segunda-feira, 26 de novembro de 2012

1º Mês Espírita D. Yvonne Pereira - Sociedade Espírita Caminho da Paz

Sociedade Espírita Caminho da Paz implanta em seu calendário de atividades o Mês de Dezembro dedicado exclusivamente para divulgar, homenagear D. Yvonne do Amaral Pereira nas palestras públicas realizadas aos sábados das 17hs30min às 18hs30min.


1 Afonso Vida e Obras de D. Yvonne do Amaral Pereira
8 Pereira Refletindo sobre o Livro Memórias de um Suicida - 1926/ 1955
15 Zelma Devassando o Invisível - 1963
22 Darisio Recordações Mediunidade - 1966
29 Samuel A importância de D. Yvvone Pereira para o Movimento Espírita

terça-feira, 20 de novembro de 2012

FINAL DOS TEMPOS.....

FINAL DOS TEMPOS - JUÍZO FINAL – OS TEMPOS SÃO CHEGADOS -

- Também ouvireis falar de guerra e de rumores de guerra; tratai de não vos perturbardes, porquanto é preciso que essas coisas se dêem; mas, ainda não será o fim - pois ver-se-á povo levantar-se contra povo e reino contra reino; e haverá pestes, fomes e tremores de terra em diversos lugares - todas essas coisas serão apenas o começo das dores. (S. Mateus, cap. XXIV, vv. 6 a 8.) 
- Logo depois desses dias de aflição, o Sol se obscurecerá e a Lua deixará de dar sua luz; as estrelas cairão do céu e as potestades dos céus serão abaladas. Então, o sinal do Filho do homem aparecerá no céu e todos os povos da Terra estarão em prantos e em gemidos e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu com grande majestade. Ele enviará seus anjos, que farão ouvir a voz retumbante de suas trombetas e que reunirão seus eleitos dos quatro cantos do mundo, de uma extremidade a outra do céu. 
Aprendei uma comparação tirada da figueira. Quando seus ramos já estão tenros e dão folhas, sabeis que está próximo o estio. - Do mesmo modo quando virdes todas essas coisas, sabei que vem próximo o Filho do homem, que ele se acha como que à porta. Digo-vos, em verdade, que esta raça não passará, sem que todas essas coisas se tenham cumprido. (S. Mateus, cap. XXIV, vv. 29 a 34.) 

ALLAN KARDEC - É evidentemente alegórico este quadro do fim dos tempos, como a maioria dos que Jesus compunha. Pelo seu vigor, as imagens que ele encerra são de natureza a impressionar inteligências ainda rudes. Para tocar fortemente aquelas imaginações pouco sutis, eram necessárias pinturas vigorosas, de cores bem acentuadas. Ele se dirigia principalmente ao povo, aos homens menos esclarecidos, incapazes de compreender as abstrações metafísicas e de apanhar a delicadeza das formas. A fim de atingir o coração, fazia-se-lhe mister falar aos olhos, com o auxílio de sinais materiais, e aos ouvidos, por meio da força da linguagem.
Como conseqüência natural daquela disposição de espírito, à suprema potestade, segundo a crença de então, não era possível manifestar-se, a não ser por meio de fatos extraordinários, sobrenaturais. Quanto mais impossíveis fossem esses fatos, tanto mais facilmente aceita era a probabilidade deles.

O Filho do homem, a vir sobre nuvens, com grande majestade, cercado de seus anjos e ao som de trombetas, lhes parecia de muito maior imponência, do que a simples vinda de uma entidade investida apenas de poder moral. Por isso mesmo, os judeus, que esperavam no Messias um rei terreno, mais poderoso do que todos os outros reis, destinado a colocar-lhes a nação à frente de todas as demais e a reerguer o trono de David e de Salomão, não quiseram reconhecê-lo no humilde filho de um carpinteiro, sem autoridade material. No entanto, aquele pobre proletário da Judéia se tornou o maior entre os grandes; conquistou para a sua soberania maior número de reinos, do que os mais poderosos potentados; exclusivamente com a sua palavra e o concurso de alguns miseráveis pescadores, revolucionou o mundo e a ele é que os judeus virão a dever sua reabilitação. Disse, pois, uma verdade, quando, respondendo a esta pergunta de Pilatos: «És rei?» respondeu: «Tu o dizes.» 

- É de notar-se que, entre os antigos, os tremores de terra e o obscurecimento do Sol eram acessórios forçados de todos os acontecimentos e de todos os presságios sinistros. Com eles deparamos, por ocasião da morte de Jesus, da de César e num sem-número de outras circunstâncias da história do paganismo. Se tais fenômenos se houvessem produzido tão amiudadas vezes quantas são relatados, fora de ter-se por impossível que os homens não houvessem guardado deles lembrança pela tradição. Aqui, acrescenta-se a queda de estrelas do céu, como que a mostrar às gerações futuras, mais esclarecidas, que não há nisso senão uma ficção, pois que agora se sabe que as estrelas não podem cair. 
- Entretanto, sob essas alegorias, grandes verdades se ocultam. Há, primeiramente, a predição das calamidades de todo gênero que assolarão e dizimarão a Humanidade, calamidades decorrentes da luta suprema entre o bem e o mal, entre a fé e a incredulidade, entre as idéias progressistas e as idéias retrógradas. Há, em segundo lugar, a da difusão, por toda a Terra, do Evangelho restaurado na sua pureza primitiva; depois, a do reinado do bem, que será o da paz e da fraternidade universais, a derivar do código de moral evangélica, posto em prática por todos os povos. 

Será, verdadeiramente, o reino de Jesus, pois que ele presidirá à sua implantação, passando os homens a viver sob a égide da sua lei. Será o reinado da felicidade, porquanto diz ele que - «depois dos dias de aflição, virão os de alegria».
- Quando sucederão tais coisas? «Ninguém o sabe, diz Jesus, nem mesmo o Filho.» Mas, quando chegar o momento, os homens serão advertidos por meio de sinais precursores. Esses indícios, porém, não estarão nem no Sol, nem nas estrelas; mostrar-se-ão no estado social e nos fenômenos mais de ordem moral do que físicos e que, em parte, se podem deduzir das suas alusões. 
É indubitável que aquela mutação não poderia operar-se em vida dos apóstolos, pois, do contrário, Jesus não lhe desconheceria o momento. Aliás, semelhante transformação não era possível se desse dentro de apenas alguns anos. Contudo, dela lhes fala como se eles a houvessem de presenciar; é que, com efeito, eles poderão estar reencarnados quando a transformação se der e, até, colaborar na sua efetivação. Ele ora fala da sorte próxima de Jerusalém, ora toma esse fato por ponto de referência ao que ocorreria no futuro. 
- Será que, predizendo a sua segunda vinda, era o fim do mundo o que Jesus anunciava, dizendo: «Quando o Evangelho for pregado por toda a Terra, então é que virá o fim?» Não é racional se suponha que Deus destrua o mundo precisamente quando ele entre no caminho do progresso moral, pela prática dos ensinos evangélicos. Nada, aliás, nas palavras do Cristo, indica uma destruição universal que, em tais condições, não se justificaria.
Devendo a prática geral do Evangelho determinar grande melhora no estado moral dos homens, ela, por isso mesmo, trará o reinado do bem e acarretará a queda do mal. É, pois, o fim do mundo velho, do mundo governado pelos preconceitos, pelo orgulho, pelo egoísmo, pelo fanatismo, pela incredulidade, pela cupidez, por todas as paixões pecaminosas, que o Cristo aludia, ao dizer: «Quando o Evangelho for pregado por toda a Terra, então é que virá o fim.» Esse fim, porém, para chegar, ocasionaria uma luta e é dessa luta que advirão os males por ele previstos.


