Mensalmente os diretores e trabalhadores de nossa Sociedade Espírita se reúnem para Estudos da Revista Espírita. Com objetivo de levar e nivelar o conhecimento com os todos os participantes, a partir de janeiro/12 uma personalidade importante para o Movimento Espírita será homenageada com texto e discussão sobre a vida e obra. Neste mês a homenageada será:
A GRANDE MÉDIUM – Eusápia Palladino
Nasceu em Minervino, Itália, no dia
31 de março 1854 e desencarnou no dia 9 de julho de 1918, na cidade de Nápoles,
também na Itália.
A sua mediunidade surgiu no ano de
1868, quando tinha apenas 14 anos de idade. Dali por diante o seu trabalho no
campo das pesquisas psíquicas foram de tal relevância, que se pode dizer ter
sido uma das maiores médiuns do mundo.
Órfã de pai e mãe, seus parentes
pretendiam levá-la para um convento, quando eclodiu a mediunidade. A sua
apresentação ao mundo científico se verificou apenas em 1888, quando o
professor Chiaia convidou Cesare Lombroso para examiná-la, o que somente se
verificou em 1891.
Os fenômenos físicos produzidos
através dessa famosa médium foram de vários matizes: movimento de objetos,
levitação de mesas e dela própria, aparição de luzes, materializações de
espíritos, execução de trechos musicais sem contato humano, e outros.
Inúmeros cientistas que fizeram
pesquisas por seu intermédio, em centenas de sessões, eram ferrenhos detratores
do Espiritismo, objetivando tão-somente demonstrar possíveis fraudes. No
entanto, ela conseguiu convencer a grande maioria desses sábios, apesar deles
desconhecerem os mais elementares rudimentos sobre a dinâmica dos fenômenos
mediúnicos.
Diante dos fenômenos propiciados
através de Eusápia Paladino, desfilaram sábios de renome, tais como:
Schiaparelli, Gerosa, Ermancora, Aksakof, Carl Du Prel, Charles Richet, Oliver
Lodge, Fredich Myers, Ochorowicz, Sigdwick, Richard Hodgson, Albert de Rochas,
Camille Flammarion, Carlos Rochi, Vitoriano Sardou, Julio Claretio, Adolfo
Bisson, Gabriel Delanne, Fontenay, Ernesto Bozzano, os professores Porro,
Morselli e Massales, além de muitos outros.
Morselli teve a oportunidade de
observar cerca de 39 fenômenos; Fontenay conseguiu fotografá-la com as mãos
presas por observadores, enquanto de sua cabeça saíam várias mãos; Cesare
Lombroso se declarou “convencido e entristecido por haver combatido tantas
vezes a possibilidade dos fenômenos espíritas.”
Eusápia era analfabeta e era
extremamente bondosa e caridosa. Tudo quanto conseguia amealhar, distribuía com
os necessitados e com as crianças, sentindo as desventuras dos menos
favorecidos pelos bens materiais e procurando resolver seus problemas. Ela se
tornou famosa por ter sido a médium que passou pelo exame do maior número de
sábios, quase todos rendendo-se à evidência do espiritismo.
Em
sua carta ao Professor Lombroso, já referida, o Professor Chiaia fez uma vívida
descrição dos fenômenos que ocorriam com Eusapia. Convidou-o a observar um caso
especial, que considera digno de atenção da mente de Lombroso, e continua:
“Refiro-me
ao caso de uma mulher inválida, da mais humilde camada social. Tem cerca de
trinta anos e é muito
ignorante;
seu olhar nem é fascinante, nem dotado daquele poder que os modernos
criminalistas chamam irresistível. Mas quando ela quer, seja de dia ou noite,
pode divertir um grupo durante uma hora ou mais, com os mais curiosos
fenômenos. Tanto amarrada a uma cadeira, quanto segura pelas mãos dos
assistentes, atrai a si móveis e objetos que a cercam, levanta-os, mantendo-os
suspensos no ar, como o féretro de Maomé, e fá-los descer novamente com um
movimento ondulatório, como se obedecessem à sua vontade. Aumenta ou diminui à
vontade o seu peso. Ouvem-se arranhaduras e batidas nas paredes, no teto, no
soalho, com muito ritmo e cadência. Em resposta a perguntas dos assistentes,
algo como jatos de eletricidade emana de seu corpo e a envolve ou aos
espectadores dessas cenas maravilhosas. Desenha sobre cartões que os outros
seguram, aquilo que se deseja – figuras, assinaturas, números, sentenças –
apenas estirando a mão na direção indicada. Se se colocar num canto da sala uma
bacia contendo uma camada fina de cal, no fim de algum tempo aí se encontra a
impressão de uma pequena ou de uma grande mão, um rosto, de frente ou de
perfil, do qual se poderia tirar um molde. Assim tem sido conservados retratos
tirados de vários ângulos e os que desejam podem assim fazer sérios estudos.
Essa mulher ergue-se no ar, sejam quais forem as amarras que a sustentam.
Parece librar-se no ar como se sobre um colchão, contrariando todas as leis da
gravidade. Toca instrumentos de música – órgãos, sinos, tamborins – como se
eles tivessem sido tocados por suas mãos ou movidos pelo sopro de invisíveis
gnomos... "Essa mulher por vezes aumenta a sua estatura de mais de dez
centímetros.“
Como
vimos, o Professor Lombroso interessou-se bastante por essa descrição e
investigou. O resultado foi que se converteu. A Comissão de Milão, que foi a
seguinte a experimentar, em 1892, assim diz em seu relatório:
“É
impossível dizer o número de vezes que uma mão apareceu e foi tocada por um de
nós. Basta dizer que a dúvida já não era possível. Realmente era uma mão viva
que víamos e tocávamos, enquanto, ao mesmo tempo, o busto e os braços do médium
estavam visíveis e suas mãos eram seguras pelos que se achavam ao seu lado”.
Muitos fenômenos ocorreram à luz de duas velas ou
lâmpadas de óleo e as mesmas ocorrências foram testemunhadas em plena luz,
quando o médium estava em transe. O Dr. Ochorowicz persuadiu Eusapia a visitar
Varsóvia em 1894 e as experiências aí foram feitas em presença de homens e
senhoras eminentes nos círculos científicos e filosóficos. O relato dessas
sessões diz que levitações parciais e completas da mesa e muitos outros
fenômenos físicos foram conseguidos. Essas levitações se deram quando os pés do
médium eram vistos à luz ou quando eram amarrados e seguros por um assistente
ajoelhado debaixo da mesa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário