terça-feira, 20 de dezembro de 2016

D. Yvonne Pereira: O nascimento de uma Estrela

O nascimento de uma Estrela


Uma estrela é uma imensa esfera de gás que gera energia em seu centro através de reações de fusão nuclear. Ela difere de um planeta exatamente pelo fato de este não ter fonte interna de energia nuclear. As estrelas, sem exceção, nascem, vivem e ... morrem! Embora o nascimento de todas as estrelas ocorra de forma semelhante, sua vida e sua morte dependem de diversos parâmetros, entre eles a composição química e, principalmente, a massa.Depois que a proto-estrela se forma, ela continua a se concentrar e diminuir de tamanho. Nessa contração a temperaura interna aumenta bastante, a ponto de ionizar os átomos aí existentes, retirando os elétrons que giram em torno do núcleo atômico. O interior da proto-estrela passa a ser constituído não mais de átomos, mas sim de uma mistura de prótons e elétrons, basicamente. A essa mistura dá-se o nome de plasma, conhecido como sendo o quarto estado físico da matéria.
Devido à alta temperatura, os prótons apresentam um movimento muito intenso. Alguns deles podem se chocar, e apesar das forças de repulsão eletrostática que procuram repelir cargas elétricas de mesmos nomes, a velocidade desses prótons pode ser tão grande que eles conseguem suplantar essa repulsão e se unirem entre si. Quando ocorre a fusão desses prótons, diz-se que foi feita uma fusão nuclear. É quando começam as reações de fusão nuclear no interior da proto-estrela que dizemos que nasceu uma estrela.
Assim, uma estrela é um corpo gasoso no interior do qual estão ocorrendo reações de fusão nuclear que transformam elementos químicos de peso atômico menor em elementos de peso atômico maior. Resumidamente costuma-se dizer que está havendo a passagem de elementos leves para elementos mais pesados. Sabe-se hoje que a fusão de elementos químicos mais leves para mais pesados, especificamente dos mais leves, se dá com a liberação de energia. A fusão nuclear é a fonte de energia das estrelas. Enquanto houver combustível nuclear no interior da estrela que possa ser convertido num elemento mais pesado com a liberação de energia, a estrela permanecerá viva.

O telescópio espacial Hubble revolucionou a Astronomia, respondendo a antigas questões formuladas pela humanidade e trazendo à frente de nossos olhos um universo muitas vezes até então impensado. Como nascem as estrelas? Como são formados os mundos? No final do século XX, cientistas consideram que as discussões sobre os processos fundamentais referentes a algumas dessas questões milenares estão praticamente encerradas devido ao êxito das pesquisas do Hubble.

Com Allan Kardec aprendemos em O Evangelho Segundo o Espiritismo em seu capítulo XXVIII item 89 que “para conhecer as coisas do mundo visível e descobrir os segredos da natureza material, Deus concedeu aos homens a vista física, os sentidos corporais e os instrumentos especiais. Com o telescópio, ele mergulha o seu olhar nas profundidades do espaço, e com o microscópio descobriu o mundo dos infinitamente pequenos. Para penetrar o mundo invisível, deu-lhe a mediunidade”.

Muitos médiuns ao longo dos tempos fizeram de suas vidas um vasto campo de histórias, mitos, superando barreiras e preconceitos.

Assim como a luz das estrelas provocou a invenção do telescópio; assim como para se estudar o infinitamente pequeno foi necessário o microscópio, assim também a averiguação da existência dos Espíritos, ou daqueles que impropriamente chamamos mortos, não dispensa um instrumento, e esse instrumento não poderia ser mais aperfeiçoado do que o próprio corpo humano, o mesmo de que se servem os Espíritos quando encarnados na Terra.

O médium é, pois, uma criatura humana, seja homem ou mulher, velho ou moço, que tem aptidões físicas e cujo corpo carnal é suscetível de sofrer a influência de outra criatura, ou a de um Espírito. (Médiuns e Mediunidade).

Entre tantos médiuns, destacamos como fonte de nossas referências, D. Yvonne Pereira, que no dia 24 de dezembro de 1900 retornava ao nosso convívio físico, nós os encarnados. Uma outra ESTRELA nascia e através de sua energia vem iluminando almas, e em função desta energia, é que fizemos este paralelo acima sobre NASCIMENTO DE UMA ESTRELA.

