas da vida material, precisamos de alguns bons anos de estudo aprofundado, que dirá para a ciência espírita, que é ciência síntese de todas as outras, uma vez que ela abarca os mais diversos assuntos que interessam à nossa vida, inclusive e principalmente no seu aspecto espiritual.
Recomecemos, portanto, a estudar novamente "O Livro dos Espíritos", a nossa base, aprofundando-nos com o auxílio das outras obras básicas, que são desenvolvimentos dos quatro livros que formam "O Livro dos Espíritos"; senão vejamos:
"A Gênese" é um aprofundamento do Livro I - "As Causas Primeiras"; "O Livro dos Médiuns" é o desenvolvimento do Livro II - "Mundo Espírita ou dos Espíritos"; "O Evangelho Segundo o Espiritismo" aprofunda as questões do Livro III - "Leis Morais"; e "O Céu e o Inferno" desenvolve o Livro IV - Penas e Gozos Futuros. Temos, portanto, toda uma base para conhecer e aprofundar. Além disso, podemos contar com os livros complementares da Doutrina, tanto de autores encarnados como de desencarnados, que nos oferecem um enriquecimento enorme em todas as questões tratadas no Pentateuco. E não nos esqueçamos de que podemos, sim, estudar em todas as fontes do conhecimento humano, tanto no campo da Ciência, quanto no da Filosofia e no da Religião.

Estudemos, para que possamos agir com consciência. Sim, porque, todo aquele que se esclarece nessas verdades consoladoras que a Doutrina nos traz, inevitavelmente, como nos diz Kardec, sente a necessidade de se conhecer, de se julgar e de se corrigir. E sentirá, também, com certeza, a necessidade de ir ao encontro do próximo para a vivência do "Amai-vos uns aos outros" a que nos convidou Jesus, vivenciando ou buscando vivenciar sinceramente a fraternidade, o amor, a caridade e a justiça, com a beleza e a profundidade com que elas nos são apresentadas pela Doutrina.

Kardec nos fala de três fases do Espiritismo: a primeira, a da curiosidade, que seria suscitada as mais das vezes pelo aspecto das manifestações; a segunda, a do raciocínio e da filosofia, que toca no significado mais profundo dessas manifestações, trazendo os princípios e a moral que delas decorrem; e a terceira, a da aplicação e conseqüências desses princípios, que permite, mesmo neste mundo, a vivência da felicidade.Em decorrência, apresenta três graus de adeptos, quais sejam:
1 - Os que crêem nas manifestações e se limitam em constatá-las; enfatizam o aspecto da ciência experimental;
2 - Os que lhe compreendem as conseqüências morais, buscando aprofundar o entendimento de seus princípios;
3 - Os que praticam ou se esforçam por praticar essa moral.

Já foi colocado outras vezes que, a gente passa por três fases na Doutrina Espirita: na primeira, a gente entra no Espiritismo, na segunda, o Espiritismo entra na gente, e na terceira, o Espiritismo sai da gente. ou seja, começamos a vivê-lo.

Da mesma forma, aprendemos que O Espiritismo se apresenta sob três aspectos diferentes: o das manifestações, o dos princípios e da filosofia que delas decorrem e o da aplicação desses princípios.
Quanto aos adversários, também podemos classificá-los em três categorias.



1 - A dos que negam sistematicamente tudo o que é novo, ou deles não venha, e que falam sem conhecimento de causa. A esta classe pertencem todos os que não admitem senão o que possa ter o testemunho dos sentidos. Nada viram, nada querem ver e ainda menos aprofundar. Ficariam mesmo aborrecidos se vissem as coisas muito claramente, porque forçoso lhes seria convir em que não têm razão. Para eles, o Espiritismo é uma quimera, uma loucura, uma utopia, não existe: está dito tudo. São os incrédulos de caso pensado. Ao lado desses, podem colocar-se os que não se dignam de dar aos fatos a mínima atenção, sequer por desencargo de consciência, a fim de poderem dizer: Quis ver e nada vi. Não compreendem que seja preciso mais de meia hora para alguém se inteirar de uma ciência.
2 - A dos que, sabendo muito bem o que pensar da realidade dos fatos, os combatem, todavia, por motivos de interesse pessoal. Para estes, o Espiritismo existe, mas lhe receiam as conseqüências. Atacam-no como a um inimigo.


