segunda-feira, 26 de outubro de 2015

JORNADA DA MULHER ESPIRITA VERSÃO 2015







Registro do evento da Jornada da Mulher Espírita em João Pessoa, versão 2015.

No dia 24 de outubro a Sociedade Espírita Caminho da Paz foi a instituição anfitriã do evento, que contou com a presença de mais de 75 pessoas de diversas casas espíritas da Paraiba.

Acesse o link abaixo e veja imagens do evento.

https://www.facebook.com/joaogoncalvesfilho.afonso/posts/787448511363478?notif_t=like

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

ESPÍRITA - novela de Théophile Gautier

Description de cette image, également commentée ci-aprèsESPÍRITA

História fantástica, por Théophile Gautier
Fonte: Allan Kardec -  Revista Espírita março de 1866

Resultado de imagem para espirita theophile gautierNa Revista de dezembro último dissemos algumas palavras sobre esse romance, aparecido em folhetins no Moniteur universel e que hoje está publicado em um volume. Lamentamos que o espaço não nos permita fazer-lhe uma análise mais detalhada e, sobretudo, citar algumas de suas passagens, cujas ideias são incontestavelmente bebidas na própria fonte do Espiritismo; como, certamente, a maior parte dos nossos leitores já o leu, o relato detalhado seria supérfluo. Diremos apenas que a parte consagrada ao fantástico é certamente um pouco grande e que não se deve tomar todos os fatos ao pé da letra; não se trata, absolutamente, de um tratado de Espiritismo. A verdade está no fundo das ideias e pensamentos, que são essencialmente espíritas e narrados com uma delicadeza e uma graça encantadoras, muito mais que nos fatos, cuja possibilidade por vezes é contestável. Embora romance, esta obra não deixa de ter grande importância, primeiro pelo nome do autor, e porque é a primeira obra capital saída dos escritores da imprensa, onde a ideia espírita é afirmada sem rodeios, e surgida no momento em que parecia um desmentido lançado na onda de ataques dirigidos contra esta ideia. A forma mesma do romance tinha sua utilidade; certamente era preferível, como transição, à forma doutrinária, de estilo severo. Graças a uma leveza aparente, penetrou em toda parte e, com ele, a ideia.

Embora Théophile Gautier seja um dos autores favoritos da imprensa, esta foi, contrariamente a seus hábitos, de uma sobriedade parcimoniosa a respeito desta última obra. Não sabia se devia louvá-lo ou censurá-lo. Censurar Théophile Gautier, um amigo, um confrade, um escritor amado do público; dizer que tinha feito uma obra absurda era coisa difícil; louvar a obra era enaltecer a ideia; guardar silêncio a respeito de um nome popular teria sido uma afronta. A forma romanesca levantou o embaraço; permitiu dizer que o autor tinha feito uma bela obra de imaginação, e não de convicção. Falaram, mas falaram pouco. É assim que com a própria incredulidade há acomodações. Notou-se uma coisa muito singular: no dia em que a obra apareceu em volume, havia em todos os livreiros cartazes expostos no exterior; alguns dias depois todos os cartazes haviam desaparecido.

Nos discretos e raros noticiários dos jornais, encontram-se confissões significativas, sem dúvida saídas por descuido da pena do escritor. No Courrier du Monde illustré de 16 de dezembro de 1865, lê-se o seguinte:

“É preciso crer, sem duvidar, sem professar a doutrina, sem mesmo ter sondado muito essas insondáveis questões de Espiritismo e sonambulismo, que o poeta Théophile Gautier, só pela intuição de seu gênio poético, acertou na mosca, fugiu com o dinheiro do caixa e encontrou o abre-te Sésamo das evocações misteriosas, porque o romance que publicou em folhetins no Moniteur, sob o título de Espírita, agitou violentamente todos os que se ocupam dessas perigosas questões. A emoção foi imensa e, para lhe avaliar todo o alcance, somos obrigados a percorrer, como o fazemos, os jornais da Europa inteira.

“Toda a Alemanha espírita levantou-se como um só homem, e como todos os que vivem na contemplação de uma ideia só têm olhos e ouvidos para ela, um dos órgãos mais sérios da Áustria pretende que o imperador encomendou a Théophile Gautier esse prodigioso romance, a fim de desviar a atenção da França das questões políticas. Primeira asserção, cujo alcance não exagero. A segunda asserção chocou-me por causa de seu lado fantástico.

“Segundo a folha alemã, o poeta da Comédie de la Mort, muito agitado em consequência de uma visão, teria adoecido gravemente e sido levado para Genebra. Ali, dominado pela febre, teria sido forçado a guardar o leito durante várias semanas, vítima de estranhos pesadelos, de alucinações luminosas, joguete constante de Espíritos errantes. Pela manhã teriam encontrado ao pé da cama as folhas esparsas de seu manuscrito Espírita.
“Sem atribuir à inspiração que guiou a pena do autor de Avatar uma fonte tão fantástica, cremos firmemente que uma vez entrado em seu assunto, o escritor do Roman de la Momie ter-se-ia extasiado com essas visões, e que no paroxismo terá traçado essa descrição admirável do céu, que é uma de suas mais belas páginas.

“A correspondência que deu origem à publicação de Espírita é extremamente curiosa. Lamentamos que um sentimento de conveniência não nos tenha permitido pedir cópia de uma das cartas recebidas pelo poeta dos Émaux et camées.”

Aqui não fazemos crítica literária, senão poderíamos achar de duvidoso bom-gosto a espécie de catálogo de que se prevalece o autor para colocar em seu artigo, que, aliás, nos parece pecar um pouco por falta de clareza. Confessamos não ter compreendido a frase sobre o dinheiro do caixa; contudo ela é citada textualmente. Isto talvez se deva à dificuldade de explicar onde o célebre romancista hauriu semelhantes ideias, e como ousou apresentá-las sem rir. Mas o que é mais importante é a confissão da sensação produzida por essa obra na Europa inteira. É preciso, pois, que a ideia espírita esteja bem vivaz e bem espalhada; não é, pois, um aborto frustrado. Quantas pessoas são colocadas pelos nossos adversários, de uma penada, na categoria dos cretinos e dos idiotas! Felizmente seu julgamento não é definitivo. Os Srs. Jaubert, Bonnamy e muitos outros recorrem da sentença.
O autor qualifica essas questões de perigosas. Mas, segundo ele e seus irmãos de cepticismo, são quimeras ridículas. Ora, o que uma quimera pode ter de perigoso para a sociedade? De duas, uma: há ou não há no fundo de tudo isto algo de sério. Se nada há, onde o perigo? Se no princípio se tivesse dado ouvidos a todos os que declararam perigosas a maior parte das grandes verdades que hoje brilham, onde o progresso? A verdade não tem perigos senão para os poltrões, que não ousam encará-la de frente, e para os interesseiros.

Um fato menos grave, que vários jornais se apressaram em reproduzir, como se fosse provado, é que o imperador teria encomendado esse prodigioso romance para desviar a atenção da França das questões políticas. Evidentemente não passa de uma suposição, porquanto, admitindo a realidade dessa origem, não é presumível que a tivessem divulgado. Mas essa própria suposição é uma confissão da força da ideia espírita, pois reconhecem que um soberano, o maior político de nossos dias, pôde julgá-la adequada para produzir semelhante resultado. Se tal pudesse ter sido o pensamento que presidiu à execução dessa obra, parece-nos que a coisa seria supérflua, porque apareceu justamente no momento em que os jornais disputavam a primazia de chamar atenção, pelo barulho que faziam a propósito dos irmãos Davenport.

O que há de mais claro em tudo isto é que os detratores do Espiritismo não podem explicar a prodigiosa rapidez do progresso da ideia, a despeito de tudo quanto fazem para o deter. Não podendo negar o fato, que cada dia se torna mais evidente, empenham-se em procurar a causa em toda parte onde não está, na esperança de lhe atenuar o alcance.

Num artigo intitulado: Livros de hoje e de amanhã, assinado por Émile Zola, o Evénement de 16 de fevereiro dá um resumo muito exíguo do assunto da obra em questão, acompanhado das seguintes reflexões:

“Ultimamente o Moniteur deu uma novela fantástica de Théophile Gautier: Espírita, que a livraria Charpentier acaba de publicar em um volume.
“A obra é para a maior glória dos Davenport. Ela nos faz passear no país dos Espíritos, mostra-nos o invisível, revela-nos o desconhecido. O jornal oficial deu os boletins do outro mundo.
“Mas eu desconfio da fé de Théophile Gautier. Ele tem uma bonomia irônica que cheira a incredulidade a uma légua. Suspeito que ele entrou no invisível pelo único prazer de descrever a seu modo horizontes imaginários.
 “No fundo, ele não acredita numa palavra das histórias que conta, mas se deleita em contá-las e os leitores gostarão de ler. Tudo é, pois, para o melhor, na melhor das incredulidades possíveis.
“Não importa o que escreva, Théophile Gautier é sempre escritor pitoresco e poeta original. Se acreditasse no que diz, seria perfeito, e isto talvez fosse uma pena.
Quantas pessoas repelem as crenças espíritas, não pelo temor de se tornarem perfeitas, mas simplesmente pelo de serem obrigadas a emendar-se! Os Espíritos lhes causam medo porque falam do outro mundo e este tem terrores para elas. É por isto que tapam os olhos e os ouvidos.

Théophile Gautier nasceu em Tarbes em30 de de Agosto de 1811 e morreu em Neuilly-sur-Seine em . Poeta, romancista e crítico de arte.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

POR QUE O SUICÍDIO ACONTECE?

O DRAMA DO SUICÍDIO

"Mas o suicídio é uma teia envolvente em que a vítima - o suicida - só se debate para cada vez mais confundir-se, tolher-se, embaraçar-se."

(Camilo Cândido Botelho - Espírito Suicida)

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1 milhão de pessoas se matam por ano em todo o mundo. A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio. Somente no Brasil, 24 pessoas se suicidam por dia e infelizmente os números são crescentes.
A estimativa da OMS é que no decorrer dos próximos 20 anos os suicídios somarão 1,5 milhão. Hoje o auto homicídio ocupa o segundo lugar em causa-morte no mundo entre adolescentes de 15 a 24 anos, ficando atrás apenas dos acidentes de trânsito.
As maiores incidências são nos países ricos. O leste europeu registra um dos mais altos índices de suicídio proporcionalmente. Países da Ásia, como China e Japão são os recordistas mundiais.

POR QUE O SUICÍDIO ACONTECE?
Para a ciência, as causas do suicídio podem estar relacionadas a distúrbios psicossociais, como exclusão, dependência química, desesperança e traumas emocionais. Não raro, o suicídio é tido como consequência da depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, anorexia e desvios de personalidade.
Mesmo com o avanço significativo da ciência médica, algumas manifestações permanecem obscuras no campo da psicologia. A mente humana guarda mistérios ainda não desvendados.
Pesquisadores procuram responder o que leva o ser humano a desrespeitar o seu instinto de autopreservação. Também não é possível explicar, por exemplo, porque algumas pessoas que enfrentam as mesmas situações não cometem suicídio como fazem outras. Aos olhos da ciência, as causas do suicídio não estão totalmente esclarecidas.

O SUICÍDIO PARA A DOUTRINA ESPÍRITA:
Para explicar o suicídio na visão espírita, usaremos as considerações contidas em  “ O Livro dos Espíritos”, destacando as questões 943 à 946:

943. Donde nasce o desgosto da vida, que, sem motivos plausíveis, se apodera de certos indivíduos?
“Efeito da ociosidade, da falta de fé e, também, da saciedade.

