segunda-feira, 29 de outubro de 2012

PROGRAMAÇÃO DE NOVEMBRO 2012




O Centro Espírita não é templo nem laboratório – é, para usarmos a expressão espírita de Victor Hugo: point d’optique do movimento doutrinário, ou seja, o seu ponto visual de convergência. Podemos figurá-lo como um espelho côncavo em que todas as atividades doutrinárias se refletem se unem, projetando-se conjugadas no plano social geral, espírita e não espírita. Por isso a sua importância, como síntese natural da dialética espírita, é fundamental para o desenvolvimento seguro da Doutrina e suas práticas. Kardec avaliou a sua importância significativa no plano da divulgação e da orientação dos Grupos, explicando ser preferível a existência de vários Centros pequenos e modestos numa cidade ou num bairro, à existência de um único centro grande e suntuoso. (Herculano Pires)

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Mês de Novembro - Mês de aniversário do Caminho da Paz


A história da Sociedade Espírita Caminho da Paz tem sua origem através de Sinval e sua esposa Zelma, e, com o tempo foi conquistando outros colaboradores. Entre os vários companheiros destacamos Guerreiro, Agripino, Marcos, Giusepe, Ninha, Socorro, Melo... 
Com o passar do tempo outros trabalhadores se associaram e hoje a equipe base atual é composta de Sinval, Darisio, Samuel, Agripino, Zelma, Carolina, Laura, Giuseppe, Ninha, Luciana, Fábio, Socorro, Nana, Sr. João, Raimundo, Luzia, Marli, Cordeiro, Afonso.
Outros trabalhadores estão sendo formados para dar continuidade ao Caminho.

Em novembro estaremos comemorando nosso aniversário e em comemoração ao mês vamos contar com palestrantes do Centro Espírita Lar de Jesus - Miguel Gonçalo, da Associação Espírita Trabalhadores da Última Hora (RN) José Antonio, com Marco Lima atual presidente da Federação Paraibana e com Carol, uma de nossas primeiras crianças da evangelização, hoje atuante nas atividades dos jovens e evangelizadora.

Uma das metas para 2013 será resgatar todo histórico da evolução dos processos do Caminho da Paz transformando-o em um livro.

PROGRAMAÇÃO DAS PALESTRAS NOVEMBRO

Dia
Coordenação
Tema
Palestrante
03/11
Giusepe Mola
A importância do Centro Espírita
Miguel Gonçalo – Lar de Jesus
10/11
Darisio Galvão
Os trabalhadores da última hora
José Antonio de Sousa – AETHU – (RN)
17/11
João Afonso
Buscai e Achareis
Carolina Medeiros – SECP
24/11
Sinval
Os fundamentos da Doutrina Espírita e suas consequências.
Marco Lima - FEP

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A luta por posições de realce ocupa muito tempo das criaturas - Vaidade


ESPÍRITOS PSEUDO SÁBIOS
 Essa classe de Espíritos comumente dá a impressão de tudo saber. Ás vezes  manejam o verbo dando a aparência de um completo domínio de todo o saber; no entanto,pouco sabem da verdade. São Espíritos orgulhosos, que ainda não se despiram das intenções de grandeza e se revestem de muita vaidade. Não têm humildade para ouvir os Espíritos puros, procuram sempre discussão e muitos deles até que poderiam vencer pela argumentação, mas, nunca pela vivência. Falam muita coisa sem conhecimento e sem profundidade. Geralmente o pseudo sábio é falador.

 Tome cuidado com a vaidade

A vaidade é uma brecha moral que infelicita bastante a humanidade.
A luta por posições de realce ocupa muito tempo das criaturas.
Mesmo quem não tem vocação para encargos elevados, frequentemente os procura.
E não o faz por espírito de serviço, mas para aparecer.
Valoriza-se muito a vitória aparente no mundo, mesmo quando conquistada à custa da própria paz.
Mas será que isso compensa?
Não valerá mais a pena viver humildemente, mas com dignidade?
Ocupar postos de destaque traz grande responsabilidade.
Para quem não está preparado, a derrocada moral pode ser grande.
Satisfazer a vaidade é um grande perigo.
A tentação de evidenciar a própria grandeza pode fazer um homem cair no ridículo.
Há pouca coisa mais lamentável do que alguém despreparado desempenhando um grande papel.
A ausência de discernimento pode levar a ver virtudes onde elas não existem. A aceitar conselhos de quem não merece confiança. A tomar decisões sob falsas perspectivas.
A vaidade manifesta-se sob muitas formas. Está presente na vontade de dizer sempre a última palavra.
Por relevante que seja o argumento do outro, o vaidoso não consegue dar-lhe o devido valor.
Imagina que, se o fizer, diminuirá seu próprio brilho.
O vaidoso tem dificuldade em admitir quando erra, mesmo sendo isso evidente.
Ele não consegue perceber a grandeza que existe em admitir um equívoco. Que é mais louvável retificar o próprio caminho do que persistir no erro.
A vaidade também dificulta o processo de perdoar.
O vaidoso considera muito importante a própria personalidade.
Por conta disso, todas as ofensas que lhe são dirigidas são gravíssimas.
Já os prejuízos que causa aos outros são sempre pequenos.
Afinal, considera o próximo invariavelmente mais insignificante do que ele próprio.
A criatura acometida de vaidade dá-se uma importância desmedida. Imagina que os outros gastam horas refletindo sobre seus feitos.
Por conta disso, sente-se compelida a parecer cada vez mais evidente.
Como todo vício moral, a vaidade impede uma apreciação precisa da realidade.
Quem porta esse defeito não percebe que apenas se complica, ao cultivá-o. Que seria muito mais feliz ao viver com simplicidade.
Que ninguém se preocupa muito com sua pessoa e com sua pretensa importância.
Que, ao tentar brilhar cada vez mais, freqüentemente cai no ridículo e se torna alvo de chacota.
Analise seu caráter e reflita se você não possui excesso de vaidade.
Você reconhece facilmente seus erros?
Elogia as virtudes e os sucessos alheios?
Quando se filia a uma causa, o faz por ideal ou para aparecer?
Admite quando a razão está com os outros?
Caso se reconheça vaidoso, tome cuidado com seus atos.
Esforce-se por perceber o seu real papel do mundo.
Reflita que a vaidade é um peso a ser carregado ao longo do tempo.
Simplifique sua vida, valorize os outros, admita os próprios equívocos.
Ao abrir mão da vaidade, seu viver se tornará muito mais leve e prazeroso.

Fonte: Equipe de Redação do Momento Espírita.

Vaidade
“O homem, pois, em grande número de casos,é o causador de seus próprios infortúnios; mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples, menos humilhante para a sua vaidade, acusar a sorte, a Providência, a má fortuna, a má estrela, ao passo que a má estrela é apenas a sua incúria.” (Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo V. Bem-aventurados os Aflitos. Causas Atuais das Aflições.)

A vaidade é decorrente do orgulho, e dele anda próxima. Destacamos adiante as suas facetas mais comuns:
  1. Apresentação pessoal exuberante (no vestir, nos adornos usados, nos gestos afetados, no falari demasiado);
  2. Evidência de qualidades intelectuais, não poupando referências à própria pessoa, ou a algo que realiza;
  3. Esforço em realçar dotes físicos, culturais ou sociais com notória antipatia provocada aos demais;
  4. Intolerância para com aqueles cuja condição social ou intelectual é mais humilde, não evitando a eles referências desairosas;
  5. Aspiração a cargos ou posições de destaque que acentuem as referências respeitosas ou elogiosas à sua pessoa;
  6. Não reconhecimento de sua própria culpabilidade nas situações de descontentamento diante de infortúnios por que passa;
  7. Obstrução mental na capacidade de se auto analisar, não aceitando suas possíveis falhas ou erros, culpando vagamente a sorte, a infelicidade imerecida, o azar.
A vaidade, sorrateiramente, está quase sempre presente dentro de nós. Dela os espíritos inferiores se servem para abrir caminhos às perturbações entre os próprios amigos e familiares. É muito sutil a manifestação da vaidade no nosso íntimo e não é pequeno o esforço que devemos desenvolver na vigilância, para não sermos vítimas daquelas influências que encontram apoio nesse nosso defeito. De alguma forma e de variada intensidade, contamos todos com uma parcela de vaidade, que pode estar se manifestando nas nossas motivações de algo a realizar, o que é certa­mente válido, até certo ponto. O perigo, no entanto, reside nos excessos e no desconhecimento das fronteiras entre os impulsos de idealismo, por amor a uma causa nobre, e os ímpetos de destaque pessoal, característicos da vaidade.

A vaidade, nas suas formas de apresentação, quer pela postura física, gestos estudados, retórica no falar, atitudes intempestivas, reações arrogantes, reflete, quase sempre, uma deformação de colocação do indivíduo, face aos valores pessoais que a sociedade estabeleceu. Isto é, a aparência, os gestos, o palavreado, quanto mais artificiais e exuberantes, mais chamam a atenção, e isso agrada o intérprete, satisfaz a sua necessidade pessoal de ser observado, comentado, “badalado”. No íntimo, o protagonista reflete, naquela aparência toda, grande insegurança e acentuada carência de afeto que nele residem, oriundas de muitos fatores desencadeados na infância e na adolescência. Fixações de imagens que, quando criança, identificou em algumas pessoas aparentemente felizes, bem sucedidas, comentadas, admiradas, cujos gestos e maneiras de apresentação foram tomados como modelo a seguir.

O vaidoso o é, muitas vezes, sem perceber, e vive desempenhando um personagem que escolheu. No seu íntimo é sempre bem diferente daquele que aparenta, e, de alguma forma, essa dualidade lhe causa conflitos, pois sofre com tudo isso, sente necessidade de encontrar-se a si mesmo, embora às vezes sem saber como.
O mais prejudicial nisso tudo é que as fixações mentais nos personagens selecionados podem estabelecer e conduzir a enormes bloqueios do sentimento, levando as criaturas a assumirem um caráter endurecido, insensível, de atitudes frias e grosseiras. 

O Aprendiz do Evangelho terá aí um extraordinário campo de reflexão, de análise tranquila, para aprofundar-se até as raízes que geraram aquelas deformações, ao mesmo tempo que precisa identificar suas características autênticas, o seu verdadeiro modo de ser, para então despir a roupagem teatral que utilizava e colocar-­se amadurecidamente, assumindo todo o seu íntimo, com disposição de melhorar sempre. 

(Manual Prático do Espírita – Ney Prieto Peres)

sábado, 20 de outubro de 2012

Vale a Pena editar de Novo - um dos primeiros eventos do Caminho da Paz ainda na casa antiga.



Com o tema Dê UM CHANCE A VOCÊ, A SOCIEDADE ESPÍRITA CAMINHO DA PAZ INICIAVA NOVA FASE EM SEU MOVIMENTO ESPÍRITA. NA FOTO UM TEMOS DA ESQUERDA PARA DIREITA: Agripino, Gutembergue, Carol (é Carol mesmo??), Raimundo, Giuseppe, Socorro, Matias e outros, na segunda fora destaques para Sinval, Zelma, Samuel e outros participantes. 



Dê uma chance a você mesmo

Talvez você já tenha feito perguntas como estas:
De onde vim ao nascer? Para onde irei depois da morte? O que há depois dela?

Por que uns sofrem mais do que outros? Por que uns têm determinada aptidão e outros não?

Por que alguns nascem ricos e outros pobres? Alguns cegos, aleijados, débeis mentais, enquanto outros nascem inteligentes e saudáveis? Por que Deus permite tamanha desigualdade entre seus filhos?

Por que uns, que são maus, sofrem menos que outros, que são bons?

No entanto, a maioria das pessoas, vivendo a vida atribulada de hoje, não está interessada nos problemas fundamentais da existência. Antes se preocupam com seus negócios, com seus prazeres, com seus problemas particulares. Acham que questões como "a existência de Deus" e "a
imortalidade da alma" são da competência de sacerdotes, de ministros religiosos, de filósofos e teólogos. Quando tudo vai bem em suas vidas, elas nem se lembram de Deus e, quando se lembram, é apenas para fazer uma oração, ir a um templo, como se tais atitudes fossem simples obrigações das quais todas têm que se desincumbir de uma maneira ou de outra. A religião para elas é mera formalidade social, alguma coisa que as pessoas devem ter, e nada mais; no máximo será um desencargo de consciência, para estar bem com Deus. Tanto assim, que muitos nem sequer alimentam firme convicção naquilo que professam, carregando sérias dúvidas a respeito de Deus e da continuidade da vida após a morte.

Quando, porém, tais pessoas são surpreendidas por um grande problema, a perda de um ente querido, uma doença incurável, uma queda financeira desastrosa - fatos que podem acontecer na vida de qualquer pessoa - não encontram em si mesmas a fé necessária, nem a compreensão para enfrentar o problema com coragem e resignação, caindo, invariavelmente, no desespero.

Onde se encontra a solução?

Há uma doutrina que atende a todos estes questionamentos. É o Espiritismo.

O conhecimento espírita abre-nos uma visão ampla e racional da vida, explicando-a de maneira convincente e permitindo-nos iniciar uma transformação íntima, para melhor.

Mas, o que é o Espiritismo?

O Espiritismo é a doutrina revelada pelos Espíritos Superiores, através de médiuns, e organizada (codificada), no século XIX, por um educador francês, conhecido por Allan Kardec.

“O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.” Allan Kardec (O que é o Espiritismo – Preâmbulo)
* “O Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança.” Allan Kardec (O Evangelho segundo o Espiritismo – cap. VI – 4)

E quais são os fundamentos básicos do Espiritismo?

A existência de Deus que é o Criador, causa primária de todas as coisas. A Suprema Inteligência. É eterno, imutável, imaterial, onipotente, soberanamente justo e bom.

A imortalidade da alma ou espírito. O espírito é o princípio inteligente do Universo, criado por Deus, para evoluir e realizar-se individualmente pelos seus próprios esforços. Como espíritos já existíamos antes do nascimento e continuaremos a existir depois da morte do corpo.

A reencarnação. Criado simples e sem nenhum conhecimento, o espírito é quem decide e cria o seu próprio destino. Para isso, ele é dotado de livre-arbítrio, ou seja, capacidade de escolher entre o bem e o mal. Tem a possibilidade de se desenvolver, evoluir, aperfeiçoar-se, de tornar-se cada vez melhor, mais perfeito, como um aluno na escola, passando de uma série para outra, através dos diversos cursos. Essa evolução requer aprendizado, e o espírito só pode alcançá-la encarnando no mundo e reencarnando, quantas vezes necessárias, para adquirir mais conhecimento, através das múltiplas experiências de vida. O progresso adquirido pelo espírito não é somente intelectual, mas, sobretudo, o progresso moral.

Não nos lembramos das existências passadas e nisso também se manifesta a sabedoria de Deus. Se lembrássemos do mal que fizemos ou dos sofrimentos que passamos, dos inimigos que nos prejudicaram ou daqueles a quem prejudicamos, não teríamos condições de viver entre eles atualmente. Pois, muitas vezes, os inimigos do passado hoje são nossos filhos, nossos irmãos, nossos pais, nossos amigos que, presentemente, se encontram junto de nós para a reconciliação. A reencarnação, desta forma, é a oportunidade de reparação, assim como é, também, oportunidade de devotarmos nossos esforços pelo bem dos outros, apressando nossa evolução espiritual. Pelo mecanismo da reencarnação vemos que Deus não castiga. Somos nós os causadores dos próprios sofrimentos, pela lei de "ação e reação".

A comunicabilidade dos espíritos. Os espíritos são seres humanos desencarnados e continuam sendo como eram quando encarnados: bons ou maus, sérios ou brincalhões, trabalhadores ou preguiçosos, cultos ou medíocres, verdadeiros ou mentirosos. Eles estão por toda parte. Não estão ociosos. Pelo contrário, eles têm as suas ocupações. Através dos denominados médiuns, o espírito pode se comunicar conosco, se puder e se quiser.

A pluralidade dos mundos habitados. Os diferentes mundos, disseminados pelo espaço infinito, constituem as inúmeras moradas aos Espíritos que neles encarnam. As condições desses mundos diferem quanto ao grau de adiantamento ou de inferioridades dos seus habitantes.

Como o Espiritismo interpreta o Céu e o Inferno?

Não há céu nem inferno. Existem, sim, estados de alma que podem ser descritos como celestiais ou infernais. Não existem também anjos ou demônios, mas apenas espíritos superiores e espíritos inferiores, que também estão a caminho da perfeição - os bons se tornando melhores e os maus se regenerando.

Deus não se esquece de nenhum de seus filhos, deixando a cada um o mérito das suas obras. Somente desta forma podemos entender a Suprema Justiça Divina.

Por que o Espiritismo realça a Caridade?

Porque fora dos preceitos da verdadeira caridade, o espírito não poderá atingir a perfeição para a qual foi destinado. Tendo-a por norma, todos os homens são irmãos e qualquer que seja a forma pela qual adorem o Criador, eles se estendem as mãos, se entendem e se ajudam mutuamente.

Por que fé raciocinada?

A fé sem raciocínio não passa de uma crendice ou mesmo de uma superstição. Antes de aceitarmos alguma coisa como verdade, devemos analisá-la bem. "Fé inabalável é aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade."- Allan Kardec.

E onde podemos encontrar mais esclarecimentos sobre o Espiritismo?

Começando pela leitura dos livros de Allan Kardec:

O LIVRO DOS ESPÍRITOS. O livro básico da Doutrina Espírita. Contém os princípios do Espiritismo sobre a imortalidade da alma, a natureza dos espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida futura e o porvir da humanidade.

O LIVRO DOS MÉDIUNS. Reúne as explicações sobre todos os gêneros de manifestações mediúnicas, os meios de comunicação e relação com os espíritos, a educação da mediunidade e as dificuldades que eventualmente possam surgir na sua prática.

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. É o livro dedicado à explicação das máximas de Jesus, de acordo com o Espiritismo e sua aplicação às diversas situações da vida.

O CÉU E O INFERNO, ou "A Justiça Divina Segundo o Espiritismo". Oferece o exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida corporal à vida espiritual. Coloca ao alcance de todos o conhecimento do mecanismo pelo qual se processa a Justiça Divina.

A GÊNESE. Destacam-se os temas: Existência de Deus, origem do bem e do mal, explicações sobre as leis naturais, a criação e a vida no Universo, a formação da Terra, a formação primária dos seres vivos, o homem corpóreo e a união do princípio espiritual à matéria.

Você poderá ler, ainda, os livros psicografados por Francisco Cândido Xavier, Divaldo Pereira Franco, Yvonne Pereira, José Raul Teixeira, etc. e os livros de Léon Denis, Gabriel Delanne e de tantos outros autores, encontrando-se entre eles estudos doutrinários, romances, poesias, histórias e mensagens de alento. Depois desta simples leitura, você poderá ter dúvidas e perguntas a fazer. Se tiver, é bom sinal. Sinal que você está procurando explicações racionais para a vida. Você as encontrará lendo os livros indicados acima e procurando um Centro Espírita seguramente doutrinário e indiscutivelmente Espírita.

domingo, 14 de outubro de 2012

Integração das obras de Allan Kardec



 O Espiritismo progride muito; mas, durante duas ou três gerações, ainda haverá um fermento de incredulidade, que unicamente o tempo aniquilará. Sua marcha, porém, será mais célere que a do Cristianismo, porque o próprio Cristianismo é quem lhe abre o caminho e serve de apoio. 
  • Cristianismo tinha que destruir;
  • Espiritismo só tem que edificar.

        O Espiritismo é ao mesmo tempo uma ciência de observação e uma doutrina filosófica.
  • Como ciência prática, ele consiste nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos; 
  • como filosofia, ele compreende todas as conseqüências morais que decorrem dessas relações.
        Pode-se defini-lo assim: O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, da origem e da destinação dos Espíritos, e das suas relações com o mundo corporal.


        O Espiritismo é, antes de tudo, uma ciência e não se ocupa com questões dogmáticas. Essa ciência tem conseqüências morais como todas as ciências filosóficas. Algumas pessoas estão equivocadas sobre o verdadeiro caráter do Espiritismo. A questão é bastante grave e merece algum desenvolvimento.

(O que é o Espiritismo:  Diálogo entre Allan Kardec e o Padre)

         
        "O Espiritismo toca em todos os ramos da filosofia, da metafísica, da psicologia e da moral. É um campo imenso que não se pode percorrer em algumas horas. Ora, compreendeis, que me seria materialmente impossível repetir de viva voz, e a cada um em particular, tudo o que escrevi sobre esse assunto para uso geral. Em uma séria leitura prévia, encontrar-se-á, aliás, a resposta à maioria das perguntas que vêm, naturalmente, ao pensamento."

        Não te deixes desanimar pela crítica. Encontrarás contraditores encarniçados, sobretudo entre os que têm interesse nos abusos. Encontrá-los-ás mesmo entre os Espíritos, por isso que os que ainda não estão completamente desmaterializados procuram freqüentemente semear a dúvida por malícia ou ignorância. Prossegue sempre. Crê em Deus e caminha com confiança: aqui estaremos para te amparar e vem próximo o tempo em que a Verdade brilhará de todos os lados. [ PROLEGôMENOS ]

sábado, 13 de outubro de 2012

Programação das Palestras Mês de Outubro 2012

Neste mês de outubro as Palestras Públicas do Caminho da Paz, constará em sua Programação com atividades de Integração do Pólo 2. Pelo 5º ano consecutivo, as instituições que formam o Polo. 
A proposta desta integração é de aproximar ainda mais as casas espíritas com objetivo de juntos realizarem um trabalho comum que visem o fortalecimento do Movimento Espírita de João Pessoa.







A diretoria da Sociedade Espírita Caminho da Paz já está se mobilizando para comemorações de mais um ano da Instituição. Breve estaremos divulgando aqui a programação, incluindo uma palestra com uma prata da casa, uma das primeiras crianças que estão sendo formadas como trabalhadora da Sociedade, além de outros expositores.
Aguardem e de imediato convidamos a estarem conosco em uma das palestras do mês de novembro/2012

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A importância do Jovem no Movimento Espírita III - A Criança Espírita - Revista Espírita 1861


O Espiritismo em Bordeaux

Eis o pequeno discurso do nosso jovem amigo, Joseph Sabó, que ficaria muito triste por não vê-lo impresso:

"Senhor Allan Kardec, permiti a mais jovem de vossas crianças Espíritas vir, neste dia, para sempre gravado nos nossos corações, vos exprimir a alegria que causa a vossa chegada entre nós. 

Estou ainda na idade da infância; mas meu pai já me ensinou o que são os Espíritos que se nos manifestam, a docilidade com a qual devemos seguir seus conselhos, as penas e as recompensas que lhes são concedidas; e, em alguns anos, se Deus julgá-lo oportuno, quero também, sob vossos auspícios, tornar-me um digno e fervoroso apóstolo do Espiritismo, sempre submetido ao vosso saber e à vossa experiência. 

Conceder-me-eis, em recompensa destas poucas palavras ditadas pelo meu pequeno coração, um beijo que não ouso vos pedir?"

(Joseph Sabó - com cinco anos e meio de idade).

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Um olhar no passado sobre o Bom Senso de Kardec e a atualidade com os Espíritas e o Movimento Espírita...


Estudando o livro um tanto esquecido dos “espíritas” - Obras Póstumas, vamos encontrar Allan Kardec esclarecendo sobre o aperfeiçoamento moral dos espíritas, destacando o tema “Os desertores”. Podemos de imediato deduzir sobre os entraves, das situações lamentáveis geradas pela imprudência de alguns, gerando situações daquelas que, dentro do movimento espírita, cultivam discórdias e ciúmes, levantam questões irritantes, propondo cisões, ou tomam-se de entusiasmo irrefletido e danoso. Na sua postura clara e sensata Kardec chama-os de espíritas de contrabando, já que adentraram o meio espírita sem a devida “chancela” moral. Pois bem: depois de alertar-nos quanto a esse caso, Kardec prossegue aprofundando no assunto:

Se passarmos à categoria dos espíritas propriamente ditos, ainda aí depararemos com certas fraquezas humanas, das quais a doutrina não triunfa imediatamente. As mais difíceis de vencer-se são o egoísmo e o orgulho, as duas paixões fundamentais do homem. Entre os adeptos convictos, não há deserções, na lídima acepção do termo, visto como aquele que desertasse, por motivo de interesse ou qualquer outro, nunca teria sido sinceramente espírita; pode, entretanto, haver desfalecimentos. Pode dar-se que a coragem e a perseverança fraqueiem diante de uma decepção, de uma ambição frustrada, de uma preeminência não alcançada, de uma ferida no amor-próprio, de uma prova difícil. Há o recuo ante o sacrifício do bem-estar, ante o receio de comprometer os interesses materiais, ante o medo do que dirão; há o ser-se abatido por uma mistificação, tendo como consequência, não o afastamento, mas o esfriamento; há o querer viver para si e não para os outros, o beneficiar-se da crença, mas sob a condição de que isso nada custe. Sem dúvida, podem os que assim procedem ser crentes, mas, sem contestação, crentes egoístas, nos quais a fé não ateou o fogo sagrado do devotamento e da abnegação; às suas almas custa o desprenderem-se da matéria. Fazem nominalmente número, porém não há contar com eles.

Todos os outros são espíritas que em verdade merecem esse qualificativo. Aceitam por si mesmos todas as consequências da doutrina e são reconhecíveis pelos esforços que empregam por melhorar-se. Sem desprezarem, além dos limites do razoável, os interesses materiais, estes são, para eles, o acessório e não o principal; não consideram a vida terrena senão como travessia mais ou menos penosa; estão certos de que do emprego útil ou inútil que lhe derem depende o futuro; têm por mesquinhos os gozos que ela proporciona, em face do objetivo esplêndido que entrevêem no além; não se intimidam com os obstáculos com que topem no caminho; vêem nas vicissitudes e decepções provas que não lhes causam desânimo, porque sabem que o repouso será o prêmio do trabalho. Daí vem que não se verificam entre eles deserções, nem desfalecimentos.


O nascimento de Kardec


(Em casa do Sr. C...; médium: Srta. Aline C...)

MINHA MISSÃO
Pergunta (à Verdade) — Bom Espírito, eu desejara saber o que pensas da missão que alguns Espíritos me assinaram. Dize-me, peço-te, se é uma prova para o meu amor-próprio. Tenho, como sabes, o maior desejo de contribuir para a propagação da verdade, mas, do papel de simples trabalhador ao de missionário em chefe, a distância é grande e não percebo o que possa justificar em mim graça tal, de preferência a tantos outros que possuem talento e qualidades de que não disponho.

Resposta — Confirmo o que te foi dito, mas recomendo--te muita discrição, se quiseres sair-te bem. Tomarás mais tarde conhecimento de coisas que te explicarão o que ora te surpreende. Não esqueças que podes triunfar, como podes falir. Neste último caso, outro te substituiria, porquanto os desígnios de Deus não assentam na cabeça de um homem.

Nunca, pois, fales da tua missão; seria a maneira de a fazeres malograr-se. Ela somente pode justificar-se pela obra realizada e tu ainda nada fizeste. Se a cumprires, os homens saberão reconhecê-lo, cedo ou tarde, visto que pelos frutos é que se verifica a qualidade da árvore.

P. — Nenhum desejo tenho certamente de me vangloriar de uma missão na qual dificilmente creio. Se estou destinado a servir de instrumento aos desígnios da Providência, que ela disponha de mim. Nesse caso, reclamo a tua assistência e a dos bons Espíritos, no sentido de me ajudarem e ampararem na minha tarefa.

 R. — A nossa assistência não te faltará, mas será inútil se, de teu lado, não fizeres o que for necessário. Tens o teu livre-arbítrio, do qual podes usar como o entenderes. Nenhum homem é constrangido a fazer coisa alguma.

P. — Que causas poderiam determinar o meu malogro? Seria a insuficiência das minhas capacidades?

R. — Não; mas, a missão dos reformadores é prenhe de escolhos e perigos. Previno-te de que é rude a tua, porquanto se trata de abalar e transformar o mundo inteiro.
Não suponhas que te baste publicar um livro, dois livros, dez livros, para em seguida ficares tranqüilamente em casa. Tens que expor a tua pessoa. Suscitarás contra ti ódios terríveis; inimigos encarniçados se conjurarão para tua perda; ver-te-ás a braços com a malevolência, com a calúnia, com a traição mesma dos que te parecerão os mais dedicados; as tuas melhores instruções serão desprezadas e falseadas; por mais de uma vez sucumbirás sob o peso da fadiga; numa palavra: terás de sustentar uma luta quase contínua, com sacrifício de teu repouso, da tua tranquilidade, da tua saúde e até da tua vida, pois, sem isso, viverias muito mais tempo. Ora bem! não poucos recuam quando, em vez de uma estrada florida, só vêem sob os passos urzes, pedras agudas e serpentes. Para tais missões, não basta a inteligência. Faz-se mister, primeiramente, para agradar a Deus, humildade, modéstia e desinteresse, visto que Ele abate os orgulhosos, os presunçosos e os ambiciosos.
Para lutar contra os homens, são indispensáveis coragem, perseverança e inabalável firmeza. Também são de necessidade prudência e tato, a fim de conduzir as coisas de modo conveniente e não lhes comprometer o êxito com palavras ou medidas intempestivas. Exigem-se, por fim, devotamento, abnegação e disposição a todos os sacrifícios.
Vês, assim, que a tua missão está subordinada a condições que dependem de ti.
Espírito Verdade

Eu — Espírito Verdade, agradeço os teus sábios conselhos. Aceito tudo, sem restrição e sem ideia preconcebida.
Senhor! pois que te dignaste lançar os olhos sobre mim para cumprimento dos teus desígnios, faça-se a tua vontade!
Está nas tuas mãos a minha vida; dispõe do teu servo.
Reconheço a minha fraqueza diante de tão grande tarefa; a minha boa vontade não desfalecerá, as forças, porém, talvez me traiam. Supre à minha deficiência; dá-me as forças físicas e morais que me forem necessárias. Ampara-me nos momentos difíceis e, com o teu auxílio e dos teus celestes mensageiros, tudo envidarei para corresponder aos teus desígnios.

Sugestão do blog: para maiores detalhes dos problemas enfrentados por Kardec dentro da própria Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, sugerimos a leitura complementar do texto acima. Obras Póstumas, nota de Kardec 10 anos após a fundação da Sociedade.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Allan Kardec - Simplesmente

Somos cidadãos do Universo.

Um dentre bilhões de nós, renascido a 3 de outubro, é um homem universal por motivos especiais. Através de estudos científicos, de métodos experimentais (observação, comparação, dedução), ele provou ao mundo a existência e a eternidade do Espírito, a reencarnação, a evolução contínua do ser, a comunicação com estes Espíritos via mediunidade.


Este cidadão revelou leis que regem a vida no Universo. Mostrou um Deus magnânimo e justo, cujas leis sábias e misericordiosas são iguais para todos, enfatizando que nossos sofrimentos caracterizam efeitos do nosso desrespeito a essas leis.



Muitas comunicações com o mundo espiritual foram relatadas por outros estudiosos, mas todas em caráter individual, restrito. O pedagogo e pesquisador Hippolyte Léon Denizard Rivail, após assistir a uma experiência de comunicação com os Espíritos, empenhou-se missionariamente em divulgar aqueles conhecimentos à humanidade. Antes, testou-os exaustivamente. Estava atendendo à convocação da Espiritualidade Superior para a realização de um trabalho de grandeza incomensurável. Trabalho em nível universal.



Ele realizou em 14 anos, entre maio de 1855, quando entrou em contato com o fenômeno mediúnico, e março de 1869, quando desencarnou, um trabalho que demandaria uma existência secular. Nascido em Lyon, na França, em 3 de outubro de 1804, este homem universal adotou, neste período em que decodificou os ensinamentos espirituais, o pseudônimo Allan Kardec. Esta identidade utilizara em existência remota, como um sacerdote druida. Mais uma atitude de humildade, para não ensejar dúvidas de que o Espiritismo é realmente obra dos Espíritos e não uma concepção humana, dele.



O professor Rivail, como até então era apenas conhecido, foi chamado a esta elevada missão de revelar a Doutrina Espírita, de decodificar conhecimentos universais, naturais. Ele é reconhecido como o Codificador do Espiritismo, tarefa que somente um ser com a sua nobreza de sentimentos, elevação de caráter, sólida e robusta inteligência poderia empreender.



O bom senso é uma de suas características mais apreciadas. Sempre ponderado, disse tudo aquilo que era necessário e nada daquilo que não devia dizer, embora o soubesse, deferindo ao tempo o surgimento das informações adicionais que o amadurecimento estava a recomendar.



Ilustre pedagogo, humanista e versado em línguas: além do francês, falava o alemão, o inglês, o italiano, o espanhol e o holandês. O professor Rivail escreveu obras educativas, de gramática, aritmética e outras disciplinas. Daí, sua preocupação em distinguir o mestre da Educação do Codificador. Por isto, Allan Kardec.



As reverências a ele não estão moldadas pelo fanatismo. Ao contrário, o respeito que lhe devotamos baseia-se no sincero apreço, consideração e estima que granjeou ao longo de sua existência.



Foi um gênio preparado desde a mais tenra idade, em todos os ramos do conhecimento, absorvendo brilhantemente os postulados da Pedagogia de Pestalozzi, base para o desempenho eficiente dos trabalhos da Codificação, uma empreitada árdua que lhe exigiu trabalho diuturno, paciência, abnegação, coragem e perseverança contínuas.



O Espiritismo não está personificado em nenhum homem. É obra dos Espíritos Superiores, que encontraram em Allan Kardec o mais abnegado missionário, o esteio na Terra para implementação da nova ordem prometida por Jesus.



O professor, homem de ciência respeitado, através dos fundamentos desta doutrina que abalou o mundo, derrotou o materialismo. E divulgou a necessidade da prática reiterada da lei de amor e caridade, valioso passaporte à conquista da felicidade que nunca se acaba.



Espírito milenar, missionário a serviço do Cristo, embora nascido na França, é cidadão universal porque suas revelações sobre o Universo, aos homens do Universo, o legitimam. 



Ofélia Candil, Araçatuba - São Paulo

O bom senso de Kardec e a falta que faz este mesmo bom senso no Movimento Espírita


Polêmica Espírita


Várias vezes já nos perguntaram por que não respondemos, em nosso jornal, aos ataques de certas folhas, dirigidos contra o Espiritismo em geral, contra seus partidários e, por vezes, contra nós. Acreditamos que o silêncio, em certos casos, é a melhor resposta. Aliás, há um gênero de polêmica do qual tomamos por norma nos abstermos: é aquela que pode degenerar em personalismo; não somente ela nos repugna, como nos tomaria um tempo que podemos empregar mais utilmente, o que seria muito pouco interessante para os nossos leitores, que assinam a revista para se instruírem, e não para ouvirem diatribes mais ou menos espirituosas. Ora, uma vez engajado nesse caminho, difícil seria dele sair, razão por que preferimos nele não entrar, com o que o Espiritismo só tem a ganhar em dignidade. Até agora só temos que aplaudir a nossa moderação, da qual não nos desviaremos, e jamais daremos satisfação aos amantes do escândalo.

Entretanto, há polêmica e polêmica; uma há, diante da qual não recuaremos jamais: é a discussão séria dos princípios que professamos. Todavia, mesmo aqui há uma importante distinção a fazer; se se trata apenas de ataques gerais, dirigidos contra a doutrina, sem um fim determinado, além do de criticar, e se partem de pessoas que rejeitam por antecipação tudo quanto não compreendem, não merecem maior atenção; o terreno ganho diariamente pelo Espiritismo é uma resposta suficientemente peremptória e que lhes deve provar que seus sarcasmos não têm produzido grande efeito; também notamos que os gracejos intermináveis de que até pouco tempo eram vítimas os partidários da doutrina pouco a pouco se extinguem. Perguntamos se há motivos para rir quando vemos as idéias novas adotadas por tantas pessoas eminentes; alguns não riem senão com desprezo e pela força do hábito, enquanto muitos outros absolutamente não riem mais e esperam.

Notemos ainda que, entre os críticos, há muitas pessoas que falam sem conhecimento de causa, sem se darem ao trabalho de a aprofundar. Para lhes responder seria necessário recomeçar incessantemente as mais elementares explicações e repetir aquilo que já escrevemos, providência que julgamos inútil. Já o mesmo não acontece com os que estudaram e nem tudo compreenderam, com os que querem seriamente esclarecer-se e com os que levantam objeções de boa-fé e com conhecimento de causa; nesse terreno aceitamos a controvérsia, sem nos gabarmos de resolver todas as dificuldades, o que seria muita presunção de nossa parte. A ciência espírita dá os seus primeiros passos e ainda não nos revelou todos os seus segredos, por maiores sejam as maravilhas que nos tenha desvendado. Qual a ciência que não tem ainda fatos misteriosos e inexplicados? Confessamos, pois, sem nos envergonharmos, nossa insuficiência sobre todos os pontos que ainda não nos é possível explicar. Assim, longe de repelir as objeções e os questionamentos, nós os solicitamos, contanto que não sejam ociosos, nem nos façam perder o tempo com futilidade, pois que representam um meio de nos esclarecermos.

É a isso que chamamos polêmica útil, e o será sempre quando ocorrer entre pessoas sérias que se respeitam bastante para não se afastarem das conveniências. Podemos pensar de modo diverso sem, por isso, deixar de nos estimarmos. Afinal de contas, o que buscamos todos nessa tão palpitante e fecunda questão do Espiritismo? O nosso esclarecimento. Antes de mais, buscamos a luz, venha de onde vier; e, se externamos a nossa maneira de ver, trata-se apenas de nossa maneira de ver, e não de uma opinião pessoal que pretendamos impor aos outros; entregamo-laue à discussão, estando prontos para a ela renunciar se demonstrarem que laboramos em erro. Essa polêmica nós a sustentamos todos os dias em nossa Revista, através das respostas ou das refutações coletivas que tivemos ocasião de apresentar, a propósito desse ou daquele artigo, e aqueles que nos honram com as suas cartas encontrarão sempre a resposta ao que nos perguntam, quando não a podemos dar individualmente por escrito, uma vez que nosso tempo material nem sempre o permite. Suas perguntas e objeções igualmente são objeto de estudos, de que nos servimos pessoalmente, sentindo-nos felizes por fazer com que nossos leitores os aproveitem, tratando-os à medida que as circunstâncias apresentam os fatos que possam ter relação com eles. Também sentimos prazer em dar explicações verbais às pessoas que nos honram com a sua visita e nas conferências assinaladas por recíproca benevolência, nas quais nos esclarecemos mutuamente.

Allan Kardec.

Fonte: Revista Espírita nov/1858