3 - A dos que acham na moral espírita uma censura por demais severa aos seus atos ou às suas tendências. Tomado ao sério, o Espiritismo os embaraçaria; não o rejeitam, nem o aprovam: preferem fechar os olhos.
Os primeiros são movidos pelo orgulho e pela presunção; os segundos, pela ambição; os terceiros, pelo egoísmo. Concebe-se que, nenhuma solidez tendo, essas causas de oposição venham a desaparecer com o tempo, pois em vão procuraríamos uma quarta classe de antagonistas, a dos que em patentes provas contrárias se apoiassem demonstrando estudo laborioso e porfiado da questão. Todos apenas opõem a negação, nenhum aduz demonstração séria e irrefutável.
Concluindo com Kardec:
Fora presumir demais da natureza humana supor que ela possa transformar-se de súbito, por efeito das idéias espíritas. A ação que estas exercem não é certamente idêntica, nem do mesmo grau, em todos os que as professam.
Mas, o resultado dessa ação, qualquer que seja, ainda que extremamente fraco, representa sempre uma melhora. Será, quando menos, o de dar a prova da existência de um mundo extracorpóreo, o que implica a negação das doutrinas materialistas. Isto deriva da só observação dos fatos, porém, para os que compreendem o Espiritismo filosófico e nele vêem outra coisa, que não somente fenômenos mais ou menos curiosos, diversos são os seus efeitos.
• O primeiro e mais geral consiste em desenvolver o sentimento religioso até naquele que, sem ser materialista, olha com absoluta indiferença para as questões espirituais. Daí lhe advém o desprezo pela morte. Não dizemos o desejo de morrer; longe disso, porquanto o espírita defenderá sua vida como qualquer outro, mas uma indiferença que o leva a aceitar, sem queixa, nem pesar, uma morte inevitável, como coisa mais de alegrar do que de temer, pela certeza que tem do estado que se lhe segue.
• O segundo efeito, quase tão geral quanto o primeiro, é a resignação nas vicissitudes da vida. O Espiritismo dá a ver as coisas de tão alto, que, perdendo a vida terrena três quartas partes da sua importância, o homem não se aflige tanto com as tribulações que a acompanham. Daí, mais coragem nas aflições, mais moderação nos desejos. Daí, também, o banimento da idéia de abreviar os dias da existência, por isso que a ciência espírita ensina que, pelo suicídio, sempre se perde o que se queria ganhar. A certeza de um futuro, que temos a faculdade de tornar feliz, a possibilidade de estabelecermos relações com os entes que nos são caros, oferecem ao espírita suprema consolação. O horizonte se lhe dilata ao infinito, graças ao espetáculo, a que assiste incessantemente, da vida de além-túmulo, cujas misteriosas profundezas lhe é facultado sondar.
• O terceiro efeito é o de estimular no homem a indulgência para com os defeitos alheios. Todavia, cumpre dizê-lo, o princípio egoísta e tudo que dele decorre são o que há de mais tenaz no homem e, por conseguinte, de mais difícil de desarraigar. Toda gente faz voluntariamente sacrifícios, contanto que nada custem e de nada privem. Para a maioria dos homens, o dinheiro tem ainda irresistível atrativo e bem poucos compreendem a palavra supérfluo, quando de suas pessoas se trata. Por isso mesmo, a abnegação da personalidade constitui sinal de grandíssimo progresso.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Momentos de Estudos no Caminho da Paz sobre A Obsessão

CONCEITOS
Na conceituação do Codificador: “trata-se do domínio que alguns espíritos podem adquirir sobre certas pessoas. São sempre espíritos inferiores que procuram dominar, pois os bons não exercem nenhum constrangimento. A obsessão apresenta caracteres diversos que é necessário distinguir, e que resultam do grau do constrangimento e da natureza dos efeitos que produzem”. (Allan Kardec – Livro dos Médiuns – Item n.º 237).

Na avaliação de Manuel Philomeno de Miranda: “A obsessão, sob qualquer modalidade que se apresente, é enfermidade de longo curso, exigindo terapia especializada, de segura aplicação e de resultados que não se fazem sentir apressadamente.” (Divaldo Pereira Franco – Nos Bastidores da Obsessão).

