sábado, 20 de julho de 2019

Suicídio por obsessão - Recria tua vida, sempre, sempre. Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.



Emoções, Tristeza, Emocional, Vista


Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.



O suicídio não consiste somente no ato voluntário que produz a morte instantânea, mas em tudo quanto se faça conscientemente para apressar a extinção das forças vitais. Não se pode chamar de suicida aquele que dedicadamente se expõe à morte para salvar o seu semelhante, primeiro, porque, no caso, não há intenção de se privar da vida e, segundo, porque não há perigo do qual a Providência nos não possa subtrair, quando a hora não seja chegada. A morte nessas circunstâncias é sacrifício meritório, como ato de abnegação em proveito de outrem. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.V, n°55,65, 66 e 67.)


Suicídio por Obsessão (Revista Espírita jan/1869)

Nota: o texto abaixo transcrito refere-se ao artigo de Allan Kardec intitulado Suicídio por Obsessão, publicado na Revista Espírita de janeiro de 1869.

“O Sr. Jean-Baptiste Sadoux, fabricante de canoas em Joinville-le-Pont, avistou ontem um jovem que, depois de ter vagueado por algum tempo sobre a ponte, subiu no parapeito e se jogou no Marne. Imediatamente foi em seu socorro e, ao cabo de sete minutos, retirou-o. Mas a asfixia já era completa, tendo sido infrutíferas todas as tentativas feitas para reanimar aquele infeliz.”

“Uma carta encontrada com ele revelou tratar-se do Sr. Paul D..., de vinte e dois anos, residente à rua Sedaine, em Paris. A carta, dirigida pelo suicida ao seu pai, era extremamente tocante. Pedia-lhe perdão por o abandonar e dizia que havia dois anos era dominado por uma ideia terrível, por uma irresistível vontade de se destruir. 

Acrescentava que lhe parecia ouvir fora da vida uma voz que o chamava sem tréguas e, malgrado todos os seus esforços, não podia impedir-se de ir para ela. 

Encontraram, também, no bolso do paletó, uma corda nova, na qual tinha sido feito um nó corredio. Depois do exame médico-legal, o corpo foi entregue à família.”
  
A obsessão aqui está bem evidente e, o que não o está menos, é que o Espiritismo lhe é completamente estranho, nova prova de que esse mal não é inerente à crença. Mas, se o Espiritismo nada tem a ver com o caso, só ele pode dar a sua explicação. 

Eis a instrução dada a respeito por um dos nossos Espíritos familiares, e da qual ressalta que, mau grado o arrastamento a que o jovem cedeu para a sua infelicidade, não sucumbiu à fatalidade. Tinha o seu livre-arbítrio e, com mais vontade, poderia ter resistido. Se tivesse sido espírita, teria compreendido que a voz que o solicitava não podia ser senão de um mau Espírito e as consequências terríveis de um instante de fraqueza.

(Paris – Grupo Desliens, 20 de dezembro de 1868 – Médium: Sr. Nivard)

A voz dizia: Vem! vem! Mas essa voz do tentador teria sido ineficaz, se a ação direta do Espírito não se tivesse feito sentir. O pobre suicida era chamado e era impelido. Por quê? Seu passado era a causa da situação dolorosa em que se achava; apegava-se à vida e temia a morte. Mas, pergunto, nesse apelo incessante que ouvia, encontrou força?

Não; hauriu a fraqueza que o perdeu. Superou os temores, porque, enfim, esperava encontrar do outro lado da vida o repouso que o lado de cá lhe negava. Foi enganado: o repouso não veio. As trevas o cercam, sua consciência lhe censura o ato de fraqueza e o Espírito que o arrastou escarnece ao seu redor e o criva de motejos constantes. 

O cego não o vê, mas escuta a voz que lhe repete: Vem! vem! E depois zomba de suas torturas.

A causa deste caso de obsessão está no passado, como acabo de dizer; o próprio obsessor foi impelido ao suicídio por esse que acaba de fazer cair no abismo. Era sua mulher na existência precedente e tinha sofrido consideravelmente com a devassidão e as brutalidades de seu marido. 

Muito fraca para aceitar com resignação e coragem a situação que lhe era dada, buscou na morte um refúgio contra seus males. Vingou-se depois, e sabeis como. Entretanto, o ato desse infeliz não era fatal; tinha aceito os riscos da tentação; esta era necessária ao seu adiantamento, porque só ela podia fazer desaparecer a mancha que havia sujado a sua existência anterior. Aceitara seus riscos com a esperança de ser mais forte e se havia enganado: sucumbiu. 
Recomeçará mais tarde; resistirá? 

Isto dependerá dele.

Rogai a Deus por ele, a fim de que lhe dê a calma e a resignação de que tanto necessita, a coragem e a força para não falir nas provas que tiver que suportar mais tarde.

Louis Nivard
Allan Kardec - Fonte: Revista Espírita jan/1869

Estudos complementares:

Refletindo sobre o caso António Bell - livro O Céu e o Inferno:

 6. Ao Guia do médium — Um Espírito obsessor pode, realmente, levar o obsidiado ao suicídio? 
R. Certamente, pois a obsessão que, por si mesma, já é um gênero de provação, pode revestir todas as formas. Mas isso não quer dizer isenção de culpa. 
O homem dispõe sempre do livre arbítrio e consequentemente está em si o ceder ou resistir às sugestões a que o submetem. Assim é que, sucumbindo, o faz sempre com assentimento da própria vontade. 
Relativamente ao mais, o Espírito tem razão dizendo que a ação incitada por outrem é menos culposa e repreensível do que quando voluntariamente cometida. 
Contudo, nem por isso se inocenta de culpa, visto como, afastando-se do caminho reto, mostra que o bem ainda não estava vinculado no seu coração.

21°) Cada um só é responsável pelas suas próprias faltas. Ninguém sofre penalidades pelas faltas alheias, a menos que para isso tenha dado algum motivo, seja provo cando-as pelo seu exemplo, seja deixando de impedi-las quando podia fazê-lo.

É assim, por exemplo, que o suicida é sempre punido, mas aquele que, por sua dureza de coração, leva um indivíduo ao desespero e daí ao suicídio, sofre uma pena ainda maior. (O Céu e o Inferno - Código Penal da Vida Futura)

CAPITULO V - SUICIDAS - O Céu e o Inferno
O Suicida da Samaritana

16. (Ao Espírito de S. Luís)
— Que quer dizer o Espírito afirmando que o momento da morte foi menos doloroso que depois?
R. O Espírito descarregou o fardo que o oprimia, ressentia-se da voluptuosidade da dor.

17. Esse estado sobrevêm sempre ao suicídio?
R. Sim. O Espírito do suicida fica ligado ao corpo até o termo da vida. A morte natural é o livramento da vida; o suicida a intercepta completamente.

18. Dar-se-á o mesmo nas mortes acidentais, embora involuntárias, mas que abreviam a existência? R. Não. Que entendeis por suicídio? O Espírito só responde pelos seus atos.

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Suicídio, Prevenção, Setembro Amarelo
  • Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos.
  • Para cada suicídio, há muito mais pessoas que tentam o suicídio a cada ano. A tentativa prévia é o fator de risco mais importante para o suicídio na população em geral.
  • O suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos.
  • 79% dos suicídios no mundo ocorrem em países de baixa e média renda.
  • Ingestão de pesticidas, enforcamento e armas de fogo estão entre os métodos mais comuns de suicídio em nível global.
A cada ano, cerca de 800 mil pessoas tiram a própria vida e um número ainda maior de indivíduos tenta suicídio. 
Cada suicídio é uma tragédia que afeta famílias, comunidades e países inteiros e tem efeitos duradouros sobre as pessoas deixadas para trás. 
O suicídio ocorre durante todo o curso de vida e foi a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos em todo o mundo no ano de 2016.
O suicídio não ocorre apenas em países de alta renda, sendo um fenômeno em todas as regiões do mundo. 
De fato, 79% dos suicídios ocorreram em países de baixa e média renda em 2016.
Trata-se de um grave problema de saúde pública; no entanto, os suicídios podem ser evitados em tempo oportuno, com base em evidências e com intervenções de baixo custo. Para uma efetiva prevenção, as respostas nacionais necessitam de uma ampla estratégia multissetorial.
No Brasil, o CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone (basta discar 188), email e chat 24 horas todos os dias.

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