Vejamos um pouco mais de sua história:

Yvonne do Amaral Pereira (YPHONE na certidão de nascimento) nasceu na antiga Villa de Santa Thereza de Valença, no sítio do Rapa-queijo, hoje Rio das Flores, sul do estado do Rio de Janeiro, às 6 horas da manhã. O pai, um pequeno negociante, Manoel José Pereira Filho e a mãe Elizabeth do Amaral Pereira. Teve 5 irmãos mais moços e um mais velho, filho do primeiro casamento da mãe.

Aos 29 dias de nascida, depois de um acesso de tosse, sobreveio uma sufocação que a deixou como morta (catalepsia ou morte aparente). O fenômeno foi fruto dos muitos complexos que carregava no espírito, já que, na última existência terrestre, morrera afogada por suicídio. Durante 6 horas permaneceu nesse estado. O médico e o farmacêutico atestaram morte por sufocação. O velório foi preparado. A suposta defunta foi vestida com grinalda e vestido branco e azul. O pequeno caixão branco foi encomendado. A mãe se retirou a um aposento, onde fez uma sincera e fervorosa prece a Maria de Nazaré, pedindo para que a situação fosse definida, pois, não acreditava que a filha estivesse morta. Instantes depois, a criança acorda aos prantos. Todos os preparativos foram desfeitos. O funeral foi cancelado e a vida seguiu seu curso normal.



Destaque de uma série de entrevistas com D. Yvonne.

Obreiros do Bem – Reportando-se a outra série de livros seus mais especificamente, nas Voragens do Pecado, O cavaleiro de Numiers, e o Drama de Bretanha, que nos poderia dizer sobre as circunstâncias de captação desses livros?

Yvone Pereira
O mais interessante nessa série de três livros é o fato de que eu comecei a recebê-la de trás para diante, ou seja, do último da série para o primeiro, logo depois que terminei os trabalhos finais de Memórias de um suicida. Primeiro, escrevi o drama de Bretanha, que fecha o ciclo, depois chegou O cavaleiro de Numiers, o elo principal da corrente; mas, só no ano de 1959 foi escrito Nas Voragens do pecado, o primeiro da série como já disse.Na verdade, só vim a me perceber de que isso havia acontecido quando recebi ordens de Charles para revisar, junto com os mentores, O drama de Bretanha. Todos esses livros – menos Nas voragens do pecado, foram originalmente, escritos em blocos de papel manilha, rosa ou amarelo, ou papel de pão, papel pardo, que eu juntava, visto que sempre vivi em extrema dificuldade financeira; conseguia o papel, ajeitava-o, passava–o a ferro e utilizava-o na escrita dos livros. Como o lápis não tinha bom desempenho sobre papel desses tipos, eu resolvi escrever com caneta. Isso, aparentemente sem importância, foi à salvação da série, principalmente de O drama de Bretanha e o Cavaleiro de Numiers, porque trinta anos depois de escritos, já estando o papel puído, a sombra do lápis já teria desaparecido, mas a caneta resistiu à ação do tempo.




Atuou orientando médiuns e Centros Espíritas, reconciliando cônjuges, reequilibrando lares desarmonizados, consolando corações, evitando suicídios e esclarecendo Espíritos sofredores.
Estudiosa da Doutrina Espírita, na Codificação alicerçava todo seu trabalho, seguindo fielmente as prescrições de O livro dos médiuns, no exercício da própria faculdade.
Deixou um legado de extraordinárias obras:
Memórias de um suicida (1954)
Nas telas do infinito (1955)
Amor e ódio (1956)
A tragédia de Santa Maria (1957)
Nas voragens do pecado (1960)
Ressurreição e vida (1963)
Devassando o invisível (1964)
Dramas da obsessão (1964)
Recordações da mediunidade (1966)
O drama da Bretanha (1973)
Sublimação (1973)
O cavaleiro de Numiers (1975)
Cânticos do coração – v. I e II (1994)
À luz do Consolador (1997)
Um caso de reencarnação (2000).
Yvonne retornou ao Mundo Espiritual no dia 9 de março de 1984, tendo desencarnado no Hospital da Lagoa, no Rio de Janeiro.

