domingo, 2 de outubro de 2011

Hippolyte Léon Denizard Rivail






- Allan Kardec, é considerado o codificador do Espiritismo. Seu nome de batismo é Hippolyte Léon Denizard Rivail, nasceu em Lyon, França, no dia 03 de outubro de 1804, desencarnou em 31 de março de 1869, em Paris, vítima de uma ruptura de Aneurisma no coração.
Rivail fora pedagogo, aluno e fiel discípulo de Pestalozzi e este de Rousseau. Após ter se formado, “publicou numerosos livros didáticos, apresenta planos, métodos e projetos aos deputados, aos governadores e as universidades, referentes à eterna Reforma do ensino francês, desenvolve, em suma, atividade tal que não lhe deixa tempo para levar uma vida privada”;
As obras e trabalhos publicados sobre o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail, são as seguintes:
1824 – Curso Prático e Teórico da Aritmética.
1828 – Plano para a Melhoria da Educação Pública.
1831 - Gramática Francesa.
1838 – Programa de Estudos conforme ao Plano de Introdução.
1839 – Projeto de Reforma no Ensino.
1847 – O Projeto.
1848 – Introdução ao Catecismo Gramatical da Língua Francesa.

* Trabalhos utilizado nas Universidades
- Gramática Normal dos Exames.
- Curso de Cálculo de Cabeça.
- Trabalho de Aritmética.
- Questionário Gramatical, Literário e Filosófico.
- Manual dos Exames para os Certificados de Habilitação.
- Catecismo Gramatical da Língua Francesa.
- Soluções Racionais das Perguntas e dos Problemas de Aritmética dos Exercícios e Problemas.
- Ditados Normais dos Exames do Hotel de Ville e da Sorbone.
- Ditados Especiais sobre as Dificuldades Ortográficas.
Rivail contraiu matrimonio aos 28 anos, com a senhorita Amélie Gabrielle Boudet nove anos mais velha que ele, em 6 de fevereiro de 1832 a quem Kardec chamava carinhosamente de Gabi.
Pelo que sabemos da história do Espiritismo por alguns historiadores e mesmo Conan Doyle, Rivail era cético como qualquer bom cientista ou filosofo de seu tempo, não estando vinculado a nenhum credo religioso, acreditava que apenas a razão e o espírito cientifico seriam os únicos capazes de explicar todos os fenômenos existentes. Acreditava que os chamados fenômenos que ocorriam naquela época, ou seja, as chamadas Mesas Girantes ou Falantes, era pura brincadeira de salão, ou simplesmente para fazer dormir em pé e só existia na imaginação.
A MINHA PRIMEIRA INICIAÇÃO NO ESPIRITISMO – Rivail
Foi em 1854 que pela primeira vez ouvi falar das mesas girantes. Encontrei um dia o magnetizador, Senhor Fortier, a quem eu conhecia desde muito tempo e que me disse: Já sabe da singular propriedade que se acaba de descobrir no Magnetismo?
Parece que já não são somente as pessoas que se podem magnetizar, mas também as mesas, conseguindo-se que elas girem e caminhem à vontade. – “É, com efeito, muito singular, respondi; mas, a rigor, isso não me parece radicalmente impossível. O fluido magnético, que é uma espécie de eletricidade, pode perfeitamente atuar sobre os corpos inertes e fazer que eles se movam”. Os relatos, que os jornais publicaram, de experiências feitas em Nantes, em Marselha e em algumas outras cidades, não permitiamdúvidas acerca da realidade do fenômeno.
Algum tempo depois, encontrei-me novamente com o Senhor Fortier, que medisse: Temos uma coisa muito mais extraordinária; não só se consegue que uma mesa se mova, magnetizando-a, como também que fale. Interrogada, ela responde. - Isto agora,
repliquei-lhe, é outra questão. Só acreditarei quando o vir e quando me provarem queuma mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir e que possa tornar-se sonâmbula.Até lá, permita que eu não veja no caso mais do que um conto para fazer-nos dormir em pé.
