[...] Todos os dias a
experiência nos traz a confirmação de que as dificuldades e os desenganos, com
que muitos topam na prática do Espiritismo, se originam da ignorância dos
princípios desta ciência e feliz nos sentimos de haver podido comprovar que o
nosso trabalho, feito com o objetivo de precaver os
adeptos contra os escolhos de um noviciado, produziu frutos e que a leitura
desta obra deve muitos o terem logrado evitá-los. (Introdução de O
livro dos médiuns).
Dificuldades
do intercâmbio:
Não podemos esquecer que
o campo de oscilações mentais do
médium – envoltório natural e irremovível que lhe pulsa do Espírito – é
o filtro de todas as operações..
Cumpre destacar, assim, as
dificuldades para a manutenção de largo intercâmbio, dilatado e seguro, nesse
terreno.
Basta leve modificação de propósito na personalidade medianimica,
seja em matéria de interesse econômico ou de conduta afetiva, para que se lhe
alterem os raios mentais.
Verificada semelhante
metamorfose, esboçam-se lhe, na aura ou fulcro energético, formas-pensamentos,
por vezes em completo desacordo com o programa traçado no Plano Superior, ao
mesmo tempo que perigos consideráveis assomam
na esfera do serviço a fazer, uma vez que a transformação das ondas mediúnicas
imprime novo rumo à força exteriorizada que, desse modo, em certas
ocasiões, pode ser manuseada por entidades desencarnadas positivamente
inferiores, famintas de sensações do campo físico.
Em tais casos, perturbações
variadas podem ocorrer, desencorajando experiências magnificamente
encetadas. (Cap. XVII, pp. 114 e 115. Livro: Mecanismos da
Mediunidade)
Hermínio Miranda, no livro
Sobrevivência e Comunicabilidade dos Espíritos, no capítulo I, nos ensina que,
em qualquer mecanismo de comunicação, sempre encontramos quatro elementos:
1º - a ideia original, isto é,
aquilo que se quer comunicar (tornar comum) e que se origina no pensamento, não
em formas de letras ou frases, mas a ideia, o pensamento que será vestido de um
dos modos formais de expressão – linguagem falada, escrita, escultura, gesto
etc.
2º - a expressão formal deste
pensamento através de símbolos conhecidos ou gestos que codificam a ideia de
forma a ser transmitida;
3º - a recepção da ideia
original devidamente codificada, pelo receptor e devidamente decodificada pelo
seu pensamento para estabelecer o entendimento do que foi transmitido;
4º - a reação – ou seja, o
retorno do entendimento pelo mesmo processo estabelecendo-se o diálogo a fim de
verificar o entendimento da ideia original.
No caso da comunicação
mediúnica,
·
A ideia original é do Espírito comunicante;
·
O codificador/transmissor será o médium;
·
O recebedor é a pessoa a quem se destina a comunicação.
Assim, a comunicação mediúnica
é a resultante de um entendimento entre a mente do Espírito manifestante e a do
médium, e deste para o destinatário. O ponto delicado reside na conversão do pensamento alheio em
linguagem articulada (no livro Sobrevivência e Comunicabilidade dos
Espíritos)
Sobre a linguagem dos
Espíritos, extraímos da introdução, item XIV, de O livro dos Espíritos, as
seguintes instruções:
“Para os Espíritos,
principalmente para os Espíritos superiores, a ideia é tudo, a forma nada vale.
Livres da matéria, a linguagem de que usam entre si é rápida como o pensamento,
porquanto são os próprios pensamentos que se comunicam sem intermediário. Muitos pouco à
vontade hão de eles se sentirem, quando obrigados, para se comunicarem conosco,
a utilizarem-se das formas longas e embaraçosas da linguagem humana e a lutarem
com a insuficiência e a imperfeição dessa linguagem, para exprimirem todas as
ideias”.
Vale a pena lembrar Martins
Peralva.
Ele nos aponta informações dos
autores clássicos do Espiritismo, sob a inspiração do Mais Alto,
particularmente Léon Denis, a respeito do mecanismo das comunicações:
Para que um Espírito se
comunique, é mister se estabeleça a sintonia da mente encarnada com a desencarnada.
Essa realidade é pacífica.
É necessário que ambos passem
a emitir vibrações equivalentes; que o teor das circunvoluções seja idêntico;
que o pensamento e a vontade de ambos se graduem na mesma faixa.
Esse o mecanismo das
comunicações espíritas, mecanismo básico que se desdobra, todavia, em nuances
infinitas, de acordo com o tipo de mediunidade, estado psíquico dos agentes –
ativo e passivo -, valores espirituais, etc... Sintonizado o comunicante com o
medianeiro, o pensamento do primeiro se exterioriza através do campo físico do
segundo, em forma de mensagem grafada ou audível.
Quanto mais evoluído o ser, mais
acelerado o estado vibratório. Assim sendo, em face das
constantes modificações vibratórias, verificar-se-á sempre, em todos os
comunicados, o imperativo da redução ou aumento das vibrações para que eles se
estabeleçam com maior fidelidade.
Por isso o médium descuidado, ante o problema da própria renovação
interior, é sempre um instrumento que dificulta o intercâmbio.
(Mediunidade e evolução).
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