Bibliografia:
1.À luz do Consolador – Yvonne A. Pereira, ed. FEB.
2.Devassando o Invisível – Yvonne A. Pereira, ed. FEB.
3. Recordações da mediunidade – Yvonne A. Pereira, ed.FEB.
4. Um caso de reencarnação – eu e Roberto de Canallejas –Yvonne A. Pereira, ed. Societo         Lorenz.
5.Yvonne Pereira, uma heroína silenciosa – Pedro Camilo, ed. Lachâtre.



sábado, 1 de outubro de 2016

A fascinação nos Grupos Espíritas e os Omissos

OMISSÕES
Resultado de imagem para omissoNo íntimo acreditam-se neutros. São portadores, porém, de uma neutralidade conveniente, adotando posição parasitária, como se fora possível a indiferença ante as questões palpitantes da vida. Não se desejam comprometer. Preferem ser arrastados pela força voluptuosa dos sucessos, invariavelmente negativos, embora se façam crer pessoas honestas e interessadas no progresso do bem.

Omissos, esperam que o tempo tudo resolva, sem oferecerem a contribuição decisiva para apressar a chegada da oportunidade promissora que fomenta o êxito das realizações. Em verdade, tornam-se frios, hipnotizados pela comodidade, após perderem o calor do ideal e a vibração positiva da fé. Anseiam por melhores dias, mas nada fazem por produzi-los. Agitam se em círculo vicioso de especulações imediatistas, sem a contribuição decisiva pelas realizações superiores.

Aqui, em face ao desgoverno de muitas coisas, erguem os ombros, dizendo nada terem com isso; ali, fingem não ver, asseverando que a questão não lhes é pertinente; adiante, passam por cima dos gritantes descalabros, informando que lhes não cabe atitude alguma... No entanto, comentam, combatem, exigem providências dos outros, portadores que são de larga percepção para condenar e ruminar pessimismo.

São espíritos doentes, sem dúvida, portadores de virose singular. Algumas vezes, quando convém, aderem à facção maior, a que lhes parece vitoriosa, ou, normalmente, permanecem na posição dúbia de quem está indeciso. O cristão legítimo, particularmente o espírita, é dinâmico, combativo no sentido ideal da palavra, pugnando sempre pelas causas superiores, envidando todo esforço pela direção segura do ideal que esposa.

Não se entibia (morno) quando surgem dificuldades, nem se arreceia quando se multiplicam problemas. Recorda-se que a Causa do Cristo sempre esteve em minoria na Terra, e que, todavia, é a Causa da Verdade. Diante dele avolumam-se os valores legítimos do bem e torna-se, em consequência, expressão do bem onde se encontra.

O clamor da desordem não lhe abafa a voz, porque esta é a do exemplo; a opressão não o esmaga, porque rutilam suas realizações; o desânimo não o vence, em razão de haurir reforço de energias, nas Fontes da Espiritualidade Superior; a calúnia não o afeta, em face ao estoicismo com que vive a verdade, e prossegue, sempre o mesmo, sem pressa, mas com decisão, confiando na vitória final, após a última batalha que lhe compete travar.

A omissão, no entanto, é responsável pelo desmoronamento de ideais enobrecedores com que a Humanidade sempre foi contemplada, porquanto estimula a desordem, no silêncio conivente; açula a ira, pela morbidez que dissemina; favorece a fuga dos dubitativos que se resolvem pela atitude mais fácil. Omissão, é, também, ausência de firmeza de caráter, covardia moral.

A omissão de muitos dos companheiros e beneficiários de Jesus contribuiu largamente para o drama do Calvário. O silêncio dos chamados homens probos favorece a penetração e vitória das infelizes falcatruas e malversações promovidas pelos aventureiros e maus. Imperioso fazer convergir para os pontos fulgurantes do dever todos os esforços, não compactuando com os menestréis da perturbação e fomentadores da iniquidade. Silenciar a autodefesa em prol do ideal representa elevação de espírito, enquanto calar para preservar posições mentirosas traduz desrespeito a si próprio e, em decorrência, agressão ao que supõe acreditar ou afirma seguir.

