sábado, 1 de outubro de 2016

A fascinação nos Grupos Espíritas e os Omissos

OMISSÕES
Resultado de imagem para omissoNo íntimo acreditam-se neutros. São portadores, porém, de uma neutralidade conveniente, adotando posição parasitária, como se fora possível a indiferença ante as questões palpitantes da vida. Não se desejam comprometer. Preferem ser arrastados pela força voluptuosa dos sucessos, invariavelmente negativos, embora se façam crer pessoas honestas e interessadas no progresso do bem.

Omissos, esperam que o tempo tudo resolva, sem oferecerem a contribuição decisiva para apressar a chegada da oportunidade promissora que fomenta o êxito das realizações. Em verdade, tornam-se frios, hipnotizados pela comodidade, após perderem o calor do ideal e a vibração positiva da fé. Anseiam por melhores dias, mas nada fazem por produzi-los. Agitam se em círculo vicioso de especulações imediatistas, sem a contribuição decisiva pelas realizações superiores.

Aqui, em face ao desgoverno de muitas coisas, erguem os ombros, dizendo nada terem com isso; ali, fingem não ver, asseverando que a questão não lhes é pertinente; adiante, passam por cima dos gritantes descalabros, informando que lhes não cabe atitude alguma... No entanto, comentam, combatem, exigem providências dos outros, portadores que são de larga percepção para condenar e ruminar pessimismo.

São espíritos doentes, sem dúvida, portadores de virose singular. Algumas vezes, quando convém, aderem à facção maior, a que lhes parece vitoriosa, ou, normalmente, permanecem na posição dúbia de quem está indeciso. O cristão legítimo, particularmente o espírita, é dinâmico, combativo no sentido ideal da palavra, pugnando sempre pelas causas superiores, envidando todo esforço pela direção segura do ideal que esposa.

Não se entibia (morno) quando surgem dificuldades, nem se arreceia quando se multiplicam problemas. Recorda-se que a Causa do Cristo sempre esteve em minoria na Terra, e que, todavia, é a Causa da Verdade. Diante dele avolumam-se os valores legítimos do bem e torna-se, em consequência, expressão do bem onde se encontra.

O clamor da desordem não lhe abafa a voz, porque esta é a do exemplo; a opressão não o esmaga, porque rutilam suas realizações; o desânimo não o vence, em razão de haurir reforço de energias, nas Fontes da Espiritualidade Superior; a calúnia não o afeta, em face ao estoicismo com que vive a verdade, e prossegue, sempre o mesmo, sem pressa, mas com decisão, confiando na vitória final, após a última batalha que lhe compete travar.

A omissão, no entanto, é responsável pelo desmoronamento de ideais enobrecedores com que a Humanidade sempre foi contemplada, porquanto estimula a desordem, no silêncio conivente; açula a ira, pela morbidez que dissemina; favorece a fuga dos dubitativos que se resolvem pela atitude mais fácil. Omissão, é, também, ausência de firmeza de caráter, covardia moral.

A omissão de muitos dos companheiros e beneficiários de Jesus contribuiu largamente para o drama do Calvário. O silêncio dos chamados homens probos favorece a penetração e vitória das infelizes falcatruas e malversações promovidas pelos aventureiros e maus. Imperioso fazer convergir para os pontos fulgurantes do dever todos os esforços, não compactuando com os menestréis da perturbação e fomentadores da iniquidade. Silenciar a autodefesa em prol do ideal representa elevação de espírito, enquanto calar para preservar posições mentirosas traduz desrespeito a si próprio e, em decorrência, agressão ao que supõe acreditar ou afirma seguir.

O cristão omisso é alguém em vias de decomposição emocional, que está em processo de morte sem o perceber. Desse modo, constrói sempre e convictamente o bem em toda parte, comunicando entusiasmo e otimismo, descobrindo, por fim, que o contágio do amor e da esperança é tão fecundo que, após, mimetizar aqueles que nos cercam, retorna com força nova que nos domina e agiganta, conduzindo-nos na direção dos objetivos que defendemos e a que nos afervoramos.

FRANCO, Divaldo Pereira. Da obra: Celeiro de Bênçãos. Ditado pelo Espírito Joanna De Angelis. Capítulo Quarenta e Oito.

* Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para domar as suas más inclinações 


Mistura ou salada Mística

A fascinação é, sem dúvida, a responsável por inúmeras condutas esdrúxulas observadas em núcleos ditos espíritas, tais como práticas de cunho supersticioso e místico, sem qualquer fundamento racional e doutrinário.

Na esfera da divulgação, muitos indivíduos, embora instruídos, não estão livres da fascinação. Alguns, por confiarem excessivamente no seu pretenso saber, tornam-se instrumentos de Espíritos fascinadores e passam a divulgar, através de livros ou palestras, conceitos antidoutrinários nocivos à fé (raciocinada) espírita. Adotam e divulgam uma série de "ensinos" sem qualquer fundamentação doutrinária e um discurso místico-esotérico a qual chamam de "universalismo", sendo que, quando tais "ensinos" são comparados, nota-se não haver qualquer concordância e que cada um de seus representantes diz uma coisa, baseados que estão unicamente em suas férteis imaginações e arroubos místicos.

Infelizmente, isso tudo é conduzido por espíritos perversos, levianos e/ou pseudo-sábios, que estimulam tais fantasias de modo a atrasar o progresso do humanidade e de seus ingênuos adeptos, fazendo-se valer de indivíduos incautos, de mente imaginosa e que carecem de aprofundamento e estudo das questões mais básicas do conhecimento, tanto do ponto-de-vista humano quanto espiritual.

São pessoas que ainda atrelam as questões do espírito ao maravilhoso, ao sobrenatural, ao milagreiro, ao aterrador, ao fantástico, esquecendo-se da razão, da racionalidade e da necessidade de tudo aferir para que então se possa, enfim, acreditar. Em tudo crêem, bastando que esteja um médium, um espírito ou algo que o valha a ditar alguma tolice sem sentido - desde que recheada de palavras bonitas e pomposas - para que sejam imediatamente aceitas como reflexo da Verdade e da mais pura "revelação" espiritual..

Quando chamados à realidade, vociferam, alegando terem a liberdade de pensarem como quiserem e que não se encontram "presos" a nenhuma "ortodoxia", não se importando que levam, de roldão, dezenas de outras consciências ao abismo de seus devaneios místicos, com que se aferram, julgando-se "especiais", "escolhidos"...



A Fascinação nos Grupos Espíritas

Allan Kardec alerta para outro grave perigo: o da fascinação de grupos espíritas. Iniciantes afoitos e inexperientes podem cair vítimas de Espíritos mistificadores e embusteiros que se comprazem em exercer domínio intelectual sob todos aqueles que lhes dão ouvidos, manifestando-se algumas vezes como guias, missionários, e até como Espíritos de outra natureza, advindos de algum planeta ou galáxia distante. O mesmo pode ocorrer com grupos experientes que se julguem maduros o suficiente. O orgulho e o sentimento de superioridade é a porta larga para a entrada dos Espíritos fascinadores. Portanto, deve-se tomar todo o cuidado quando na direção de centros espíritas e das sessões de atividades mediúnicas. Os dirigentes são alvos preferidos dos Espíritos hipócritas que, dominando-os, podem mais facilmente dominar o grupo.

espírito Vianna de Carvalho ditou a seguinte mensagem, intitulada "Esquisitices e Espiritismo":

"Ressumam com frequência nos arraiais da prática mediúnica esdrúxulas superstições que tomam corpo, teimosamente, entre os adeptos menos esclarecidos do Espiritismo, grassando por descuido dos estudiosos, que preferem adotar uma posição dubidativa, à coerência doutrinária de que sobejas vezes deu mostras o insigne Codificador.

Pretendendo não se envolver no desagrado da ignorância que se desdobra sob a indumentária de fanatismos repetitivos, alguns espíritas sinceros, encarregados de esclarecer, consolar e instruir doutrinariamente o próximo, fazem-se tolerantes com erros lamentáveis, em detrimento da salutar propaganda da Doutrina de Jesus, ora atualizada pelos Espíritos Superiores. A pretexto de não contrariarem a petulância e o aventureirismo, cometem o nefando engano de compactuarem com o engodo, desconcertando as paisagens da fé e, sem dúvida, conspurcando os postulados kardecistas, que pareceriam aceitar esses apêndices viciosos e jargões deturpadores como informações doutrinárias. (...)

De uma lado, é a ausência de estudo sistemático, de autodidatismo espirítico, haurido na Codificação, de atualização doutrinária em face das conquistas do moderno pensamento filosófico e tecnológico; doutro, é o desamor com que muitos confrades, após se adentrarem no conhecimento imortalista, mantêm atitude de indiferença, resguardando a própria comodidade, por egoísmo, recusando-se a experimentar problemas e tarefas, caso se empenhassem na correta difusão e no eficiente esclarecimento espírita; ainda por outra circunstância, é a falsa supervalorização que se atribuem muitos, preferindo a distância, como se a função de quem conhece não fosse a de elucidar os que jazem na incipiência ou na sombra das tentativas infelizes; e, normalmente, é porque diversos preferem a falsa estima em que se projetam ilusoriamente a desfavor do aplauso da consciência reta e do labor retamente realizado...

...E surgem esquisitices que recebem as manchetes do sensacionalismo da Imprensa mais interessados na divulgação infeliz que atrai clientes, do que na informação segura que serve como luzes do esclarecimento eficiente.

Médiuns e médiuns pululam nos diversos campos da propaganda, autopromovendo-se, mediante ridículos conciliábulos como 'status' de fantasias vigentes no báratro em que se converteu a Terra, sem aferição de valores autênticos, com raras exceções, conduzindo, quase sempre, a deplorável vulgaridade a nobre Mensagem dos Céus, assim chafurdando levianamente nos vícios que incorrem. Fazem-se instrumentos devisões extravagantes e dizem-se dialogando com anjos e santos desocupados, quando não se utilizando, ousadamente, dos venerandos nomes de Cristo e Maria, dos Apóstolos e dos eminentes sábios e filósofos do passado, que retornam com expressões da excentricidade, abordando temas de somenos importância em linguagem chã, com despautérios, em desrespeito pelas regras elementares da lógica e da gramática, na forma em que se apresentam. Parecia que a desencarnação os depreciara, fazendo-os perder a lucidez, o patrimônio moral-intelectual conseguido nos longos sacrifícios em que se empenharam arduamente. Prognosticam, proféticos, os fins dos tempos chegados e, imaginosos, recorrem ao pavor e à linguagem empolada, repetindo as proezas confusas de videntes do pretérito, atormentados que são, a seu turno, no presente.

Utilizando-se das informações honestas da Ciência, passam à elaboração de informes fantásticos, fomentando débeis vagidos de 'ciência-ficção', entregando-se a debates e provas inexpressivas retiradas de lacônicos telegramas de agências noticiosas, com que esperam positivar seus informes sobre a vida em tais ou quais condições, nesse ou naquele Planeta do Sistema Solar, ou noutra galáxia que se lhe torne simpática, como se a Doutrina já não o houvera oportunamente conceituado com segurança a questão, à Ciência competindo o labor de trazer a sua própria afirmação, sem incorrerem os espiritistas no perigo do ridículo desnecessário... (Veja nosso artigo sobre o tema aqui).

Outras vezes entregam-se à atualização de antigas crendices e feitiços, enredando os neófitos em mancomunações com Entidades infelizes ainda anestesiadas pelos tóxicos de última reencarnação, vinculadas às impressões do que acreditavam e se demoram cultuando...

Receitam práticas estranhas e confusas, perturbando as mentes que se encontram em plena infância da cultura como da experiência superior, tornando-se chefes e condutores cegos que são, conduzindo outros cegos, conforme a lição evangélica, terminando por caírem todos no mesmo abismo...

O Espiritismo é simples e fácil como a verdade quando penetrada.

Deixá-lo padecer a leviana aventura de pessoas irresponsáveis, ingênuas ou malévolas, é gravame de que não se poderão eximir os legítimos adeptos da Terceira Revelação.

(...)Cabem, frequentemente, sempre que possíveis, as honestas informações entre Doutrina Espírita e Doutrinas Espiritualistas, prática espírita e práticas mediúnicas, opinião espírita e opiniões medianímicas, calcadas na Codificação Kardequiana, que delineou, aliás, com muita propriedade, as características do Espiritismo, conforme se lê na Introdução de 'O Livro dos Espíritos', estando presente em todo o Pentateuco, que desdobra os postulados mestres em incomparáveis estudos de perfeita atualidade, a resistirem a todas as investidas da razão, da técnica e da fé contemporâneas".

Questão de Coerência

Como já pudemos constatar em vários artigos, não só o Codificador e os Espíritos ligados diretamente à Codificação se preocupavam com os rumos do movimento Espírita e a nefasta tendência das ideias demasiado heterodoxas e suas infiltrações no Movimento Espírita, mas também outras entidades espirituais têm atualmente evidenciado grande preocupação com a invasão de práticas e conceitos estranhos advindos do Orientalismo e do Africanismo, que são respeitáveis, mas que não coadunam com os ensinamentos espíritas.


Portanto, estudemos, pois, a Doutrina Espírita, e atentemos para os desvios que sorrateiramente encarnados e desencarnados propõem de maneira leviana e até irresponsável, para que, amanhã, não caiamos nós nas teias e descaminhos da fascinação.

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