quarta-feira, 31 de agosto de 2016

O que fazer para evitar a obsessão em nossos grupos de trabalhos espíritas?

Grupos da Mediunidade da Sociedade Espírita Caminho da Paz
e Centro Espírita O Consolador
O que fazer para que evitar a obsessão coletiva em nossos Grupos de trabalhos? Obsessão nos Grupos Espíritas


Obsessão – Flagelo dos Séculos
467. Pode o homem se afastar da influência dos Espíritos que o incitam ao mal?

-- Sim, porque eles só se ligam aos que os solicitam por seus desejos ou os atraem por seus pensamentos.

Não resta menor dúvida de que a obsessão é o flagelo do século XX (e também do XXI). Isso mesmo foi dito pelo eminente espírita Léon Denis em suas obras. O estado atual da sociedade, quando vemos o ‘espírito das trevas” agindo em todos os setores, coletivamente, também foi profetizada por esse grande inspirado, colaborador de Allan Kardec. Nunca é demais, portanto, rebatermos nessa desagradável tecla, lembrando aos espíritas a urgente necessidade de se habilitarem moral, mental e doutrinariamente, quanto possível...

A obsessão merece dos verdadeiros espíritas as mais acuradas atenções. Ela já se infiltra até mesmo “no seio dos santuários”,  isto é, nos templos religiosos com nos templos espíritas pouco vigilantes, promovendo ciúmes entre seus componentes, vaidades, dissenções, mal-entendidos, “reformas doutrinárias” e demais operosidades que contrariam os postulados da Doutrina, haja visto o que, no momento, se passa, quando detectamos agrupamentos espíritas, dantes vistos e reconhecidos como templos, a exercerem o perfeito intercâmbio espiritual, hoje reduzidos a meros clubes onde verificamos de tudo: abusivas e inaceitáveis compras e vendas de “lanches” e merendas, festas e cânticos, burocracias intransigente, diversões, recreios, mas não a “casa do Senhor”, de onde os protetores Espirituais se retiram, e onde não contemplamos aquelas autênticas atividades próprias do Consolador, que eram o testemunho da presença do Cristo entre nós.
A obsessão é um tema sempre colocado em nossos agrupamentos espíritas, no entanto, vê-se ainda, infelizmente, um desconhecimento da parte dos próprios adeptos sobre esta questão.

O capítulo 23 da segunda Parte de O Livro dos Médiuns e o capítulo XIV de A Gênese, a partir do item 45, nos trazem estudos que nos dão o conceito do que é obsessão, obsidiado e o reconhecimento de seus processos de instalação e o como agir para erradicá-lo.

Além Allan Kardec e obras complementares como a coleção André Luiz e Manoel Philomeno de Miranda e obras de dona Yvonne Pereira, devotada médium que muito se dedicou aos obsessores e obsidiados, entre estas obras indicamos:

- Dramas da Obsessão, do espírito Bezerra de Menezes; Devassando o Invisível, inspirada por Charles, Bezerra de Menezes, Léon Denis, Inácio Bittencourt e Leon Tolstoi; Recordações da Mediunidade, orientada por Bezerra de Menezes; a trilogia Nas Voragens do Pecado, O Cavaleiro de Numiers e O Drama da Bretanha, do Espírito Charles; Amor e Ódio, do Espírito Charles; Sublimação, dos espíritos Charles e Leon Tolstoi e várias obras que contém artigos de refinado valor doutrinário.

Adeptos há que se chocam ante posturas de outros adeptos que são incoerentes para com o Evangelho e a Doutrina Espírita e que se dão nos Grupos os mais diversos espalhados por nosso Brasil, esquecendo-se desta advertência de Allan Kardec em O Evangelho segundo o Espiritismo: 

- “(...) Tampouco garantia alguma suficiente haverá na conformidade que apresente o que se possa obter por diversos médiuns, num mesmo centro, porque podem todos estar sob a mesma influência” (Introdução, item II). Todo um Grupo Espírita pode estar sob o império de uma obsessão e, para os que se dedicam aos estudos e atuam com coerência doutrinária, não é difícil perceber tal fato.
Os Espíritos têm alertado muito em suas obras sobre este processo...
Surgem, diariamente, médiuns equivocados, agressivos, presunçosos, vingativos, perseguidores, insensatos, pretendendo a supremacia, em total olvido das lições de Jesus de Nazaré.

Por outro lado, surgem tentativas extravagantes para atualizar o pensamento espírita com a balbúrdia em lugar da alegria, com os espetáculos ridículos das condutas sociais reprocháveis, com falsos holismos (global) em que se misturam diferentes conceitos, a fim de agradar às diversas denominações religiosas, com a introdução de festas e atividades lucrativas, nas quais não faltam as bebidas alcoólicas, como os bailes estimulantes à sensualidade, com os festejos carnavalescos, a fim de atraírem-se mais adeptos e especialmente jovens, em vez de os educar e orientar, aceitando-lhes as imposições da transitória mocidade. Denominam-se os devotados trabalhadores fieis à Codificação, em tons chistosos e de ridículo, como os ortodoxos, e, dizem-se modernistas, como se os Espíritos igualmente se dividissem em severos e gozadores, austeros e brincalhões na utilização da mensagem libertadora do Evangelho de Jesus à luz da revelação espírita...” 
(capítulo 17 – Ampliando o Campo de Trabalho – Livro Transição Planetária de Divaldo Franco).

No capítulo 19 –  da mesma obra citada, diz Manoel Philomeno de Miranda:

- “Com certeza, embora as armadilhas perversas e as perseguições inclementes, ninguém, que se encontre desamparado, a mercê do mal, exceto quando se permite espontaneamente a vinculação com essas forças ignóbeis...

Fixamos em especial na área do movimento espírita comprometido com Jesus e sua doutrina, alvo primordial de determinados grupos da grei autodenominada como o Mal.

As trevas vem cercando alguns médiuns Invigilantes, inspirando-os a comportamentos incompatíveis com as recomendações do Mestre Jesus e dos Espíritos Superiores através da Codificação Kardequiana, estimulando-os a espetáculos em que a mediunidade fica ridicularizada, como se fosse um adorno para exaltar seu possuidor.

Concomitantemente, fomentando paixões servis nos trabalhadores afeiçoados ao socorro espiritual nas reuniões mediúnicas, fazendo-os crer que estão reencontrando seres queridos de outras existências, que agora lhes perturbam os lares e facilitam convivências adulterinas em flagrante desrespeito aos códigos morais e aos do dever da família... Fascinação, subjugação que se iniciam discretamente e roubam o discernimento de muitos, constituem o jogo das Entidades insanas, aproveitando-se das debilidades ainda persistentes em a natureza humana...

Além dessas ações nefastas, trabalham pela desunião de companheiros de lide espiritual, pela maledicência e calúnias bem divulgadas, como se estivessem trabalhando para senhores diferentes e não para Aquele que deu a vida em demonstração insuperável de amor e de compaixão por todos nós.

Em determinadas situações, desencadeiam enfermidades de diagnose difícil, ocultando a sua interferência nos organismos debilitados e carentes de energias, levando ao fosso do desânimo pessoas afeiçoadas ao dever e comprometidas com a fraternidade legítima.
Na área da caridade, movimentam os discutidores que perdem o tempo entre os conceitos de paternalismo e de promoção social, olvidados do socorro que normalmente chega tarde, quando se aplicam as horas em ociosidade mental e divagação intelectual”.

 Repetindo:
‘Não é de agora, porém, a investida das Trevas no Movimento Consolador, eis o que já nos colocava Yvonne Pereira:

 -  “A obsessão merece dos verdadeiros espíritas as mais acuradas atenções. Ela já se infiltra até mesmo “no seio dos santuários”, isto é, nos templos espíritas pouco vigilantes, promovendo ciúmes entre seus componentes, vaidades, dissensões, mal-entendidos, “reformas doutrinárias“ e demais operosidades que contrariam os postulados da Doutrina...
E não se falando da “mania”, ora em exercício, de “modificar”, “renovar” e “atualizar” a Doutrina dos Espíritos, que, pelo visto, deixou de agradar àqueles que acima dela desejam colocar a própria personalidade.

Afirmam os adeptos de tais movimentações que o espiritismo “evoluiu”, e que tudo isso não é senão o “progresso” da Doutrina. Mas tal asserção é insana, pois que a lógica e o bom senso indicam que a evolução do Espiritismo seria, em parte, a vinda de outras revelações do Alto, a comunhão perfeita do consolador com os homens, a pesquisa legítima e séria, e não a deturpação que vemos nos ambientes que devem ser consagrados ao intercâmbio com o Alto, onde consolamos os mais infelizes do que nós, e onde somos consolados e instruídos por aqueles seres angelicais que nos amam e que, há milênios, talvez, se esforçam por nos verem redimidos de tantos erros.

Certamente que muitos núcleos espíritas se conservam afinados com as forças do Alto, movimentando-se normalmente, sem as intromissões indevidas, que só podem desfigurar os ensinamentos que temos todos tido a honra de receber dos códigos doutrinários” (Cânticos do Coração, volume II, 1ª edição: CELD, 1994 no capítulo VI – O Flagelo do Século, p. 66).
  
O que fazer para que evitar a obsessão coletiva em nossos Grupos de trabalhos?

No livro “Dramas da Obsessão”, Bezerra de Menezes (Espírito)/ Yvonne Pereira – médium – Capítulo 3 de Leonel e os Judeus, orienta:

- “As vibrações disseminadas pelos ambientes de um Centro Espírita, pelos cuidados dos seus tutelares invisíveis; os fluidos úteis, necessários aos variados quão delicados trabalhos que ali se devem processar, desde a cura de enfermos até a conversão de entidades desencarnadas sofredoras e até mesmo a oratória inspirada pelos instrutores espirituais, são elementos essenciais, mesmo indispensáveis a certa série de exposições movidas pelos obreiros da Imortalidade a serviço da Terceira Revelação.

 Essas vibrações, esses fluidos especializados, muito sutis e sensíveis, hão-de conservar-se imaculados, portando, intactas, as virtudes que lhe são naturais e indispensáveis ao desenrolar dos trabalhos, porque, assim não sendo, se mesclarão de impurezas prejudiciais aos mesmos trabalhos, por anularem as suas profundas possibilidades. Daí porque a Espiritualidade esclarecida recomenda, aos adeptos da Grande Doutrina, o máximo respeito nas assembleias espíritas, onde jamais deverão penetrar a frivolidade e a inconsequência, a maledicência e a intriga, o mercantilismo e o mundanismo, o ruído e as atitudes menos graves, visto que estas são manifestações inferiores do caráter e da inconsequência humana, cujo magnetismo, para tais assembleias e, portanto, para a agremiação que tais coisas permite, atrairá bandos de entidades hostis e malfeitoras do invisível, que virão a influir nos trabalhos posteriores, a tal ponto que poderão adulterá-los ou impossibilitá-los, uma vez que tais ambientes se tornarão incompatíveis com a Espiritualidade iluminada e benfazeja.

Um Centro Espírita onde as vibrações dos seus frequentadores, encarnados ou desencarnados, irradiem de mentes respeitosas, de corações fervorosos, de aspirações elevadas; onde a palavra emitida jamais se desloque para futilidades e depreciações; onde, em vez do gargalhar divertido, se pratique a prece; em vez do estrépito de aclamações e louvores indébitos se emitam forças telepáticas à procura de inspirações felizes; e ainda onde, em vez de cerimônias ou passatempos mundanos, cogite o adepto da comunhão mental com os seus mortos amados ou os seus guias espirituais, um Centro assim, fiel observador dos dispositivos recomendados de início pelos organizadores da filosofia espírita, será detentor da confiança da Espiritualidade esclarecida, a qual o elevará à dependência de organizações modelares do Espaço, realizando-se então, em seus recintos, sublimes empreendimento, que honrarão os seus dirigentes dos dois planos da Vida. 

 Somente esses, portanto, serão registrados no Além-Túmulo como casas beneficentes, ou templos do Amor e da Fraternidade, abalizados para as melindrosas experiências espíritas, porque os demais, ou seja, aqueles que se desviam para normas ou práticas extravagantes ou inapropriadas serão, no Espaço, considerados meros clubes onde se aglomeram aprendizes do Espiritismo em horas de lazer”.

 Oração, vigilância nos pensamentos, palavras, atitudes, sinceridade e lealdade de sentimentos para com os companheiros de Causa, eis o que devemos estar a realizar cotidianamente para nossa própria defesa.



Bibliografia
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
O Livro dos Médiuns – Allan Kardec
Cânticos do Coração II – D. Yvonne Pereira
Transição Planetária – Divado Franco e MPM
Dramas da Obsessão – D. Yvonne Pereira e Dr. Bezerra de Menezes
Artigo de Leonardo Paixão – Obsessão nos Grupos Espíritas

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Obsessão infantil e a necessidade da estruturação de um ego forte e amoroso.

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O Espírito mau espera que o outro, a quem ele quer mal, esteja preso ao seu corpo e, assim, menos livre, para mais facilmente o atormentar, ferir nos seus interesses, ou nas suas mais caras afeições. (Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. X, item VI, 24ª edição de bolso. FEB)

Em decorrência de observações bem conduzidas por investigadores da alma humana, pode-se afirmar que, entre os fatores condicionantes da perseguição espiritual, destacam-se o ódio e o sentimento abastardado de vingança.

Enquanto a maldade prevalecer no orbe terreno, enquanto o egoísmo encontrar guarida nos corações, a criatura deixar-se-á envolver com as imperfeições morais responsáveis por atitudes infelizes de agressões ou revides contra os semelhantes.

A incompetência afetiva embrutece o sujeito e, quando, por ventura, ele se considera vítima de uma injúria, mostra-se incapaz de apelar para o recurso do perdão. E, no desvario em que se entorpece, termina por cristalizar o próprio pensamento no padrão inconsequente do revide.

A morte, infelizmente, nem sempre apaga da lembrança o rancor que perturba, e, assim, o espírito menos esclarecido, impermeável ao chamamento evangélico, prossegue na erraticidade a albergar em seu âmago a mágoa e o ódio incontroláveis. Imerso na penumbra da própria desarmonia psíquica, busca no desforço a forma que imagina correta de se contrapor à ofensa: fazer justiça com as próprias mãos.

Ao se aproveitar da invisibilidade do plano astral, o espírito rancoroso escolhe a melhor maneira de acicatar o seu desafeto, analisa os seus pontos frágeis, psíquicos e orgânicos, para influenciá-lo mentalmente ou inundá-lo de fluidos perniciosos com o propósito de desencadear as mais estranhas doenças, nem sempre diagnosticadas pela ciência convencional. E não importa a idade da vítima encarnada.

Quando o infante é acometido de obsessão, torna-se mais difícil elaborar o diagnóstico espiritual do caso, pois, geralmente, os familiares resistem em admitir tal hipótese. Imaginam que, por ser criança, ela esteja livre do assédio invisível. Eis um engano lamentável de sérias repercussões, visto que, quanto mais demorada a perturbação sofrida, maior a possibilidade de sequelas irreversíveis.
De mais a mais, no afã da vingança, o obsessor, em verdade, enxerga na pequena vítima o seu desafeto de outrora, o espírito imortal responsável pelo delito cometido, e não a criança momentaneamente frágil e ingênua da atual reencarnação.

Por vezes, identificamos, em campo experimental mediúnico, cruel investida engendrada pela entidade odienta. Digamos que o alvo pretendido seja o genitor. Então, o obsessor desfecha seus fluidos mórbidos contra um dos filhos, pois, comprometendo-lhe a saúde, compraz-se no sofrimento paterno. É um tipo de obsessão indireta, bem mais frequente do que se imagina.

Em virtude da sensibilidade, a criança, alvo da ação obsessiva, logo se ressente e manifesta o mal estar de que é vítima por meio do choro, da inquietude, da irritabilidade, do sono perturbado. Todavia, os sintomas decorrentes do assédio espiritual podem confundir o pediatra que vai buscar no organismo as causas mais frequentes de desconforto geral, a exemplo de erupção dentária, otalgia, verminose, distúrbio comportamental etc.

Naturalmente os distúrbios infantis requerem urgência nos procedimentos médicos, pois nem sempre sintomas psíquicos ou persistentes derivam exclusivamente de obsessão espiritual. O bom senso adverte: Em primeiro lugar a assistência clínica, depois, o suporte da ciência da espiritualidade nos casos suspeitos.

Não obstante, considera-se tênue a linha divisória entre as duas condições. No nosso modo de ver, quando as tentativas da medicina não surtirem o efeito esperado, justifica-se uma investigação espiritual do caso, pois está nada custa e acontece no recesso da instituição espírita, com o concurso de médiuns experimentados nesses misteres, além da cobertura indispensável dos mentores.

Por muito tempo ainda, a obsessão espiritual será uma realidade sinistra a infelicitar o gênero humano. Esse quadro adverso só será extinto quando as imperfeições morais cederem lugar aos sentimentos enobrecidos conquistados pela maioria. A maldade humana não distingue idade nem sexo.

O ódio e a vingança bloqueiam o senso crítico, e, a exemplo do que acontece na crosta, delitos hediondos são cometidos por espíritos inferiores, avessos ao chamamento do bem. Por isso, a ciência da espiritualidade aplicada à saúde integral nos adverte para a possibilidade da obsessão espiritual, em certas situações, que não respondam satisfatoriamente aos esforços da medicina.

Partindo de tal raciocínio, é preciso atenção redobrada especialmente com as crianças. Os espíritos bondosos que nos orientam por meio de médiuns confiáveis e honestos sugerem a prática do evangelho no lar, insistem na manutenção de um clima de harmonia em família e aconselham a frequência às aulas de moral cristã nas instituições espíritas, com a finalidade de robustecer as defesas espirituais das crianças.

Portanto, diante de um quadro sugestivo de perturbação espiritual infantil, quando os passes e a água fluidificada não surtirem os efeitos previstos, por uma questão de bom senso, não descartemos a hipótese de influenciação espiritual grave, a exigir os procedimentos mais elaborados da desobsessão formal.

Na atualidade, as casas espíritas bem orientadas cultivam em sua rotina doutrinária as sessões desobsessivas, sem dúvida um passo à frente no vasto campo da medicina da alma.

Vitor Ronaldo Costa


Fundamental nas obsessões em crianças e adolescentes é favorecer a estruturação de um ego forte e amoroso.

É pouco comum encontrar crianças obsedadas. Parece haver algum tipo de proteção que as cerca, de tal forma, que a ação de espíritos desencarnados sobre elas é muito pouco observada. Ou elas gozam de alguma proteção espiritual ou o amor que lhes é dedicado pelos pais consegue neutralizar a ação maléfica que porventura se faça contra elas.

Os sinais mais evidentes daquela influência, quando ocorrem, são: sono agitado, agressividade, comportamentos estereotipados, doenças psicossomáticas, medo sem causa aparente seguido da exigência intensa da presença materna ou paterna, choro constante, fala desconexa com falha no curso do pensamento, etc. Alguns desses sintomas isolados podem ocorrer em função de problemas orgânicos, o que deve levar os pais, em todos os casos, à busca de orientação profissional.

Na adolescência é mais comum a obsessão simples, pois é a fase da auto-afirmação e da tendência à transgressão. O adolescente é mais suscetível que a criança, não só em face da vulnerabilidade maior ao livre arbítrio, como também da maior exposição às influências de seu grupo social. O desejo de experimentar o proibido, bem como a maior lembrança de seu passado reencarnatório, o colocam como alvo fácil à obsessão simples.

Tanto em crianças como em adolescentes a terapia mais recomendada é o tratamento de passes. Em alguns casos deve-se levar a criança a tratamento psicológico. Nos adolescentes geralmente o tratamento psicológico é sempre bem-vindo.

A adolescência é o período onde ocorrem grandes transformações hormonais e emocionais. Nela o espírito dá seus primeiros passos para consolidar sua personalidade. Deseja ele intensamente sua autonomia e o estabelecimento de sua identidade que cada vez mais quer que seja diferente da de seus pais. Nem sempre seus desejos de autodeterminação se realizam devido a fatores que lhes fogem à compreensão. Via de regra ele não está atento às injunções cármicas.

Na infância a agressividade é mais rara, porém, quando ocorre, costuma vir associada a outros fatores. Um deles é a ansiedade e o outro é a hiperatividade. A criança agressiva muitas vezes quer demonstrar sua insatisfação com alguma coisa que lhe pode ser inconsciente. Às vezes, também pode querer chamar a atenção para o descaso dos adultos quanto a ela.

No adolescente também pode estar associado ao uso de drogas ou mesmo à ausência paterna. A insatisfação do adolescente também pode decorrer de certos complexos típicos da fase. A insatisfação com o corpo e a dificuldade em lidar com os desafios de inserção num grupo podem ser motivos da agressividade.

Em alguns casos pode-se observar, pela força física de alguns jovens, agressividade além de limites toleráveis quando eles partem para a agressão física. Nesses casos a família deve buscar ajuda especializada para evitar que alguém, por medo ou pena, venha a sofrer graves danos a si mesmo. A passividade nos casos de agressão física pode significar um estímulo à coerção pretendida.
Necessário que, tanto com a criança quanto com o adolescente, se busque o diálogo sem entrar na mesma energia de raiva que costuma aparecer quando o que se quer é a paz. Deve-se estar atento às influências obsessivas neste período, no qual o espírito já é senhor de seu corpo. Embora ainda não seja adulto, já tem a encarnação fisicamente completada.

É de bom alvitre, quando se observarem sinais ostensivos de mediunidade antes da adolescência, que eles não sejam estimulados, isto é, que a criança não seja levada à prática ou ao exercício da faculdade que porventura apresente. Quando se observarem tais fenômenos, deve-se tratá-los naturalmente para que não desperte a criança precocemente para algo que lhe pode ser prejudicial.
A mediunidade é uma faculdade natural e pode ser exercida no ambiente do lar. Nada impede que em família se possa exercer o contato com os espíritos desencarnados, seja para alguma orientação a eles ou, ao contrário, para lhes receber auxílio. Porém, é necessário que as pessoas que assim agirem tenham conhecimento a respeito da prática mediúnica, consoante os ensinos e advertências de Allan Kardec, expressos em 'O Livro dos Médiuns'.

Muitos que se iniciaram na prática mediúnica em casa acabaram por prejudicar o ambiente doméstico com interferências indevidas de desencarnados nas relações entre familiares.

"Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não holocaustos, não teríeis condenado a inocentes. " (Mateus, 12:7)

Devemos atentar para a afirmação do Cristo quanto a querer a misericórdia. Parece-me que ele faz a opção por ela em lugar da punição, contrariando o pensamento corrente do efeito igual à causa.

A forma educativa precípua de que se utiliza Deus para fazer evoluir a criatura é o amor seguido da misericórdia. As expiações são medidas extremas nos casos onde o amor não atingiu aquele que desconhece sua eficácia. Mesmo que o ser humano persista em seu equívoco por ignorância, a misericórdia atuará e, consequentemente, os efeitos que porventura venha a sentir em si como forma educativa, serão mais atenuados que as causas que os geraram.

Crianças que apresentam sinais precoces de obsessão são espíritos que conservam equívocos do passado cujas consequências são logo vistas para a necessária correção. Apresentam-nos cedo para que logo deles se livrem e possam ter uma encarnação menos problemática.

O Cristo acena sempre com a misericórdia e o amor a todos que deles se afastaram.

Adenáuer Novaes