“Todos podem conhecê-la, mas nem todos a compreendem.
· A absorção
· Ou a individualidade da alma antese depois da morte.
627. Uma vez que Jesus ensinou as verdadeiras leis de
Deus, qual a utilidade do ensino que os Espíritos dão? Terão
que nos ensinar mais alguma coisa?
“Jesus
empregava amiúde, na sua linguagem, alegorias e parábolas, porque falava de
conformidade com os tempos e os lugares. Faz-se mister agora que a verdade se
torne inteligível para todo mundo. Muito necessário é que aquelas leis sejam
explicadas e desenvolvidas, tão poucos são os que as compreendem e ainda menos
os que as praticam. A nossa missão consiste em abrir os olhos e os ouvidos a todos,
confundindo os orgulhosos e desmascarandoos hipócritas: os que vestem a capa da
virtude e da religião, a fim de ocultarem suas torpezas. O ensino dos Espíritos
tem que ser claro e sem equívocos, para que ninguém possa pretextar ignorância
e para que todos o possam julgar e apreciar com a razão. Estamos incumbidos de
preparar o reino do bem que Jesus anunciou. Daí a necessidade de que a ninguém
seja possível interpretar a lei de Deus ao sabor de suas paixões, nem falsear o
sentido de uma lei toda de amor e de caridade.”
CAPÍTULO VII — AS PENAS
FUTURAS SEGUNDO O ESPIRITISMO – código penal da vida futura - Enfoque da Pena: C.I – 1ª
parte cap. VII item 16
A responsabilidade moral
dos atos da vida fica, portanto, intacta; mas a razão nos diz que as
conseqüências dessa responsabilidade devem ser proporcionais ao desenvolvimento
intelectual do Espírito. Assim, quanto mais esclarecido for este, menos
desculpável se torna, uma vez que com a inteligência e o senso moral nascem as
noções do bem e do mal, do justo e do injusto.
9º — Toda falta cometida,
todo mal realizado é uma dívida contraída que deverá ser paga; se o não for em
uma existência, sê-lo-á na seguinte ou seguintes, porque todas as existências
são solidárias entre si. Aquele que se quita numa existência não terá
necessidade de pagar segunda vez.
Pela natureza dos
sofrimentos e vicissitudes da vida corpórea, pode julgar-se a natureza das
faltas cometidas em anterior existência, e das imperfeições que as originaram.
11º — A expiação varia
segundo a natureza e gravidade da falta, podendo, portanto, a mesma falta
determinar expiações diversas, conforme as circunstâncias, atenuantes ou agravantes,
em que for cometida.
12º — Não há regra absoluta
nem uniforme quanto à natureza e duração do castigo: — a única lei geral é que
toda falta terá punição, e terá recompensa todo ato meritório, segundo o seu valor.
13º — A duração do castigo
depende da melhoria do Espírito culpado.
16º — O arrependimento,
conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não basta por si só; são
precisas a expiação e a reparação.
Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as
três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas
conseqüências. O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela
esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o
efeito destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma
anulação.
17º — O arrependimento pode
dar-se por toda parte e em qualquer tempo; se for tarde, porém, o culpado sofre
por mais tempo.
Até que os últimos
vestígios da falta desapareçam, a expiação consiste nos sofrimentos físicos e
morais que lhe são conseqüentes, seja na vida atual, seja na vida espiritual após
a morte, ou ainda em nova existência corporal.
A reparação consiste em
fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal. Quem não repara os seus erros
numa existência, por fraqueza ou má vontade, achar-se-á numa existência ulterior
em contacto com as mesmas pessoas que de si tiverem queixas, e em condições
voluntariamente escolhidas, de modo a demonstrar-lhes reconhecimento e
fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes tenha feito. Nem todas as faltas acarretam
prejuízo direto e efetivo; em tais casos a reparação se opera, fazendo-se o que
se deveria fazer e foi descurado; cumprindo os deveres desprezados, as missões
não preenchidas; praticando o bem em compensação ao mal praticado, isto é,
tornando-se humilde se se tem sido orgulhoso, amável se se foi austero,
caridoso se se tem sido egoísta, benigno se se tem sido perverso, laborioso se
se tem sido ocioso, útil se se tem sido inútil, frugal se se tem sido
intemperante, trocando em suma por bons os maus exemplos perpetrados. E desse
modo progride o Espírito, aproveitando-se do próprio passado. (1 A necessidade
da reparação é um princípio de rigorosa justiça, que se pode considerar
verdadeira lei de reabilitação moral dos Espíritos).
JEAN REYNAUD
(Sociedade Espírita de Paris. Comunicação espontânea.)
P. Em vida professáveis o
Espiritismo?
— R. Há uma grande
diferença em professar e praticar.
Muita gente professa uma
doutrina, que não pratica; pois bem, eu praticava e não professava. Assim como
cristão
é todo homem que segue as
leis do Cristo, mesmo sem conhecê-lo, assim também podemos ser espíritas,
acreditando na imortalidade da alma, nas reencarnações, no progresso
incessante, nas provações terrenas — abluções necessárias ao melhoramento.
Acreditando em tudo isso, eu era, portanto, espírita. Compreendi a
erraticidade, laço intermediário das reencarnações e purgatório no qual o
Espírito culposo se despoja das vestes impuras para revestir nova toga, e onde
o Espírito, em evolução, tece cuidadosamente essa toga que há de carregar no
intuito de conservá-la pura. Compreendi
tudo isso, e, sem professar, continuei a praticar.
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