domingo, 24 de fevereiro de 2013

Registrando: Fundamentos da Mediunidade - 24/02/13

Dentro das programações definidas e aprovadas pela diretoria da Sociedade Espírita Caminho da Paz em João Pessoa, na Paraíba, foi realizado o Encontro sobre Fundamentos da Mediunidade, evento coordenado pelos irmãos da ASSEPE-João Pessoa: Geyson Kaio, Júlio César e Néventon Vargas. Estiveram presentes ao evento mais de 63 pessoas e 9 instituições de João Pessoa.

ASSEPE: Associação de Estudos e Pesquisas Espíritas de João Pessoa.


Tendo como referência básica as obras de Kardec e em particular O Livro do Médiuns associando ainda às pesquisas e pesquisadores do passado e do presente, os participantes presentes ao evento tiveram a oportunidade de vislumbrar e compreender de forma mais abrangente, a grandeza da Doutrina Espírita em um de seus pilares: A MEDIUNIDADE.

RESUMO:
1) Allan Kardec no cap. XIV de O Livro dos Médiuns, fala que todo aquele que sente em qualquer grau a presença dos espíritos é por isso mesmo médium. Para nós espíritas é ponto pacifico afirmar, que a mediunidade, é uma faculdade natural, inerente ao ser humano, que independe da crença religiosa e se fez presente em todas as épocas da humanidade, sendo inúmeras vezes, confundida e deturpada pelos homens ao longos dos séculos.
2) Nas antigas civilizações do oriente no Egito, na Pérsia, na Síria e nas do ocidente na Grécia e em Roma, citada também nos vedas e nos livros sagrados de outras religiões, a mediunidade era tida como crença geral, e os médiuns vistos como seres privilegiados pelos deuses, e por esse fato semi-deuses. Denominados como pítons, pitonisas, oráculos, magos, sacerdotes, etc., eram avidamente consultados em busca das mais variadas informações que atendessem aos diversos interesses daqueles que os procuravam.
Os relatos, inclusive os citados na bíblia, referem-se a aparição de anjos, demônios e possessões variadas que marcaram a fenomenologia da época, sedimentando conceitos atávicos e ritualísticos, que ainda fazem parte dos nossos dias. Era comum na Grécia antiga e em outros povos os médiuns atuarem como conselheiros do reis, como também era comum, os retiros do homem para a natureza ou para o insulamento em monastérios buscando o estudo e a prática da filosofia, como fazia Platão, que galgava a montanha do Imec, buscando lá o refúgio e tranqüilidade para suas conjecturas, ou mesmo Moisés, que subiu ao monte Sinai no intuito de obter respostas que atendessem às suas necessidades espirituais mais prementes.
Mas é com o Cristo, que a mediunidade adquire um maior substrato moral e vem orientada pela disciplina que a sua condição de médium de Deus proporciona, visto que, Ele confabulava diretamente com Deus, e que, esse fato por si só, já era suficiente para promover uma nova disposição moral nas atitudes e no comportamento do homem, em função da aplicação da Lei do Amor, inquestionavelmente traduzida em seus ensinamentos.
A ignorância, no que se refere a mediunidade e os interesses espúrios que o fanatismo religioso produzia, detonaram perseguições implacáveis aos médiuns, tanto ao tempo de Jesus quanto na Idade Média, quando ela é tachada de intervenção demoníaca e os médiuns levados ao martírio da fogueira como ocorreu com Joana D’arc, por não abjurar de suas vozes, que revelavam a sobrevivência da alma e a comunicabilidade da mesma.

Durante o evento foi destaco a importância de alguns ícones dos fenômenos entre eles:
1 - EMMANUEL SWEDENBORG  (1688 - 1772)
2 - FRANZ ANTON MESMER (1734 - 1815)
3 - ANDREW JACKSON DAVIS - 1826 (Na tarde de 6 de março de 1844, deu-se, com Davis,  um dos mais extraordinários fenômenos, o do levitação. Foi ele tomado por uma força estranha que o fez voar da cidade de Poughkeepsie a Catskill, cerca de quarenta milhas de distância)
4 - FLORENCE COOK (1856 - 1904)
5 - Chico Xavier - na atualidade

E sobre alguns pesquisadores contrários e favoráveis ao fenômeno após as comprovações científicas:


WILLIAN CROOKES
Coube a Willian Crookes, o célebre físico inglês, chamar a atenção de toda Europa racionalista  para a
realidade dos fatos espíritas. Muitos esperavam de  suas investigações uma condenação  irrevogável e
humilhante.


