terça-feira, 29 de maio de 2012

A Importância dos Jovens no Centro Espírita II


Da esquerda para direita: Samuel, Laura, Carol, Rafael, Fernando e Daniela: Coordenadores do Encontro de Jovens sobre A Influência da Mídia na divulgação da Doutrina Espírita, no Caminho da Paz.

Estiveram presentes 28 jovens das seguintes Instituições: Caminho da Paz, Lar de Jesus, Vianna de Carvalho, Diogo de Vasconcelos Lisboa, Leopoldo Cirne, Luis Sérgio, Federação Espírita Paraibana e também da Federação Espírita Pernambucana.

Além da Introdução sobre a temática, os participantes foram divididos em 3 grupos com o objetivo de discutirem amplamente os assuntos.

Para o "Momento da Arte" o evento contou com a presença do Grupo Harmonia e Luz, bem como participação especial de Marcella Firmino e André Gayoso (voz e violão).

Integração do Jovem no Movimento Espírita,

É muito bom quando temos, num centro espírita, um relacionamento saudável entre os trabalhadores mais velhos e os jovens. Quando isso se dá, em bases de afeto e de respeito, temos excelente conquista de corações para a liberdade, para a vivência ética e para o trabalho com Jesus e Kardec.



Importante: ver artigo postado no blog 

Palestrantes e Palestras do Mês de Junho 2012




Programação das Palestras do Mês de Junho 2012 - todos os sábados das 17h30min às 18h30min na Sociedade Espírita Caminho da Paz - Bairro José Américo - João Pessoa, Paraíba.

  

JUNHO Refletindo sobre a Liberdade Palestrante
DIA 02 A Lei de Liberdade Miguel
DIA 09 Livre-Arbítrio e Felicidade Tatiane
DIA 16 Uma reflexão sobre Livre Arbítrio na Parábola do Filho Pródigo  Darisio
DIA 23 Liberdade do Espírito -Emancipação da Alma Pereira
DIA 30 Alcoolismo e Obsessão  e suas consequências Afonso

domingo, 27 de maio de 2012

Registros do Encontro de Jovens


Encontro de Jovens coordenados por Carolina, Laura e Samuel

Conforme divulgado foi realizado o Primeiro Encontro de Jovens promovido pela Sociedade Espírita Caminho da Paz com temática Mídia e Doutrina Espírita. Demonstrando interesse pelo evento 28 jovens da capital João Pessoa, superam os imprevistos causa dos pela chuva (muito bem vinda) e por mais de horas debatem o assunto

A seguir alguns registros...



Reuniões Mediúnicas - 2

Conceito e finalidade – Reuniões Mediúnicas  - 2

Uma reunião "é um ser coletivo, cujas qualidades e propriedades são a resultante das de seus membros e formam como que um feixe. (KARDEC. O Livro dos Médiuns, cap., item 331)

 No livro Nos Bastidores da Obsessão, Manoel Philomeno de Miranda, em conformidade com o pensamento de Allan Kardec, afirma que:
As reuniões espíritas são compromissos graves assumidos perante a consciência de cada um, regulamentadas pelo:
*      Esforço,
*      Pontualidade,
*      Sacrifício
*      E perseverança dos seus membros.

Somente aqueles que sabem perseverar, sem postergarem o trabalho de edificação interior, se fazem credores da assistência dos Espíritos interessados na sementeira da esperança e da felicidade na Terra. (MIRANDA. Nos Bastidores da Obsessão)

Nesse sentido, é imprescindível reconhecer que as reuniões mediúnicas são atividades em que se verifica a prática da mediunidade, devendo tal prática, de acordo com Emmanuel, pugnar pelo Espiritismo com Jesus, a fim de converterem para nós o intercâmbio em fator de espiritualidade santificante, pois, não falta quem veja no Espiritismo mero campo de experimentação fenomênica, sem qualquer significação de ordem moral para as criaturas. (EMMANUEL. Pão Nosso, p. 11)

O Centro Espírita é um hospital que recebe todos os irmãos necessitados, oferecendo-lhes oportunidade de refazimento espiritual e físico. Neste contexto, as reuniões mediúnicas funcionam como um pronto socorro, beneficiando os espíritos, encarnados e desencarnados, de acordo com as características e as finalidades a que se propõem. E, como num pronto-atendimento hospitalar, que se realiza em local e ocasião específicos, é feito o atendimento dos espíritos desencarnados nesse ambiente devidamente preparado pela Espiritualidade Maior, que conta com a colaboração e as vibrações de amor dos encarnados. 

André Luiz, ao perguntar sobre o porquê da doutrinação de espíritos desencarnados, em ambiente dos encarnados, obtém do instrutor Alexandre a seguinte resposta:

(...) valemo-nos do concurso de médiuns e doutrinadores humanos, não só para facilitar a solução desejada, senão também para proporcionar ensinamentos vivos aos companheiros envolvidos na carne, despertando-lhes o coração para a espiritualidade. (...)

Ajudando as entidades em desequilíbrio, ajudarão a si mesmos; doutrinando, acabarão, igualmente doutrinados.( ANDRÉ LUIZ. Missionários da Luz)

O instrutor Alexandre esclarece, assim sendo, que a colaboração dos encarnados torna-se recurso de influência mais intensa e útil, a fim de facilitar a solução necessária. Por acréscimo da misericórdia, o Pai nos permite sejamos favorecidos pelos ensinamentos, ao mesmo tempo em que, levando socorro aos companheiros em sofrimento, sejamos também socorridos. O recurso é válido não somente para o médium que serve de instrumento para o Espírito comunicante, como também para o doutrinador que, ao levar palavras carreadas de amor ao próximo, é também beneficiado.



16ª São preferíveis as evocações em dias e horas determinados?
“Sim e, se for possível, no mesmo lugar: os Espíritos aí acorrem com mais satisfação. O desejo constante que tendes é que auxilia os Espíritos a se porem em comunicação convosco. Eles têm ocupações, que não podem deixar de improviso, para satisfação vossa pessoal. Digo –– no mesmo lugar, mas não julgueis que isso deva constituir uma obrigação absoluta, porquanto os Espíritos vão a toda parte. Quero dizer que um lugar consagrado às reuniões é preferível, porque o recolhimento se faz mais perfeito.” LM

Quando as reuniões se efetuam em dias e horas certos, eles se preparam antecipadamente a comparecer e é raro faltarem. Alguns mesmo há que levam ao excesso a sua pontualidade. Formalizam-se, quando se dá o atraso de um quarto de hora e, se são eles que marcam o momento de uma reunião, fora inútil chamá-los antes desse momento.(333)

A evocação dos Espíritos vulgares tem, além disso, a vantagem de nos pôr em contacto com Espíritos sofredores, que podemos aliviar e cujo adiantamento podemos facilitar, por meio de bons conselhos. Todos, pois, nos podemos tornar úteis, ao mesmo tempo que nos instruímos. Há egoísmo naquele que somente a sua própria satisfação procura nas manifestações dos Espíritos, e dá prova de orgulho aquele que deixa de estender a mão em socorro dos desgraçados. De que lhe serve obter delas comunicações de Espíritos de escol, se isso não o faz melhor para consigo mesmo, nem mais caridoso e benévolo para com seus irmãos deste mundo e do outro? Que seria dos pobres doentes, se os médicos se recusassem a lhes tocar as chagas?



FINALIDADE:

Podemos verificar, então, que o intercâmbio espiritual nos permite:
Ø  adquirir informações sobre a vida espiritual;
Ø  fortalecer a fé;
Ø  esclarecer encarnados e desencarnados;
Ø  receber o amparo dos benfeitores espirituais;
Ø  consolidar amizades entre encarnados e desencarnados através da cooperação mútua;
Ø  manter contato com os seres queridos, já desencarnados;
Ø  cooperar no preparo para a reencarnação e a desencarnação
Ø  e obter ensinamentos que auxiliam a renovação das criaturas.

