582. Pode-se considerar a
paternidade como uma missão?
-- É, sem contradita, uma missão.
E ao mesmo tempo um dever muito grande, que implica, mais do que o homem pensa,
sua responsabilidade para o futuro. Deus põe a criança sob a tutela dos pais
para que estes a dirijam no caminho do bem, e lhes facilitou a tarefa, dando à criança
uma organização débil e delicada, que a torna acessível a todas as impressões.
Mas há os que mais se ocupam de endireitar as árvores do pomar e fazê-las
carregar de bons frutos, do que de endireitar o caráter do filho. Se este
sucumbir por sua culpa, terão de sofrer a pena, e os sofrimentos da criança na
vida futura recairão sobre eles, porque não fizeram o que lhes competia para o
seu adiantamento nas vias do bem.
... “Oh, espíritas! Compreendei
neste momento o grande papel da Humanidade! Compreendei que, quando gerais um
corpo, a alma que se encarna vem do espaço para progredir. Tomai conhecimento
dos vossos deveres, e ponde todo o vosso amor em aproximar essa alma de Deus: é
essa a missão que vos está confiada, e da qual recebereis a recompensa, se a
cumprirdes fielmente. Vossos cuidados, a educação que lhe derdes, auxiliarão o
seu aperfeiçoamento e a sua felicidade futura.
Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe, Deus perguntará: "Que
fizestes da criança confiada à vossa guarda?" Se permaneceu atrasada por
vossa culpa, vosso castigo será o de vê-la entre os Espíritos sofredores,
quando dependia de vós que fosse feliz. (ESE cap. XIV, item 9...)
583- a. Se uma criança se torna
um bom adulto, apesar da negligência ou dos maus exemplos dos pais, estes se
beneficiam com isso?
-- Deus é justo.
[...]onde há missão pode sempre
existir demissão; onde há compromissos, pode sempre existir negação. Para
muitos pais ainda existe o perigo de perderem a consciência do encargo que lhes
foi confiado. Seja por imperceptível acomodação, seja por sinuosa negligência,
seja ainda por medo da responsabilidade, os pais fogem de filhos e de si
mesmos; de boa consciência aceitam ser os “por criadores” dos filhos, mas se
recusam a ser os “criadores” deles. (Pe Charbonneau, livro Educar – Diálogo de
Gerações, cap. Editora Pedagógica Universitária).
Desde o berço, a criança manifesta os
instintos bons ou maus que traz de sua existência anterior. É necessário
aplicar-se em estudá-los. Todos os males têm sua origem no egoísmo e no
orgulho. Espreitai, pois, os menores sinais que revelam os germes desses
vícios, e dedicai-vos a combatê-los, sem esperar que eles lancem raízes
profundas. Fazei como o bom jardineiro, que arranca os brotos daninhos à medida
que os vê aparecerem na árvore. Se deixardes que o egoísmo e o orgulho se
desenvolvam, não vos espanteis de ser pagos mais tarde pela ingratidão. Quando
os pais tudo fizeram para o adiantamento moral dos filhos, se não conseguiram
êxito, não tem do que lamentar e sua consciência pode estar tranquila. Quanto à
amargura muito natural que experimentam, pelo insucesso de seus esforços, Deus
reserva-lhes uma grande, imensa consolação, pela certeza de que é apenas um
atraso momentâneo, e que lhe será dado acabarem outra existência a obra então
começada, e que um dia o filho ingrato os recompensará com o seu amor. (ESE,
cap. XIV item 9).
Quantos pais infelizes com os
filhos, por não terem combatido as suas más tendências desde o princípio. Por
fraqueza ou indiferença, deixaram que se desenvolvessem neles os germes do
orgulho, do egoísmo e da tola vaidade, que ressecam o coração. Mais tarde
colhendo o que semearam, admiram-se e afligem-se com a sua falta de respeito e
a sua ingratidão. (ESE cap. V item 4)
O que é educação?A palavra educação e seus diferentes significados. Entre muitos, implica falar em hábitos e valores de determinada sociedade, em determinado momento histórico, que é transmitida para gerações posteriores. Além de ser algo da vida em sociedade, a educação também compreende o aprendizado das experiências individuais.
De acordo com Allan Kardec em O Livro dos Espíritos, nos comentários sobre a temática, afirma que: [...] há um elemento que não se
ponderou bastante, e sem o qual a ciência econômica não passa de teoria: a
educação. Não a educação intelectual, mas a moral, e nem ainda a educação moral
pelos livros, mas a que consiste na arte de formar os caracteres, aquela que cria
os hábitos, porque educação é conjunto de hábitos adquiridos.
Quando se pensa na massa de
indivíduos diariamente lançados na corrente da população, sem princípios, sem
freios, entregues aos próprios instintos, deve-se admirar das consequências
desastrosas desse fato? (OLE 685,a)
O que é educar?
Nos sentidos da palavra educação que discutimos, educar pode compreender tanto o processo de transmissão de conhecimentos, hábitos e valores, como também criar condições para que o sujeito experiencie o mundo. Educar é acompanhar e influenciar, de alguma forma, o desenvolvimento da aprendizagem, das capacidades físicas e intelectuais
Fonte de pesquisa:
O Livro dos Espíritos e O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec
Juliana Spinelli Ferrari - Mestranda em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP - Universidade de São Paulo
Pe Charbonneau, livro Educar – Diálogo de Gerações, cap. Editora Pedagógica Universitária).
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