domingo, 9 de setembro de 2012

Estudos sobre O Porvir e o Nada - Intolerância Religiosa


Neste sábado (08/09/2012) no grupo de estudo das 16hs do Caminho da Paz, debateu sobre O Porvir e o Nada – O Céu e Inferno – Allan Kardec. Destaque final dos estudos foi centrado no texto abaixo:
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14. Instintivamente tem o homem a crença no futuro, mas não possuindo até agora nenhuma base certa para defini-lo, a sua imaginação fantasiou os sistemas que originaram a diversidade de crenças. A Doutrina Espírita sobre o futuro — não sendo uma obra de imaginação mais ou menos arquitetada engenhosamente, porém o resultado da observação de fatos materiais que se desdobram hoje à nossa vista — congraçará, como já está acontecendo, as opiniões divergentes ou flutuantes e trará gradualmente, pela força das coisas, a unidade de crenças sobre esse ponto, não já baseada em simples hipótese, mas na certeza. A unificação feita relativamente à sorte futura das almas será o primeiro ponto de contacto dos diversos cultos, um passo imenso para a tolerância religiosa em primeiro lugar e, mais tarde, para a completa fusão.

O texto levou o grupo de estudos a discutir um pouco sobre Intolerância Religiosa. Afinal, o que é realmente Intolerância religiosa. Vejamos um pequeno resumo:

Intolerância religiosa é um termo que descreve a atitude mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar diferenças ou crenças religiosas de outros. Pode-se constituir uma intolerância ideológica ou política. Pode-se também resultar em perseguição religiosa e ambas têm sido comuns através da história. A maioria dos grupos religiosos já passou por tal situação numa época ou noutra. Floresce devido à ausência de tolerância religiosa, liberdade de religião e pluralismo religioso.
Com o crescimento da diversidade religiosa no Brasil é verificado um crescimento da intolerância religiosa, tendo sido criado até mesmo o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa (21 de janeiro) por meio da Lei nº 11.635, de 27 de dezembro de 2007, sancionada pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva, o que foi um reconhecimento do próprio Estado da existência do problema.

A Constituição prevê a liberdade de religião e a Igreja e o Estado estão oficialmente separados, sendo o Brasil um Estado laico. A legislação brasileira proíbe qualquer tipo de intolerância religiosa, sendo a prática religiosa geralmente livre no país.

Auto de  de Barcelona foi uma expressão notabilizada por Allan Kardec para se referir à queima, em praça pública, de trezentos livros espíritas, realizada no dia 9 de outubro de 1861 em Barcelona, Espanha. Foi utilizada pela primeira vez no subtítulo do artigo "O resto da Idade Média", publicado em novembro daquele ano na "Revue Spirite".
Maurice Lachâtre, editor francês, achava-se estabelecido em Barcelona com uma livraria, quando solicitou a Kardec, seu compatriota, em Paris, uma partida de livros espíritas, para vendê-los na Espanha.
Quando os livros chegaram ao país, foram apreendidos na alfândega, por ordem do Bispo de Barcelona, Antonio Palau Termes (1857–1862), sob a alegação de que "A Igreja católica é universal, e os livros, sendo contrários à  católica, o governo não pode consentir que eles vão perverter a moral e a religião de outros países".[1] O mesmo eclesiástico recusou-se a reexportar as obras apreendidas, condenando-as à destruição pelo fogo.
O "auto-de-fé" ocorreu na esplanada de Barcelona, às 10h30 da manhã. Conforme lista oficial transcrita na "Revue Spirite", foram queimados os seguintes títulos:
§  "Revue Spirite", dirigida por Allan Kardec;
§  "A Revista Espiritualista", dirigida por Piérard;
§  "O Livro dos Espíritos", por Allan Kardec;
§  "O Livro dos Médiuns", por Allan Kardec;
§  "O que é o Espiritismo?", por Allan Kardec;
§  "Fragmento de sonata", atribuído ao Espírito de Mozart;
§  "Carta de um católico sobre o Espiritismo", pelo doutor Grand;
§  "A História de Jeanne d'Arc", atribuído a Joana D'arc pela médium Ermance Dufaux;
O evento causou viva impressão através da imprensa de todo o mundo à época, evocando as antigas fogueiras do Santo Ofício, chamando a atenção para as obras espíritas.
Kardec, em decorrência deste episódio, comentou:
"Graças a esse zelo imprudente, todo o mundo, em Espanha, vai ouvir falar do Espiritismo e quererá saber o que é; é tudo o que desejamos. Podem-se queimar os livros, mas não se queimam as ideias; as chamas das fogueiras as super-excitam em lugar de abafá-las. As idéias, aliás, estão no ar, e não há Pireneus bastante altos para detê-las; e quando uma ideia é grande e generosa, ela encontra milhares de peitos prontos para aspirá-la”

Concluindo com Kardec:
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Intolerância para com os princípios básicos da doutrina, dentro da própria França, e, Kardec sofreu muito, então ele perguntou aos espíritos na questão 875 - Como se pode definir a justiça? E os espíritos responderam imediatamente: "a justiça consiste no respeito aos direitos de cada um". Então todo ser humano tem o direito de professar a sua religião porque está condizente com a sua forma de agir, de pensar de sentir, com as suas tradições faz parte de uma cultura.
Então Kardec continuou perguntando: O que é que determina esses direitos? Os espíritos responderam: "são determinados pela lei humana, pela lei natural”. Só que a lei humana é transitória, o que certo hoje é errado amanhã, o que é correto aqui é errado lá no Oriente mas a lei natural não. Fazendo os homens leis apropriadas aos seus costumes e ao seu caráter, estabelecem direitos que podem variar como o progresso dos conhecimentos.
O aspecto contratual na doutrina espírita é baseado nos ensinamentos de Jesus . "a cada um segundo as suas obras", ou seja, não há trocas. Quanto a aspecto formal a doutrina espírita também não tem, porque não há prática de ritos na casa. E este é um pensamento que está na vanguarda, a atualidade do Livro dos Espíritos do nosso mestre Kardec, 1857 depois da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Kardec talvez baseado nessas informações pergunta aos espíritos: a necessidade de viver em sociedade acarreta para o homem obrigações particulares?: "Sim, e a primeira de todas é a de respeitar o direito do seu semelhante". O direito natural nada mais é que o somatório de toda nossa vontade delegada a um único governante que nos representa, por isso temos de respeitar o direito de outrem e a doutrina espírita nos ensina a respeitar esses direitos. Pois o sonho do próprio Kardec é o surgimento de um cristianismo que norteie a humanidade para o respeito mútuo e a tolerabilidade como primeiro princípio a ser seguido. Porque a tolerância é a base do desenvolvimento humano.

Um comentário:

Cida Costa disse...

Usarei esse estudo como complemento da minha pesquisa sobre esse tema.
Obrigado.