Nesse sentido, podemos depreender que a finalidade das reuniões mediúnicas vai ao encontro do sentido da palavra ajuntar , empregada por Paulo em sua epístola aos Coríntios. No capítulo 14, versículo 26, da epístola citada, o apóstolo nos recomenda que, ao nos ajuntarmos , que façamos tudo , tendo em vista a idéia de edificação; lembrando-nos que cada um (...) tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação . Ao nos ajuntarmos, ou seja, ao nos reunirmos, que façamos tudo para edificação . Imbuídos, então, desse propósito de edificar, sejamos nós instrumentos do auxílio para as entidades em desequilíbrio, ajudando a nós mesmos; e, doutrinando, sendo, igualmente, doutrinados.

                Quais as características de uma reunião bem orientada?

                R - Local adequado e reservado para as reuniões. Silêncio. Dirigente prático e instruído         doutrinariamente.
Ø  Pontualidade na abertura dos trabalhos, embora a flexibilidade no encerramento.
Ø  Leituras preparatórias.
Ø  Médiuns educados.
Ø  Controle nas comunicações.
Ø  Caridade para com os sofredores.
Ø  Compreensão evangélica para com os Espíritos endurecidos.
Ø  Ausência de ornamentos e objetos estranhos à reunião.
Ø  Análise criteriosa de todas as comunicações.
Ø  Assiduidade,
Ø  Pontualidade,
Ø  Disciplina por parte da equipe, sempre em atitude respeitosa, no recinto.
Ø  Harmonia entre os integrantes da reunião.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Reunião Mediúnica





 REUNIÕES MEDIÚNICAS
Então disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. Rogai pois o Senhor da seara que mande ceifeiros para a sua seara. (Mateus, 9: 37 e 38).
 
Introdução:
Precisamos traçar alguns conceitos preliminares, a fim de obtermos êxito na elaboração das idéias.
De acordo com Allan Kardec: Conceito e finalidade:
“Uma reunião é um ser coletivo, cujas qualidades e propriedades são a resultante das de seus membros e formam como um feixe. (fonte: O Livro dos Médiuns). No livro Nos Bastidores da Obsessão temos Manoel Philomeno de Miranda sintonizado com o pensamento de Kardec:
“As reuniões espíritas são compromissos graves assumidos perante a consciência de cada um, regulamentada pelo esforço, pontualidade, sacrifício e perseverança de  seus membros.
Somente aqueles que sabem perseverar, sem postergarem o trabalho de edificação interior, se FAZEM credores da assistência dos Espíritos interessados na sementeira da esperança e da felicidade na Terra.
E ainda mais com Kardec: 
 
As reuniões espíritas oferecem grandíssimas vantagens, por permitirem que os que nelas tomam parte se esclareçam, mediante a permuta das idéias, pelas questões e observações que se façam, das quais todos aproveitam. Mas, para que produzam todos os frutos desejáveis, requerem condições especiais, (...), porquanto erraria quem as comparasse às reuniões ordinárias. (KARDEC. O Livro dos Médiuns, cap. XXIX, Item 324.)
 
Entraremos aqui na classificação das reuniões espíritas, abordadas por Allan Kardec em O Livro dos Médiuns - no capítulo XXIX, da segunda parte – também encontraremos mais considerações sobre o assunto. Mas será útil anotarmos que as reuniões podem ser
  • Frívolas  
  • Experimentais,
  • Instrutivas
segundo o gênero e a finalidade a que se propõem. Além disso, encontraremos no capítulo III, da primeira parte de O Livro dos Médiuns, a distinção feita por Kardec, ao observar entre os que já se convenceram do Espiritismo,
·         Os espíritas experimentadores
·         Os espíritas imperfeitos
·         0s espíritas cristãos
·         Os espíritas exaltados
 
É indiscutível que estamos tratando aqui das reuniões instrutivas e sérias, cujo propósito não é a evocação de bons Espíritos, pois sabemos que isto não basta para atraí-los, mas, sim, a qualificação dos grupos a que nos ligamos, conforme a seguinte elucidação:
 
Os Espíritos são atraídos na razão da simpatia que lhes inspire a natureza moral do meio que os evoca. Os Espíritos superiores se comprazem nas reuniões sérias, onde predominam o amor do bem e o desejo sincero, por parte dos que as compõem, de se instruírem e se melhorarem. A presença deles afasta os Espíritos inferiores que, inversamente, encontram livre acesso e podem obrar com toda liberdade entre pessoas frívolas ou impelidas unicamente pela curiosidade e onde quer que existam maus instintos. Longe de se obterem bons conselhos, ou informações úteis, deles só se devem esperar futilidades, mentiras, gracejos de mau gosto, ou mistificações, pois que muitas vezes tomam nomes venerados, a fim de melhor induzirem ao erro. ( Introdução do Livro dos Espíritos, VI)
Dessa forma, entendemos que natural é, entre os que se ocupam com o Espiritismo, o desejo de poderem pôr-se em comunicação com os Espíritos. ( Introdução do Livro dos Médiuns)
 
Porém, para isso, é preciso pensar a que classe de espíritas pertencemos, se é a dos experimentadores ou exaltados, ou se já nos ligamos aos grupos mediúnicos na condição do espírita-cristão: aquele que não se contenta em admirar a moral espírita mas se esforça por praticá-la.
 
A Qualidade na Visão de Allan Kardec
“Toda reunião espírita deve, pois, tender para a maior homogeneidade possível. Está entendido que falamos das em que se deseja chegar a resultados sérios e verdadeiramente úteis. Se o que se quer é apenas obter comunicações, sejam estas quais forem, sem nenhuma atenção à qualidade dos (Espíritos) que as dêem, evidentemente desnecessárias se tornam todas essas precauções; mas, então, ninguém tem que se queixar da qualidade do produto.”(O Livro dos Médiuns, Cap. XXIX, item 331)
 
Uma reunião só e verdadeiramente séria, quando cogita de coisas úteis, com exclusão de todas as demais. Se os que a formam aspiram a obter fenômenos extraordinários, por mera curiosidade, ou passatempo, talvez compareçam Espíritos que os produzam, mas os outros, daí se afastarão. Numa palavra, qualquer que seja o caráter de uma reunião, haverá sempre Espíritos dispostos a secundar as tendências dos que a componham. Assim, pois, afasta-se do seu objetivo toda reunião séria em que o ensino é substituído pelo divertimento. As manifestações físicas, como dissemos, têm sua utilidade; vão às sessões experimentais os que queiram ver; vão às reuniões de estudos os que queiram compreender; é desse modo que uns e outros lograrão completar sua instrução espírita, tal qual fazem os que estudam medicina, os quais vão, uns aos cursos, outros às clínicas. (LM 327)

 

domingo, 20 de maio de 2012

Estudos sobre Mediunidade

Em junho 2012 o Caminho da Paz realiza o primeiro ciclo de estudos sobre MEDIUNIDADE. O Projeto consta de um Evento a ser realizado em um domingo, e, posteriormente em todas as primeiras quintas feiras de julho a dezembro 2012.
Serão 15 temas direcionados exclusivamente sobre Mediunidade e Prática. 

Na foto alguns de nossos trabalhadores que com certeza estarão presentes no evento.

Aguardem!

1º Encontro de Jovens - Mídia e Doutrina Espírita

No próximo domingo dia 27 de maio 2012 será realizado o 1º Encontro de Jovens na Sociedade Espírita Caminho da Paz, bairro José Américo, João Pessoa.

Com a temática: A Influência da Mídia na Divulgação da Doutrina Espírita, o evento terá como proposta uma reflexão sobre os prós e os contra e o papel do Espírita e dos Centros Espíritas neste processo. 

Na foto destaque temos o nosso Sinval, presidente do Caminho da Paz que está dando total apoio ao evento.

O horário será das 8 às 12 hs, com debates, vídeo, arte. Cada participante receberá uma apostila (evento gratuito), contendo todo o trabalho que será desenvolvido pelos nossos Jovens. 

Ontem, sábado (19/05/2012), os jovens do Caminho da Paz que estão coordenando o evento, reuniram-se com a diretoria e trabalhadores e apresentaram o projeto final a ser realizado. De imediato, Sinval solicitou aos coordenadores que no próprio dia do evento, os participantes definam outra data para novamente se reunirem para dar continuidade a este Projeto, importantíssimo para o Movimento Espírita.

Que os Bons Espíritos continuem a dar o Amparo para o sucesso da proposta.

A diretoria do Caminho da Paz

quarta-feira, 16 de maio de 2012

O objetivo essencial do Espiritismo é:


I. Ciência    II. Filosofia  III. Religião

Na obra O Espiritismo na sua mais simples expressão Allan Kardec afirma:
O objetivo essencial do Espiritismo é melhorar os homens, no que concerne ao seu progresso moral e intelectual.

“O verdadeiro espírita não é o que crê nas comunicações, mas o que procura aproveitar os ensinamentos dos Espíritos. De nada adianta crer, se sua crença não o faz dar sequer um passo na senda do progresso, e não o torna melhor para o próximo”.

No livro O Que é o Espiritismo Kardec esclarece:
"O Espiritismo funda-se na existência de um mundo invisível, formado pelos seres incorpóreos que povoam o espaço e que não são mais que as almas daqueles que viveram na Terra, ou em outros globos, nos quais deixaram seus invólucros materiais. São os seres a que chamamos Espíritos, seres que nos cercam e incessantemente exercem sobre os homens sem que estes o percebam, uma grande influência, e desempenham papel muito ativo no    mundo moral e mesmo, até certo ponto, no físico”.

Ainda em O Que é o Espiritismo Kardec faz as seguintes afirmações:
"O Espiritismo, como doutrina moral, só impõe uma coisa: a necessidade de fazer o bem e evitar o mal. É uma ciência de observação que, repito, tem consequências morais. que são a confirmação e a prova dos grandes princípios da religião; quanto às questões secundárias, ele as abandona à consciência de cada um”.

“O Espiritismo não descobriu nem inventou os Espíritos, como não descobriu o mundo espiritual, no qual se acreditou em todos os tempos; todavia, ele o prova por fatos materiais e o apresenta em sua verdadeira luz, desembarançando-o dos preconceitos e idéias supersticiosas, filhos da dúvida e da incredulidade”.

Em O Espiritismo na sua mais simples expressão Kardec ainda esclarece:
"'As instruções dadas pelos Espíritos de ordem elevada sobre todos os assuntos que interessam à humanidade e as respostas que deram às perguntas que lhes formulamos foram recolhidas e coordenadas cuidadosamente e constituem toda uma ciência, toda uma doutrina moral e filosófica com o nome Espiritismo. O Espiritismo é, pois, a doutrina fundada na existência, nas manifestações e no ensinamento dos Espíritos. Esta doutrina acha-se exposta de maneira completa no Livro dos Espíritos, em seu aspecto filosófico, no Livro dos Médiuns, em sua parte prática e experimental, e no Evangelho Segundo o Espiritismo, em seu aspecto moral”.
Isto posto, vejamos a seguir, consoante as palavras do próprio Codificador, como se entende o tríplice aspecto do Espiritismo, ou seja, ciência, filosofia e religião.

No Preâmbulo de O que é o Espiritismo, Kardec afirma que "O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal".
Na mesma obra, Kardec acrescenta:
"O Espiritismo tem por fim demonstrar e estudar a manifestação dos Espíritos, suas faculdades, sua situação feliz ou infeliz, seu futuro; em suma, o conhecimento do Mundo Espiritual.
"... Essa crença apoia-se sobre o raciocínio e sobre os fatos. Eu próprio não a adotei senão depois de meticuloso exame, o hábito das coisas positivas, sondei, perscrutei esta nova ciência nos seus mais íntimos refolhos; busquei explicar-me tudo, porque não costumo aceitar idéia alguma sem lhe conhecer o como e o porquê".

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo logo na Introdução, item II, Kardec declara:
"Uma só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos: a concordância que haja entre as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em vários lugares”.

Também, no livro A Gênese (Introdução) diz:
"Generalidade e concordância do ensino, tal é o caráter essencial da doutrina, a própria condição de sua existência; do que resulta que todo princípio que não recebeu a consagração do assentimento da generalidade não pode ser considerado parte integrante desta doutrina, mas simples opinião isolada da qual o Espiritismo não pode assumir a responsabilidade”.
No prefácio do livro O Fenômeno Espírita Gabriel Delanne afirma: "O Espiritismo é uma ciência cujo fim é a dmonstração experimental da existência da alma e sua imortalidade, por meio de comunicação com aqueles aos quais impropriamente têm sido chamado de mortos".

Na obra O que é a Mediunidade, de Celso Martins, consta o seguinte:
"O Espiritismo tem um aspecto científico porque estuda, à luz da razão e usando critérios científicos, com metodologia específica, os fenômenos mediúnicos, ou melhor, os fatos que colocam os homens em contato com os espíritos, ocorrências estas que nada têm de sobrenatural, porque estão dentro do contexto dos fatos naturais, nada apresentando de milagroso nem de superstições do povo crédulo e ignorante”.

Muito esclarecedor é o texto abaixo, constante de A Gênese, Cap. I - item 14, de Kardec:
"Como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma maneira que as ciências positivas, isto é, aplica o método experimental. Fatos de ordem nova se apresentam, que não podem ser explicados pelas leis, conhecidas; ele os observa, compara, analisa e, partindo dos efeitos às causas, chega à lei que os rege, depois deduz as conseqüências e busca as aplicações úteis. O Espiritismo não estabeleceu nenhuma teoria preconcebida; assim, não se apresentam como hipótese nem a existência e a intervenção dos Espíritos, nem o perispírito, nem a reencarnação, nem qualquer dos princípios da doutrina; conclui-se pela existência dos Espíritos porque essa existência resultou como evidência da observação dos fatos; e assim os demais princípios. Não foram dos fatos que vieram posteriormente confirmar a teoria, mas foi a teoria que veio subsequentemente explicar e resumir os fatos. Rigorosamente exato, portanto, dizer que o Espiritismo é uma ciência da observação e não o produto da imaginação. As ciências não fizeram progressos sérios senão depois que os seus estudos se basearam no método experimental; mas, acreditava-se que esse método não poderia ser aplicado senão à matéria ao passo que o é igualmente às coisas metafísicas".

Diz Kardec, no Preâmbulo de O Que é o Espiritismo:
"O Espiritismo é, ao mesmo tempo uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende todas as conseqüências morais que dimanam essas mesmas relações”.

“A Filosofia Espírita é a interpretação dos fenômenos verificados e estudados pela Ciência Espírita. Esses fenômenos revelam ao homem a estrutura do Universo, que é a seguinte, como vemos em O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec: Deus, Espírito e Matéria. Uma vez constatada essa realidade, e descoberto o mecanismo pelo qual o Espírito se manifesta através da matéria, cessa o trabalho da ciência, para começar a da filosofia”.

J. Herculano Pires, ainda acrescenta:
" Filosofia Espírita, como disse Kardec, pertence genericamente ao que costumamos chamar Filosofia Espiritualista, porque a sua visão do Universo não se prende à Matéria, mas vai até o Espírito, que considera como causa de tudo o que percebemos no plano material. Englobando na sua interpretação cosmológica a Ciência Espírita, e tendo como conseqüência a Religião Espírita, a Filosofia Espírita encerra em si mesma toda a doutrina. É por isso que O Livro dos Espíritos, obra fundamental da doutrina, não é propriamente um livro científico ou religioso, mas um tratado filosófico”.

Em Espiritismo Básico Pedro Franco Barbosa afirma:
"O caráter filosófico do Espiritismo está, portanto, no estudo que faz do Homem, sobretudo Espírito, de seus problemas, de sua origem, de sua destinação. Esse estudo leva ao conhecimento do mecanismo das relações dos Homens, que vivem na Terra, com aqueles que já se despediram dela, tamporariamente, pela morte, estabelecendo as bases desse permanente relacionamento, e demonstra a existência, inquestionável, de algo que tudo ria e tudo comanda, inteligentemente - Deus”.

Assevera Celso Martins, em O que é a Mediunidade:
"O Espiritismo tem um aspecto filosófico porque, a partir dos fenômenos, dá uma interpretação da vida, isto é, responde àquelas perguntas que apresentamos (...) sobre o porquê da vida. De onde você veio e para onde você vai. A razão das desigualdades que obervamos entre as criaturas. Trata-se de uma filosofia espiritualista porque admite, repito, com base nos fatos mediúnicos e anímicos, a existência de um princípio espiritual no Universo, além do princípio material. Equivale dizer que o Espiritismo vê no ser humano, não apenas o corpo material, de carne e osso, de vísceras e sangue, de nervos e hormônios, mas também aquilo a que as religiões, há séculos, deram o nome de alma.

“A filosofia espírita aceita que, acima destes dois princípios universais, o material e o espiritual paira Deus, o Craidos de tudo, a inteligência primária da Natureza inteira, um Deus que é a suprema perfeição, um Deus que é Pai de Misericórdia e Bondade, de Justiça e Amor, que criou todos os seus filhos para todos, sem qualquer exceção, um dia, através de seus esforços, ao longo dos tempos, sejam, de fato, felizes”.

Há quem conteste o aspecto religioso do Espiritismo. Vejamos o que diz Kardec. No livro O Espiritismo na sua mais simples expressão, claramente ele assegura:
"Do ponto de vista religioso o Espiritismo tem por base as verdades fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma, a imortalidade, as penas e as recompensas futuras, sendo, porém, independente de qualquer culto em particular. Seu objetivo é provar àqueles que negam, ou que duvidam, que a alma existe, que ela sobrevive ao corpo e que sofre, após a morte, as conseqüências do bem e do mal que praticar durante a vida corpórea: o objetivo de todas as religiões”.

Em Obras Póstumas - Primeira Parte - Manifestações dos Espíritos - Caráter e conseqüências religiosas das manifestações dos Espíritos, há a seguinte afirmação de Kardec:

"O Espiritismo, firmado no conhecimento de leis ainda não compreendidas, não vem destruir os fatos religiosos, mas torná-los mais aceitáveis, dando-lhes explicação racional. O que ele vem destruir são as falsas deduções daquelas leis, por erro ou ignorância”.

No Livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo” - Introdução, item I, Kardec esclarece:
"Esta obra é para uso de todos. Dela podem todos haurir os meios de conformar com a moral do Cristo o respectivo proceder. Aos espíritas oferece aplicações que lhe concernem de modo especial. Graças às relações estabelecidas, doravante e permanentemente, entre os homens e o mundo invisível, a lei evangélica, que os próprios Espíritos ensinaram a todas as nações, já não será letra morta, porque cada um a compreenderá e se verá incessantemente compelido a pô-la em prática, a conselho de seus guias espirituais. As instruções que promanam dos Espíritos são verdadeiramente as vozes do céu que vêm esclarecer os homens e convidá-los à prática do Evangelho”.