CHARLES RICHET
Houve até quem fundou, uma nova ciência, com o objetivo exclusivo de verificar a autenticidade dos
fatos supranormais. Este homem foi Charles Richet, criador da metapsíquica.

Muitos outros assuntos foram abordados no evento e brevemente serão disponibilizados neste blog.



Destaque: é necessário dar continuidade à temática em nossas casas espiritas, e, com certeza aqui em João Pessoa temos entre outras instituições a ASSEPE sempre disposta a desenvolver este e outros assuntos:

Concluindo:

"Mediunidade não é pretexto para situar-se a criatura no fenômeno exterior ou no êxtase inútil, à maneira da criança atordoada no deslumbramento da festa vulgar. É , acima de tudo, caminho de árduo trabalho em que o espírito, chamado a servi-la, precisa consagrar o melhor das próprias forças para colaborar no desenvolvimento do bem". ( Ensinamentos do Espírito Emmanuel, no livro "Mediunidade e Sintonia", pelo médium Chico Xavier). 
Observação final: para melhor conhecer essa importante matéria, aconselha-se, no mínimo, ler "O Livro dos Espíritos", analisando cada tópico, e, em seguida, ler "O Livro dos Médiuns", ambos de Allan Kardec, podendo complementá-los com "Espíritos e Médiuns", de Léon Denis, e "Mediunidade ", de J. Herculano Pires.



terça-feira, 12 de fevereiro de 2013


II – AUTORIDADE DA DOUTRINA ESPÍRITA

CONTROLE UNIVERSAL DO ENSINO DOS ESPÍRITOS - resumo
(estudo e instruções de Kardec esquecidos pelos espíritas na atualidade)


Se a Doutrina Espírita fosse de concepção puramente humana, não ofereceria por penhor senão as luzes daquele que a houvesse concebido. Ora, ninguém, neste mundo, poderia alimentar fundadamente a pretensão de possuir, com exclusividade, a verdade absoluta. Se os Espíritos que a revelaram se houvessem manifestado a um só homem, nada lhe garantiria a origem, porquanto fora mister acreditar, sob palavra, naquele que dissesse ter recebido deles o ensino. Admitida, de sua parte, sinceridade perfeita, quando muito poderia ele convencer as pessoas de suas relações; conseguiria sectários, mas nunca chegaria a congregar todo o mundo.

São, pois, os próprios Espíritos que fazem a propagação, com o auxílio dos inúmeros médiuns que, também eles, os Espíritos, vão suscitando de todos os lados. Se tivesse havido unicamente um intérprete, por mais favorecido que fosse, o Espiritismo mal seria conhecido. Qualquer que fosse a classe a que pertencesse, tal intérprete houvera sido objeto das prevenções de muita gente e nem todas as nações o teriam aceitado, ao passo que os Espíritos se comunicam em todos os pontos da Terra, a todos os povos, a todas as seitas, a todos os partidos, e todos os aceitam

O primeiro exame comprobativo é, pois, sem contradita, o da razão, ao qual cumpre se submeta, sem exceção, tudo o que venha dos Espíritos. Toda teoria em manifesta contradição com o bom-senso, com uma lógica rigorosa e com os dados positivos já adquiridos, deve ser rejeitada, por mais respeitável que seja o nome que traga como assinatura. Incompleto, porém, ficará esse exame em muitos casos, por efeito da falta de luzes de certas pessoas e das tendências de não poucas a tomar as próprias opiniões como juízes únicos da verdade. Assim sendo, que hão de fazer aqueles que não depositam confiança absoluta em si mesmos? Buscar o parecer da maioria e tomar por guia a opinião desta.
De tal modo é que se deve proceder em face do que digam os Espíritos, que são os primeiros a nos fornecer os meios de consegui-lo.