Era lógico este raciocínio: eu concebia o movimento por efeito de uma força mecânica, mas, ignorando a causa e a lei do fenômeno, afigurava-me absurdo atribuir-se inteligência a uma coisa puramente material. Achava-me na posição dos incrédulos atuais, que negam porque apenas vêem um fato que não compreendem. Há 50 anos, se a alguém dissessem, pura e simplesmente, que se podia transmitir um despacho telegráfico a 500 léguas e receber a resposta dentro de uma hora, esse alguém se riria e não teriam faltado excelentes razões científicas para provar que semelhante coisa era materialmente impossível. Hoje, quando já se conhece a lei da eletricidade, isso a ninguém espanta, nem sequer ao camponês. O mesmo se dá com todos os fenômenos
espíritas. Para quem quer que não conheça a lei que os rege, eles parecem sobrenaturais, maravilhosos e, por conseguinte, empecíveis e ridículos. Uma vez conhecida à lei, desaparece a maravilha, o fato deixa de ter o que repugne à razão,
porque se prende à possibilidade de ele produzir-se.
Eu estava, pois, diante de um fato inexplicado, aparentemente contrário às leis da Natureza e que a minha razão repelia. Ainda nada vira, nem observara; as experiências, realizadas em presença de pessoas honradas e dignas de fé, confirmavam a minha opinião, quanto à possibilidade do efeito puramente material; a idéia, porém, de uma mesa falante ainda não me entrara na mente.
No ano seguinte, estávamos em começo de 1855, encontrei-me com o Senhor Carlotti, amigo de 25 anos, que me falou daqueles fenômenos durante cerca de uma hora, com o entusiasmo que consagrava a todas as idéias novas. Ele era corso, de temperamento ardoroso e enérgico e eu sempre lhe apreciara as qualidades que distinguem uma grande e bela alma, porém desconfiava da sua exaltação. Foi o primeiro que me falou na intervenção dos Espíritos e me contou tantas coisas surpreendentes que, longe de me convencer, me aumentou as dúvidas. Um dia, o senhor será dos nossos, concluiu. Não direi que não, respondi-lhe; veremos isso mais tarde.
Passado algum tempo, pelo mês de maio de 1855, fui à casa da sonâmbula Sra. Roger, em companhia do Senhor Fortier, seu magnetizador. Lá encontrei o Senhor Pâtier e a Senhora Plainemaison, que daqueles fenômenos me falaram no mesmo sentido em que o Senhor Carlotti se pronunciara, mas em tom muito diverso. O Senhor Pâtier era funcionário público, já de certa idade, muito instruído, de caráter grave, frio e calmo; sua linguagem pausada isenta de todo entusiasmo, produziu em mim viva impressão e, quando me convidou a assistir às experiências que se realizavam em casa da Senhora Plainemaison, à rua Grange-Batelière, 18, aceitei imediatamente. A reunião foi marcada para terça-feira (data em branco no manuscrito) de maio às oito horas da noite.
Foi aí que, pela primeira vez, presenciei o fenômeno das mesas que giravam, saltavam e corriam, em condições tais que não deixavam lugar para qualquer dúvida.
Assisti então a alguns ensaios, muito imperfeitos, de escrita mediúnica numa ardósia, com o auxílio de uma cesta. Minhas idéias estavam longe de precisar-se, mas havia ali um fato que necessariamente decorria de uma causa. Eu entrevia, naquelas aparentes
futilidades, no passatempo que faziam daqueles fenômenos, qualquer coisa de sério, como que a revelação de uma nova lei, que tomei a mim estudar a fundo.
Desse estudo surgiu o PSEUDÔNIMO DE ALLAN KARDEC, e as obras que compõem o Alicerce do Estudo do Espiritismo.

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