Nessa mesma obra, Cap. I - item 7, Kardec dispõe:
"Assim, como o Cristo disse: “Não vim destruir a lei, porém cumpri-la”, também o Espiritismo diz: “Não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução”. Nada ensina em contrário ao que ensinou o Cristo; mas, desenvolve, completa e explica em termos claros e para toda gente, o que foi dito apenas sob forma alegórica. Vem cumprir e preparar a realização das coisas futuras. Ele é pois, obra do Cristo, que preside, conforme igualmente o anunciou, à regeneração que se opera e prepara o reino de Deus na Terra”.

No Cap. I - item 16 de A Gênese, Kardec afirma:
"Do mesmo modo que a ciência propriamente dita tem por objeto o estudo das leis do princípio material, o objeto especial do Espiritismo é o conhecimento das leis do princípio espiritual ...”.
No Cap. XII - item 18, acrescenta:
"Não é que o sobrenatural seja necessário às religiões, mas sim o princípio espiritual, que erradamente se confunde com o maravilhoso, e sem o qual não há religião possível’.

No discurso proferido na Sociedade Espírita de Paris, em 1º de novembro de 1868 e publicado na Revista Espírita de dezembro do mesmo ano, Kardec faz as seguintes declarações:
"Dissemos que o verdadeiro objetivo das assembléias religiosas deve ser a comunhão de pensamentos; é que, com efeito, a palavra religião quer dizer laço. Uma religião, em sua acepção nata e verdadeira, é um laço que religa os homens numa comunidade de sentimentos, de princípios e de crenças ...”
"O laço estabelecido por uma religião, seja qual for o seu objetivo, é pois, um laço, um laço essencialmente moral, que liga os corações, que identifica os pensamentos, as aspirações, e não somente o fato de compromissos materiais, que se rompem à vontade, ou da realização de fórmulas que falam mais aos olhos do que ao espírito ...”

"Se assim é perguntarão, então o Espiritismo é uma religião? Ora, sim, sem dúvida senhores. No sentido filosófico, o Espiritismo é uma religião, e nós nos glorificamos por isto, porque é a doutrina que funda os elos da fraternidade e da comunhão de pensamentos, não sobre uma simples convenção, mas sobre bases mais sólidas: as mesmas leis da natureza.

"Porque, então, declaramos que o Espiritismo não é uma religião? Porque não há uma palavra para exprimir idéias diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto; desperta exclusivamente uma idéia de forma, que o Espiritismo não tem. Se o Espiritismo se dissesse uma religião, o público não veria aí senão uma nova edição, uma variante, se se quiser, dos princípios absolutos em matéria de fé; uma casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, de cerimônias e de privilégios; não o separaria das idéias de misticismo e dos abusos contra os quais tantas vezes se levantou a opinião pública”.

Como se vê, o Espiritismo não é religião no sentido tradicional da palavra religião.
Concluímos que o Espiritismo não tem culto material exterior nem sacerdócio organizado, como as religiões tradicionais; no entanto, possui um conteúdo moral, ligando os homens entre si e seu criador.
Leitura Complementar:
1.    Espiritismo Básico - Pedro Franco Barbosa - FEB.
2.    O que é a Mediunidade - Celso Martins - Leymarie.
3.    Vida e Obra de Allan Kardec - André Moreil - EDICEL.
4.    Recordando Deolindo Amorim - Celso Martins - Gráfica e Editora do Lar/ABC do Interior
5.    Kardec, irmãs Fox e outros - Jorge Rizzini - EME.
6.    O Mistério do Bem e do Mal - J. Herculano Pires - Ed. Correio Fraterno.
7.    Ciência Espírita - J.Herculano Pires - Ed. Paidéia.
8.    O Infinito e o Finito - Crônicas - J.Herculano Pires - Ed. Correio Fraterno
9.    Evolução para o Terceiro Milênio - Carlos Toledo Rizzini - EDICEL.
10. Religião - Carlos Imbassahy - FEB.


* fonte: Objetivo do Espiritismo e seu tríplice aspecto - Celso Martins e Jayme Lobato Soares
Foto: Homenagem ao Sr. Manoel - Presidente do Núcleo Espírita  Irmã Scheilla