O cristão omisso é alguém em vias de decomposição emocional, que está em processo de morte sem o perceber. Desse modo, constrói sempre e convictamente o bem em toda parte, comunicando entusiasmo e otimismo, descobrindo, por fim, que o contágio do amor e da esperança é tão fecundo que, após, mimetizar aqueles que nos cercam, retorna com força nova que nos domina e agiganta, conduzindo-nos na direção dos objetivos que defendemos e a que nos afervoramos.

FRANCO, Divaldo Pereira. Da obra: Celeiro de Bênçãos. Ditado pelo Espírito Joanna De Angelis. Capítulo Quarenta e Oito.

* Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para domar as suas más inclinações 


Mistura ou salada Mística

A fascinação é, sem dúvida, a responsável por inúmeras condutas esdrúxulas observadas em núcleos ditos espíritas, tais como práticas de cunho supersticioso e místico, sem qualquer fundamento racional e doutrinário.

Na esfera da divulgação, muitos indivíduos, embora instruídos, não estão livres da fascinação. Alguns, por confiarem excessivamente no seu pretenso saber, tornam-se instrumentos de Espíritos fascinadores e passam a divulgar, através de livros ou palestras, conceitos antidoutrinários nocivos à fé (raciocinada) espírita. Adotam e divulgam uma série de "ensinos" sem qualquer fundamentação doutrinária e um discurso místico-esotérico a qual chamam de "universalismo", sendo que, quando tais "ensinos" são comparados, nota-se não haver qualquer concordância e que cada um de seus representantes diz uma coisa, baseados que estão unicamente em suas férteis imaginações e arroubos místicos.

Infelizmente, isso tudo é conduzido por espíritos perversos, levianos e/ou pseudo-sábios, que estimulam tais fantasias de modo a atrasar o progresso do humanidade e de seus ingênuos adeptos, fazendo-se valer de indivíduos incautos, de mente imaginosa e que carecem de aprofundamento e estudo das questões mais básicas do conhecimento, tanto do ponto-de-vista humano quanto espiritual.

São pessoas que ainda atrelam as questões do espírito ao maravilhoso, ao sobrenatural, ao milagreiro, ao aterrador, ao fantástico, esquecendo-se da razão, da racionalidade e da necessidade de tudo aferir para que então se possa, enfim, acreditar. Em tudo crêem, bastando que esteja um médium, um espírito ou algo que o valha a ditar alguma tolice sem sentido - desde que recheada de palavras bonitas e pomposas - para que sejam imediatamente aceitas como reflexo da Verdade e da mais pura "revelação" espiritual..

Quando chamados à realidade, vociferam, alegando terem a liberdade de pensarem como quiserem e que não se encontram "presos" a nenhuma "ortodoxia", não se importando que levam, de roldão, dezenas de outras consciências ao abismo de seus devaneios místicos, com que se aferram, julgando-se "especiais", "escolhidos"...



A Fascinação nos Grupos Espíritas

Allan Kardec alerta para outro grave perigo: o da fascinação de grupos espíritas. Iniciantes afoitos e inexperientes podem cair vítimas de Espíritos mistificadores e embusteiros que se comprazem em exercer domínio intelectual sob todos aqueles que lhes dão ouvidos, manifestando-se algumas vezes como guias, missionários, e até como Espíritos de outra natureza, advindos de algum planeta ou galáxia distante. O mesmo pode ocorrer com grupos experientes que se julguem maduros o suficiente. O orgulho e o sentimento de superioridade é a porta larga para a entrada dos Espíritos fascinadores. Portanto, deve-se tomar todo o cuidado quando na direção de centros espíritas e das sessões de atividades mediúnicas. Os dirigentes são alvos preferidos dos Espíritos hipócritas que, dominando-os, podem mais facilmente dominar o grupo.

espírito Vianna de Carvalho ditou a seguinte mensagem, intitulada "Esquisitices e Espiritismo":

"Ressumam com frequência nos arraiais da prática mediúnica esdrúxulas superstições que tomam corpo, teimosamente, entre os adeptos menos esclarecidos do Espiritismo, grassando por descuido dos estudiosos, que preferem adotar uma posição dubidativa, à coerência doutrinária de que sobejas vezes deu mostras o insigne Codificador.

