Então disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos
os ceifeiros. Rogai pois o Senhor da seara que mande ceifeiros para a sua
seara. (Mateus, 9: 37 e 38).
Introdução:
Precisamos traçar alguns conceitos preliminares, a fim de obtermos êxito
na elaboração das idéias.
De acordo com Allan Kardec: Conceito e finalidade:
“Uma reunião é um ser coletivo, cujas qualidades e propriedades são a
resultante das de seus membros e formam como um feixe. (fonte: O Livro dos
Médiuns). No livro Nos Bastidores da Obsessão temos Manoel Philomeno de Miranda
sintonizado com o pensamento de Kardec:
“As reuniões espíritas são compromissos graves assumidos perante a
consciência de cada um, regulamentada pelo esforço, pontualidade, sacrifício e
perseverança de seus membros.
Somente aqueles que sabem perseverar, sem postergarem o trabalho de
edificação interior, se FAZEM credores da assistência dos Espíritos
interessados na sementeira da esperança e da felicidade na Terra.
E ainda mais com Kardec:
As reuniões espíritas oferecem grandíssimas vantagens, por permitirem
que os que nelas tomam parte se esclareçam, mediante a permuta das idéias,
pelas questões e observações que se façam, das quais todos aproveitam. Mas,
para que produzam todos os frutos desejáveis, requerem condições especiais,
(...), porquanto erraria quem as comparasse às reuniões ordinárias. (KARDEC.
O Livro dos Médiuns, cap. XXIX, Item 324.)
Entraremos aqui na classificação das reuniões espíritas, abordadas por
Allan Kardec em O Livro
dos Médiuns - no capítulo XXIX, da segunda parte – também encontraremos
mais considerações sobre o assunto. Mas será útil anotarmos que as reuniões
podem ser
- Frívolas
- Experimentais,
- Instrutivas
segundo o gênero e a finalidade a que se propõem.
Além disso, encontraremos no capítulo III, da primeira parte de O Livro dos
Médiuns, a distinção feita por Kardec, ao observar entre os que já se
convenceram do Espiritismo,
·
Os espíritas experimentadores
·
Os espíritas imperfeitos
·
0s espíritas cristãos
·
Os espíritas exaltados
É indiscutível que estamos tratando aqui das reuniões instrutivas e
sérias, cujo propósito não é a evocação de bons Espíritos, pois sabemos que
isto não basta para atraí-los, mas, sim, a qualificação dos grupos a que nos
ligamos, conforme a seguinte elucidação:
Os Espíritos são atraídos na razão da simpatia que lhes inspire a
natureza moral do meio que os evoca. Os Espíritos superiores se comprazem nas
reuniões sérias, onde predominam o amor do bem e o desejo sincero, por parte
dos que as compõem, de se instruírem e se melhorarem. A presença deles afasta
os Espíritos inferiores que, inversamente, encontram livre acesso e podem obrar
com toda liberdade entre pessoas frívolas ou impelidas unicamente pela
curiosidade e onde quer que existam maus instintos. Longe de se obterem bons
conselhos, ou informações úteis, deles só se devem esperar futilidades,
mentiras, gracejos de mau gosto, ou mistificações, pois que muitas vezes tomam
nomes venerados, a fim de melhor induzirem ao erro. ( Introdução do Livro
dos Espíritos, VI)
Dessa forma, entendemos que natural é, entre os que se ocupam com o Espiritismo,
o desejo de poderem pôr-se em comunicação com os Espíritos. ( Introdução do
Livro dos Médiuns)
Porém, para isso, é preciso pensar a que classe de espíritas
pertencemos, se é a dos experimentadores ou exaltados, ou se já nos ligamos aos
grupos mediúnicos na condição do espírita-cristão: aquele que não se contenta
em admirar a moral espírita mas se esforça por praticá-la.
A Qualidade na Visão de Allan Kardec
“Toda reunião espírita deve, pois, tender para
a maior homogeneidade possível. Está entendido que falamos das em que se deseja
chegar a resultados sérios e verdadeiramente úteis. Se o que se quer é
apenas obter comunicações, sejam estas quais forem, sem nenhuma atenção à
qualidade dos (Espíritos) que as dêem, evidentemente desnecessárias se
tornam todas essas precauções; mas, então, ninguém tem que se queixar da
qualidade do produto.”(O Livro dos Médiuns,
Cap. XXIX, item 331)
Uma reunião só e verdadeiramente séria, quando
cogita de coisas úteis, com exclusão de todas as demais. Se os que a formam
aspiram a obter fenômenos extraordinários, por mera curiosidade, ou passatempo,
talvez compareçam Espíritos que os produzam, mas os outros, daí se afastarão.
Numa palavra, qualquer que seja o caráter de uma reunião, haverá sempre
Espíritos dispostos a secundar as tendências dos que a componham. Assim, pois,
afasta-se do seu objetivo toda reunião séria em que o ensino é substituído pelo
divertimento. As manifestações físicas, como dissemos, têm sua utilidade; vão
às sessões experimentais os que queiram ver; vão às reuniões de estudos os que
queiram compreender; é desse modo que uns e outros lograrão completar sua
instrução espírita, tal qual fazem os que estudam medicina, os quais vão, uns
aos cursos, outros às clínicas. (LM 327)
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