CAUSAS
Sob o ponto de vista global, podemos afirmar que as causas da obsessão se alicerçam em nossas imperfeições, quais sejam: vícios, paixões exacerbadas, perversões sexuais, crimes, ganância, apegos excessivos à pessoas e objetos, que nos colocam em estado de sintonia vibratória com os espíritos desencarnados em função da afinidade moral, estando então o Ser sujeito a reajustes e resgates específicos.
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Nas fotos temos momentos de concentração de parte da equipe do Caminho da Paz estudando a Obsessão.
Participantes: Socorro, Agripino, Fábio, Luzia, Luciana 1, Luciana 2, Fabiola, Raimundo, Carol, Giusepe, Laurinha, Zelma, Gilson, Sinval, Darisio e Afonso.









domingo, 17 de abril de 2011

Instruções dos Espíritos a Allan Kardec

PROLEGÔMENOS

Fenômenos alheios às leis da ciência humana se dão por toda parte, revelando na causa que os produz a ação de uma vontade livre e inteligente. A razão diz que um efeito inteligente há de ter como causa uma força inteligente e os fatos hão provado que essa força é capaz de entrar em comunicação com os homens por meio de sinais materiais.

Interrogada acerca da sua natureza, essa força declarou pertencer ao mundo dos seres espirituais que se despojaram do invólucro corporal do homem. Assim é que foi revelada a Doutrina dos Espíritos.

As comunicações entre o mundo espírita e o mundo corpóreo estão na ordem natural das coisas e não constituem fato sobrenatural, tanto que de tais comunicações se acham vestígios entre todos os povos e em todas as épocas. Hoje se generalizaram e tornaram patentes a todos.

Os Espíritos anunciam que chegaram os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal e que, sendo eles os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, têm por missão instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.

Este livro é o repositório de seus ensinos. Foi escrito por ordem e mediante ditado de Espíritos superiores, para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, isenta dos preconceitos do espírito de sistema. Nada contém que não seja a expressão do pensamento deles e que não tenha sido por eles examinado. Só a ordem e a distribuição metódica das matérias, assim como as notas e a forma de algumas partes da redação constituem obra daquele que recebeu a missão de os publicar.

Em o número dos Espíritos que concorreram para a execução desta obra, muitos se contam que viveram, em épocas diversas, na Terra, onde pregaram e praticaram a virtude e a sabedoria. Outros, pelos seus nomes, não pertencem a nenhuma personagem, cuja lembrança a História guarde, mas cuja elevação é atestada pela pureza de seus ensinamentos e pela união em que se acham com os que usam de nomes venerados.

Eis em que termos nos deram, por escrito e por muitos médiuns, a missão de escrever este livro: “Ocupa-te, cheio de zelo e perseverança, do trabalho que empreendeste com o nosso concurso, pois esse trabalho é nosso. Nele pusemos as bases de um novo edifício que se eleva e que um dia há de reunir todos os homens num mesmo sentimento de amor e caridade. Mas, antes de o divulgares, revê-lo-emos juntos, a fim de lhe verificarmos todas as minúcias.

“Estaremos contigo sempre que o pedires, para te ajudarmos nos teus trabalhos, porquanto esta é apenas uma
parte da missão que te está confiada e que já um de nós te revelou.
“Entre os ensinos que te são dados, alguns há que deves guardar para ti somente, até nova ordem. Quando chegar o momento de os publicares, nós to diremos. Enquanto esperas, medita sobre eles, a fim de estares pronto quando te dissermos.

“Porás no cabeçalho do livro a cepa que te desenhamos (1), porque é o emblema do trabalho do Criador. Aí se acham reunidos todos os princípios materiais que melhor podem representar o corpo e o espírito. O corpo é a cepa; o espírito é o licor; a alma ou espírito ligado à matéria é o bago. O homem quintessencia o espírito pelo trabalho e tu sabes que só mediante o trabalho do corpo o Espírito adquire conhecimentos.

“Não te deixes desanimar pela crítica. Encontrarás contraditores encarniçados, sobretudo entre os que têm interesse nos abusos. Encontrá-los-ás mesmo entre os Espíritos, por isso que os que ainda não estão completamente desmaterializados procuram freqüentemente semear a dúvida por malícia ou ignorância. Prossegue sempre. Crê em Deus e caminha com confiança: aqui estaremos para te amparar e vem próximo o tempo em que a Verdade brilhará de todos os lados.

