segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Ação de obsessores contra grupos espíritas - estudos na SECP


Estudos sobre A obsessão:
Dias atuais no Brasil e no Planeta Terra:


Ficai, portanto, certos de que, quando uma revolução social se produz na Terra, abala igualmente o mundo invisível, onde todas as paixões, boas e más, se exacerbam, como entre vós. (Doutor Barry) A Gênese - Sinais dos tempos – item 9)

O Papel dos Grupos Espíritas sérios e as investidas das forças contrárias ao Bem.

O Centro Espírita não é templo nem laboratório – é, para usamos a expressão espírita de Victor Hugo: point d’optique (ponto de luz) do movimento doutrinário, ou seja, o seu ponto visual de convergência. Podemos figurá-lo como um espelho côncavo em que todas as atividades doutrinárias se refletem se unem, projetando-se conjugadas no plano social geral, espírita e não espírita. Por isso a sua importância, como síntese natural da dialética espírita, é fundamental para o desenvolvimento seguro da Doutrina e suas práticas. Kardec avaliou a sua importância significativa no plano da divulgação e da orientação dos Grupos, explicando ser preferível a existência de vários Centros pequenos e modestos numa cidade ou num bairro, à existência de um único centro grande e suntuoso. (Herculano Pires)

AÇÃO DOS OBSESSORES CONTRA OS GRUPOS ESPÍRITAS
"(...) Os ocasionadores de perturbações não se encontram somente no meio delas (das Sociedades e das reuniões), mas também no mundo invisível. Assim como há Espíritos protetores das associações, das cidades e dos povos, Espíritos malfeitores se ligam aos grupos, do mesmo modo que aos indivíduos.

Ø  Ligam-se, primeiramente, aos mais fracos, aos mais acessíveis, procurando fazê-los seus instrumentos e gradativamente vão envolvendo os conjuntos, por isso que anto mais prazer maligno experimentam, quanto maior é o número dos que lhes caem sob o jugo." (O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, ítem 340).

237. No número das dificuldades que a prática do Espiritismo apresenta é necessário colocar a da obsessão em primeira linha. Trata-se do domínio que alguns Espíritos podem adquirir sobre certas pessoas. São sempre os Espíritos inferiores que procuram dominar, pois os bons não exercem nenhum constrangimento. Os bons aconselham, combatem a influência dos maus, e se não os escutam preferem retirar-se. Os maus, pelo contrário, agarram-se aos que conseguem prender. Se chegarem a dominar alguém, identifica-se com o Espírito da vítima e a conduzem como se faz com uma criança.

O Espiritismo vem revelar outra categoria de falsos cristos e de falsos profetas, bem mais perigosa, e que não se encontra entre os homens, mas entre os desencarnados. (ESE - Não Acrediteis Em Todos Os Espíritos, item 7. (Portanto, nem toda mensagem com nomes veneráveis devem ser aceita sem passar pelo crivo da lógica e do bom senso. – destaques nossos)
Os grandes termos - caridade, humildade, amor de Deus - lhe servem como que de carta de crédito, porém, através de tudo isso, deixa passar sinais de inferioridade, que só o fascinado é incapaz de perceber. Allan Kardec - LM - Item -239

TÁTICA:
Por isso mesmo, o que o fascinador mais teme são as pessoas que veem claro.
Ø  Daí o consistir a sua tática, quase sempre, em inspirar ao seu intérprete o afastamento de quem quer que lhe possa abrir os olhos.
ØØ  Uma de suas táticas para alcançar os seus fins é a desunião, pois sabem muito bem que podem facilmente dominar aquele que estiver sem apoio.
Ø  Assim, o seu primeiro cuidado, quando querem apoderar-se de alguém, é sempre inspirar-lhe a desconfiança e o isolamento.
Allan Kardec - Revista Espírita - 1858/1859.


Importante manter-se em ALERTA:
A)   Todas as vezes, pois, que, num grupo, um dos seus componentes cai na armadilha, cumpre se proclame que há no campo um inimigo, um lobo no redil. E que todos se ponham em guarda, visto ser mais que provável a multiplicação de suas tentativas. (Allan Kardec - O Livro dos Médiuns » Segunda parte - Das manifestações espíritas » Capítulo XXIX - Das reuniões e das Sociedades Espíritas » 340)
B)   Como o mais poderoso antídoto desse veneno é a caridade, é ela que eles procuram abafar. Não se deve pois, esperar que o mal se torne incurável para lhe aplicar o remédio. Nem mesmo se devem esperar os primeiros sintomas, pois é necessário sobretudo preveni-lo. (Allan Kardec - O Livro dos Médiuns » Segunda parte - Das manifestações espíritas » Capítulo XXIX - Das reuniões e das Sociedades Espíritas » 340)

DESTAQUE
Se um dos membros do grupo cair sob a influência da obsessão, todos os esforços devem tender, desde os primeiros sinais, a lhe abrir os olhos, antes que o mal se agrave. A fim de levá-lo à compreensão de que foi enganado e ao desejo de ajudar os que o procuram livrar. (Allan Kardec - O Livro dos Médiuns» Capítulo XXIX » 340),

REFLETIR: 
Pode-se, pois, estatuir como princípio que todo aquele que numa reunião espírita provoca desordem, ou desunião, ostensiva ou sub-repticiamente, por quaisquer meios, é, ou um agente provocador, ou, pelo menos, um mau espírita, do qual cumpre que os outros se livrem o mais depressa possível. (O Livro dos Médiuns» Capítulo XXIX - Das reuniões e das Sociedades Espíritas » 337)

Visto ser necessário evitar toda causa de perturbação e de distração, uma Sociedade espírita deve, ao organizar-se, dar toda a atenção às medidas apropriadas a tirar aos promotores de desordem os meios de se tornarem prejudiciais e a lhes facilitar por todos os modos o afastamento. (O Livro dos Médiuns» Capítulo XXIX - Das reuniões e das Sociedades Espíritas » 337)

MEIOS UTILIZADOS PELOS OBSESSORES:
Ø  Procuram disseminar a desconfiança entre os participantes.
Ø  Querem intrometer-se nos trabalhos, trazer a desunião no grupo, intrigas, maledicência.
Ø   Causar mal estar aos que trabalham corretamente, deturpando a verdade.
Ø  Usam de manobras no sentido de aguçar o amor próprio.
Ø  O melindre.
Ø  O personalismo.
Ø  O apego aos pontos de vista pessoais.
Ø  A vaidade. E toda a corte de deficiências que avassalam o ser humano...(apostila da AME de Juiz de Fora, MG – 1978)

ALERTA DE KARDEC
A)   Que todos os Espíritas sinceros se unam, pois, numa santa comunhão de pensamentos, para enfrentar a tempestade.
B)   Que todos os que estão penetrados da grandeza do objetivo ponham de lado as pueris questões secundárias.
C)   Que façam calar as suscetibilidades do amor-próprio, para ver apenas a importância do resultado para o qual a Providência conduz a Humanidade. (Allan Kardec - Revista Espírita 1865 - Novembro)


Porém, o que poderá ocorrer quando os encarnados não valorizam os ensinamentos ouvidos, ensinados¿? 

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

A disciplina do pensamento e a reforma do caráter.

NA QUESTÃO 833 de O L.E, Kardec pergunta:

“Haverá no homem alguma coisa que escape a todo o constrangimento e pela qual goze ele de absoluta liberdade?”
 “No pensamento goza o homem de ilimitada liberdade, pois que não há como pôr-lhe obstáculos. Pode-se-lhe deter o voo, porém não aniquilá-lo”.

A disciplina do pensamento e a reforma do caráter.

 O pensamento, dizíamos, é criador. Não atua somente em roda de nós, influenciando nossos semelhantes para o bem ou para o mal; atua principalmente em nós; gera nossas palavras, nossas ações e, com ele, construímos, dia a dia, o edifício grandioso ou miserável de nossa vida presente e futura. Modelamos nossa alma e seu invólucro com os nossos pensamentos; estes produzem formas, imagens que se imprimem na matéria sutil, de que o corpo fluídico é composto. Assim, pouco a pouco, nosso ser povoa-se de formas frívolas ou austeras, graciosas ou terríveis, grosseiras ou sublimes; a alma se enobrece, embeleza ou cria uma atmosfera de fealdade. Segundo o ideal a que visa, a chama interior aviva-se ou obscurece-se. Não há assunto mais importante que o estudo do pensamento, seus poderes e ação. Ë a causa inicial de nossa elevação ou de nosso rebaixamento; prepara todas as descobertas da Ciência, todas as maravilhas da Arte, mas também todas as misérias e todas as vergonhas da Humanidade. Segundo o impulso dado, funda ou destrói as instituições como os impérios, os caracteres como as consciências, O homem só é grande, só tem valor pelo seu pensamento; por ele suas obras irradiam e se perpetuam através dos séculos. 

O Espiritualismo experimental, muito melhor que as doutrinas anteriores, permite-nos perceber, compreender toda a força de projeção do pensamento, que é o princípio da comunhão universal. Vemo-lo agir no fenômeno espírita, que facilita ou dificulta; seu papel nas sessões de experimentação é sempre considerável. A Telepatia demonstrou-nos que as almas podem impressionar-se, influenciar-se a todas as distâncias; é o meio de que se servem as humanidades do Espaço para comunicarem entre si através das imensidades siderais. Em qualquer campo das atividades sociais, em todos os domínios do mundo visível ou invisível, a ação do pensamento é soberana; não é menor sua ação, repetimos, em nós mesmos, modificando constantemente nossa natureza íntima. As vibrações de nossos pensamentos, de nossas palavras renovando-se em sentido uniforme, expulsam de nosso invólucro os elementos que não podem vibrar em harmonia com elas; atraem elementos similares que acentuam as tendências do ser

Uma obra, muitas vezes inconsciente, elabora-se; mil obreiros misteriosos trabalham na sombra; nas profundezas da alma esboça-se um destino inteiro; em sua ganga o diamante purifica-se ou perde o brilho. Se meditarmos em assuntos elevados, na sabedoria, no dever, no sacrifício, nosso ser impregna-se, pouco a pouco, das qualidades de nosso pensamento. Ë por isso que a prece improvisada, ardente, o impulso da alma para as potências infinitas, tem tanta virtude. Nesse diálogo solene do ser com sua causa, o influxo do Alto invade-nos e desperta sentidos novos. A compreensão, a consciência da vida aumenta e sentimos, melhor do que se pode exprimir, a gravidade e a grandeza da mais humilde das existências. A oração, a comunhão pelo pensamento com o universo espiritual e divino é o esforço da alma para a Beleza e para a Verdade eternas; é a entrada, por um instante, nas esferas da  vida real e superior, aquela que não tem termo. Se, ao contrário, nosso pensamento é inspirado por maus desejos, pela paixão, pelo ciúme, pelo ódio, as imagens que cria sucedem-se, acumulam-se em nosso corpo fluídico e o entenebrecem.

 Assim, podemos à vontade fazer em nós a luz ou a sombra. É o que afirmam tantas comunicações de além-túmulo. Somos o que pensamos, com a condição de pensarmos com força, vontade e persistência. Mas, quase sempre, nossos pensamentos passam constantemente de um a outro assunto. Pensamos raras vezes por nós mesmos, refletimos os mil pensamentos incoerentes do meio em que vivemos. Poucos homens sabem viver do próprio pensamento, beber nas fontes profundas, nesse grande reservatório de inspiração que cada um traz consigo, mas que a maior parte ignora. Por isso criam um invólucro povoado das mais disparatadas formas. Seu Espírito é como uma habitação franca a todos os que passam. Os raios do bem e as sombras do mal lá se confundem, num caos perpétuo. Ë o combate incessante da paixão e do dever em que, quase sempre, a paixão sai vitoriosa. Primeiro que tudo, é preciso aprender a fiscalizar os pensamentos, a discipliná-los, a imprimir-lhes uma direção determinada, um fim nobre e digno. A fiscalização dos pensamentos implica a fiscalização dos atos, porque, se uns são bons, os outros sê-lo-ão igualmente, e todo o nosso procedimento achar-se-á regulado por uma concatenação harmônica. Ao passo que, se os atos são bons e nossos pensamentos maus, apenas haverá uma falsa aparência do bem e continuaremos a trazer em nós um foco malfazejo, cujas influências, mais cedo ou mais tarde, derramar-se-ão fatalmente sobre nossa vida. Às vezes observamos uma contradição surpreendente entre os pensamentos, os escritos e as ações de certos homens, e somos levados, por esta mesma contradição, a duvidar de sua boa-fé, de sua sinceridade. Muitas vezes não há mais do que uma interpretação errônea de nossa parte. Os atos desses homens resultam do impulso surdo dos pensamentos e das forças que eles acumularam em si no passado. Suas aspirações atuais, mais elevadas, seus pensamentos mais generosos traduzir-se-ão em atos no futuro. Assim, tudo se combina e explica quando se consideram as coisas do largo ponto de vista da evolução; ao passo que tudo fica obscuro, incompreensível, contraditório com a teoria de uma vida única para cada um de nós.

* É bom viver em contacto pelo pensamento com os escritores de gênio, com os autores verdadeiramente grandes de todos os tempos e países, lendo, meditando suas obras, impregnando todo o nosso ser da substância de sua alma...

O estudo silencioso e recolhido é sempre fecundo para o desenvolvimento do pensamento. É no silêncio que se elaboram as obras fortes. A palavra é brilhante, mas degenera demasiadas vezes em conversas estéreis, às vezes maléficas; com isso, o pensamento se enfraquece e a alma esvazia-se. Ao passo que na meditação o Espírito se concentra, volta-se para o lado grave e solene das coisas; a luz do mundo espiritual banha-o com suas ondas...
Evitemos as discussões ruidosas, as palavras vãs, as leituras frívolas. Sejamos sóbrios de jornais. A leitura dos jornais, fazendo-nos passar continuamente de um assunto para outro, torna o Espírito ainda mais instável. Vivemos numa época de anemia intelectual, que é causada pela raridade dos estudos sérios, pela procura abusiva da palavra pela palavra, da forma enfeitada e oca, e, principalmente, pela insuficiência dos educadores da mocidade.

* Em todas as nossas relações sociais, em nossas relações com os nossos semelhantes, é preciso nos lembremos constantemente disto: Os homens são viajantes em marcha, ocupando pontos diversos na escala da evolução pela qual todos subimos. Por conseguinte, nada devemos exigir, nada devemos esperar deles, que não esteja em relação com seu grau de adiantamento. A todos devemos tolerância, benevolência e até perdão; porque, se nos causam prejuízo, se escarnecem de nós e nos ofendem, é quase sempre pela falta de compreensão e de saber, resultantes de desenvolvimento insuficiente. Deus não pede aos homens senão o que eles têm podido adquirir à custa de lentos e penosos trabalhos. Não temos o direito de exigir mais. Não fomos semelhantes aos mais atrasados deles? Se cada um de nós pudesse ler em seu passado o que foi, o que fez, quanto não seria maior nossa indulgência para com as faltas alheias! Às vezes também carecemos da mesma indulgência que lhes devemos. Sejamos severos conosco e tolerantes com. os outros. Instruamo-los - esclareçamo-los, com doçura, é o que a lei de solidariedade nos preceitua.

 * Enfim, é preciso saber suportar todas as coisas com paciência e serenidade. Seja qual for o procedimento de nossos semelhantes para conosco, não devemos conceber nenhuma animosidade ou ressentimento; mas, ao contrário, saibamos fazer reverter em benefício de nossa própria educação moral todas as causas de aborrecimento e aflição. Nenhum revés poderia atingir-nos, se, por nossas vidas anteriores e culpadas, não tivéssemos dado margem à adversidade. É isto o que muitas vezes se deve repetir. Chegaremos, assim, a aceitar todas as provações sem amargura, considerando-as como reparação do passado ou como meio de aperfeiçoamento. De grau em grau chegaremos, assim, ao sossego de espírito, a posse de nós mesmo, à confiança absoluta no futuro, que dão a força, a quietação, a satisfação intima, permitindo-nos ficar firmes no meio das mais duras vicissitudes. Quando chega a idade, as ilusões e as esperanças vãs caem como folhas mortas; mas, as altas verdades aparecem com mais brilho, como as estrelas no céu de inverno através dos ramos nus de nossos jardins. Pouco importa, então, que o destino não nos tenha oferecido nenhuma glória, nenhum raio de alegria, se tiver enriquecido nossa alma com mais uma virtude, com alguma beleza moral. As vidas obscuras e atormentadas são, às vezes, as mais fecundas, ao passo que as vidas suntuosas nos prendem, bastas vezes e por muito tempo, na corrente formidável de nossas responsabilidades.


Bibliografia: DENIS Léon, O Problema do ser, do destino e da dor – Capítulo XXIV – Terceira Parte. (extratos)

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Fatos espíritas: O Espírito de um homem assassinado faz encontrarem seu corpo - Leon Denis - No Invisível

XIV - Visão e audição psíquicas no estado de vigília

A visão e audição psíquicas em estado de vigília estão ligadas aos fenômenos de exteriorização, neste sentido: necessitam de um começo de desprendimento no percipiente. Não se trata mais de fatos fisiológicos ou de manifestações do ser vivo, a distância, e sim de uma das formas de mediunidade.
Na visão espírita, a alma do sensitivo já se acha parcialmente exteriorizada, isto é, fora do organismo material. Sua faculdade própria de visão se vem acrescentar ao sentido físico da vista. As vezes a substituição deste pelo sentido psíquico é completa.


A História está cheia de fenômenos de visão e de aparição. Na Judéia, a sombra de Samuel exorta Saul. No mundo latino, aparecem fantasmas a Numa, Brutus e Pompeu. Os anais do Cristianismo são ricos em fatos desse gênero.

Certos sensitivos só obtém a visão por meio de objetos em que se concentra o pensamento dos Espíritos sob a forma de imagens ou quadros, como, por exemplo, um copo d’água, um espelho, um cristal. Quando o Espírito é impotente para fazer vibrar o cérebro do médium ou provocar uma exteriorização suficiente, impregna de fluidos os objetos que acabamos de indicar; faz, pela ação da vontade, aparecerem imagens, cenas muito nítidas, que o sensitivo descreverá em suas menores particularidades e que outros assistentes poderão igualmente ver. (96)
Eis aqui um dos casos mais notáveis, assinalado pelo "Light" de 16 de fevereiro de 1901. O Espírito de um homem assassinado faz encontrarem seu corpo, a princípio por meio da visão no cristal, e depois, diretamente, pelos sentidos psíquicos do médium:

"O Sr. Perey-Foxwell, corretor de câmbio, residente em Thames Ditton, a pequena distância de Londres, saiu de casa no dia 20 de dezembro de 1900, pela manhã, e dirigiu-se para seu escritório, na cidade. Ai não o apareceu nesse dia nem nunca mais. Verificado o seu desaparecimento, a polícia procedeu a longas e minuciosas pesquisas, mas inutilmente.
Desesperançada, a Sra. Foxwell recorreu a um médium, o Sr. Von Bourg, que obteve, em um espelho, a visão do corretor de câmbio, vivo, e depois o seu corpo debaixo d’água.
Numa outra sessão o médium vê um Espírito de pé junto à Sra. Foxwell, indicando com insistência um relógio, uma cadeia e berloques que tem na mão. Naquele se vê gravado um nome. A Sra. Foxwell, pela descrição, reconhece seu marido e o relógio, graças ao qual pôde mais tarde ser o corpo identificado. O Espírito pede que procurem seu despojo e promete conduzir o médium ao lugar em que foi lançado à água.
Faz-se uma nova reunião, e o Espírito desenha, pelo punho do Sr. Von Bourg, a planta do caminho que será preciso percorrer. Acompanhado de muitos amigos do finado, o médium toma esse caminho e segue-lhe todas as sinuosidades. Experimenta a repercussão muito viva das impressões sentidas pela vitima. No próprio local em que esta foi ferida, quase perdeu os sentidos. Tiveram que percorrer diversas veredas, contornar casas, transpor barreiras, como o haviam feito os assassinos. Toda vez que vacilavam na direção a tomar, os médiuns, Srs. Von Bourg e Knowles, "viam claramente o Espírito adiante deles indicando o caminho". Chegaram finalmente à borda de um riacho, de águas tranquilas e profundas. "É aqui!" declararam os médiuns. Mas havia já anoitecido, e foi preciso voltar a ponto de partida.
No dia seguinte fizeram-se pesquisas. Indivíduos munidos de varas sondaram o fundo do riacho; e, pouco depois, abaixo do sitio em que se faziam as sondagens, mesmo no lugar em que o riacho se encontra com o Tamisa, viu-se boiar um cadáver à flor d’água. Um relógio, encontrado com o fúnebre despojo, permitiu reconhecer o corpo do Sr. Foxwell. Uma permanência de seis semanas debaixo d’água dera lugar à decomposição das carnes. O corpo se achava revestido com os objetos descritos pelo médium. “Pôde-se então reconhecer a identidade, não somente pela presença do relógio e dos berloques, como também por certas particularidades observadas nos dentes, etc."

Fonte: NO Invisível – 2ª parte – Espiritismo Experimental : Fatos
XIV – Visão e audição psíquicas no estado de vigília, pag. 169, 8ª Edição –FEB

Outras fontes sobre o assnto:
Revista Espírita 1865 » Outubro » Novos estudos sobre os espelhos mágicos ou psíquicos » O vidente da floresta de Zimmerwald

O Livro dos Médiuns - item 167 e Perg. 567 de O Livro dos Espíritos