sábado, 14 de maio de 2011

Um breve reflexão sobre o caráter da Revelação Espírita




1. — Pode o Espiritismo ser considerado uma revelação?
2. Neste caso, qual o seu caráter?
3. Em que se funda a sua autenticidade?
4. A quem e de que maneira foi ela feita?
5. É a doutrina espírita uma revelação, no sentido teológico da palavra, ou por outra, é, no seu todo, o produto do ensino oculto vindo do Alto?
6. É absoluta ou suscetível de modificações? Trazendo aos homens a verdade integral, a revelação não teria por efeito impedi-los de fazer uso das suas faculdades, pois que lhes pouparia o trabalho da investigação?
7. Qual a autoridade do ensino dos Espíritos, se eles não são infalíveis e superiores à Humanidade?
8. Qual a utilidade da moral que pregam, se essa moral não é diversa da do Cristo, já conhecida?
9. Quais as verdades novas que eles nos trazem?
10. Precisará o homem de uma revelação?
11. E não poderá achar em si mesmo e em sua consciência tudo quanto é mister para se conduzir na vida?
Tais as questões sobre que importa nos fixemos.

A característica essencial de qualquer revelação tem que ser a verdade. Revelar um segredo é tornar conhecido um fato; se é falso, já não é um fato e, por conseqüência, não existe revelação. Toda revelação desmentida por fatos deixa de o ser, se for atribuída a Deus.


Na Revista Espírita de setembro de 1867 - ano X, vol. 9 -, ao apresentar o trabalho Caracteres da Revelação Espírita (também apresentado no capítulo I da obra A Gênese), o Codificador - usando o método de partir do conhecido para o desconhecido, como fez em toda sua obra, leva o estudioso da Doutrina Espírita a percorrer os caminhos do raciocínio para concluir sobre o caráter revelador do Espiritismo. Ao estudar este assunto amplamente clareado pela lógica do pensamento de Kardec e amparado ainda pelos Espíritos Superiores, vamos e encontrar no item 4 do assunto em pauta: "Qual o papel do professor perante os alunos, senão a de um revelador? Ele lhes ensina o que não sabem, o que nem teriam tempo nem possibilidade de descobrir por si mesmos (...) e pondera no item seguinte, de número 5: Mas o professor só ensina o que aprendeu. É um revelador de segunda ordem. (...)" Já no item 13 declara que "Por sua natureza, a revelação tem um duplo caráter: participa, ao mesmo tempo, da revelação divina e da revelação científica (...)"
E esta última frase tem um sentido extraordinário, aliás, como tudo na Codificação Espírita. Relacionando a correlação entre a revelação divina (vinda em todos os tempos através dos espíritos) e revelação científica (esta de conquista material, mas também amparada pelos espíritos), fica patente o papel mútuo que desempenham os espíritos, estejam encarnados ou na condição de espíritos vivendo no mundo espiritual, no progresso do planeta. Há uma permanente relação entre os dois planos e os movimentos de ambos os lados da vida levam a um objetivo só: a evolução.
Por isso os espíritos que trouxeram a Revelação Espírita apresentam-se mesmo como professores. E nós somos alunos que precisam estudar para aprender e entender.
Por outro lado, os espíritos ainda em dificuldades, que se apresentam em reuniões mediúnicas, não deixam também de serem professores, ao trazerem as próprias experiências dos resultados das próprias ações que encontraram após a desencarnação.

É um convite ao estudo imediato, continuado que todo espírita precisa implantar em si mesmo.

Nenhum comentário: