sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Grito de Cólera



Grito de Cólera

Lembra-se do instante em que gritou fortemente, antes do almoço?
Por insignificante questão de vestuário, você pronunciou palavras feias em voz alta, desrespeitando a paz doméstica.
Ah! Meu filho, quantos males foram atraídos por seu gesto de cólera!...
A mamãe, muito aflita, correu para o interior, arrastando atenções de toda a casa. Voltou-lhe a dor-de-cabeça e o coração tornou a descompassar-se.
As duas irmãs, que cuidavam da refeição, dirigiram-se precipitadamente para o quarto, a fim de socorrê-la, e duas terças partes do almoço ficaram inutilizadas.
Em razão das circunstâncias provocadas por sua irreflexão, o papai, muito contrariado, foi compelido a esperar mais tempo em casa, chegando ao serviço com grande atraso.
Seu chefe não estava disposto a tolerar-lhe a falta e recebeu-o com repreensão áspera.
Quem o visse, erecto e digno, a sofrer essa pena, em virtude da sua leviandade, sentiria compaixão, porque você não passa de um jovem necessitado de disciplina, e ele é um homem de bem, idoso e correto, que já venceu muitas tempestades para amparar a família e defendê-la. Humilhado, suportou as conseqüências de seu gesto impulsivo, por vários dias, observado na oficina qual se fora um menino vadio e imprudente.
Os resultados de sua gritaria foram, porém, mais vastos.
A mãezinha piorou e o médico foi chamado.
Medicamentos de alto preço, trazidos à pressa, impuseram vertiginosa subida às despesas, e o papai não conseguiu pagar todas as contas de armazém, farmácia e aluguel de casa.
Durante seis meses, toda a sua família, lutou e solidarizou-se para recompor a harmonia quebrada, desastradamente, por sua ira infantil.
Cento e oitenta dias de preocupações e trabalhos árduos, sacrifícios e lágrimas! Tudo porque você incapaz de compreender a cooperação alheia, se pôs a berrar, inconscientemente, recusando a roupa que lhe não agradava.
Pense na lição, meu filho, e não repita a experiência.
Todos estamos unidos, reciprocamente, através de laços que procedem dos desígnios divinos. Ninguém se reúnem ao acaso. Forças superiores impelem-nos uns para os outros, de modo a aprendermos a ciência da felicidade, no amor e no respeito mútuos.
O golpe do machado derruba a árvore de vez.
A ventania destrói um ninho de momento para outro.
A ação impensada de um homem, todavia, é muito pior.
O grito de cólera é um raio mortífero, que penetra o circuito de pessoas em que foi pronunciado e aí se demora, indefinidamente, provocando moléstias, dificuldades e desgostos.
Porque não aprende a falar e a calar, a benefício de todos?
Ajude em vez de reclamar.
A cólera é força infernal que nos distancia da paz divina.
A própria guerra, que extermina milhões de criaturas, não é senão a ira venenosa de alguns homens que se alastra, por muito tempo, ameaçando o mundo inteiro. (Neio Lúcio – Luz no Lar. Cap. 27 )




CÓLERA , s. f. Paixão, irritação, impulso violento contra o que ofende ou indigna; ira; frenesi; raiva; arrebatamento. (Med.) Doença infecciosa aguda, contagiosa, em geral epidêmica, que tem por agente etiológico o víbrio comma ou vibrião colérico e é geralmente caracterizada por diarréia abundante, prostração e cãibras. Também chamada cólera-morbo e mordexim. É erro dizer o cólera; a palavra é feminina.

FRENESI, s.m. Impaciência; impertinência; arrebatamento; (Frenético, adj. Convulsivo, agitado) -_ Dicionário Escolar da Língua Portuguesa.
Como entender o sentimento da cólera nos trâmites da vida humana?
_ A cólera não resolve os problemas evolutivos e nada mais significa que um traço de recordação dos primórdios da vida humana em suas expressões mais grosseiras.
A energia serena edifica sempre, na construção dos sentimentos purificados; mas a cólera impulsiva, nos seus movimentos atrabiliários, é um vinho envenenado de cuja embriaguez a alma desperta sempre com o coração tocado de amargos ressaltos. (O Consolador – Quest. 181.)

 Atrabiliário ou Atrabilioso, adj. Que tem atrabilis; colérico; melancólico; violento.
 Atrabilis, s.f. Imaginário humor ou bílis negra que se julgava causadora da melancolia.
 Bílis, s.f. 2 Núm. Líqüido esverdeado e amargo segregado pelo fígado; fel; mau humor; irascibilidade; hipocondria.