A concordância no que ensinem os Espíritos é, pois, a melhor comprovação. Importa, no entanto, que ela se dê em determinadas condições. A mais fraca de todas ocorre quando um médium, a sós, interroga muitos Espíritos acerca de um ponto duvidoso. É evidente que, se ele estiver sob o império de uma obsessão, ou lidando com um Espírito mistificador, este lhe pode dizer a mesma coisa sob diferentes nomes. Tampouco garantia alguma suficiente haverá na conformidade que apresente o que se possa obter por diversos médiuns, num mesmo centro, porque podem estar todos sob a mesma influência.

Uma só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos: a concordância que haja entre as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em vários lugares.

Se, portanto, aprouver a um Espírito formular um sistema excêntrico, baseado unicamente nas suas ideias e com exclusão da verdade, pode ter-se a certeza de que tal sistema conservar-se-á circunscrito e cairá, diante das instruções dadas de todas as partes, conforme os múltiplos exemplos que já se conhecem. Foi essa unanimidade que pôs por terra todos os sistemas parciais que surgiram na origem
do Espiritismo, quando cada um explicava à sua maneira os fenômenos, e antes que se conhecessem as leis que regem as relações entre o mundo visível e o mundo invisível.

Com extrema sabedoria procedem os Espíritos superiores em suas revelações. Não atacam as grandes questões da Doutrina senão gradualmente, à medida que a inteligência se mostra apta a compreender verdade de ordem mais elevada e quando as circunstâncias se revelam propícias à emissão de uma ideia nova. Por isso é que logo de princípio não disseram tudo, e tudo ainda hoje não disseram, jamais cedendo à impaciência dos muito afoitos, que querem os frutos antes de estarem maduros. Fora, pois, supérfluo pretender adiantar-se ao tempo que a Providência
assinou para cada coisa, porque, então, os Espíritos verdadeiramente sérios negariam o seu concurso. Os Espíritos levianos, pouco se preocupando com a verdade, a tudo respondem; daí vem que, sobre todas as questões prematuras, há sempre respostas contraditórias.
Os princípios acima não resultam de uma teoria pessoal: são conseqüência forçada das condições em que os Espíritos se manifestam. É evidente que, se um Espírito diz uma coisa de um lado, enquanto milhões de outros dizem o contrário algures, a presunção de verdade não pode estar com aquele que é o único ou quase o único de tal parecer.
Ora, pretender alguém ter razão contra todos seria tão ilógico da parte dos Espíritos, quanto da parte dos homens.
Os Espíritos verdadeiramente ponderados, se não se sentem suficientemente esclarecidos sobre uma questão, nunca a resolvem de modo absoluto; declaram que apenas a tratam do seu ponto de vista e aconselham que se aguarde a confirmação.

Por grande, bela e justa que seja uma ideia, impossível é que desde o primeiro momento congregue todas as opiniões.
Os conflitos que daí decorrem são consequência inevitável do movimento que se opera; eles são mesmo necessários para maior realce da verdade e convém se produzam desde logo, para que as ideias falsas prontamente sejam postas de lado. Os espíritas que a esse respeito alimentassem qualquer temor podem ficar perfeitamente tranquilos: todas as pretensões insuladas cairão, pela força mesma das coisas, diante do enorme e poderoso critério da concordância universal.
Não será à opinião de um homem que se aliarão os outros, mas à voz unânime dos Espíritos; não será um homem, nem nós, nem qualquer outro que fundará a ortodoxia espírita; tampouco será um Espírito que se venha impor a quem quer que seja: será a universalidade dos Espíritos que se comunicam em toda a Terra, por ordem de Deus.

Esse o caráter essencial da Doutrina Espírita; essa a sua força, a sua autoridade. Quis Deus que a sua lei assentasse em base inamovível e por isso não lhe deu por fundamento a cabeça frágil de um só.

Diante desse imponente acordo de todas as vozes do Céu, que pode a opinião de um homem ou de um Espírito? menos do que a gota d’água que se perde no oceano, menos do que a voz da criança que a tempestade abafa.
A opinião universal, eis o juiz supremo, o que se pronuncia em última instância. Formam-na todas as opiniões individuais. Se uma destas é verdadeira, apenas tem na balança o seu peso relativo. Se é falsa, não pode prevalecer sobre todas as demais. Nesse imenso concurso, as individualidades se apagam, o que constitui novo insucesso para o orgulho humano.

(Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo – Introdução)