domingo, 15 de janeiro de 2012

A Grande Mulher e Médium Eusapia Paladino


Mensalmente os diretores e trabalhadores de nossa Sociedade Espírita se reúnem para Estudos da Revista Espírita. Com objetivo de levar e nivelar o conhecimento com os todos os participantes, a partir de janeiro/12 uma personalidade importante para o Movimento Espírita será homenageada com texto e discussão sobre a vida e obra. Neste mês a homenageada será: 

A  GRANDE MÉDIUM – Eusápia Palladino

Nasceu em Minervino, Itália, no dia 31 de março 1854 e desencarnou no dia 9 de julho de 1918, na cidade de Nápoles, também na Itália.

A sua mediunidade surgiu no ano de 1868, quando tinha apenas 14 anos de idade. Dali por diante o seu trabalho no campo das pesquisas psíquicas foram de tal relevância, que se pode dizer ter sido uma das maiores médiuns do mundo.

Órfã de pai e mãe, seus parentes pretendiam levá-la para um convento, quando eclodiu a mediunidade. A sua apresentação ao mundo científico se verificou apenas em 1888, quando o professor Chiaia convidou Cesare Lombroso para examiná-la, o que somente se verificou em 1891.

Os fenômenos físicos produzidos através dessa famosa médium foram de vários matizes: movimento de objetos, levitação de mesas e dela própria, aparição de luzes, materializações de espíritos, execução de trechos musicais sem contato humano, e outros.

Inúmeros cientistas que fizeram pesquisas por seu intermédio, em centenas de sessões, eram ferrenhos detratores do Espiritismo, objetivando tão-somente demonstrar possíveis fraudes. No entanto, ela conseguiu convencer a grande maioria desses sábios, apesar deles desconhecerem os mais elementares rudimentos sobre a dinâmica dos fenômenos mediúnicos.

Diante dos fenômenos propiciados através de Eusápia Paladino, desfilaram sábios de renome, tais como: Schiaparelli, Gerosa, Ermancora, Aksakof, Carl Du Prel, Charles Richet, Oliver Lodge, Fredich Myers, Ochorowicz, Sigdwick, Richard Hodgson, Albert de Rochas, Camille Flammarion, Carlos Rochi, Vitoriano Sardou, Julio Claretio, Adolfo Bisson, Gabriel Delanne, Fontenay, Ernesto Bozzano, os professores Porro, Morselli e Massales, além de muitos outros.

Morselli teve a oportunidade de observar cerca de 39 fenômenos; Fontenay conseguiu fotografá-la com as mãos presas por observadores, enquanto de sua cabeça saíam várias mãos; Cesare Lombroso se declarou “convencido e entristecido por haver combatido tantas vezes a possibilidade dos fenômenos espíritas.”

Eusápia era analfabeta e era extremamente bondosa e caridosa. Tudo quanto conseguia amealhar, distribuía com os necessitados e com as crianças, sentindo as desventuras dos menos favorecidos pelos bens materiais e procurando resolver seus problemas. Ela se tornou famosa por ter sido a médium que passou pelo exame do maior número de sábios, quase todos rendendo-se à evidência do espiritismo.

Em sua carta ao Professor Lombroso, já referida, o Professor Chiaia fez uma vívida descrição dos fenômenos que ocorriam com Eusapia. Convidou-o a observar um caso especial, que considera digno de atenção da mente de Lombroso, e continua:
“Refiro-me ao caso de uma mulher inválida, da mais humilde camada social. Tem cerca de trinta anos e é muito

ignorante; seu olhar nem é fascinante, nem dotado daquele poder que os modernos criminalistas chamam irresistível. Mas quando ela quer, seja de dia ou noite, pode divertir um grupo durante uma hora ou mais, com os mais curiosos fenômenos. Tanto amarrada a uma cadeira, quanto segura pelas mãos dos assistentes, atrai a si móveis e objetos que a cercam, levanta-os, mantendo-os suspensos no ar, como o féretro de Maomé, e fá-los descer novamente com um movimento ondulatório, como se obedecessem à sua vontade. Aumenta ou diminui à vontade o seu peso. Ouvem-se arranhaduras e batidas nas paredes, no teto, no soalho, com muito ritmo e cadência. Em resposta a perguntas dos assistentes, algo como jatos de eletricidade emana de seu corpo e a envolve ou aos espectadores dessas cenas maravilhosas. Desenha sobre cartões que os outros seguram, aquilo que se deseja – figuras, assinaturas, números, sentenças – apenas estirando a mão na direção indicada. Se se colocar num canto da sala uma bacia contendo uma camada fina de cal, no fim de algum tempo aí se encontra a impressão de uma pequena ou de uma grande mão, um rosto, de frente ou de perfil, do qual se poderia tirar um molde. Assim tem sido conservados retratos tirados de vários ângulos e os que desejam podem assim fazer sérios estudos. Essa mulher ergue-se no ar, sejam quais forem as amarras que a sustentam. Parece librar-se no ar como se sobre um colchão, contrariando todas as leis da gravidade. Toca instrumentos de música – órgãos, sinos, tamborins – como se eles tivessem sido tocados por suas mãos ou movidos pelo sopro de invisíveis gnomos... "Essa mulher por vezes aumenta a sua estatura de mais de dez centímetros.“
Como vimos, o Professor Lombroso interessou-se bastante por essa descrição e investigou. O resultado foi que se converteu. A Comissão de Milão, que foi a seguinte a experimentar, em 1892, assim diz em seu relatório:
“É impossível dizer o número de vezes que uma mão apareceu e foi tocada por um de nós. Basta dizer que a dúvida já não era possível. Realmente era uma mão viva que víamos e tocávamos, enquanto, ao mesmo tempo, o busto e os braços do médium estavam visíveis e suas mãos eram seguras pelos que se achavam ao seu lado”.
Muitos fenômenos ocorreram à luz de duas velas ou lâmpadas de óleo e as mesmas ocorrências foram testemunhadas em plena luz, quando o médium estava em transe. O Dr. Ochorowicz persuadiu Eusapia a visitar Varsóvia em 1894 e as experiências aí foram feitas em presença de homens e senhoras eminentes nos círculos científicos e filosóficos. O relato dessas sessões diz que levitações parciais e completas da mesa e muitos outros fenômenos físicos foram conseguidos. Essas levitações se deram quando os pés do médium eram vistos à luz ou quando eram amarrados e seguros por um assistente ajoelhado debaixo da mesa.

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