terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Transição Inevitável - Uma breve reflexão sobre o assunto



Transição Inevitável – A partir do Egito


Também ouvireis falar de guerra e de rumores de guerra; tratai de não vos perturbardes, porquanto é preciso que essas coisas se dêem...(S. Mateus, cap. XXIV, vv. 6 a 8.)

Há um momento em que, não podendo mais suportar as tensões e a sequência incontida das crises, as cúpulas políticas, ditaduras, religiões e etc terão de mudar ou adaptar-se a novas experiências. À semelhança do que se passa nos organismos biológicos, com as suas curvas de ascensão e declínio, também elas têm os seus ciclos históricos, porque se desgastam com os atritos. O que o mundo acompanha ao vivo hoje nos países árabes é importantíssimo e nós os Espíritas, não podemos ficar alheios ao que está acontecendo, uma vez que este assunto de “revoluções sociais” já fora estudado por Allan Kardec e deve ser estudado por nós na atualidade. Cada momento histórico tem as suas ideias propulsoras, e consequentemente seus problemas e reivindicações características, os seus centros de interesses.

Se buscarmos na A Gênese, Kardec e os Espíritos esclarecem: “É, pois, o fim do mundo velho, do mundo governado pelos preconceitos, pelo orgulho, pelo egoísmo, pelo fanatismo, pela incredulidade, pela cupidez, por todas as paixões pecaminosas, que o Cristo aludia. Acrescenta ainda: “São chegados os tempos em que se hão de desenvolver as idéias, para que se realizem os progressos que estão nos desígnios de Deus. Têm elas de seguir a mesma rota que percorreram as idéias de liberdade, suas precursoras. Não se acredite, porém, que esse desenvolvimento se efetue sem lutas. Não; aquelas idéias precisam, para atingirem a maturidade, de abalos e discussões, a fim de que atraiam a atenção das massas.

Acompanhamos na atualidade as chamadas redes sociais “ Internet” fazendo com que as distâncias se encurtem, que barreiras antes intransponíveis sejam quebradas, é a tecnologia da informação acessada pelo homem de forma a patrocinar movimentos sérios e importantes para o bem estar do planeta, a começar pelos movimentos no Egito e se expandido pelo mundo.

De duas maneiras se executa o progresso: uma, lenta, gradual e insensível; a outra, caracterizada por mudanças bruscas, a cada uma das quais corresponde um movimento ascensional mais rápido, que assinala, mediante impressões bem acentuadas, os períodos progressivos da Humanidade. Esses movimentos, subordinados, quanto às particularidades, ao livre-arbítrio dos homens, são, de certo modo, fatais em seu conjunto, porque estão sujeitos a leis, como os que se verificam na germinação, no crescimento e na maturidade das plantas. Por isso é que o movimento progressivo se efetua, às vezes, de modo parcial, isto é, limitado a uma raça ou a uma nação, doutras vezes, de modo geral.

- O progresso intelectual realizado até ao presente, nas mais largas proporções, constitui um grande passo e marca uma primeira fase no avanço geral da Humanidade; impotente, porém, ele é para regenerá-la. Enquanto o orgulho e o egoísmo o dominarem, o homem se servirá da sua inteligência e dos seus conhecimentos para satisfazer às suas paixões e aos seus interesses pessoais, razão por que os aplica em aperfeiçoar os meios de prejudicar os seus semelhantes e de os destruir.

É assim vemos os conflitos ocorrendo na ordem social, em relação a determinadas cúpulas políticas e religiosas, e surgem então as revoluções, e fazendo uma analogia com o que se dá com um tubo de ensaio de laboratório: quando não agüenta mais a temperatura crítica, ou fica no limite de capacidade, ou estoura. Observa-se assim as mudanças de efeitos mais decisivos nas organizações sociais, políticas, culturais, religiosas, etc. O mundo Terra precisa abrir inevitavelmente, para outros filões de experiência social, política, cientifica e religiosa, devido à inconsistência das estruturas que, gradualmente vão ficando superadas. (desta forma também é preciso refletir sobre o Movimento Espírita também).

Somente o progresso moral pode assegurar aos homens a felicidade na Terra, refreando as paixões más; somente esse progresso pode fazer que entre os homens reinem a concórdia, a paz, a fraternidade.

Será ainda o progresso moral que, secundado então pelo da inteligência, confundirá os homens numa mesma crença fundada nas verdades eternas, não sujeitas a controvérsias e, em conseqüência, aceitáveis por todos.

Concluindo com O Livro dos Espíritos.

781. Tem o homem o poder de paralisar a marcha do progresso?
“Não, mas tem, às vezes, o de embaraçá-la.”

(...) Quando estas “Leis Humanas” se tornam incompatíveis com ele, despedaça-as juntamente com os que se esforcem por mantê-las.

783. Segue sempre marcha progressiva e lenta o aperfeiçoamento da Humanidade?
“Há o progresso regular e lento, que resulta da força das coisas. Quando, porém, um povo não progride tão depressa quanto devera, Deus o sujeita, de tempos a tempos, a um abalo físico ou moral que o transforma.”

O estado atual do mundo exige um reexame de conjunto, em face da Doutrina Espírita, a fim de nos prepararmos para as transições de toda ordem, acompanhando o fio da História e procurando compreender as situações de cada momento. A Doutrina Espírita tem luzes para nos indicar o caminho.

Fontes de pesquisas:
=> O Livro dos Espíritos e A Gênese – Allan Kardec
=> O Espiritismo e os Problemas Humanos – Deolindo Amorim com a colaboração de Hermínio Miranda.

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