O JUÍZO FINAL
- Ora, quando o Filho do homem vier em sua majestade, acompanhado de todos os anjos, assentar-se-á no trono de sua glória; - e, reunidas à sua frente todas as nações, ele separará uns dos outros, como um pastor separa dos bodes as ovelhas, e colocará à sua direita as ovelhas e à sua esquerda os bodes. - Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, etc. (São Mateus, cap. XXV, vv. 31 a 46. - O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XV.) 

ALLAN KARDEC - Tendo que reinar na Terra o bem, necessário é sejam dela excluídos os Espíritos endurecidos no mal e que possam acarretar-lhe perturbações. Deus permitiu que eles aí permanecessem o tempo de que precisavam para se melhorarem; mas, chegado o momento em que, pelo progresso moral de seus habitantes, o globo terráqueo tem de ascender na hierarquia dos mundos, interdito será ele, como morada, a encarnados e desencarnados que não hajam aproveitado os ensinamentos que uns e outros se achavam em condições de aí receber. Serão exilados para mundos inferiores, como o foram outrora para a Terra os da raça adâmica, vindo substituí-los Espíritos melhores. Essa separação, a que Jesus presidirá, é que se acha figurada por estas palavras sobre o juízo final: «Os bons passarão à minha direita e os maus à minha esquerda.» (Cap. XI, nos 31 e seguintes.)
- A doutrina de um juízo final, único e universal, pondo fim para sempre à Humanidade, repugna à razão, por implicar a inatividade de Deus, durante a eternidade que precedeu à criação da Terra e durante a eternidade que se seguirá à sua destruição. Que utilidade teriam então o Sol, a Lua e as estrelas que, segundo a Gênese, foram feitos para iluminar o mundo? Causa espanto que tão imensa obra se haja produzido para tão pouco tempo e a beneficio de seres votados de antemão, em sua maioria, aos suplícios eternos.

- Materialmente, a idéia de um julgamento único seria, até certo ponto, admissível para os que não procuram a razão das coisas, quando se cria que a Humanidade toda se achava concentrada na Terra e que para seus habitantes fora feito tudo o que o Universo contém. É, porém, inadmissível, desde que se sabe que há milhares de milhares de mundos semelhantes, que perpetuam as Humanidades pela eternidade em fora e entre os quais a Terra é dos menos consideráveis, simples ponto imperceptível. 

Vê-se, só por este fato, que Jesus tinha razão de declarar a seus discípulos: «Há muitas coisas que não vos posso dizer, porque não as compreenderíeis», dado que o progresso das ciências era indispensável para uma interpretação legítima de algumas de suas palavras. Certamente, os apóstolos, S. Paulo e os primeiros discípulos teriam estabelecido de modo muito diverso alguns dogmas se tivessem os conhecimentos astronômicos, geológicos, físicos, químicos, fisiológicos e psicológicos que hoje possuímos. Daí vem o ter Jesus adiado a finalização de seus ensinos e anunciado que todas as coisas haviam de ser restabelecidas.

- Moralmente, um juízo definitivo e sem apelação não se concilia com a bondade infinita do Criador, que Jesus nos apresenta de contínuo como um bom Pai, que deixa sempre aberta uma senda para o arrependimento e que está pronto sempre a estender os braços ao filho pródigo. Se Jesus entendesse o juízo naquele sentido, desmentiria suas próprias palavras. Ao demais, se o juízo final houvesse de apanhar de improviso os homens, em meio de seus trabalhos ordinários, e grávidas as mulheres, caberia perguntar-se com que fim Deus, que não faz coisa alguma inútil ou injusta, faria nascessem crianças e criaria almas novas naquele momento supremo, no termo fatal da Humanidade. Seria para submetê-las a julgamento logo ao saírem do ventre materno, antes de terem consciência de si mesmas, quando, a outros, milhares de anos foram concedidos para se inteirarem do que respeita à própria individualidade? Para que lado, direito ou esquerdo, iriam essas almas, que ainda não são nem boas nem más e para as quais, no entanto, todos os caminhos de ulterior progresso se encontrariam desde então fechados, visto que a Humanidade não mais existiria? (Cap. II, nº 19.) Conservem-nas os que se contentam com semelhantes crenças; estão no seu direito e ninguém nada tem que dizer a isso; mas, não achem mau que nem toda gente partilhe delas. 

- O juízo, pelo processo da emigração, conforme ficou explicado acima (nº 63), é racional; funda-se na mais rigorosa justiça, visto que conserva para o Espírito, eternamente, o seu livre-arbítrio; não constitui privilégio para ninguém; a todas as suas criaturas, sem exceção alguma, concede Deus igual liberdade de ação para progredirem; o próprio aniquilamento de um mundo, acarretando a destruição do corpo, nenhuma interrupção ocasionará à marcha progressiva do Espírito. Tais as conseqüências da pluralidade dos mundos e da pluralidade das existências.

Segundo essa interpretação, não é exata a qualificação de juízo final, pois que os Espíritos passam por análogas fieiras a cada renovação dos mundos por eles habitados, até que atinjam certo grau de perfeição. Não há, portanto, juízo final propriamente dito, mas juízos gerais em todas as épocas de renovação parcial ou total da população dos mundos, por efeito das quais se operam as grandes emigrações e imigrações de Espíritos.

SÃO CHEGADOS OS TEMPOS 

ALLAN KARDEC - São chegados os tempos, dizem-nos de todas as partes, marcados por Deus, em que grandes acontecimentos se vão dar para regeneração da Humanidade. Em que sentido se devem entender essas palavras proféticas? Para os incrédulos, nenhuma importância têm; aos seus olhos, nada mais exprimem que uma crença pueril, sem fundamento. Para a maioria dos crentes, elas apresentam qualquer coisa de místico e de sobrenatural, parecendo-lhes prenunciadoras da subversão das leis da Natureza. São igualmente errôneas ambas essas interpretações; a primeira, porque envolve uma negação da Providência; a segunda, porque tais palavras não anunciam a perturbação das leis da Natureza, mas o cumprimento dessas leis. 

- Tudo na criação é harmonia; tudo revela uma previdência que não se desmente, nem nas menores, nem nas maiores coisas. Temos, pois, que afastar, desde logo, toda idéia de capricho, por inconciliável com a sabedoria divina. Em segundo lugar, se a nossa época esta designada para a realização de certas coisas, é que estas têm uma razão de ser na marcha do conjunto. Isto posto, diremos que o nosso globo, como tudo o que existe, esta submetido à lei do progresso. Ele progride, fisicamente, pela transformação dos elementos que o compõem e, moralmente, pela depuração dos Espíritos encarnados e desencarnados que o povoam. Ambos esses progressos se realizam paralelamente, porquanto o melhoramento da habitação guarda relação com o do habitante. Fisicamente, o globo terráqueo há experimentado transformações que a Ciência tem comprovado e que o tornaram sucessivamente habitável por seres cada vez mais aperfeiçoados. Moralmente, a Humanidade progride pelo desenvolvimento da inteligência, do senso moral e do abrandamento dos costumes. Ao mesmo tempo que o melhoramento do globo se opera sob a ação das forças materiais, os homens para isso concorrem pelos esforços de sua inteligência. Saneiam as regiões insalubres, tornam mais fáceis as comunicações e mais produtiva a terra. 

De duas maneiras se executa esse duplo progresso: uma, lenta, gradual e insensível; a outra, caracterizada por mudanças bruscas, a cada uma das quais corresponde um movimento ascensional mais rápido, que assinala, mediante impressões bem acentuadas, os períodos progressivos da Humanidade. Esses movimentos, subordinados, quanto às particularidades, ao livre-arbítrio dos homens, são, de certo modo, fatais em seu conjunto, porque estão sujeitos a leis, como os que se verificam na germinação, no crescimento e na maturidade das plantas. Por isso é que o movimento progressivo se efetua, às vezes, de modo parcial, isto é, limitado a uma raça ou a uma nação, doutras vezes, de modo geral. 
O progresso da Humanidade se cumpre, pois, em virtude de uma lei. Ora, como todas as leis da Natureza são obra eterna da sabedoria e da presciência divinas, tudo o que é efeito dessas leis resulta da vontade de Deus, não de uma vontade acidental e caprichosa, mas de uma vontade imutável. Quando, por conseguinte, a Humanidade está madura para subir um degrau, pode dizer-se que são chegados os tempos marcados por Deus, como se pode dizer também que, em tal estação, eles chegam para a maturação dos frutos e sua colheita.
- Do fato de ser inevitável, porque é da natureza o movimento progressivo da Humanidade, não se segue que Deus lhe seja indiferente e que, depois de ter estabelecido leis, se haja recolhido à inação, deixando que as coisas caminhem por si sós. Sem dúvida, suas leis são eternas e imutáveis, mas porque a sua própria vontade é eterna e constante e porque o seu pensamento anima sem interrupção todas as coisas. Esse pensamento, que em tudo penetra, é a força inteligente e permanente que mantém a harmonia em tudo. Cessasse ele um só instante de atuar e o Universo seria como um relógio sem pêndulo regulador. Deus, pois, vela incessantemente pela execução de suas leis e os Espíritos que povoam o espaço são seus ministros, encarregados de atender aos pormenores, dentro de atribuições que correspondem ao grau de adiantamento que tenham alcançado.

- O Universo é, ao mesmo tempo, um mecanismo incomensurável, acionado por um número incontável de inteligências, e um imenso governo em o qual cada ser inteligente tem a sua parte de ação sob as vistas do soberano Senhor, cuja vontade única mantém por toda parte a unidade. Sob o império dessa vasta potência reguladora, tudo se move, tudo funciona em perfeita ordem. Onde nos parece haver perturbações, o que há são movimentos parciais e isolados, que se nos afiguram irregulares apenas porque circunscrita é a nossa visão. Se lhes pudéssemos abarcar o conjunto, veríamos que tais irregularidades são apenas aparentes e que se harmonizam com o todo. 

- A Humanidade tem realizado, até ao presente, incontestáveis progressos. Os homens, com a sua inteligência, chegaram a resultados que jamais haviam alcançado, sob o ponto de vista das ciências, das artes e do bem-estar material. Resta-lhes ainda um imenso progresso a realizar: o de fazerem que entre si reinem a caridade, a fraternidade, a solidariedade, que lhes assegurem o bem-estar moral. Não poderiam consegui-lo nem com as suas crenças, nem com as suas instituições antiquadas, restos de outra idade, boas para certa época, suficientes para um estado transitório, mas que, havendo dado tudo o que comportavam, seriam hoje um entrave. Já não é somente de desenvolver a inteligência o de que os homens necessitam, mas de elevar o sentimento e, para isso, faz-se preciso destruir tudo o que superexcite neles o egoísmo e o orgulho.

.......Para completar o estudo e reflexão sugerimos leitura  (A GÊNESE, OS MILAGRES E AS PREDIÇÕES SEGUNDO O ESPIRITISMO, Allan Kardec, Cap. XVII, Juízo Final, Cap. XVIII, São chegados os tempos. - Sinais dos tempos) E também o Fim do Mundo – 1911 – Revista Espírita abril de 1868 (Numa manhã de 1868, Allan Kardec recebeu entre suas cartas uma brochura intitulada: “O fim do mundo em 1911”. O Autor chegou a essa conclusão por meio de cálculos cabalísticos baseados nas profecias de um célebre profeta alemão, Holzauzer, nascido em 1613. Kardec comentou: “Será o fim em quarenta e três anos. Quer dizer, entre os vivos de hoje, mais de um será testemunha dessa grande catástrofe”.)

Nada de Novo - Devassando o Invisível - Yvonne Pereira


O consagrado astro cinematográfico Rodolfo Valentino (falecido em 1926) transmitiu comunicações mediúnicas à esposa Natacha Rambowa, que foram analisadas por Ernesto Bozzano no livro A Crise da Morte.

– “Décimo quinto caso”. Relata o artista, através da psicografia do médium norte-americano Jorge Benjamim Wehner:

“Aqui, tudo o que existe parece constituído em virtude das diferentes modalidades pelas quais se manifesta a força do pensamento. Afirmam-me que a substância sobre que se exerce a força do pensamento é, na realidade, mais sólida e mais durável do que as pedras e os metais no meio terrestre. Muitas dificuldades encontrais, naturalmente, para conceber semelhante coisa, que, parece, não se concilia com a ideia que se pode formar das modalidades em que devera manifestar-se a força do pensamento. Eu, por minha parte, imaginava tratar--se de criações formadas de uma matéria vaporosa; elas, porém, são, ao contrário, mais sólidas e revestidas de cores mais vivas, do que o são os objetos sólidos e coloridos do meio terrestre... As habitações são construídas por Espíritos que se especializaram em modelar, pela força do pensamento, essa matéria espiritual. Eles as constroem sempre tais como as desejam os Espíritos, pois que tomam às subconsciências destes últimos os gabaritos mentais de seus desejos. (Os destaques são nossos.)”

A transcrição acima está também no livro Devassando o Invisível, da notável médium Yvonne A. Pereira, (p. 17-18, da 2a edição, FEB). O título do artigo e a transcrição inicial objetivaram apenas despertar a atenção do leitor para a substanciosa obra. E aqui nos retemos apenas ao primeiro capítulo

– “Nada de novo...” – da obra, riquíssima em abordagens dos desdobramentos doutrinários do Espiritismo. No caso do capítulo referido, Yvonne reúne importante coletânea de conceitos doutrinários – extraídos especialmente de O Livro dos Médiuns e A Gênese –, trechos de outras obras, de consagrados autores da literatura espírita, e numerosos exemplos para defender a vida intensa, vibrátil e real do plano espiritual, embora opiniões contrárias à tese defendida já no início do capítulo que, segundo a própria Yvonne, devem ser respeitadas, conforme recomenda a própria Doutrina Espírita.
Os depoimentos trazidos pela autora – selecionados de excelentes obras doutrinárias referidas no citado capítulo –, ao lado de seus oportunos comentários embasados nos postulados doutrinários do Espiritismo, fazem do capítulo um encantador e empolgante texto para nossas reflexões sobre a grandeza da vida, a bondade do Criador e a fonte inesgotável de conhecimentos oferecidos pela Doutrina. As descrições selecionadas e os comentários de Yvonne comportam outros artigos futuros, para não alongarmos esta abordagem.

Todavia, reservamos aos leitores trecho extraído do livro A Vida Além do Véu, (p. 82 e 87, Ed.FEB) do Reverendo G. Vale Owen, em comunicação mediúnica da própria mãe do autor e que foi transcrita no livro Devassando o Invisível (p. 19): “O tecido e a cor do nosso vestuário tomam a sua qualidade do estado espiritual e do caráter de quem o usa. (O destaque é nosso.) O nosso ambiente é parte de nós mesmos e a luz é um importante componente do nosso ambiente. [...]

Não teriam que ser demolidas (as edificações), para aproveitar-se depois o material em nova reconstrução. Seria ele aproveitado com o prédio em pé. O tempo não tem ação de espécie alguma sobre as nossas edificações. Elas não se desfazem nem se arruínam. Sua durabilidade depende apenas da vontade dos donos, e, enquanto eles quiserem, o edifício ficará de pé, podendo ser alterado ou modificado consoante seus desejos”.

E ainda mais consoladora e muito agradável de ler é a descrição de vivência da própria Yvonne com o Espírito daquele que fora seu pai terreno, que descreveu as impressões do início da vida além-túmulo (p. 27-28).Transcrevemo-la parcialmente:

“[...] Quando despertei já não me encontrava deitado em meu leito [...] Fui despertando com lentidão. [...] Sentia-me sentado numa cadeira de balanço e compreendia que fora transportado para local muito aprazível, fresco, ameno. O dia estava lindíssimo, com um céu muito claro, sol faiscante, e suave brisa balançava uns galhos de flores trepadeiras, que eu vagamente percebia junto de mim, os quais cheiravam muito agradavelmente, pois me encontrava numa espécie de varanda orlada de trepadeiras floridas, em uma casa igualmente aprazível, mas desconhecida para mim. Fazia muito silêncio e eu me encontrava só. O único rumor partia do orquestrar longínquo de uns pássaros, verdadeira melodia que ressoava aos meus ouvidos com delicadeza e ternura. [...] Posteriormente, porém, verifiquei tratar-se de uma residência fluídica de Além--Túmulo, onde morava minha mãe e onde eu próprio iria residir como desencarnado...” (Os grifos são do original.)

A descrição seguinte é linda, mas tornaria esta abordagem muito longa. Recomendamos aos leitores lerem o capítulo na íntegra. O Espírito descreve as próprias sensações, cita detalhes das experiências vividas, o que torna o texto muito agradável e consolador.
Contudo, não podemos dispensar trechos parciais dos comentários da própria Yvonne. Selecionamos alguns apenas, em face da limitação de espaço e também da grandeza do texto (p. 32 e 34):
“[...] todos os Espíritos que se referem à vida do Além asseveram não encontrar palavras bastante expressivas para descreverem não só a intensidade, como a harmonia e a beleza do mundo espiritual. Suas palavras, as descrições que fazem desses locais, ou criações do Invisível, e que dão a ver aos médiuns, estes só poderão transmitir empalidecidas pelo constrangimento da palavra humana, tão pobre e imperfeita que até mesmo as regiões mais simples do plano astral não são descritas a contento.
........................................................... 
De tudo quanto a respeito observamos, e do que a Revelação Espírita nos participa, chegaremos, pois, às conclusões seguintes [...]:
As construções do meio invisível são edificadas com as essências disseminadas pelo Universo infinito, para a realização dos desígnios da Providência a nosso respeito, isto é, para a criação de quanto seja útil, necessário e agradável ao nosso Espírito, quer se encontre este sobre a Terra, reencarnado, ou fruindo os gozos da Pátria Espiritual; trata-se do fluido cósmico universal, ou de certas modificações deste, de que se origina o fluido espiritual; do éter fecundado, fonte geradora de tudo quanto há dentro da Criação, inclusive os próprios planetas materiais e o nosso perispírito”.

Lamentamos não poder estender a transcrição. Tornaria antididático o objetivo da presente abordagem. Mas, com toda ênfase e entusiasmo, remetemos o leitor ao texto integral do extraordinário volume de Yvonne, o livro Devassando o Invisível, para entusiasmá-lo com o conteúdo doutrinário da obra da inesquecível médium. E ressalte-se que estamos limitados apenas ao primeiro capítulo.

Tudo isso por uma razão muito simples: a Doutrina Espírita é fonte inesgotável e abençoada de conhecimentos. Um autêntico tesouro que não podemos desperdiçar na igualmente abençoada oportunidade reencarnatória que estamos vivendo.


Reformador --Novembro 2006 - Orson Peter Carrara

domingo, 18 de novembro de 2012

A importância do Jovem na Casa Espírita


Investindo seriamente na formação 
do Jovem Espírita.
Registrado mais um evento marcante em nossa Sociedade Espírita Caminho da Paz. Mês de novembro é mês de aniversário de nossa Instituição e para comemorar de forma diferente, a palestrante foi nossa Carolina.
Jovem atuante em nossa instituição desde 6, 7 anos de idade, demonstrando assim que quanto mais valorizarmos nossos jovens com propostas de trabalhos coerentes ao pensamento de Allan Kardec, com certeza os resultados serão importantíssimos.

Com o tema “Buscai e Achareis” Carol envolveu os presentes com sua linguagem jovial, alegre, buscando expressar todo trabalho de pesquisa que fez exclusivamente para o dia. Os exemplos citados foram interessantíssimos associado a um depoimento pessoal sobre a postura do Jovem diante de momentos de riscos, principalmente aos que são sugeridos pelas drogas, alcoolismo. Viver...
"Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?"
Jesus ( Marcos, 8:36 )

Vamos assim encontrar alguns textos extraídos do Livro Palavra de Vida Eterna – Chico e Emmanuel. Item Rumo ao Amanhã:
A ilusão gerada pelo mundo faz o homem tomar como essencial tudo aquilo que o impressiona mais e melhor satisfaz seus desejos. Achando-se mergulhado nas sensações é mais facilmente atingido pelo que lhe toca os sentidos; não registra as mensagens da vida e os convites para o crescimento interior. Por isso busca o prazer, a comodidade em detrimento da renovação, do trabalho para a edificação moral. Situado nesse plano físico, equivocadamente cultiva ideias de perenidade, volta-se para os valores objetivos, imediatos, negligenciando as responsabilidades morais, transferindo a execução dos deveres espirituais. Mostra preocupação exagerada com o triunfo dos negócios, posse, posição, poder, como se fossem finalidade exclusiva e única.

E de Conduta Espírita sobre o Jovem temos:

“Buscar infatigavelmente equilíbrio e discernimento na sublimação das próprias tendências, consolidando maturidade e observação no veículo físico, desde os primeiros dias da mocidade, com vistas à vida perene da alma”.
Em toda sua explanação Carolina demonstrou a coerência necessária sobre a proposta de Jesus sobre Busca e Achareis, associando-a Kardec, finalizando seu trabalho comentando sobre um pouco de Joana D´Arc e Chico Xavier...muito bom Carol...

Acima em Fatos e Fotos vemos ai nossa Carol em momentos de ainda ontem e hoje 17/11/2012. Continue Carolina!

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A notável Yvonne do Amaral Pereira na visão de um dos seus mais destacados biógrafos


De Orson Peter Carrara  (fonte O Clarim)

Nosso entrevistado nasceu e mora em Salvador-BA. Bacharel em Direito, advogado, professor universitário e mestrando em Direito Público pela UFBA, é espírita desde a adolescência. Diretor financeiro e coordenador do Departamento de Juventude da Núcleo Espírita Telles de Menezes, na mesma cidade, quatro livros publicados – dois da própria lavra, um organizado e outro psicodigitado – Pedro tornou-se muito conhecido pelo trabalho de pesquisa e divulgação em torno da obra memorável produzida pela médium Yvonne do Amaral Pereira. Percorrendo o país com sua lucidez doutrinária e vibrante oratória, tornou-se um dos maiores disseminadores do conteúdo doutrinário da respeitável médium, ainda desconhecido de muitos espíritas. Suas motivadoras respostas destacam o trabalho da querida Yvonne.
RIE - Por que o interesse na divulgação da obra literária de Yvonne do Amaral Pereira?
Pedro Camilo de Figueiredo Neto - O interesse pelo trabalho da médium Yvonne Pereira surgiu no início de 1999, quando fazia estudos sobre a mediunidade na adolescência. A descobri no livro de meu conterrâneo, Carlos Bernardo Loureiro, intitulado As mulheres médiuns, e desde então me encantei pela sua vida e por sua obra, que me pareceram ricas de bons ensinamentos.

RIE - E o que mais lhe chama a atenção em toda a obra produzida pela médium?
Pedro - Creio que sua fidelidade ao pensamento de Kardec. Yvonne demonstra, em escritos e atitudes, como conhecia bem as bases do Espiritismo e pautava toda a sua produção por essa compreensão. Além disso, suas obras mediúnicas, sobretudo os romances, são verdadeiras pérolas literárias, a ponto de conseguir, com Bezerra de Menezes e Camilo Castelo Branco, por exemplo, a tradução de seus estilos.

RIE- E você considera que este e outros aspectos trazem contribuição para a formação do espírita mais consciente? De que forma?
Pedro - Primeiro, lembrando a necessidade de termos “consciência” de que tudo o que produzimos produz efeitos. Assim, somente nos devemos arrojar naquilo que edifique a coletividade. Depois, pela cautela que possuía, sobretudo com suas próprias produções. Yvonne guardou Memórias de um suicida por 30 anos antes de publicá-lo, o que aconteceu com outros livros, que ficaram guardados cerca de 40 anos. Um motivo só ela possuía: cuidado! Quantos médiuns, na atualidade, precisam aprender com seu exemplo?

RIE - Amplie seus comentários sobre o Memórias de Um Suicida. Quando foi lançado?
Pedro - O livro foi lançado em 1956, trinta anos depois do início de sua recepção. Trata-se de uma obra sem igual, que mereceu elogios vigorosos de Chico Xavier e de André Luiz. Encerra o relato das experiências vividas pelo escritor português Camilo Castelo Branco após seu suicídio, no Portugal de 1890. Além desses relatos, Yvonne Pereira revela que a obra possui a colaboração do Espírito Léon Denis. Segundo ela, Camilo não possuía conhecimentos doutrinários suficientes para as abordagens que o livro requeria. Face a isso, Léon Denis fez a complementação necessária, devendo, com razão, ser considerado um dos seus autores.

RIE - A riqueza da produção literária de Yvonne gerou outras obras, de pesquisa e de referências biográficas, inclusive de sua autoria. Em sua visão pessoal, como você percebe e avalia isso?
Pedro - Avalio como extremamente positivo, por resgatar sua vida e obra para os espíritas da atualidade. Sobre sua vida, temos as obras “Yvonne do Amaral Pereira – o voo de uma alma”, de Augusto M. Freitas, e “Yvonne: a médium iluminada”, de Gérson Sestini, pessoas que a conheceram e contribuem para o resgate de sua vida. De minha parte, escrevi “Yvonne Pereira: uma heroína silenciosa”, um estudo biográfico; “Devassando a mediunidade”, um estudo a partir de conceitos e experiências da médium; e organizei “Pelos caminhos da mediunidade serena”, com entrevistas e outros textos de Yvonne. Creio que é possível produzir mais, graças à fecundidade dos escritos de Yvonne, os mediúnicos e os pessoais.

RIE - Em toda a obra de Yvonne, que detalhe fundamental você destaca para o estudioso espírita?
Pedro - Destacaria a sua dedicação à mediunidade e ao problema da obsessão, que sempre lhe mereceu uma atenção especial. Yvonne se queixava muito que os espíritas não queriam se habilitar para a tarefa de desobsessão, que, em sua opinião, é a tarefa espírita por excelência. Também seu amor pelos suicidas e empenho em sua prevenção. Yvonne fora suicida em outra encarnação e, por esse motivo, trazia esse grave compromisso consigo.

RIE - Para o leitor que nada conhece da médium ou mesmo para quem se aproxima agora do Espiritismo, que livros você indica ao leitor?
Pedro - Para um conhecimento geral, recomendo meu livro, “Yvonne Pereira: uma heroína silenciosa” (risos). Na sequência, “Devassando o invisível” e “Recordações da mediunidade”, para maiores estudos, e “Nas Voragens do Pecado”, “O Cavaleiro de Numiers”, “O drama da Bretanha” e “Amor e ódio” para quem desejar belíssimos romances. As demais obras serão conhecidas à medida das leituras.

RIE - Detalhe conteúdos desses livros que você indicou. 
Pedro - Devassando o invisível e Recordações da mediunidade são obras em que a médium abre o seu baú de vivências mediúnicas e se nos apresenta em lições fantásticas! Fatos relativos ao próprio mundo espiritual, o seu relacionamento com Chopin, Bezerra de Menezes, Léon Tolstoi e Victor Hugo, sutilezas de sua psicografia para romances e muito mais pode ser encontrado naquelas páginas. A trilogia Nas voragens do pecado, O cavaleiro de Numiers e O drama da Bretanha encerra três encarnações de Yvonne. São relatos vivos de seus deslizes morais e de como a sua personalidade foi sendo construída, até se tornar a respeitável médium que conhecemos. Romances de altíssima qualidade, que os atuais estão longe de imitar. Amor e ódio é outro romance, que relata o drama de um jovem francês e que, na minha modesta opinião, é um dos livros espíritas que não se pode deserncarnar sem tê-lo apreciado (risos). Todos foram publicados pela Federação Espíritas Brasileira.

RIE - Você não citou o extraordinário livro Dramas da Obsessão. Comente sobre essa obra.
Pedro - Vale citar, também, Dramas da obsessão, obra ditada pelo Espírito Bezerra de Menezes e que contém o relato de dois casos de obsessão acompanhados por ambos, médium e Espírito. Sua riqueza doutrinária é tal que, particularmente, acredito que todo aquele que lide na seara desobsessiva não pode deixar de conhecê-lo e estudá-lo longamente. 

RIE - Como Yvonne alcança nível tão expressivo de fidelidade à obra da Codificação de Allan Kardec? Que parâmetros podemos usar para perceber isso?
Pedro - Ela alcança tamanha expressividade se dedicando ao estudo sério e desapaixonado de Kardec. Também as obras de León Denis, Gabriel Dellane e Ernesto Bozzano eram vastamente estudadas. Todos os seus escritos referenciam esses autores, com lucidez e bom senso. Além disso, afirmava ela, a amigos, que lia os cinco livros considerados básicos do Espiritismo pelo menos uma vez por ano. Será preciso indicar mais parâmetros?

RIE - A obra de Yvonne ainda é bastante desconhecida do movimento espírita. O que podemos dizer aos dirigentes, palestrantes e articulistas espíritas para sensibilizá-los na maior divulgação dos excelentes livros produzidos pela médium?
Pedro - Que conhecer as obras de Yvonne Pereira e divulgá-las é materializar as palavras de Emmanuel, quando afirmou que a melhor caridade que se pode fazer ao Espiritismo é divulgá-lo. Yvonne é daquelas espíritas a quem todos devemos admirar, respeitar e conhecer. Quem pretenda enveredar-se pelos labirintos da mediunidade com segurança, depois de conhecer O Livro dos Médiuns e No Invisível, este de Léon Denis, não pode dispensar as obras de Yvonne. Fora disso, qualquer estudo será incompleto.

RIE - E a ligação de Yvonne com o Esperanto, o receituário mediúnico e as correspondências para todo país?
Pedro - Yvonne foi esperantista, embora o tempo reduzido que dedicava ao seu cultivo. Correspondia-se em esperando com pessoas pelo mundo, hábito cultivado também no Brasil, na língua nacional. Pela correspondência, consolou, instruiu e se confraternizou com grande número de pessoas. Tenho, comigo, mais de noventa páginas e correspondências que ela trocou com um amigo paulista, o escritor Domério de Oliveira, ao longo de vinte anos de amizade. Aliás, essa amizade começou após o Dr. Domério, como era conhecido, publicar na RIE um artigo favorável ao livro Devassando a mediunidade. Sua dedicação à correspondência e aos amigos demonstrava a grandiosidade do seu coração.

RIE - Por favor, faça uma síntese biográfica da médium
Pedro - Yvonne Pereira nasceu em 24 de dezembro de 1900 e desencarnou em 09 de março de 1984. Médium, palestrante e escritora, nos deixou obras psicografadas, como Memórias de um suicida e Ressurreição e vida, bem como livros da própria lavra, como Devassando o invisível e Recordações da mediunidade. Dona de um discernimento singular, pautou sua vida no amor ao próximo e no atendimento espiritual, sobretudo de espíritos suicidas, de quem se compadecia imensamente. Tal a riqueza de sua mediunidade, alguns a chamavam, embora contra a sua vontade, de “Grande Dama do Espiritismo”.

RIE - Suas palavras finais.
Pedro - Quem pretenda ocupar-se seriamente do Espiritismo, não pode dispensar o estudo da mediunidade, tal como prensada e descrita por Kardec, bem como a apreciação de obras como as de Yvonne Pereira. Seguir por esse caminho é garantir, para si e para os demais, fontes seguras e a certeza de guiar-se por estradas que conduzem à iluminação e ao conhecimento verdadeiro.

Nota do entrevistador: Oportuno também sugerir ao leitor a exuberante obra À Luz do Consolador, igualmente publicada pela Federação Espírita Brasileira no final da década de 90, enfeixando artigos publicados pela médium na revista Reformador entre os anos 60 e 80, a maioria deles assinados com o pseudônimo de Frederico Francisco. Além de dados biográficos escritos pela própria Yvonne, a obra é rica doutrinariamente, com orientações claras e inúmeros exemplos da vivência mediúnica da autora. Obra altamente recomendável para a exata compreensão dos postulados espíritas.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

D. Yvonne Pereira e O Mistério de Edwin Drood



No mês de dezembro/12 O Caminho da Paz estará homenageando D. Yvonne Pereira. Lendo e estudando sobre nossa amiga, recorremos a um livro onde estão concentrados os artigos que a autora produziu e que foram divulgados em alguns jornais, mas que entre anos 1960 a 1980 foram publicados na revista O Reformador. O livro que referimos chama-se À Luz do Consolador, e, neste livro estudamos novamente o capítulo sobre "A verdade mediúnica"Y, destacando o texto que ora divulgamos para leitura e estudo por parte de todos que acessam o Blog.



O MISTÉRIO DE EDWIN DROOD

Pouco tempo antes de morrer, em 1870, o escritor inglês Charles Dickens deu início a uma novela policial, gênero então em seus começos, e a qual deu o nome de Mistério de Edwin Drood; pretendia fazê-lo em 12 fascículos, e os foi publicando à medida que os concluía; entretanto, precisamente  após a publicação do sexto fascículo faleceu, deixando incompleta  a história, para a tristesa de milhares de leitores.

Mas, dois anos após a morte  do escritor, um jovem tipógrafo chamado Thomas R. James declarou que estivera em contato com o espírito de Dickens e que  este o nomeara seu agente terrestre, com poderes de delegado, a fim de terminar o "Mistério de Edwin Dood". O jovem tipógrafo, que não era escritor e tinha cultura quase nula, lançou-se ao empreendimento. Segundo testemunhos da época, seu processo de trabalho consistia  em fechar-se num quarto e ali cair em transe; quando despertava, tinha escrito, automaticamente, páginas e páginas do Edwin Drood.

Após umas 100.000 palavras que a fantástica musa de James escrevera, a novela estava  completa. Publicada, foi um estouro; os críticos mais percucientes afirmavam ser impossível distinguir ambos os estilo porque, na verdade, havia um só estilo: ninguém sabia dizer onde terminava a narrativa de Dickens vivo e a continuação do seu fantasma. Ocupando-se do assunto sensacional, o conhecido novelista Sir Arthur Conan  Doyle alegou que James não possuia, como era notório, talento literário; que a sua educação terminara aos 13 anos e sabia-se que jamais publicara uma só palavra;  e concluiu que, de qualquer maneira, o jovem tinha adquirido o estilo de Dickens, a sua maneira peculiaríssima de pensar e de escrever o inglês, tarefa singular para um tipógrafo pobremente instruído. Houve outras e calorosas discussões; mas o livro, até hoje, justifica duplamente o seu título: "O Mistério de Edwin Drood" continua a ser um mistério.

No século XIX o espiritismo ainda era pouco conhecido. Em nossos dias, já com muitas informações de espíritas Psicografando pessoas em outras vidas, o assunto espiritismo passou a fazer parte do dia a dia das pessoas. A mídia, cinema e televisão sempre estão trazendo o tema ao conhecimento de todos. (Nicéas Romeo Zanchett)

Charles John Huffam Dickens (Portsmouth, 7 de Fevereiro de 1812  9 de Junho de 1870), que também adoptou o pseudónimo Boz no início da sua atividade literária, foi o mais popular dos romancistas ingleses da era vitoriana. A fama dos seus romances e contos, tanto durante a sua vida como depois, até aos dias de hoje, só aumentou. Apesar de os seus romances não serem considerados, pelos parâmetros atuais, muito realistas, Dickens contribuiu em grande parte para a introdução da crítica social na literatura de ficção inglesa.:

Pesquisando um pouco mais sobre o assunto vamos encontrar no livro Animismo e Espiritismo Alexandre Aksakof:

No item 4 do capítulo III citei um caso extraordinário dessa natureza no fato da conclusão do romance de Charles Dickens, deixado por acabar, e completado depois de sua morte pela mão de um jovem médium iletrado; o romance completo está impresso e quem quiser pode julgar se a segunda parte não é digna da primeira. Não só todo o enredo do romance é seguido e a ação é levada ao êxito com mão de mestre, de maneira tal que a crítica mais severa não poderia dizer onde termina o manuscrito original e onde começa a parte mediúnica, e, ainda mais, muitas particularidades de estilo e de ortografia dão testemunho da identidade do autor.

Do que se trata o item 4 do capítulo III:

Comunicações cuja natureza está acima do nível intelectual do médium


...eis outro exemplo de produção mediúnica cujo caráter individual impede a possibilidade de explicação pela clarividência: quero falar do romance de Carlos Dickens: Edwin Drood, deixado por terminar pelo ilustre autor e completado pelo médium James, um jovem sem instrução. Diversas testemunhas presenciaram o modo de produção da obra, e juízes competentes apreciaram-lhe o valor literário.
Passo a dar alguns pormenores acerca dessa produção única nos anais da literatura.
Quando se espalhou o boato de que o romance de Dickens ia ser terminado por tão extraordinário e insólito processo, o Springfield Daily Union expediu um de seus colaboradores a Brattleborough (Vermont), onde habitava o médium, para fazer uma investigação, no local, de todos os pormenores dessa estranha empresa literária. Eis alguns trechos do relatório em oito colunas publicado por esse jornal, a 26 de julho de 1873, reproduzido a princípio pelo Banner of Light e depois parcialmente pelo The Spiritualist de 1873, página 322, ao qual os tiramos:

“Ele (o médium) nasceu em Boston; aos catorze anos foi colocado como aprendiz em casa de um mecânico, ofício que até hoje exerce; de maneira que sua instrução escolar terminou na idade de treze anos. Se bem que não fosse nem destituído de inteligência, nem iletrado, não manifestava gosto algum pela literatura e nunca se tinha interessado por ela.
Até então, nunca tinha experimentado publicar, em qualquer jornal, o menor artigo. Tal é o homem de quem Carlos Dickens lançou mão da pena para continuar The Mistery of Edwin Drood e que chegou quase a terminar essa obra.
Fui bastante feliz por ser a primeira pessoa a quem ele próprio participou todos os pormenores, a primeira que examinou o manuscrito e fez extratos.
Eis como se passaram as coisas. Havia dez meses, um jovem, o médium que, para ser breve, designarei pela inicial A (pois que ele não quis ainda divulgar seu nome), tinha sido convidado por seus amigos a sentar-se perto de uma mesa para fazer parte de uma experiência espírita. Até aquele dia, sempre havia zombado dos “milagres espíritas”, considerando-os fraudes, sem suspeitar que ele próprio possuía dons mediúnicos. Apenas começou a sessão, ouviram-se pancadas rápidas e a mesa, depois de movimentos bruscos e desordenados, cai sobre os joelhos do Sr. A. para fazer-lhe ver que é ele o médium. No dia seguinte, à noite, convidaram-no para tomar parte em uma segunda sessão; as manifestações foram ainda mais acentuadas. O Sr. A. caiu subitamente em transe, tomou um lápis e escreveu uma comunicação assinada com o nome do filho de uma das pessoas presentes, de cuja existência o Sr. A. não suspeitava. Mas as particularidades dessas experiências não são de interesse particular neste lugar...
Em fins do mês de outubro de 1872, no decurso de uma sessão, o Sr. A. escreveu uma comunicação dirigida a si mesmo e assinada com o nome de Carlos Dickens, com o pedido de organizar para ele uma sessão especial, a 15 de novembro.

Entre outubro e o meado de novembro, novas comunicações lembraram-lhe aquele pedido por muitas vezes. A sessão de 15 de novembro, que, segundo as indicações recebidas, se realizou às escuras, em presença do Sr. A. somente, deu em resultado uma longa comunicação de Dickens, que externou o desejo de terminar, com o auxílio do médium, seu romance não acabado.

Essa comunicação informava que Dickens tinha procurado por longo tempo o meio de conseguir esse intento, mas que até aquele dia não tinha encontrado médium apto para realizar semelhante incumbência. Ele desejava que o primeiro ditado fosse feito na véspera do Natal, noite que prezava particularmente, e pedia encarecidamente ao médium que consagrasse àquela obra todo o tempo de que pudesse dispor, sem prejudicar as suas ocupações habituais... Em breve tornou-se evidente que era a mão do mestre que escrevia, e o Sr. A. aceitou com a melhor boa vontade essa estranha situação. Esses trabalhos, executados pelo médium, fora de suas ocupações profissionais, que lhe tomavam dez horas por dia, produziram, até julho de 1873, 200 folhas de manuscrito, o que representa um volume in-octavo de 400 páginas.”

Fazendo a crítica dessa nova parte do romance, o correspondente do Springfield Daily Union exprime-se assim:

Achamo-nos aqui em presença de um grupo inteiro de personagens, cada uma dos quais tem seus traços característicos, e os papéis de todas essas personagens devem ser sustentados até o fim, o que constitui um trabalho considerável para quem em sua vida não escreveu três páginas sobre um assunto qualquer; pelo que ficamos surpresos em verificar desde o primeiro capítulo uma semelhança completa com a parte desse romance que estava publicada. A narração é recomeçada no ponto preciso em que a morte do autor a tinha deixado interrompida, e isso com uma concordância tão perfeita que o mais consumado crítico, que não tivesse conhecimento do lugar da interrupção, não poderia dizer em que momento Dickens deixou de escrever o romance por sua própria mão. Cada uma das personagens do livro continua a ser tão viva, tão típica, tão bem caracterizada na segunda parte como na primeira. Não é tudo. Apresentam-se-nos novas personagens (Dickens tinha o hábito de introduzir atores novos até nas últimas cenas de suas obras) que não são absolutamente reproduções dos heróis da primeira parte; não são bonecos, porém caracteres tomados ao vivo, verdadeiras criações. Criadas por quem?...”

O correspondente prossegue:

“Eis uma multidão de pormenores de incontestável interesse. Examinando o manuscrito, notei que a palavra traveller (viajante) era escrita sempre com dois “l”, como é uso na Inglaterra, ao passo que entre nós, na América, não se usa mais de um “l”, em geral.

A palavra coal (carvão) é escrita invariavelmente coals, com um “s”, como se usa na Inglaterra. É interessante também notar no emprego das minúsculas as mesmas particularidades que se podem observar nos manuscritos de Dickens; por exemplo, quando ele designa o Sr. Grewgious, como an angular man (um homem anguloso). Também é digno de nota o conhecimento topográfico de Londres, de que dá prova o autor misterioso em muitas passagens do livro. Há também muitos torneios de linguagem usados na Inglaterra, porém desconhecidos na América. Mencionarei também a mudança súbita do tempo passado em tempo presente, principalmente em uma narração animada, transição mui frequente em Dickens, sobretudo em suas últimas obras. Essas particularidades, e outras ainda que poderiam ser citadas, são de importância secundária, porém é com semelhantes bagatelas que se teria feito malograr qualquer tentativa de fraude.”

E eis a conclusão do artigo citado:

“Cheguei a Brattleborough com a convicção de que essa obra póstuma não passaria de uma bolha de sabão, fácil de rebentar. Depois de dois dias de exame atento, parti de novo e, devo confessá-lo, estava indeciso. Neguei em primeiro lugar como coisa impossível – como qualquer um tê-lo-ia feito depois de um exame –, que esse manuscrito tivesse sido escrito pela mão do jovem médium Sr. A.; ele me disse que nunca tinha lido o primeiro volume; particularidade insignificante, a meu ver, pois que estou perfeitamente convencido de que ele não era capaz de escrever uma só página do segundo volume. Isso não é para ofender o médium, pois que não há muitas pessoas no caso de continuar uma obra não acabada de Dickens!

Vejo-me, por conseguinte, colocado nesta alternativa: ou um homem qualquer de gênio se utilizou do Sr. A. como instrumento para apresentar ao público uma obra extraordinária, de maneira igualmente extraordinária; ou, antes, esse livro, como o pretende seu autor invisível, foi escrito, efetivamente, sob o ditado de Dickens. A segunda suposição não é mais maravilhosa do que a primeira. Se existe em Vermont um homem, desconhecido até o presente, capaz de escrever como Dickens, certamente ele não tem motivo algum para ter recorrido a semelhante subterfúgio. Se, por outro lado, é o próprio Dickens “quem fala, se bem que tenha morrido”, para que surpresas não devemos preparar-nos? Atesto, sob palavra de honra, que, tendo tido tempo suficiente de examinar com liberdade todas as coisas, não pude descobrir o mínimo indício de embuste, e se eu tivesse a autorização de publicar o nome do médium-autor, era o suficiente para dissipar todas as suspeitas aos olhos das pessoas que o conhecem, por pouco que seja.” ().

Eis ainda algumas informações hauridas da mesma fonte:
“No começo, o médium só escrevia três vezes por semana, e nunca mais de três ou quatro páginas de cada vez; depois, porém, as sessões se tornaram bi-quotidianas e ele escrevia finalmente dez ou doze páginas, às vezes mesmo vinte. Não escrevia com a sua caligrafia normal e, feito o confronto, havia nela alguma semelhança com a de Dickens. No começo de cada sessão, a escrita era bela, elegante, quase feminina, mas, à proporção que o trabalho progredia, a escrita tornava-se cada vez mais grossa, e nas últimas páginas as letras eram cinco vezes maiores, pelo menos, do que no começo. Essas mesmas gradações se reproduziram em cada sessão, permitindo assim classificar por séries as 500 folhas do manuscrito. Algumas das páginas começam por sinais estenográficos, dos quais o médium não tinha o mínimo conhecimento. A escrita é tão rápida, às vezes, que se leva tempo para decifrá-la.

A maneira de proceder nas sessões é muito simples: preparam-se dois lápis bem aparados e grande quantidade de papel cortado em tiras; o Sr. A. retira-se só para seu aposento. A hora habitual era às seis horas da manhã ou às sete e meia da noite, horas em que ainda havia claridade durante aquela estação; entretanto, as sessões da noite prolongavam-se frequentemente além das oito horas e meia e mesmo mais tarde, e então a escrita continuava, apesar da escuridão, com a mesma nitidez. Durante o inverno todas as sessões se realizaram às escuras.

O “secretário” de Dickens coloca o papel e os lápis ao seu alcance, põe as mãos em cima da mesa, com a palma para baixo, e espera tranquilamente. Tranquilidade relativa, entretanto, pois que, não obstante os fenômenos terem perdido sua novidade, e ele já se ter habituado a eles, o médium confessa não poder eximir-se a um sentimento de terror durante essas sessões, no decurso das quais ele evoca, por assim dizer, um fantasma.

Ele espera assim – algumas vezes fumando seu cigarro – durante dois, três, cinco minutos, às vezes dez, mesmo durante uma meia hora; mas, de ordinário, se as “condições são favoráveis”, não mais de dois minutos. As condições dependem principalmente do estado do tempo. Se o dia é claro, sereno, ele trabalha sem interrupção; tal seria uma máquina elétrica que funcionasse melhor com um tempo favorável; um tempo tempestuoso produz perturbação, e quanto mais violenta é a tempestade, tanto mais se acentua a perturbação. Quando o tempo é inteiramente mau, a sessão fica adiada.

Depois de se ter conservado à mesa durante o tempo preciso, segundo as circunstâncias, o Sr. A. perde gradualmente os sentidos, e é nesse estado que escreve durante uma meia hora ou uma hora. Aconteceu-lhe certo dia escrever durante uma hora e meia. O fato único de que o médium se recorda, passado o estado de transe, é a visão de Dickens que volta de cada vez; o escritor – diz ele – está sentado a seu lado, com a cabeça apoiada nas mãos, imerso em profunda meditação, com expressão séria, um pouco melancólica, no rosto; não diz uma palavra, mas lança às vezes sobre o médium um olhar penetrante e sugestivo. “Oh! que olhar!”
Essas recordações ocorrem ao médium da mesma maneira que um sonho que se acaba de ter, como uma coisa real, mas ao mesmo tempo intangível. Para indicar que a sessão está terminada, Dickens pousa de cada vez sua mão fria e pesada sobre a do médium.

Nas primeiras sessões, esse contato provocava na parte do Sr. A. exclamações de terror e, ainda nesse momento, ele não pode falar nisso sem estremecer; esse contato fazia-o sair de seu estado de transe, porém de ordinário lhe era preciso o auxílio de uma terceira pessoa para levantar suas mãos da mesa, à qual elas estavam por assim dizer aderentes por uma força magnética. Readquirindo os sentidos, ele vê, esparsas pelo soalho, as tiras escritas durante essa sessão.

Essas tiras não são numeradas, de maneira que o Sr. A. é obrigado a classificá-las segundo o texto. Durante algum tempo, depois dessas sessões, o médium sentia uma dor mui intensa no peito, mas não era de longa duração, e são as únicas consequências desagradáveis que ficavam das sessões. O nervosismo extremo de que ele sofria, antes do desenvolvimento de suas faculdades mediúnicas, deixou-o completamente; jamais foi ele tão robusto.”



E o livro virou filme: