terça-feira, 20 de novembro de 2012

Nada de Novo - Devassando o Invisível - Yvonne Pereira


O consagrado astro cinematográfico Rodolfo Valentino (falecido em 1926) transmitiu comunicações mediúnicas à esposa Natacha Rambowa, que foram analisadas por Ernesto Bozzano no livro A Crise da Morte.

– “Décimo quinto caso”. Relata o artista, através da psicografia do médium norte-americano Jorge Benjamim Wehner:

“Aqui, tudo o que existe parece constituído em virtude das diferentes modalidades pelas quais se manifesta a força do pensamento. Afirmam-me que a substância sobre que se exerce a força do pensamento é, na realidade, mais sólida e mais durável do que as pedras e os metais no meio terrestre. Muitas dificuldades encontrais, naturalmente, para conceber semelhante coisa, que, parece, não se concilia com a ideia que se pode formar das modalidades em que devera manifestar-se a força do pensamento. Eu, por minha parte, imaginava tratar--se de criações formadas de uma matéria vaporosa; elas, porém, são, ao contrário, mais sólidas e revestidas de cores mais vivas, do que o são os objetos sólidos e coloridos do meio terrestre... As habitações são construídas por Espíritos que se especializaram em modelar, pela força do pensamento, essa matéria espiritual. Eles as constroem sempre tais como as desejam os Espíritos, pois que tomam às subconsciências destes últimos os gabaritos mentais de seus desejos. (Os destaques são nossos.)”

A transcrição acima está também no livro Devassando o Invisível, da notável médium Yvonne A. Pereira, (p. 17-18, da 2a edição, FEB). O título do artigo e a transcrição inicial objetivaram apenas despertar a atenção do leitor para a substanciosa obra. E aqui nos retemos apenas ao primeiro capítulo

– “Nada de novo...” – da obra, riquíssima em abordagens dos desdobramentos doutrinários do Espiritismo. No caso do capítulo referido, Yvonne reúne importante coletânea de conceitos doutrinários – extraídos especialmente de O Livro dos Médiuns e A Gênese –, trechos de outras obras, de consagrados autores da literatura espírita, e numerosos exemplos para defender a vida intensa, vibrátil e real do plano espiritual, embora opiniões contrárias à tese defendida já no início do capítulo que, segundo a própria Yvonne, devem ser respeitadas, conforme recomenda a própria Doutrina Espírita.
Os depoimentos trazidos pela autora – selecionados de excelentes obras doutrinárias referidas no citado capítulo –, ao lado de seus oportunos comentários embasados nos postulados doutrinários do Espiritismo, fazem do capítulo um encantador e empolgante texto para nossas reflexões sobre a grandeza da vida, a bondade do Criador e a fonte inesgotável de conhecimentos oferecidos pela Doutrina. As descrições selecionadas e os comentários de Yvonne comportam outros artigos futuros, para não alongarmos esta abordagem.

Todavia, reservamos aos leitores trecho extraído do livro A Vida Além do Véu, (p. 82 e 87, Ed.FEB) do Reverendo G. Vale Owen, em comunicação mediúnica da própria mãe do autor e que foi transcrita no livro Devassando o Invisível (p. 19): “O tecido e a cor do nosso vestuário tomam a sua qualidade do estado espiritual e do caráter de quem o usa. (O destaque é nosso.) O nosso ambiente é parte de nós mesmos e a luz é um importante componente do nosso ambiente. [...]

Não teriam que ser demolidas (as edificações), para aproveitar-se depois o material em nova reconstrução. Seria ele aproveitado com o prédio em pé. O tempo não tem ação de espécie alguma sobre as nossas edificações. Elas não se desfazem nem se arruínam. Sua durabilidade depende apenas da vontade dos donos, e, enquanto eles quiserem, o edifício ficará de pé, podendo ser alterado ou modificado consoante seus desejos”.

E ainda mais consoladora e muito agradável de ler é a descrição de vivência da própria Yvonne com o Espírito daquele que fora seu pai terreno, que descreveu as impressões do início da vida além-túmulo (p. 27-28).Transcrevemo-la parcialmente:

“[...] Quando despertei já não me encontrava deitado em meu leito [...] Fui despertando com lentidão. [...] Sentia-me sentado numa cadeira de balanço e compreendia que fora transportado para local muito aprazível, fresco, ameno. O dia estava lindíssimo, com um céu muito claro, sol faiscante, e suave brisa balançava uns galhos de flores trepadeiras, que eu vagamente percebia junto de mim, os quais cheiravam muito agradavelmente, pois me encontrava numa espécie de varanda orlada de trepadeiras floridas, em uma casa igualmente aprazível, mas desconhecida para mim. Fazia muito silêncio e eu me encontrava só. O único rumor partia do orquestrar longínquo de uns pássaros, verdadeira melodia que ressoava aos meus ouvidos com delicadeza e ternura. [...] Posteriormente, porém, verifiquei tratar-se de uma residência fluídica de Além--Túmulo, onde morava minha mãe e onde eu próprio iria residir como desencarnado...” (Os grifos são do original.)

A descrição seguinte é linda, mas tornaria esta abordagem muito longa. Recomendamos aos leitores lerem o capítulo na íntegra. O Espírito descreve as próprias sensações, cita detalhes das experiências vividas, o que torna o texto muito agradável e consolador.
Contudo, não podemos dispensar trechos parciais dos comentários da própria Yvonne. Selecionamos alguns apenas, em face da limitação de espaço e também da grandeza do texto (p. 32 e 34):
“[...] todos os Espíritos que se referem à vida do Além asseveram não encontrar palavras bastante expressivas para descreverem não só a intensidade, como a harmonia e a beleza do mundo espiritual. Suas palavras, as descrições que fazem desses locais, ou criações do Invisível, e que dão a ver aos médiuns, estes só poderão transmitir empalidecidas pelo constrangimento da palavra humana, tão pobre e imperfeita que até mesmo as regiões mais simples do plano astral não são descritas a contento.
........................................................... 
De tudo quanto a respeito observamos, e do que a Revelação Espírita nos participa, chegaremos, pois, às conclusões seguintes [...]:
As construções do meio invisível são edificadas com as essências disseminadas pelo Universo infinito, para a realização dos desígnios da Providência a nosso respeito, isto é, para a criação de quanto seja útil, necessário e agradável ao nosso Espírito, quer se encontre este sobre a Terra, reencarnado, ou fruindo os gozos da Pátria Espiritual; trata-se do fluido cósmico universal, ou de certas modificações deste, de que se origina o fluido espiritual; do éter fecundado, fonte geradora de tudo quanto há dentro da Criação, inclusive os próprios planetas materiais e o nosso perispírito”.

Lamentamos não poder estender a transcrição. Tornaria antididático o objetivo da presente abordagem. Mas, com toda ênfase e entusiasmo, remetemos o leitor ao texto integral do extraordinário volume de Yvonne, o livro Devassando o Invisível, para entusiasmá-lo com o conteúdo doutrinário da obra da inesquecível médium. E ressalte-se que estamos limitados apenas ao primeiro capítulo.

Tudo isso por uma razão muito simples: a Doutrina Espírita é fonte inesgotável e abençoada de conhecimentos. Um autêntico tesouro que não podemos desperdiçar na igualmente abençoada oportunidade reencarnatória que estamos vivendo.


Reformador --Novembro 2006 - Orson Peter Carrara

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