944. Tem o homem o direito de dispor da sua vida?
“Não; só a Deus assiste esse direito. O suicídio voluntário importa numa transgressão desta lei.”

945. Que se deve pensar do suicídio que tem como causa o desgosto da vida?
“Insensatos! Por que não trabalhavam? A existência não lhes teria sido tão pesada.”

946. E do suicídio cujo fim é fugir, aquele que o comete, às misérias e às decepções deste mundo?
“Pobres Espíritos, que não têm a coragem de suportar as misérias da existência! Deus ajuda aos que sofrem e não aos que carecem de energia e de coragem. As tribulações da vida são provas ou expiações. Felizes os que as suportam sem se queixar, porque serão recompensados! Ai, porém, daqueles que esperam a salvação do que, na sua impiedade, chamam acaso, ou fortuna! O acaso, ou a fortuna, para me servir da linguagem deles, podem, com efeito, favorecê-los por um momento, mas para lhes fazer sentir mais tarde, cruelmente, a vacuidade dessas palavras.”

Analisando as respostas dadas pelos espíritos que conduziram a codificação, torna-se evidente a posição do espiritismo com relação ao suicídio. Toda forma de agressão contra a vida é uma violação das Leis Divinas, logo o suicídio é considerado uma infração gravíssima, pois o espírito coloca fim à oportunidade valiosa que lhe foi concedida para progresso moral e intelectual.

O QUE ACONTECE COM O SUICIDA APÓS O DESENCARNE:

Tomaremos aqui como fonte de pesquisas o livro “Memórias de um Suicida”, de psicografia da médium brasileira Yvonne do Amaral Pereira, pelo autor espiritual Camilo Cândido Botelho, que narra sua própria saga como suicida no plano espiritual. A obra foi publicada pela Federação Espírita Brasileira (FEB) em 1954 e se tornou uma das principais referências sobre o assunto à luz da Doutrina Espírita.
Camilo Cândido Botelho foi um pseudônimo adotado pelo famoso escritor português Camilo Castelo Branco, que se utilizou de outro nome para evitar conflitos, uma vez que era uma personalidade conhecida tanto em Portugal quanto no Brasil.
Na obra, o autor narra sua própria trajetória no plano espiritual após disparar um tiro contra o próprio ouvido direito no ano de 1890, após receber a notícia que a cegueira que o acometia seria irreversível.
O escritor conta que nos primeiros meses após seu desencarne, vagava entre o cemitério (onde encontrava seus despojos carnais e que por muitas vezes, apesar de permanecer cego na espiritualidade, se deparou com a imagem de seu corpo físico em estado de decomposição), e as ruas da região onde morava, sentindo fortes dores na região atingida pelo projétil e experimentando grave perturbação mental infringida pelas sensações físicas impregnadas em seu perispírito:

“Odores fétidos e nauseabundos, todavia, revoltavam-me brutalmente o olfato. Dor aguda, violenta, enlouquecedora, arremeteu-se instantaneamente sobre meu corpo por inteiro, localizando-se particularmente no cérebro e iniciando-se no aparelho auditivo. Presa de convulsões indescritíveis de dor física, levei a destra ao ouvido direito: - o sangue corria do orifício causado pelo projétil da arma de fogo de que me servira para o suicídio e manchou-me as mãos, as vestes, o corpo... Eu nada enxergava, porém. Convém recordar que meu suicídio derivou-se da revolta por me encontrar cego, expiação que considerei superior às minhas forças. Injusta punição da natureza aos meus olhos necessitados de ver, para que me fosse dado obter, pelo trabalho, a subsistência honrada e ativa. Sentia-me, pois, ainda cego; e, para cúmulo do meu estado de desorientação, encontrava-me ferido. Tão somente ferido e não morto! Porque a vida continuava em mim como antes do suicídio!”

Cerca de um ano após o ato insano, Camilo fora recolhido a uma região espiritual denominada por ele “O Vale dos Suicidas”.
Uma área densa que abriga espíritos suicidas, oriundos das regiões de Portugal e suas colônias africanas, além de Brasil e Espanha.
O reconhecido escritor português define o Vale como uma manifestação evidente do sofrimento, uma espécie de inferno criado pelo pensamento doente dos próprios espíritos que ali se encontram:
“Não havia então ali, como não haverá jamais, nem paz, nem consolo, nem esperança: tudo em seu âmbito marcado pela desgraça era miséria, assombro, desespero e horror. Dir-se-ia a caverna tétrica do Incompreensível, indescritível a rigor até mesmo por um Espírito que sofresse a penalidade de habitá-la.”

Seres sofredores se revezavam entre gritos e choros, dor e tristeza, culpa e arrependimento, em um lugar escuro, frio, cortado por zonas abismais e cavernas tenebrosas de difícil descrição e reprodução para mente humana:

“A linguagem humana ainda não precisou inventar vocábulos bastante justos e compreensíveis para definir as impressões absolutamente inconcebíveis, que passam a contaminar o "eu" de um suicida logo às primeiras horas que se seguem ao desastre, as quais sobem e se avolumam, envolvem-se em complexos e se radicam e cristalizam num crescendo que traduz estado vibratório e mental que o homem não pode compreender, porque está fora da sua possibilidade de criatura que, mercê de Deus, se conservou aquém dessa anormalidade. Para entendê-la e medir com precisão a intensidade dessa dramática surpresa, só outro Espírito cujas faculdades se houvessem queimado nas efervescências da mesma dor!”

Camilo permanece no Vale Sinistro por longos treze anos e então, após julgar-se abandonado e incapaz de manifestar qualquer reação, em um momento de dor e aflição, arrependeu-se sinceramente do crime que cometera contra si mesmo. Neste momento, o protagonista do grande drama é resgatado por uma equipe de socorristas e conduzido ao “Hospital Maria de Nazaré”, afim de restabelecer sua organização espiritual para incursão em uma nova existência carnal. Durante toda narrativa, o autor espiritual evidencia o sofrimento por ele vivido.

“Em geral aqueles que se arrojam ao suicídio, para sempre esperam livrar-se de dissabores julgados insuportáveis, de sofrimentos e problemas considerados insolúveis pela tibiez da vontade deseducada, que se acovarda em presença, muitas vezes, da vergonha do descrédito ou da desonra, dos remorsos deprimentes postos a enxovalharem a consciência, consequências de ações praticadas à revelia das leis do Bem e da Justiça. Também eu assim pensei, muito apesar da auréola de idealista que minha vaidade acreditava glorificando-me a fronte. Enganei-me, porém; e lutas infinitamente mais vivas e mais ríspidas esperavam me dentro do túmulo a fim de me chicotearem a alma de descrente e revel, com merecida justiça.”

No Hospital, Camilo estagia por mais de dez anos, experimentando grande angústia. A proporção em que a sua consciência tomava conhecimento das Leis Divinas no plano espiritual, o sentimento de arrependimento  e culpa aumentavam.
Após receber alta desta instituição, ganhou o direito de se reencontrar com os pais e posteriormente ingressou na Universidade ligada ao Hospital, a fim de receber uma preparação para nova reencarnação.
Em seu opúsculo, o autor relata os fatos ocorridos também com outros espíritos que integravam seu grupo e conta que nem todos tiveram a felicidade de se recuperar minimamente e acabaram experimentando doloroso desajuste psíquico, necessitando receber tratamento em isolamentos manicomiais especializados, para serem conduzidos posteriormente à reencarnações compulsórias:

"Oh! dramático futuro aguarda-as, na confusão expiatória de reencarnação próxima e inevitável!”

O sofrimento do suicida só termina quando o espírito consegue passar com êxito por todas as provações que o lavaram a cometer o suicídio e ainda resgatar os prejuízos acumulados com o feito do ato criminoso. Isso pode levar séculos, estendendo-se por duas, três, ou mais existências subsequentes. Para o espírito gozando de plena consciência da lei do progresso, caracteriza-se como uma perda de tempo incalculável.

CONSEQUÊNCIAS DO SUICÍDIO PARA O ESPÍRITO:


Muitas são as consequências para os que atentam contra própria vida, porém as mesmas são variáveis para cada espírito, pois há de se levar em conta os motivos do crime e as condições utilizadas para praticá-lo. Em comum, as consequências para os suicidas, são os sofrimentos provocados por ele mesmo.
Um suicida no plano espiritual torna-se escravo da própria consciência e é acometido por um grande sentimento de culpa, o que lhe causa dor, portanto, aqueles que se suicidam pensando em colocar fim no próprio sofrimento enganam-se, pois após o desencarne passam por grandes dificuldades causadas por seu ato criminoso e posteriormente tem de voltar à vida terrena para passar pelas mesmas provações que os fizeram sucumbir.
Como o desencarne de um suicida acontece de forma violenta, o perispírito permanece lesionado, causando um grande desajuste na organização espiritual. Na maioria dos casos é necessário submetê-lo a uma reencarnação compulsória para reparar os danos causados. O espírito deve estagiar em corpos físicos atrofiados, o que pode explicar alguns casos de crianças que nascem em estado de completa idiotia ou deficiência física. (não é regra geral)
Tudo depende de onde está a lesão no perispírito. Por exemplo, um suicida que desencarnou disparando uma arma de fogo contra o crânio, ‘poderá” retornar à matéria portando uma deficiência mental, correspondente a região comprometida pelo projétil. Se a lesão acometeu uma parte do cérebro responsável pela fala, a criança nasce muda, se lesionou o nervo óptico, pode nascer cega e assim sucessivamente.
Se o suicida desencarnou enforcando-se, é natural renascer com a vértebra fraturada, se ingeriu substâncias químicas, terá seu aparelho digestivo comprometido. Todas essas provações causam ao suicida muito sofrimento.
Quando o suicídio é acompanhado de um homicídio, as consequências são ainda maiores. Também não é raro o suicídio comprometer a reencarnação de outros espíritos, como por exemplo, os familiares que ficam em dificuldade. Tudo isso são agravantes ao espírito imprudente.
Mas como dissemos anteriormente, as consequências dependem dos fatores determinantes, pois não há efeito sem causa.

CONCLUSÃO:
Ao idealizarmos esse artigo, tivemos a intenção de chamar a atenção daqueles que passam por difíceis provações no plano físico e que porventura pensam ou pensaram em algum momento atentar contra própria vida.
A vida terrena deve ser compreendida como o bem mais valioso conquistado pelo espírito errante, pois é através dela que temos a oportunidade de evoluir.
Pensar que acabaremos com nossos problemas os quais nos parecem sem solução, constitui pura ingenuidade de nossa parte, além de demonstrar falta de fé e confiança no Criador que nunca nos desampara.
Por pior que sejam os nossos problemas, devemos sempre agradecer a Deus a oportunidade que nos é concedida de resgatar os débitos do pretérito. Uma oração sincera realizada no momento de desespero pode parecer sem efeito e muitas vezes não resolverá nossos problemas, mas nos trará sabedoria e paciência para buscarmos as soluções que precisamos. Nenhum sofrimento é eterno e todo esforço será recompensado, portanto meditemos nessas considerações.
Referências:

Memórias de um Suicida - Yovone do Amaral Prereira

O Livro dos Espíritos - Allan Kardec

fonte de referência: http://espiritismoemcristo.blogspot.com.br/2012/12/o-drama-do-suicidio.html