A veracidade e os
objetivos reais das comunicações mediúnicas - Reflexão com base em O Livro dos Médiuns.
AS PROVAS POSSÍVEIS DE
IDENTIDADE
261. Certamente se dirá que se
um Espírito pode imitar uma assinatura, pode também imitar a linguagem. É
verdade. Temos visto os que tomam afrontosamente o nome do Cristo e para melhor
enganar imitam o estilo evangélico excedendo-se nas expressões mais conhecidas:
Em verdade vos digo. Mas quando se estuda o texto sem se deixar influenciar,
perscrutando o fundo dos pensamentos e o alcance das expressões, vendo-se ao
lado das belas máximas de caridade recomendações pueris e ridículas, seria
preciso que se esteja fascinado para se enganar. Sim, certos aspectos formais
da linguagem podem ser imitados, mas não o pensamento. A ignorância jamais imitará
o verdadeiro saber, como jamais o vício imitará a verdadeira virtude. Sempre
aparecerá de algum lado a ponta da orelha. É então que o médium e o evocador devem
usar de toda a sua perspicácia e raciocínio para separar a verdade da mentira. Deve
persuadir-se de que os Espíritos perversos são capazes de todas as trapaças e
de que, quanto mais elevado for o nome usado, mais desconfiança deve provocar.
Quantos médiuns têm recebido comunicações apócrifas assinadas por Jesus, Maria
ou algum santo venerado! (OLM)
SUGESTÕES PARA SUPERAR O
PROBLEMA
XXVII – O Livro dos Médiuns
Repeli impiedosamente todos
esses Espíritos que reclamam o
exclusivismo de seus conselhos, pregando a divisão e o insulamento. São
quase sempre Espíritos vaidosos e medíocres, que procuram impor-se a homens fracos e crédulos, prodigalizando-lhes louvores
exagerados, a fim de os fascinar e ter sob seu domínio. São geralmente
Espíritos famintos de poder que, déspotas, públicos ou privados, quando vivos,
ainda se esforçam, depois de mortos, por ter vítimas para tiranizarem.
Em
geral, desconfiai das comunicações que tragam caráter de misticismo e de singularidade, ou que prescrevam cerimônias
e atos extravagantes. Sempre haverá, nesses casos, motivo legítimo de
suspeição.
Por outro lado, crede que,
quando uma verdade tenha de ser revelada aos homens, ela é comunicada, por
assim dizer, instantaneamente, a todos os grupos sérios que disponham de
médiuns sérios, e não a tais ou quais, com exclusão de todos os outros. Ninguém
é perfeito médium, se está obsidiado, e há obsessão manifesta, quando um médium
só se mostra apto a receber as comunicações de determinado Espírito, por maior
que seja a altura em que este procure colocar-se.
Conseguintemente, todo médium,
todo grupo que julguem ter o privilégio de comunicações que só eles podem receber
e que, por outro lado, estejam adstritos a práticas que orçam pela superstição,
indubitavelmente se acham sob o guante de uma das obsessões mais bem
caracterizadas, sobretudo quando o Espírito dominador se pavoneia com um nome
que todos, Espíritos encarnados, devemos honrar e respeitar e não consentir
seja profanado a qualquer propósito.
É incontestável que, submetendo
ao cadinho da razão e da lógica todos os dados e todas as comunicações dos
Espíritos, fácil será descobrir-se o absurdo e o erro. Pode um médium ser
fascinado, como pode um grupo ser mistificado.
Mas, a verificação severa dos
outros grupos, o conhecimento adquirido e a alta autoridade moral dos diretores
de grupos, as comunicações dos principais médiuns, com um cunho de lógica e de
autenticidade dos melhores Espíritos, farão justiça rapidamente a esses ditados
mentirosos e astuciosos, emanados de uma turba de Espíritos enganadores e
malignos.
Erasto
265. A inteligência está longe
de ser um sinal seguro de superioridade, porque a inteligência e a moral nem
sempre andam juntas. Um Espírito pode ser bom, afável e ter conhecimentos
limitados, enquanto um Espírito inteligente e instruído pode ser moralmente bastante
inferior. (OLM)
266. Submetendo-se
todas as comunicações a rigoroso exame, sondando e analisando suas ideias e
expressões, como se faz ao julgar uma obra literária – e rejeitando sem
hesitação tudo o que for contrário à lógica e ao bom senso, tudo o que desmente
o caráter do Espírito que se pensa estar manifestando, — consegue-se
desencorajar os Espíritos mistificadores que acabam por se afastar, desde que
se convençam de que não podem nos enganar. (OLM)
Repetimos que este é o único meio,
mas é infalível porque não existe comunicação má que resista a uma crítica
rigorosa. Os Espíritos bons jamais se ofendem, pois eles mesmos nos
aconselham a proceder assim e nada têm a temer do exame. Somente os maus se
melindram e procuram dissuadir-nos, porque têm tudo a perder. E por essa mesma
atitude provam o que são.
Eis o conselho dado por São
Luís a respeito:
“Por mais legítima confiança
que vos inspirem os Espíritos dirigentes de vossos trabalhos, há uma
recomendação que nunca seria demais repetir e que deveis ter sempre em mente
aos vos entregar
aos estudos: a de pensar e analisar, submetendo ao mais rigoroso controle da
razão todas as comunicações que receberdes; a de não
negligenciar, desde que algo vos pareça suspeito, duvidoso ou obscuro, de pedir
as explicações necessárias para formar a vossa opinião”. (OLM)
257 – Item 25º- Estudando-se
com atenção o caráter dos Espíritos que se manifestam, sobretudo sob o aspecto
moral, reconhece-se a sua condição e o grau de confiança que devem merecer. O
bom senso não se enganará.
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