A CÓLERA
Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. IX
9. O orgulho vos induz a julgar-vos mais do que sois; a não suportardes uma comparação que vos possa rebaixar; a vos considerardes, ao contrário, tão acima dos vossos irmãos, quer em espírito, quer em posição social, quer mesmo em vantagens pessoais, que o menor paralelo vos irrita e aborrece. Que sucede então? - Entregais-vos à cólera.
Pesquisai a origem desses acessos de demência passageira que vos assemelham ao bruto, fazendo-vos perder o sangue-frio e a razão; pesquisai e, quase sempre, deparareis com o orgulho ferido. Que é o que vos faz repelir, coléricos, os mais ponderados conselhos, senão o orgulho ferido por uma contradição? Até mesmo as impaciências, que se originam de contrariedades muitas vezes pueris, decorrem da importância que cada um liga à sua personalidade, diante da qual entende que todos se devem dobrar.
Em seu frenesi, o homem colérico a tudo se atira: à natureza bruta, aos objetos inanimados, quebrando-os porque lhe não obedecem. Ah! se nesses momentos pudesse ele observar-se a sangue-frio, ou teria medo de si próprio, ou bem ridículo se acharia! Imagine ele por aí que impressão produzirá nos outros. Quando não fosse pelo respeito que deve a si mesmo, cumpria-lhe esforçar-se por vencer um pendor que o torna objeto de piedade.
Se ponderasse que a cólera a nada remedeia, que lhe altera a saúde e compromete até a vida, reconheceria ser ele próprio a sua primeira vítima. Mas, outra consideração, sobretudo, devera contê-lo, a de que torna infelizes todos os que o cercam. Se tem coração, não lhe será motivo de remorso fazer que sofram os entes a quem mais ama? E que pesar mortal se, num acesso de fúria, praticasse um ato que houvesse de deplorar toda a sua vida!
Em suma, a cólera não exclui certas qualidades do coração, mas impede se faça muito bem e pode levar à prática de muito mal. Isto deve bastar para induzir o homem a esforçar-se pela dominar. O espírita, ao demais, é concitado a isso por outro motivo: o de que a cólera é contrária à caridade e à humildade cristãs. - Um Espírito protetor. (Bordéus, 1863.)
10. Segundo a idéia falsíssima de que lhe não é possível reformar a sua própria natureza, o homem se julga dispensado de empregar esforços para se corrigir dos defeitos em que de boa-vontade se compraz, ou que exigiriam muita perseverança para serem extirpados. E assim, por exemplo, que o indivíduo, propenso a encolerizar-se, quase sempre se desculpa com o seu temperamento. Em vez de se confessar culpado, lança a culpa ao seu organismo, acusando a Deus, dessa forma, de suas próprias faltas. E ainda uma conseqüência do orgulho que se encontra de permeio a todas as suas imperfeições.
Indubitavelmente, temperamentos há que se prestam mais que outros a atos violentos, como há músculos mais flexíveis que se prestam melhor aos atos de força. Não acrediteis, porém, que aí resida a causa primordial da cólera e persuadi-vos de que um Espírito pacífico, ainda que num corpo bilioso, será sempre pacífico, e que um Espírito violento, mesmo num corpo linfático, não será brando; somente, a violência tomará outro caráter. Não dispondo de um organismo próprio a lhe secundar a violência, a cólera tornar-se-á concentrada, enquanto no outro caso será expansiva.
O corpo não dá cólera àquele que não na tem, do mesmo modo que não dá os outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito. A não ser assim, onde estariam o mérito e a responsabilidade? O homem deformado não pode tornar-se direito, porque o Espírito nisso não pode atuar; mas, pode modificar o que é do Espírito, quando o quer com vontade firme. Não vos mostra a experiência, a vós espíritas, até onde é capaz de ir o poder da vontade, pelas transformações verdadeiramente miraculosas que se operam sob as vossas vistas? Compenetrai-vos, pois, de que o homem não se conserva vicioso, senão porque quer permanecer vicioso; de que aquele que queira corrigir-se sempre o pode. De outro modo, não existiria para o homem a lei do progresso. - Hahnemann. (Paris, 1863.)

Refletindo a Culpa



CULPA

Quando fugimos ao dever, precipitamo-nos no sentimento de culpa, do qual se origina o remorso, com múltiplas manifestações, impondo-nos brechas de sombra aos tecidos sutis da alma.

E o arrependimento, incessantemente fortalecido pelos reflexos de nossa lembrança amarga, transforma-se num abcesso mental, envenenando-nos, pouco a pouco, e expelindo , em torno, a corrente miasmática de nossa vida íntima, intoxicando o hausto espiritual de quem nos desfruta o convívio.

À feição do ímã, que possui campo magnético específico, toda criatura traz consigo o halo ou aura de forças criativas ou destrutivas que lhe marca a índole, no feixe de raios invisíveis que arroja de si mesma. É por esse halo que estabelecemos as nossas ligações de natureza invisível nos domínios da afinidade.

Operando a onda mental em regime de circuito, por ela incorporamos, quando moralmente desalentados, os princípios corrosivos que emanam de todas as inteligências, encarnadas ou desencarnadas, que se entrosem conosco no âmbito de nossa atividade e influência.

Projetando as energias dilacerantes de nosso próprio desgosto, ante a culpa que adquirimos, quase sempre somos subitamente visitados por silenciosa argumentação interior que nos converte o pesar, inicialmente alimentando contra nós mesmos, em mágoa e irritação contra os outros.

É que os reflexos de nossa defecção, a torvelinharem junto de nós, assimilam, de imediato, as indisposições alheias, carreando para acústica de nossa alma todas as mensagens inarticuladas de revolta e desânimo, angústia e desespero que vagueiam na atmosfera psíquica em que respiramos, metamorfoseando-nos em autênticos rebelados sociais, famintos de insulamento ou de escândalo, nos quais possamos dar pasto à imaginação virulada pelas mórbidas sensações de nossas próprias culpas.

É nesse estado negativo que, martelados pelas vibrações de sentimentos e pensamentos doentios, atingimos o desequilíbrio parcial ou total da harmonia orgânica, enredando corpo e alma nas teias da enfermidade, com a mais complicada diagnose da patologia clássica. A noção de culpa, com todo o séquito das perturbações que lhe são conseqüentes, agirá com os seus reflexos incessantes sobre a região do corpo ou da alma que corresponda ao tema do remorso de que sejamos portadores.

Toda deserção do dever a cumprir traz consigo o arrependimento que, alentado no espírito, se faz acompanhar de resultantes atrozes, exigindo, por vezes, demoradas existências de reaprendizado e restauração.

Cair em culpa demanda, por isso mesmo, humildade viva para o reajustamento tão imediato quanto possível de nosso equilíbrio vibratório, se não desejamos o ingresso inquietante na escola das longas reparações.

É por essa razão que Jesus, não apenas como Mestre Divino mas também como Sábio Médico, nos aconselhou a reconciliação com os nossos adversários, enquanto nos achamos a caminho com eles, ensinando-nos a encontrar a verdadeira felicidade sobre o alicerce do amor puro e do perdão sem limites.



extraído do livro Pensamento e Vida - Chico/Emmanuel

domingo, 23 de outubro de 2011

9 de outubro de 1861




Auto-de-fé Barcelona:



Esta data ficará assinalada nos anais do Espiritismo, por motivo do auto-de-fé praticado com os livros espíritas em Barcelona. Eis aqui um extrato da ata da execução:
“Neste dia, nove de outubro de mil oitocentos e sessenta e um, às dez horas e meia da manhã, na esplanada
da cidade de Barcelona, no local onde são executados os criminosos condenados ao derradeiro suplício e por ordem do bispo desta cidade, foram queimados trezentos volumes e brochuras sobre o Espiritismo, a saber: O Livro dos Espíritos, por Allan Kardec, etc.”
Os principais jornais da Espanha deram conta minuciosa do fato, que os órgãos da imprensa liberal do país muito justamente profligaram. É de notar-se que na França os periódicos liberais se limitaram a mencioná-lo sem comentários. O próprio Século, tão ardoroso em estigmatizar os abusos do poder e os menores atos de intolerância do clero, não achou uma palavra de reprovação para esse ato digno da Idade Média. Alguns jornais da pequena imprensa acharam mesmo no caso motivo para risota. Pondo de parte o que diz respeito à crença, havia ali uma questão de princípio, de direito internacional, que interessava a todo o mundo, sobre a qual não teriam tão levianamente guardado silêncio, se se tratasse de certas outras obras. Eles não se furtam de censuras, quando está em causa a simples exigência de uma estampilha para venda de um livro materialista; ora, o restaurar a Inquisição as suas fogueiras com a solenidade de outrora, às portas da França, apresentava bem maior gravidade. Por que, então, semelhante indiferença?
É que estava em jogo uma doutrina a cujos progressos a incredulidade assiste com pavor. Reivindicar justiça
para ela fora consagrar-lhe o direito à proteção da autoridade e aumentar-lhe o crédito. Seja como for, o auto-de-fé em Barcelona não deixou de produzir o esperado efeito, pela repercussão que teve na Espanha, onde contribuiu fortemente para propagar as idéias espíritas. (Veja-se a Revista Espírita de novembro de 1861)
O acontecimento abriu ensejo a muitas comunicações da parte dos Espíritos. A que se segue foi dada espontaneamente na Sociedade de Paris, a 19 de outubro, quando regressei de Bordéus.
“Fazia-se mister alguma coisa que chocasse com violência certos Espíritos encarnados, para que se decidissem a ocupar-se com essa grande doutrina, que há de regenerar o mundo. Nada, para isto, se faz inutilmente na Terra e nós que inspiramos o auto-de-fé em Barcelona, bem sabía-mos que, procedendo assim, forçávamos um grande passo para frente. Esse fato brutal, inaudito nos tempos atuais, se consumou tendo por fim chamar a atenção dos jornalistas
que se mantinham indiferentes diante dá agitação profunda que abalava as cidades e os centros espíritas. Eles deixavam que falassem e fizessem o que bem entendessem; mas, obstinavam-se em passar por surdos e respondiam
com o mutismo ao desejo de propaganda dos adeptos do Espiritismo. De bom ou mau grado, hoje falam dele; uns,
comprovando o histórico do fato de Barcelona; outros, desmentindo-o, ensejaram uma polêmica que dará volta ao
mundo, de grande proveito para o Espiritismo. Essa a razão por que a retaguarda da Inquisição fez hoje o seu último
auto-de-fé. É que assim o quisemos.” Um Espírito

Obras queimadas no auto-de-fé:

Este dia, nove de outubro de mil oitocentos e sessenta e um, às dez horas e meia da manhã, sobre a esplanada da cidade de Barcelona, no lugar onde são executados os criminosos condenados ao último suplício, e por ordem do bispo desta cidade, foram queimados trezentos volumes e brochuras sobre o Espiritismo, a saber:
"A Revista Espírita, diretor Allan Kardec;
"A Revista Espiritualista, diretor Piérard;
"O Livro dos Espíritos, por Allan Kardec;
"O Livro dos Médiuns, pelo mesmo;
"O que é o Espiritismo, pelo mesmo;
"Fragmento de sonata, ditado pelo Espírito de Mozart;
"Carta de um católico sobre o Espiritismo, pelo doutor Grand;
"A História de Jeanne d'Arc, ditada por ela mesma à Srta. Ermance Dufau;
"A realidade dos Espíritos demonstrada pela escrita direta, pelo barão de Guldenstubbé.

domingo, 16 de outubro de 2011

Reflexão Doutrinária sobre Jesus - (Jornada da Mulher Espírita - PB)

111. Segunda classe. ESPÍRITOS SUPERIORES. ( O Livro dos Espíritos)

— Esses em si reúnem a ciência, a sabedoria e a bondade. Da linguagem que empregam se exala sempre a benevolência; é uma linguagem invariavelmente digna, elevada e, muitas vezes, sublime. Sua superioridade os torna mais aptos do que os outros a nos darem noções exatas sobre as coisas do mundo incorpóreo, dentro dos limites do que é permitido ao homem saber. Comunicam-se complacentemente com os que procuram de boa-fé a verdade e cuja alma já está bastante desprendida das ligações terrenas para compreendê--la. Afastam-se, porém, daqueles a quem só a curiosidade impele, ou que, por influência da matéria, fogem à prática do bem.

Quando, por exceção, encarnam na Terra, é para cumprir missão de progresso e então nos oferecem o tipo da perfeição a que a Humanidade pode aspirar neste mundo.

625. Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido aohomem, para lhe servir de guia e modelo?
“Jesus.”

PRIMEIRA ORDEM. — ESPÍRITOS PUROS
112. CARACTERES GERAIS. — Nenhuma influência da matéria.
Superioridade intelectual e moral absoluta, com relação aos Espíritos das outras ordens.

113. Primeira classe. CLASSE ÚNICA. — Os Espíritos que a compõem percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. Tendo alcançado a soma de perfeição de que é suscetível a criatura, não têm mais que sofrer provas, nem expiações. Não estando mais sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis, realizam a vida eterna no seio de Deus.
Gozam de inalterável felicidade, porque não se acham submetidos às necessidades, nem às vicissitudes da vida material. Essa felicidade, porém, não é a de ociosidade monótona,a transcorrer em perpétua contemplação. Eles são os mensageiros e os ministros de Deus, cujas ordens executam para manutenção da harmonia universal. Comandam a todos os Espíritos que lhes são inferiores, auxiliam--nos na obra de seu aperfeiçoamento e lhes designam as suas missões. Assistir os homens nas suas aflições, concitá--los ao bem ou à expiação das faltas que os conservam distanciados da suprema felicidade, constitui para eles ocupação gratíssima. São designados às vezes pelos nomes de anjos, arcanjos ou serafins.
Podem os homens pôr-se em comunicação com eles, mas extremamente presunçoso seria aquele que pretendesse tê-los constantemente às suas ordens.

TENTAÇÃO DE JESUS (A Gênese – Kardec)
52. Jesus, transportado pelo diabo ao pináculo do Templo, depois ao cume de uma montanha e por ele tentado, constitui uma daquelas parábolas que lhe eram familiares e que a credulidade pública transformou em fatos materiais.
53. “Jesus não foi arrebatado. Ele apenas quis fazer que os homens compreendessem que a Humanidade se acha sujeita a falir e que deve estar sempre em guarda contra as más inspirações a que, pela sua natureza fraca, é impelida a ceder. A tentação de Jesus é, pois, uma figura e fora preciso ser cego para tomá-la ao pé da letra. Como pretenderíeis que o Messias, o Verbo de Deus encarnado, tenha estado submetido, por algum tempo, embora muito curto fosse este, às sugestões do demônio e que, como o diz o Evangelho de Lucas, o demônio o houvesse deixado por algum tempo, o que daria a supor que o Cristo continuou submetido ao poder daquela entidade? Não; compreendei melhor os ensinos que vos foram dados. O Espírito do mal nada poderia sobre a essência do bem. Ninguém diz ter visto Jesus no cume da montanha, nem no pináculo do Templo. Certamente, tal fato teria sido de natureza a se espalhar por todos os povos. A tentação, portanto, não constituiu um ato material e físico. Quanto ao ato moral, admitiríeis que o Espírito das trevas pudesse dizer àquele que conhecia sua própria origem e o seu poder: “Adora-me, que te darei todos os remos da Terra?” Desconheceria então o demônio aquele a quem fazia tais oferecimentos? Não é provável. Ora, se o conhecia, suas propostas eram uma insensatez, pois ele não ignorava que seria repelido por aquele que viera destruir-lhe o império sobre os homens.
“Compreendei, portanto, o sentido dessa parábola, que outra coisa aí não tendes, do mesmo modo que nos casos do Filho Pródigo e do Bom Samaritano. Aquela mostra os perigos que correm os homens, se não resistem à voz íntima que lhes clama sem cessar: ‘Podes ser mais do que és; podes possuir mais do que possuis; podes engrandecer-te, adquirir muito; cede à voz da ambição e todos os teus desejos serão satisfeitos.’ Ela vos mostra o perigo e o meio de o evitardes, dizendo às más inspirações: Retira-te, Satanás ou, por outras palavras: Vai-te, tentação!
“As duas outras parábolas que lembrei mostram o que ainda pode esperar aquele que, por muito fraco para expulsar o demônio, lhe sucumbiu às tentações. Mostram a misericórdia do pai de família, pousando a mão sobre a fronte do filho arrependido e concedendo-lhe, com amor, o perdão implorado. Mostram o culpado, o cismático, o homem repelido por seus irmãos, valendo mais, aos olhos do Juiz Supremo, do que os que o desprezam, por praticar ele as
virtudes que a lei de amor ensina.
“Pesai bem os ensinamentos que os Evangelhos contêm; sabei distinguir o que ali está em sentido próprio, ou em sentido figurado, e os erros que vos hão cegado durante tanto tempo se apagarão pouco a pouco, cedendo lugar à
brilhante luz da Verdade.” — João Evangelista, Bordéus, 1862.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

UM A EXPIAÇÃO TERRESTRE. O JOVEM FRANÇOIS

REVISTA ESPIRITA - JORNAL DE ESTUDOS PSICOLÓGICOS 10º ANO NO. 5 MAIO 1867
Estudos de casos espíritas – ref. Out/11 – Sociedade Espírita Caminho da Paz

As pessoas que leram O Céu e o Inferno, sem dúvida, se lembram da tocante história de Mareei, a criança do nº 4, reportada no capítulo VIM, Expiações terrestres. O fato seguinte apresenta um caso quase análogo e não menos instrutivo, como aplicação da soberana justiça, e como explicação daquilo que, freqüentemente, parece inexplicável em certas posições da vida.

Numa boa e honesta família, morreu no mês de outubro de 1866, um jovem de doze anos, cuja vida, durante nove anos, não havia sido senão um sofrimento contínuo que nem os cuidados afetuosos dos quais estava cercado, nem os recursos da ciência não tinham podido mesmo abrandar. Estava atingido de paralisia e de hidropsia; seu corpo estava coberto de feridas invadidas pela gangrena e suas carnes caíam em pedaços.
Freqüentemente, no paroxismo da dor, ele gritava: "Que fiz, pois, meu Deus, para merecer sofrer tanto! Desde que estou no mundo, não fiz mal a ninguém!" Instintivamente, essa criança compreendia que o sofrimento deveria ser uma expiação, mas na ignorância da lei de solidariedade das existências sucessivas, seu pensamento não remontava além da vida presente, não se dava conta da causa que poderia justificar nele um tão cruel castigo.
Uma particularidade digna de nota foi o nascimento de uma irmã, quando tinha em torno de três anos. Foi nessa época que se declararam os primeiros sintomas da terrível doença à qual deveria sucumbir. Desde esse momento também, concebeu pela recém chegada uma repulsa tal que não podia suportar a sua presença, e que sua visão parecia redobrar seu sofrimento. Freqüentemente, se censurava esse sentimento que nada justificava, porque a pequenina não o partilhava; ao contrário, ela era para ele doce e amável. Ele dizia à sua mãe: "Por que, pois, a visão de minha pequena irmã me é tão penosa? Ela é boa para mim, e apesar de mim não posso me impedir de detestá-la." No entanto, não podia sentir que se lhe fizesse o menor mal, nem que se a atormentasse; longe de se alegrar com suas penas, afligia-se quando a via chorar. Era evidente que dois sentimentos se combatiam nele; compreendia a injustiça de sua antipatia, mas seus esforços para superá-la eram impotentes.
Que tais enfermidades sejam, numa certa idade, as conseqüências da má conduta, isto seria uma coisa toda natural; mas que faltas bastante graves uma criança desta idade pode ter se tornado culpada para suportar um semelhante martírio? Além disto, de onde poderia provir essa repulsa por um ser inofensivo? Aí estão os problemas que se apresentavam a cada instante, e que levam uma multidão de pessoas a duvidar da existência de Deus, porque para isto não encontram solução em nenhuma religião; essas anomalias aparentes encontram, ao contrário, sua completa justificativa na solidariedade das existências. Um observador espírita poderia, pois, dizer com toda a aparência de razão, que esses dois seres eram conhecidos, e foram colocados um ao lado do outro, na existência atual, para alguma expiação e a reparação de algum erro. Do estado de sofrimento do irmão, poder-se-ia concluir que ele era o culpado, e que os laços de parentes próximos que o uniam ao objeto de sua antipatia lhe eram impostos para preparar, entre eles, os caminhos de uma aproximação; assim se vê já no irmão uma tendência e esforços para superar o seu afastamento que reconhece injusto. Essa antipatia não tinha os caracteres do ciúme que se notam, às vezes, nas crianças de um mesmo sangue; ele provinha, pois, segundo toda a probabilidade, de lembranças penosas, e talvez de remorsos que a presença da jovenzinha despertava. Tais são as deduções que se podem racionalmente tirar, por analogia, da observação dos fatos, e que foram confirmados pelo Espírito da criança.
Evocado quase imediatamente depois de sua morte, por uma amiga da família à qual levava muita afeição, ele não pode de início se explicar de maneira completa, e prometeu dar ulteriormente os detalhes mais circunstanciados. Entre as diversas comunicações que deu, eis as duas que se reportam mais particularmente à questão.
"Esperais de mim o relato, que vos prometi, do que fui numa existência anterior e a explicação da causa de meus grandes sofrimentos; isto será para todos um ensinamento.
Estes ensinamentos estão por toda a parte, eu o sei; encontram-se de todos os lados, mas o relato de fatos dos quais se viram as conseqüências, é sempre, para aqueles que existem, uma prova mais tocante.
"Eu pequei, sim eu pequei! Sabeis o que é ter sido assassino, ter atentado à vida de seu semelhante? Eu não o fiz da maneira que os assassinos empregam, matando em seguida, seja com uma corda, seja com uma faca, ou qualquer outro instrumento; não, não foi desta maneira. Eu matei, mas matei lentamente, fazendo sofrer um ser que eu detestava! Sim, eu o detestava, essa criança que acreditava não me pertencer! Pobre inocente! tinha merecido essa triste sorte! Não, meus pobres amigos, ela não tinha merecido, ou pelo menos não cabia a mim lhe fazer suportar esses tormentos. Eu o fiz, no entanto, e eis porque fui obrigado a sofrer como vistes. "Eu sofri, meu Deus! e bastante? vós sois muito bom, Senhor! sim, em presença de meu crime e da expiação, acho que fostes muito misericordioso. Orai por mim, caros pais, caros amigos; agora meus sofrimentos passaram. Pobre senhora D..., eu vos fiz sofrer! e que era muito penoso para mim vir fazer a confissão desse crime imenso!
"Esperança, meus bons amigos, Deus remiu a minha falta; estou agora na alegria, e, no entanto, também na pena; vede! é bom estar num estado melhor, ter expiado: o pensamento, a lembrança de seus crimes deixam uma tal impressão, que é impossível que não se lhe ressinta, por muito tempo ainda, todo o horror, porque não foi só sobre a Terra que sofri, mas antes, na vida espiritual! e, que dificuldade tive para me decidir vir sofrer essa expiação terrível! não posso vos narrar tudo isto, seria muito horrível! A visão constante de sua vítima, e a outra, a pobre mãe! Enfim, meus amigos: preces para mim e graças ao Senhor! Eu vos tinha prometido este relato; era preciso até o fim que eu quitasse a minha dívida, o que pudesse me custar. (Até aqui o médium tinha escrito sob o domínio de uma viva emoção; continuou com mais calma.)
E agora, meus bons pais, uma palavra de consolação. Obrigado, oh obrigado! Avós que me ajudastes nesta expiação, e que dela levastes uma parte; vós abrandastes, tanto quanto dependia de vós, o que eu tinha de amargo em meu estado. Não vos atormenteis, é uma coisa passada; eu sou feliz, eu vo-lo disse, sobretudo em comparando o estado passado e o estado presente. Eu vos amo a todos; agradeço-vos; abraço-vos; amai-me sempre. Nós nos reencontraremos, e, todos juntos, continuaremos esta vida eterna, esforçando-nos para que a vida futura resgate inteiramente a vida passada. Vosso filho, FRANÇOIS E.

Numa outra comunicação, o Espírito do jovem François completou as informações acima.
Pergunta. Cara criança, não dissestes de onde vinha a tua antipatia por tua pequena irmã. Resposta. Não o adivinhais? Essa pobre e inocente criatura era minha vítima que Deus havia ligado à minha última existência como um remorso vivo; eis porque a sua visão me fazia tanto sofrer.
Pergunta. No entanto, não sabias que era ela. Resposta. Eu não o sabia no estado de vigília, sem isto meus tormentos teriam sido cem vezes mais terríveis; tão terríveis quanto o havia sido na vida espiritual onde eu a via
sem cessar; mas credes que meu Espírito, nos momentos em que estava desligado, não o sabia? Era a causa da minha repulsa, e se eu me esforçava por combatê-la, é que, instintivamente, sentia que ela era injusta. Não estava ainda bastante forte para fazer o bem àquela que eu não podia me impedir de detestar, mas não queria que se lhe fizesse mal: era um começo de reparação. Deus me teve em conta esse sentimento, por isso permitiu que fosse livre em boa hora de minha vida de sofrimento, sem isso teria podido viver ainda muitos anos na horrível situação em que me vistes. Bendizei, pois, minha morte que pôs termo à expiação, porque ela foi a garantia de minha reabilitação.

Pergunta (ao guia do médium). Por que a expiação e o arrependimento na vida espiritual não bastam para a reabilitação, sem que sejam necessários a eles acrescentar os sofrimentos corporais?
Resposta. Sofrer num mundo ou num outro, é sempre sofrer, e sofre-se tão longo tempo quanto a reabilitação não seja completa. Esta criança sofreu muito sobre a Terra; pois bem! isso não foi nada em comparação com o que ela sofreu no mundo dos Espíritos. Aqui tinha, em compensação, os cuidados e a afeição dos quais estava cercado. Há ainda esta diferença entre o sofrimento corporal e o sofrimento espiritual, que o primeiro é quase sempre voluntariamente aceito como complemento de expiação, ou como prova para avançar mais rapidamente, ao passo que o outro é imposto.
Mas há outros motivos para o sofrimento corporal: primeiro, é para que a reparação tenha lugar nas mesmas condições em que o mal foi feito; depois, para servir de exemplo aos encarnados. Vendo seus semelhantes sofrerem e disto sabendo a razão, são bem de outro modo impressionados do que saber que são infelizes como Espíritos; podem explicar melhor a causa de seus próprios sofrimentos; a justiça divina se mostra, de alguma sorte, palpável aos seus olhos. Enfim, o sofrimento corporal é uma ocasião, para os encarnados, de exercerem, entre eles, a caridade, uma prova para seus sentimentos de comiseração, e, freqüentemente, um meio de reparar os erros anteriores; porque, crede-o bem, quando um infortunado se encontra sobre vosso caminho, não é o efeito do acaso. Para os pais do jovem François era uma grande prova ter um filho nessa triste posição; pois bem! eles cumpriram dignamente seu mandato, e disso serão tanto mais recompensados quanto agiram espontaneamente, pelo próprio impulso de seu coração. Se os Espíritos não sofressem na encarnação, é que não haveria senão Espíritos perfeitos sobre a Terra.

Complemento do estudo – ler e comentar: 998. A expiação se cumpre no estado corporal ou no estado espiritual?
386. Podem dois seres, que se conheceram e estimaram encontrar- se noutra existência corporal e reconhecer-se?
990. O arrependimento se dá no estado corporal ou no estado espiritual?
=> A lei de solidariedade das existências sucessivas- o que significa.

Hidropsia => A hidropsia é caracterizada pelo acúmulo anormal de líquidos nos tecidos ou em determinadas cavidades do corpo. A progressão da doença inicia-se em um tecido ou membro que começa a inchar, até todo o corpo ser atingido. A doença não é dolorosa, mas os sintomas são fraqueza generalizada e urina escassa. É importante consultar um médico para identificar a sua causa e iniciar tratamento. As causas podem ser principalmente enfermidades do coração, fígado, rins ou baço, e até por alguns tipos de câncer.

sábado, 8 de outubro de 2011


A GÊNESE - Allan Kardec
Quinto e último livro da Codificação Espírita.
Aprofunda nosso conhecimento sobre Deus, o bem e o mal, a ciência, do espaço e da matéria, origem da Terra e dos seres vivos, da origem da humanidade, da teoria mosaica (Adão e Eva), milagres, da Natureza de Jesus, das profecias, juízo final, etc.
Resumo 1: CARÁTER DA REVELAÇÃO ESPÍRITA
REVELAR = "sair de sob o véu"; descobrir, dar a conhecer uma coisa secreta ou desconhecida.
A REVELAÇÃO tem por característica a VERDADE. Se for desmentida por fatos, deixa de ter origem Divina, pois Deus não se engana nem mente.

Resumo 2: D E U S

Existência de Deus - Da natureza divina - A Providência - A visão de Deus.
Existência de Deus - Deus é a causa primária de todas as coisas, a origem de tudo o que existe.

Resumo 3: O BEM E O MAL

-Sendo Deus infinitamente sábio, justo e bom, é evidente que o mal existente não pode NELE ter-se originado. Por outro lado, se existisse um Satanás (personificação eterna do mal), não podendo ser igual, seria inferior a Deus, logo, teria sido criado por ELE, o que implicaria na negação da bondade infinita do Criador.

Resumo 4: PAPEL DA CIÊNCIA NA GÊNESE

A religião era preponderante na história dos povos antigos, de tal modo que os primeiros livros sagrados continham toda a ciência e as leis civis da época. Sendo imperfeitos seus meios de observação, também incompletas eram as teorias sobre a criação. O desenvolvimento das ciências proporcionou ao homem os dados necessários ao surgimento de uma Gênese positiva e, de certo modo, experimental.

Resumo 5 - URANOGRAFIA GERAL

"O espaço é infinito". Nossa razão se recusaria a aceitar um limite no espaço além do qual nada existisse. Mais lógico se nos afigura avançar em pensamento eternamente pelo espaço. Entretanto, mesmo que o fizéssemos por séculos a fio, em qualquer direção, na realidade nem um passo estaríamos avançando.

Resumo 6: ESBOÇO GEOLÓGICO DA TERRA

A perfuração de poços, minas e pedreiras, facultou a observação dos terrenos estratificados, o que permitiu à Geologia estudar a origem do globo terrestre como também dos seres que o habitam.

Resumo 7: Teorias sobre a formação da Terra

Teoria de Buffon: Um cometa teria se chocado com o Sol, causando a projeção de fragmentos incandescentes no espaço, originando assim os planetas, que mantiveram o movimento no sentido do choque primitivo, no plano da eclíptica. Com o resfriamento contínuo a Terra acabaria por congelar-se totalmente dentro de 93.000 anos.

Resumo 8: REVOLUÇÕES DO GLOBO

As revoluções gerais ocorreram durante as fases de consolidação da crosta terrestre; são os períodos geológicos que se sucederam de forma lenta e gradual, exceto o período diluviano que transcorreu de forma repentina.

Resumo 9: GÊNESE ORGÂNICA

O estudo das camadas geológicas revela que cada espécie animal e vegetal surgiu simultaneamente em vários pontos do globo, bastante afastados uns dos outros, o que atesta a previdência divina, garantindo condições de sobrevivência apesar das vicissitudes a que estavam sujeitas.

Resumo 10: GÊNESE ESPIRITUAL

Decorre do princípio: "Todo efeito tendo uma causa, todo efeito inteligente há de ter uma causa inteligente". As ações humanas denotam um princípio inteligente, que é corolário da existência de Deus, pois não é concebível a Soberana Inteligência a reinar eternamente sobre a matéria bruta. Sendo Deus soberanamente justo e bom, criou seres inteligentes não para lançá-los ao sofrimento e em seguida ao nada, mas para serem eternos, sobrevivendo à matéria e mantendo sua individualidade.

Resumo 11: GÊNESE MOSAICA

Comparando a teoria da constituição do Universo baseada em dados da Ciência e do Espiritismo com o texto da Gênese de Moisés...

Resumo 12: Caracteres dos Milagres

Etimologicamente milagre significa: admirável, coisa extraordinária, surpreendente. "Um ato do poder divino contrário às leis da Natureza, conhecidas". Para a religião, o milagre tem origem sobrenatural, é inexplicável, insólito, isolado, excepcional. Se uma pessoa estiver aparentemente morta, com vitalidade latente e a Ciência ou uma ação magnética conseguir reanimá-la, para o leigo ocorre um milagre, mas para pessoas esclarecidas dá-se um fenômeno natural.

Resumo 13: OS FLUÍDOS

Os fenômenos materiais tidos vulgarmente como milagrosos, foram explicados pela Ciência, tendo em vista as leis que regem a matéria. Quanto aos fenômenos "em que prepondera o elemento espiritual" não explicáveis unicamente pelas leis da Natureza, encontram explicação nas "leis que regem a vida espiritual".

Resumo 14: OS MILAGRES DO EVANGELHO

Jesus foi um mensageiro direto do Criador, um Messias divino; suas virtudes situavam-se em nível muito acima das possibilidades da humanidade terrestre; não estava sujeito às fraquezas do corpo, pois o dominava completamente; seu perispírito era "tirado da parte mais quintessenciada dos fluídos terrestres".

Resumo 15: AS PREDIÇÕES segundo o Espiritismo

Há muitos casos de predições que se realizaram. O Espiritismo vem mostrar que também este fenômeno ocorre segundo leis naturais.

Resumo 16 - PREDIÇÕES DO EVANGELHO

Quando ensinava nas sinagogas de sua terra natal, diante do espanto e incredulidade de seus concidadãos, disse-lhes Jesus: "Um profeta só não é honrado em sua terra e na sua casa". Com efeito, tanto os sacerdotes e fariseus e mesmo seus parentes próximos não o entendiam, tachando-o de louco.

Centro Espírita sério



XVIII – Dissertações Espíritas – O Livro dos Médiuns - Kardec

Zombaram das mesas girantes, nunca zombarão da filosofia, da sabedoria e da caridade que brilham nas comunicações sérias. Aquelas foram o vestíbulo da ciência; aí, todo aquele que entra tem que deixar seus prejuízos, como deixa a capa.
Jamais terei por demasiado concitar-vos a que façais do vosso um centro sério. Que alhures se façam demonstrações físicas, que alhures se observe, que alhures se ouça: entre vós, compreenda-se e ame-se.
Que supondes sois, aos olhos dos Espíritos superiores, quando fazeis que uma mesa gire, ou se levante? Simples colegiais. Passa o sábio o tempo a repetir o a b c da ciência? Entretanto, ao ver-vos buscar as comunicações sérias, eles vos consideram como homens sérios, à procura da verdade. (São Luís).

domingo, 2 de outubro de 2011

Hippolyte Léon Denizard Rivail






- Allan Kardec, é considerado o codificador do Espiritismo. Seu nome de batismo é Hippolyte Léon Denizard Rivail, nasceu em Lyon, França, no dia 03 de outubro de 1804, desencarnou em 31 de março de 1869, em Paris, vítima de uma ruptura de Aneurisma no coração.
Rivail fora pedagogo, aluno e fiel discípulo de Pestalozzi e este de Rousseau. Após ter se formado, “publicou numerosos livros didáticos, apresenta planos, métodos e projetos aos deputados, aos governadores e as universidades, referentes à eterna Reforma do ensino francês, desenvolve, em suma, atividade tal que não lhe deixa tempo para levar uma vida privada”;
As obras e trabalhos publicados sobre o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail, são as seguintes:
1824 – Curso Prático e Teórico da Aritmética.
1828 – Plano para a Melhoria da Educação Pública.
1831 - Gramática Francesa.
1838 – Programa de Estudos conforme ao Plano de Introdução.
1839 – Projeto de Reforma no Ensino.
1847 – O Projeto.
1848 – Introdução ao Catecismo Gramatical da Língua Francesa.

* Trabalhos utilizado nas Universidades
- Gramática Normal dos Exames.
- Curso de Cálculo de Cabeça.
- Trabalho de Aritmética.
- Questionário Gramatical, Literário e Filosófico.
- Manual dos Exames para os Certificados de Habilitação.
- Catecismo Gramatical da Língua Francesa.
- Soluções Racionais das Perguntas e dos Problemas de Aritmética dos Exercícios e Problemas.
- Ditados Normais dos Exames do Hotel de Ville e da Sorbone.
- Ditados Especiais sobre as Dificuldades Ortográficas.
Rivail contraiu matrimonio aos 28 anos, com a senhorita Amélie Gabrielle Boudet nove anos mais velha que ele, em 6 de fevereiro de 1832 a quem Kardec chamava carinhosamente de Gabi.
Pelo que sabemos da história do Espiritismo por alguns historiadores e mesmo Conan Doyle, Rivail era cético como qualquer bom cientista ou filosofo de seu tempo, não estando vinculado a nenhum credo religioso, acreditava que apenas a razão e o espírito cientifico seriam os únicos capazes de explicar todos os fenômenos existentes. Acreditava que os chamados fenômenos que ocorriam naquela época, ou seja, as chamadas Mesas Girantes ou Falantes, era pura brincadeira de salão, ou simplesmente para fazer dormir em pé e só existia na imaginação.
A MINHA PRIMEIRA INICIAÇÃO NO ESPIRITISMO – Rivail
Foi em 1854 que pela primeira vez ouvi falar das mesas girantes. Encontrei um dia o magnetizador, Senhor Fortier, a quem eu conhecia desde muito tempo e que me disse: Já sabe da singular propriedade que se acaba de descobrir no Magnetismo?
Parece que já não são somente as pessoas que se podem magnetizar, mas também as mesas, conseguindo-se que elas girem e caminhem à vontade. – “É, com efeito, muito singular, respondi; mas, a rigor, isso não me parece radicalmente impossível. O fluido magnético, que é uma espécie de eletricidade, pode perfeitamente atuar sobre os corpos inertes e fazer que eles se movam”. Os relatos, que os jornais publicaram, de experiências feitas em Nantes, em Marselha e em algumas outras cidades, não permitiamdúvidas acerca da realidade do fenômeno.
Algum tempo depois, encontrei-me novamente com o Senhor Fortier, que medisse: Temos uma coisa muito mais extraordinária; não só se consegue que uma mesa se mova, magnetizando-a, como também que fale. Interrogada, ela responde. - Isto agora,
repliquei-lhe, é outra questão. Só acreditarei quando o vir e quando me provarem queuma mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir e que possa tornar-se sonâmbula.Até lá, permita que eu não veja no caso mais do que um conto para fazer-nos dormir em pé.
Era lógico este raciocínio: eu concebia o movimento por efeito de uma força mecânica, mas, ignorando a causa e a lei do fenômeno, afigurava-me absurdo atribuir-se inteligência a uma coisa puramente material. Achava-me na posição dos incrédulos atuais, que negam porque apenas vêem um fato que não compreendem. Há 50 anos, se a alguém dissessem, pura e simplesmente, que se podia transmitir um despacho telegráfico a 500 léguas e receber a resposta dentro de uma hora, esse alguém se riria e não teriam faltado excelentes razões científicas para provar que semelhante coisa era materialmente impossível. Hoje, quando já se conhece a lei da eletricidade, isso a ninguém espanta, nem sequer ao camponês. O mesmo se dá com todos os fenômenos
espíritas. Para quem quer que não conheça a lei que os rege, eles parecem sobrenaturais, maravilhosos e, por conseguinte, empecíveis e ridículos. Uma vez conhecida à lei, desaparece a maravilha, o fato deixa de ter o que repugne à razão,
porque se prende à possibilidade de ele produzir-se.
Eu estava, pois, diante de um fato inexplicado, aparentemente contrário às leis da Natureza e que a minha razão repelia. Ainda nada vira, nem observara; as experiências, realizadas em presença de pessoas honradas e dignas de fé, confirmavam a minha opinião, quanto à possibilidade do efeito puramente material; a idéia, porém, de uma mesa falante ainda não me entrara na mente.
No ano seguinte, estávamos em começo de 1855, encontrei-me com o Senhor Carlotti, amigo de 25 anos, que me falou daqueles fenômenos durante cerca de uma hora, com o entusiasmo que consagrava a todas as idéias novas. Ele era corso, de temperamento ardoroso e enérgico e eu sempre lhe apreciara as qualidades que distinguem uma grande e bela alma, porém desconfiava da sua exaltação. Foi o primeiro que me falou na intervenção dos Espíritos e me contou tantas coisas surpreendentes que, longe de me convencer, me aumentou as dúvidas. Um dia, o senhor será dos nossos, concluiu. Não direi que não, respondi-lhe; veremos isso mais tarde.
Passado algum tempo, pelo mês de maio de 1855, fui à casa da sonâmbula Sra. Roger, em companhia do Senhor Fortier, seu magnetizador. Lá encontrei o Senhor Pâtier e a Senhora Plainemaison, que daqueles fenômenos me falaram no mesmo sentido em que o Senhor Carlotti se pronunciara, mas em tom muito diverso. O Senhor Pâtier era funcionário público, já de certa idade, muito instruído, de caráter grave, frio e calmo; sua linguagem pausada isenta de todo entusiasmo, produziu em mim viva impressão e, quando me convidou a assistir às experiências que se realizavam em casa da Senhora Plainemaison, à rua Grange-Batelière, 18, aceitei imediatamente. A reunião foi marcada para terça-feira (data em branco no manuscrito) de maio às oito horas da noite.
Foi aí que, pela primeira vez, presenciei o fenômeno das mesas que giravam, saltavam e corriam, em condições tais que não deixavam lugar para qualquer dúvida.
Assisti então a alguns ensaios, muito imperfeitos, de escrita mediúnica numa ardósia, com o auxílio de uma cesta. Minhas idéias estavam longe de precisar-se, mas havia ali um fato que necessariamente decorria de uma causa. Eu entrevia, naquelas aparentes
futilidades, no passatempo que faziam daqueles fenômenos, qualquer coisa de sério, como que a revelação de uma nova lei, que tomei a mim estudar a fundo.
Desse estudo surgiu o PSEUDÔNIMO DE ALLAN KARDEC, e as obras que compõem o Alicerce do Estudo do Espiritismo.

Momentos do Encontro anual no Eunice Weaver

Público ouvindo atentamente Afonso comentando sobre a Busca da Felicidade






Registros do 4º Encontro anual do Caminho da Paz no Eunice Weaver: Temática deste ano para os adultos sobre Em busca da felicidade e as atividades infanto-juvenil foi sobre Preservação do Meio Ambiente - breve também serão divulgadas as fotos. Na foto da direita para esquerda: Samuel no violão, Socorro, Laura, Marli, Elizabete


Visão parcial dos participantes


Destaque para Sr. Manoel (da direita para esquerda) e D. Zelma