“A vaidade de certos homens, que julgam saber tudo e tudo querem explicar a seu modo, dará nascimento a opiniões dissidentes. Mas, todos os que tiverem em vista o grande princípio de Jesus se confundirão num só sentimento: o do amor do bem e se unirão por um laço fraterno, que prenderá o mundo inteiro. Estes deixarão de lado as miseráveis questões de palavras, para só se ocuparem com o que é essencial. E a doutrina será sempre a mesma, quanto ao fundo, para todos os que receberem comunicações de Espíritos superiores.

“Com a perseverança é que chegarás a colher os frutos de teus trabalhos. O prazer que experimentarás, vendo a doutrina propagar-se e bem compreendida, será uma recompensa, cujo valor integral conhecerás, talvez mais no futuro do que no presente. Não te inquietes, pois, com os espinhos e as pedras que os incrédulos ou os maus acumularão no teu caminho. Conserva a confiança: com ela chegarás ao fim e merecerás ser sempre ajudado.

“Lembra-te de que os Bons Espíritos só dispensam assistência aos que servem a Deus com humildade e desinteresse e que repudiam a todo aquele que busca na senda do Céu um degrau para conquistar as coisas da Terra; que se afastam do orgulhoso e do ambicioso. O orgulho e a ambição serão sempre uma barreira erguida entre o homem e Deus. São um véu lançado sobre as claridades celestes, e Deus não pode servir-se do cego para fazer perceptível a luz.”
São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís, O Espírito de Verdade, Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin, Swedenborg, etc., etc.


1 A cepa que se vê na pág. 68 é o fac-símile da que os Espíritos desenharam.

domingo, 10 de abril de 2011

Resumo das Principais bases da Doutrina Espírita -


Os seres que se manifestam designam-se a si mesmos, como dissemos pelo nome de Espíritos ou Gênios, e dizem, alguns pelo menos, que viveram como homens na Terra.

Constituem o mundo espiritual, como nós constituímos durante a nossa vida, o mundo corporal.

Resumimos em poucas palavras os pontos principais da doutrina que nos transmitiram, a fim de mais facilmente responder a certas objeções:


“Deus é eterno, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom. “Criou o Universo, que compreende todos os seres animados e inanimados, materiais e imateriais.

“Os seres materiais constituem o mundo visível ou corporal e os seres imateriais o mundo invisível ou espírita, ou seja, dos Espíritos.

“O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo.


“O mundo corporal é secundário; pode deixar de existir ou nunca ter existido, sem alterar a essência do mundo espírita.

“Os Espíritos revestem temporariamente um invólucro material perecível e sua destruição pela morte os devolve à liberdade.

“Entre as diferentes espécies de seres corporais, Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos Espíritos que chegaram a um certo grau de desenvolvimento, o que lhes dá superioridade moral e intelectual perante as demais.

“A alma é um Espírito encarnado e o corpo é apenas o seu invólucro.

“Há no homem três coisas: l.”) O corpo ou ser material, semelhante ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2.-) A alma ou ser imaterial, espírito encarnado no corpo; 3.») o liame que une a alma ao corpo, principio intermediário entre a matéria e o Espírito.

“O homem tem, assim, duas naturezas: pelo corpo participa da natureza dos animais, dos quais possui os instintos; pela alma participa da natureza dos Espíritos.

“O liame ou perispirito que une corpo e Espírito é uma espécie de invólucro semimaterial. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro. O Espírito conserva o segundo, que constitui para ele um corpo etéreo, invisível para nós no seu estado normal, mas que ele pode tornar acidentalmente visível e mesmo tangível, como se verifica nos fenômenos de aparição.

“O Espírito não é, portanto, um ser abstraio, indefinido, que só o pensamento pode conceber. É um ser real, definido, que em certos casos pode ser apreciado pelos nossos sentidos da vista, da audição e do tato.

“Os Espíritos pertencem a diferentes classes, não sendo iguais em poder nem inteligência, saber ou moralidade. Os da primeira ordem são os Espíritos Superiores que se distinguem pela perfeição, pêlos conhecimentos e pela proximidade de Deus, a pureza dos sentimentos e o amor do bem: são os anjos ou Espíritos puros. As demais classes se distanciam mais e mais dessa perfeição. Os das classes inferiores são inclinados às nossas paixões: o ódio, a inveja, o ciúme o orgulho etc., e se comprazem no mal. Nesse número há os que não são nem muito bons, nem muito maus; antes perturbadores e intrigantes do que maus; a malícia e a inconseqüência parecem ser as suas características: são os Espíritos estouvados ou levianos.

“Os Espíritos não pertencem eternamente à mesma ordem. Todos melhoram, passando pelos diferentes graus da hierarquia espírita. Esse melhoramento se verifica pela encarnação, que a uns é imposta como uma expiação e a outros como missão. A vida material é uma prova a que devem submeter-se repetidas vezes até atingirem a perfeição absoluta; é uma espécie de peneira ou depurador de que eles saem mais ou menos purificados.

“Deixando o corpo, a alma volta ao mundo dos Espíritos, de que havia saído para reiniciar uma nova experiência material após um lapso de tempo mais ou menos longo durante o qual permanecerá no estado de Espírito errante.

“Devendo o Espírito passar por muitas encarnações, conclui-se que todos nós tivemos muitas existências e que teremos ainda outras mais ou menos aperfeiçoadas, seja na Terra ou em outros mundos.

“A encarnação dos Espíritos ocorre sempre na espécie humana. Seria um erro acreditar que a alma ou espírito pudesse encarnar num corpo de animal.


“As diferentes existências corporais do espírito são sempre progressivas e jamais retrógradas, mas a rapidez do progresso depende dos esforços que fazemos para chegar a perfeição.


“As qualidades da alma são as do Espírito encarnado. Assim, o homem de bem é a encarnação de um bom Espírito e o homem perverso, a de um Espírito impuro.


“A alma tinha a sua individualidade antes da encarnação e a conserva após a separação do corpo.


“No seu regresso ao mundo dos Espíritos, a alma reencontra todos os que conheceu na Terra e todas as suas existências anteriores se delineiam na sua memória, com a recordação de todo o bem e todo o mal que tenha feito.


“O Espírito encarnado está sob influência da matéria. O homem que supera essa influência, pela elevação e purificação de sua alma, aproxima-se dos bons espíritos com os quais estará um dia. Aquele que se deixa dominar pelas más paixões e põe todas as suas alegrias na satisfação dos apetites grosseiros aproxima-se dos Espíritos impuros, dando preferência à natureza animal. Os Espíritos encarnados habitam os diferentes globos do Universo.


“Os Espíritos não-encarnados ou errantes não ocupam nenhuma região determinada ou circunscrita; estão por toda parte, no espaço e ao nosso lado, vendo-nos e acotovelando-nos sem cessar. É toda uma população invisível que se agita em nosso redor.


“Os Espíritos exercem sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico uma ação incessante. Agem sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das forças da Natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos até agora inexplicados ou mal explicados, que não encontram solução racional.


“As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos convidam ao bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação;


os maus nos convidam ao mal: é para eles um prazer ver-nos sucumbir e cair no seu estado. “As comunicações ocultas verificam-se pela influência boa ou má que eles exercem sobre nós sem o sabermos, cabendo ao nosso julgamento discernir as más e boas inspirações. As comunicações ostensivas realizam-se por meio da escrita, da palavra ou de outras manifestações materiais, na maioria das vezes através dos médiuns que lhes servem de instrumentos.

“Os Espíritos se manifestam espontaneamente ou pela evocação. Podemos evocar todos os Espíritos: os que animaram homens obscuros e os dos personagens mais ilustres, qualquer que seja a época em que tenham vivido; os de nossos parentes, de nossos amigos ou inimigos, e deles obter, por comunicações escritas ou verbais, conselhos, informações sobre a situação em que se acham no espaço, seus pensamentos a nosso respeito, assim como as revelações que tenham a permissão de fazer-nos.


“Os Espíritos são atraídos na razão de sua simpatia pela natureza moral do meio que os evoca. Os Espíritos superiores gostam das reuniões sérias em que predominam o amor do bem e o desejo sincero de instrução e de melhoria. Sua presença afasta os Espíritos inferiores, que encontram, ao contrário, livre acesso e podem agir com inteira liberdade entre as pessoas frívolas ou guiadas apenas pela curiosidade, e por toda parte onde encontrem maus instintos. Longe de obtermos bons conselhos e informações úteis desses Espíritos, nada mais devemos esperar do que futilidades, mentiras, brincadeiras de mau gosto ou mistificações, pois freqüentemente se servem de nomes veneráveis para melhor nos induzirem ao erro.


“Distinguir os bons e os maus Espíritos é extremamente fácil. A linguagem dos Espíritos superiores é constantemente digna, nobre, cheia da mais alta moralidade, livre de qualquer paixão inferior, seus conselhos revelam a mais pura sabedoria e têm sempre por alvo o nosso progresso e o bem da Humanidade. A dos Espíritos inferiores é inconseqüente, quase sempre banal e mesmo grosseira; se dizem às vezes coisas boas e verdadeiras, dizem com mais freqüência falsidades e absurdos, por malícia ou ignorância; zombam da credulidade e divertem-se à custa dos que os interrogam, lisonjeando-lhes a vaidade e embalando-lhes os desejos com falsas esperanças. Em resumo as comunicações sérias, na perfeita acepção do termo, não se verificam senão nos centros senos, cujos membros estão unidos por uma íntima comunhão de pensamentos dirigidos para o bem.


“A moral dos espíritos superiores se resume, como a do Cristo nesta máxima evangélica: “Fazer aos outros o que desejamos que os outros nos façam , ou seja, fazer o bem e não o mal. O homem encontra nesse princípio a regra universal de conduta, mesmo para as menores ações. “Eles nos ensinam que o egoísmo, o orgulho, a sensualidade são paixões que nos aproximam da natureza animal, prendendo-nos à matéria; que o homem que, desde este mundo, se liberta da matéria pelo desprezo das futilidades mundanas e o cultivo do amor ao próximo, se aproxima da natureza espiritual; que cada um de nós deve tornar-se útil segundo as faculdades e os meios que Deus nos colocou nas mãos para nos provar; que o Forte e o Poderoso devem apoio e proteção ao Fraco porque aquele que abusa da sua força e do seu poder para oprimir o seu semelhante viola a lei de Deus. Eles ensinam enfim que no mundo dos Espíritos nada pode estar escondido: o hipócrita será desmascarado e todas as suas torpezas reveladas; a presença inevitável e incessante daqueles que prejudicamos é um dos castigos que nos estão reservados; ao estado de inferioridade e de superioridade dos Espíritos correspondem penas e alegrias que nos são desconhecidas na Terra “Mas eles nos ensinam também que não há faltas irremissíveis que não possam ser apagadas pela expiação. O homem encontra o meio necessário nas diferentes existências que lhe permitem avançar, na via do progresso em direção à perfeição que é o seu objetivo final.”

O Livros dos Espíritas - pequeno resumo


O Livro Dos Espíritos – 18-04-1857 O Livro dos Espíritos é o primeiro da série de cinco livros básicas da Codificação do Espiritismo (Pentateuco Kardequiano), ao lado de O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, e A Gênese. O Livro dos Espíritos consta de uma Introdução (da lavra de Allan Kardec) e 1018 perguntas formuladas aos Espíritos, com as respectivas respostas. Ao final, temos a Conclusão, consistente de nove tópicos bastante desenvolvidos, de autoria do espírito que se autodenomina Santo Agostinho.


Após a vulgarização dos fenômenos de "mesas girantes" através de toda a Europa, por volta de 1854, Kardec foi convidado por amigos a presenciar o fenômeno, quando as "mesas" começaram a "responder a perguntas". Foi, então, o início da missão de Kardec como codificador. Indagado sobre a sua identidade, o "ser" inteligente que manipulava as mesas denominou-se como sendo "espíritos de luz", dizendo que era chegada a hora de fazer novas revelações à humanidade sofrida, dando continuidade aos ensinamentos de Jesus.


E assim o fenômeno das mesas girantes deixou de ser brincadeira, e passou a ser levado muito a sério. As mesas foram substituídas por pranchetas e lápis, e a tiptologia deu lugar à nascente psicografia. Tiptologia é um tipo de comunicação que utiliza um certo número de batidas, em correspondência às letras do alfabeto, mais ou menos como no código Morse. Psicografia é a escrita ditada por um espírito através de um médium. Difere da inspiração, porque nesta o médium está plenamente consciente e é co-autor do texto, enquanto a escrita psicografada é mais ou menos mecânica, às vezes abordando temas completamente desconhecidos do médium ou completamente acima do seu nível de escolaridade, ou, até mesmo, em idiomas desconhecidos do médium.


As respostas em O Livro dos Espíritos, sempre muito inteligentes, objetivas e intelectualizadas, abrangem temas os mais variados e ligados a questões transcendentais até então não satisfatoriamente respondidas.


 Primeira Parte: Deus; os Elementos Gerais do Universo; a Criação Divina; o Princípio Vital (temas posteriormente mais desenvolvidos em A Gênese).


 Segunda Parte: Dos Espíritos, sua origem, hierarquia, progressão, anjos e demônios; Da reencarnação dos Espíritos e da volta dos Espíritos à vida corporal, pluralidade das existências, vidas sucessivas, pluralidade dos mundos; Intervenção dos Espíritos no nosso mundo material e em nosso dia-a-dia; Bênçãos e Maldições; Ocupações e Missões dos Espíritos; Reinos Mineral, Vegetal e Animal; Metempsicose.


 Terceira Parte: Das Leis Morais; Da Lei Divina ou Natural; Da Lei de Adoração; Da Lei do Trabalho; Da Lei de Reprodução (celibato, poligamia, etc); Da Lei de Conservação: o Necessário e o Supérfluo, Privações Voluntárias e Mortificações (questionamento de sua validade); Da Lei de Destruição: Destruição Necessária e Destruição Abusiva, suas causas e conseqüências, Guerras, Flagelos Naturais, Crueldade, Duelo, Pena de Morte; Da Lei de Sociedade; Laços de Família, Vida de Insulamento; Da Lei do Progresso: Povos Degenerados, Influência do Espiritismo no Progresso da Humanidade; Da Lei de Igualdade: Igualdade Natural, Desigualdade de Aptidões, Desigualdade de Riquezas, Igualdade entre Homem e Mulher, Igualdade perante o Túmulo, Da Lei de Liberdade: Escravidão, Liberdade de Consciência, Livre-arbítrio, Fatalidade, Conhecimento do Futuro; Da Lei de Justiça, Amor e Caridade: Direito de Propriedade, Roubo, Caridade e Amor ao Próximo, Amor Materno e Filial; Da Perfeição Moral: As virtudes e os Vícios, Paixões e Apegos, o Egoísmo, Caracteres do Homem de Bem, o Conhecimento de Si Mesmo.


 Quarta Parte: Das Esperanças e Consolações: Penas e Gozos Terrenos, Penas e Gozos Futuros, Felicidade e Infelicidade Relativas, Perda dos Entes Queridos, Decepções, Ingratidões, Afeições Destruídas, Uniões Antipáticas, Temor da Morte, Desgosto na Vida, Suicídio, O Nada, a Vida Futura, Expiação e Arrependimento, Misericórdia e Justiça Divina nas Penas e Recompensas, Duração das Penas Futuras, Ressurreição da Carne, Paraíso, Inferno e Purgatório.


É, portanto, um livro de interesse para todas as pessoas de todas as religiões, pois contém uma abordagem científica de temas existenciais, dos mais simples aos mais complexos.

sábado, 2 de abril de 2011

Datas Históricas


Datas Importantes para o Movimento Espírita:

31/03/1848 - Os fenômenos de Hydeesville (EUA) atingem o auge, envolvendo a família Fox, dando início a inúmeras investigações sobre a mediunidade, vida após a morte...

01/04/1858 - É fundada a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, por Allan Kardec

31/03/1869 - Desencarnação de Allan Kardec, e no dia 02/04/1869 é sepultado no Cemitério de Montmartre.

02/04/1910 - Nasce em Pedro Leopoldo (MG) Francisco Cândido Xavier.

04/04/1919 - Desencarna Willian Crookes, estudioso inglês dos fenômenos espíritas.

11/04/1900 - Desencarnação de Bezerra de Menezes.

12/04/1927 - Desencarnação de Léon Denis.

15/04/1864 - Lançamento do Evangelho Segundo o Espiritismo - AK

18/04/1857 - Lançado O Livro dos Espíritos - AK

22/04/1904 - Desencarna Florence Cook, a médium de materializações do Espírito Katie King

24/04/1984 - Desencarnava Deolindo Amorim, um dos maior vultos de nosso movimento espírita

30/04/1856 - É transmitida a Allan Kardec a primeira revelação mediúnica a respeito de sua missão.