Pretendendo não se envolver no desagrado da ignorância que se desdobra sob a indumentária de fanatismos repetitivos, alguns espíritas sinceros, encarregados de esclarecer, consolar e instruir doutrinariamente o próximo, fazem-se tolerantes com erros lamentáveis, em detrimento da salutar propaganda da Doutrina de Jesus, ora atualizada pelos Espíritos Superiores. A pretexto de não contrariarem a petulância e o aventureirismo, cometem o nefando engano de compactuarem com o engodo, desconcertando as paisagens da fé e, sem dúvida, conspurcando os postulados kardecistas, que pareceriam aceitar esses apêndices viciosos e jargões deturpadores como informações doutrinárias. (...)

De uma lado, é a ausência de estudo sistemático, de autodidatismo espirítico, haurido na Codificação, de atualização doutrinária em face das conquistas do moderno pensamento filosófico e tecnológico; doutro, é o desamor com que muitos confrades, após se adentrarem no conhecimento imortalista, mantêm atitude de indiferença, resguardando a própria comodidade, por egoísmo, recusando-se a experimentar problemas e tarefas, caso se empenhassem na correta difusão e no eficiente esclarecimento espírita; ainda por outra circunstância, é a falsa supervalorização que se atribuem muitos, preferindo a distância, como se a função de quem conhece não fosse a de elucidar os que jazem na incipiência ou na sombra das tentativas infelizes; e, normalmente, é porque diversos preferem a falsa estima em que se projetam ilusoriamente a desfavor do aplauso da consciência reta e do labor retamente realizado...

...E surgem esquisitices que recebem as manchetes do sensacionalismo da Imprensa mais interessados na divulgação infeliz que atrai clientes, do que na informação segura que serve como luzes do esclarecimento eficiente.

Médiuns e médiuns pululam nos diversos campos da propaganda, autopromovendo-se, mediante ridículos conciliábulos como 'status' de fantasias vigentes no báratro em que se converteu a Terra, sem aferição de valores autênticos, com raras exceções, conduzindo, quase sempre, a deplorável vulgaridade a nobre Mensagem dos Céus, assim chafurdando levianamente nos vícios que incorrem. Fazem-se instrumentos devisões extravagantes e dizem-se dialogando com anjos e santos desocupados, quando não se utilizando, ousadamente, dos venerandos nomes de Cristo e Maria, dos Apóstolos e dos eminentes sábios e filósofos do passado, que retornam com expressões da excentricidade, abordando temas de somenos importância em linguagem chã, com despautérios, em desrespeito pelas regras elementares da lógica e da gramática, na forma em que se apresentam. Parecia que a desencarnação os depreciara, fazendo-os perder a lucidez, o patrimônio moral-intelectual conseguido nos longos sacrifícios em que se empenharam arduamente. Prognosticam, proféticos, os fins dos tempos chegados e, imaginosos, recorrem ao pavor e à linguagem empolada, repetindo as proezas confusas de videntes do pretérito, atormentados que são, a seu turno, no presente.

Utilizando-se das informações honestas da Ciência, passam à elaboração de informes fantásticos, fomentando débeis vagidos de 'ciência-ficção', entregando-se a debates e provas inexpressivas retiradas de lacônicos telegramas de agências noticiosas, com que esperam positivar seus informes sobre a vida em tais ou quais condições, nesse ou naquele Planeta do Sistema Solar, ou noutra galáxia que se lhe torne simpática, como se a Doutrina já não o houvera oportunamente conceituado com segurança a questão, à Ciência competindo o labor de trazer a sua própria afirmação, sem incorrerem os espiritistas no perigo do ridículo desnecessário... (Veja nosso artigo sobre o tema aqui).

Outras vezes entregam-se à atualização de antigas crendices e feitiços, enredando os neófitos em mancomunações com Entidades infelizes ainda anestesiadas pelos tóxicos de última reencarnação, vinculadas às impressões do que acreditavam e se demoram cultuando...

Receitam práticas estranhas e confusas, perturbando as mentes que se encontram em plena infância da cultura como da experiência superior, tornando-se chefes e condutores cegos que são, conduzindo outros cegos, conforme a lição evangélica, terminando por caírem todos no mesmo abismo...

O Espiritismo é simples e fácil como a verdade quando penetrada.

Deixá-lo padecer a leviana aventura de pessoas irresponsáveis, ingênuas ou malévolas, é gravame de que não se poderão eximir os legítimos adeptos da Terceira Revelação.

(...)Cabem, frequentemente, sempre que possíveis, as honestas informações entre Doutrina Espírita e Doutrinas Espiritualistas, prática espírita e práticas mediúnicas, opinião espírita e opiniões medianímicas, calcadas na Codificação Kardequiana, que delineou, aliás, com muita propriedade, as características do Espiritismo, conforme se lê na Introdução de 'O Livro dos Espíritos', estando presente em todo o Pentateuco, que desdobra os postulados mestres em incomparáveis estudos de perfeita atualidade, a resistirem a todas as investidas da razão, da técnica e da fé contemporâneas".

Questão de Coerência

Como já pudemos constatar em vários artigos, não só o Codificador e os Espíritos ligados diretamente à Codificação se preocupavam com os rumos do movimento Espírita e a nefasta tendência das ideias demasiado heterodoxas e suas infiltrações no Movimento Espírita, mas também outras entidades espirituais têm atualmente evidenciado grande preocupação com a invasão de práticas e conceitos estranhos advindos do Orientalismo e do Africanismo, que são respeitáveis, mas que não coadunam com os ensinamentos espíritas.


Portanto, estudemos, pois, a Doutrina Espírita, e atentemos para os desvios que sorrateiramente encarnados e desencarnados propõem de maneira leviana e até irresponsável, para que, amanhã, não caiamos nós nas teias e descaminhos da fascinação.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Um estranho caso de Suicídio – Fonte: Cânticos do Coração, volume II – D. Yvonne Pereira



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D. Yvonne Pereira
 ”Afirmou-lhe Jesus: Quem beber desta água tomará a ter sede; aquele, porém que beber da água que lhe der nunca mais terá sede. Pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna. Disse-lhe então a mulher: Senhor, dá-me dessa água para que eu não tenha sede, nem precise vir aqui busca-la”. (Jesus – João, cap. 4, v. 5 a 25).

Cada vez mais nos convencemos de nós outros, espiritistas, devemos dedicar o máximo esforço para distribuirmos  aos sedentos de amor, de justiça, de consolo, de luzes e conhecimentos espirituais aquele “pão do Céu” que a doutrina de Jesus representa pela “água viva” de que ele informou à mulher samaritana à beira do poço de Jacó, na cidade de Sicar, na Samaria, água essa que, igualmente, outra coisa não é senão os ensinamentos de sua doutrina, e que incessantemente em jorrado do Alto a fim de saciar-nos o espírito sempre necessitado.

Ao invés de perdemos tempo em questiúnculas estéreis e divergências doutrinárias de somenos, ou esmiuçar nossas existências passadas, no incontrolável desejo de sabermos se ontem fomos reis ou príncipes, duquesas ou condessas, mas nunca pedidores de esmola ou assaltantes de estradas, o melhor tempo a fazer é procurar aprender criteriosamente e assimilar, o Evangelho e a Doutrina dos Espíritos, seguimento dele, a fim de distribuirmos com objetividade os seus princípios e finalidades àqueles que, de um modo ou de outro, não tem possibilidade para o estudo dos códigos doutrinários ou não os possam entender com facilidade. (OLE 627).

É o pão espiritual que devemos distribuir, é a água viva que ficará conosco para nunca mais sentirmos sede, principalmente entre os pequeninos, isto é, a esta falange de sofredores e revoltados encarnados ou desencarnados, que das coisas de Deus e do Espírito não tem senão vagas noções ou noção alguma. Porque não podemos restringir-nos à distribuição do pão material e à veste do corpo, que a eles vimos fornecendo consoante as nossas posses, o que é sempre necessário e muito louvável.

Somos depositários de um tesouro celeste de ensinamentos fornecidos pelos Espíritos Guias da Humanidade, e o que nos cumpre é consultá-los, aprendê-los espalhá-los por toda a parte, segundo também as nossas possibilidades, a par da ajuda material, mas com objetividade, clareza, exemplificação, paciência e amor.

Muitos livros espíritas que nos esclareceriam sobremodo, conferindo-nos cabedais racionais e irresistíveis para ajudarmos, expondo o seu conteúdo, aos grandes necessitados de orientação doutrinária, não são sequer consultados pela maioria.

O Espiritismo não é apenas ornamento para acadêmicos, doutores, cientistas, ilustres personagens do planeta. Ele é, acima de tudo, o Consolador enviado pelo Mestre para socorrer os que sofrem, nortear os indecisos e ignorantes das coisas de Deus, portador que é de verdades imortais e para predispor os corações à compreensão das Leis da Vida e da Morte, a fim de que o equilíbrio se faça na Humanidade desvairada dos nossos dias.

Os homens em geral precisam saber do que os Espíritos esclarecidos ou não (porque também estes, os atrasados nos esclarecem muito sobre a vida espiritual) nos revelam em nossas sessões ou narram aos médiuns cujas vidas foram dedicadas ao Senhor, após legítimas renúncias às coisas do mundo. Temos, portanto, muitas coisas a contar e esclarecer, se quisermos empregar bem a nosso tempo, a serviço da causa do Consolador.

Ora, todas estas considerações surgiram de nossas lembranças numa hora de meditação, ao folhearmos o livro de recordações existente em nosso coração. E dele destacamos um caso doloroso de suicídio induzido, provavelmente, na mais absurda ignorância da Lei de Deus, consequentemente, da vida além da morte, ignorância que teria criado uma auto obsessão que arrastaria à obsessão real, pois é sabido que nossos pensamentos maus, ou menos bons, são convites endereçados aos invisíveis inimigos do Bem, os quais podem aproximar-se de nós e desgraçar-nos por nossa própria culpa.

Que o leitor (a) nos ajude a classificar esse caso de suicídio, porque na verdade, não sabemos como apreciá-lo. Ei-lo:

“Há cerca de trinta e tantos anos, passamos uma temporada na cidade mineira de Pirapora, banhada pelo caudaloso Rio São Francisco. Estávamos na época da guerra e o governo brasileiro chamava os reservistas para o contingente militar que deveria partir para a Itália, integrado nas forças norte-americanas em operação naquele país.

Uma pobre senhora, modesta, simples, honesta, dessa massa sofredora e sem orientação espiritual eficiente, tinha um filho que era a razão do seu viver, as primícias da sua vida, e esse jovem foi convocado a seguir para a Itália, nos batalhões brasileiros.

Muito religiosa, católica, mas sem noções verdadeiras das leis de Deus, fez veemente promessa, dirigida ao próprio Criador, de dar a própria vida em troca da vida e da saúde do seu filho, se este retornasse da guerra são e salvo, sem nenhum arranhão sequer. E especificou: se o filho assim voltasse ela se atiraria ao dito rio do meio da ponte (a ponte mede um quilômetro de extensão, talvez mais), durante a primeira enchente que houvesse.

As enchentes do Rio São Francisco, quando as chuvas são abundantes pela região, as verdadeiras enchentes, causam horror ao expectador. É um turbilhão infernal que arrasta na sua voragem cadáveres de animais, árvores inteiras, às vezes também corpos humanos, destroços de casebres ribeirinhos e grandes serpentes sucuris aos quais se assemelham a troncos de madeira arrastados pela correnteza.

Seriam necessários, com efeito, muita coragem, muita convicção de que cumpriria assim um dever, muito amor materno, ou uma obsessão além de desequilíbrio emocional, para que semelhante promessa fosse realizada.

Afirmaram pela cidade que o vigário local, sabedor do estranho voto de sua penitente, aconselhou-a, prudentemente, e com veemência, esclarecendo-a que Deus não aceitaria tal promessa, que voto seria antes uma blasfêmia, revolta contra os céus; que o suicídio é um crime imperdoável, e ela perderia a própria alma se a cumprisse.  E que ela orasse pedindo perdão por tal blasfêmia e se retratasse perante a bondade do Criador, retirando a promessa e entregando a sorte do filho à misericórdia do Todo Poderoso, como faziam as outras mães, pois não era a única que via o filho partir para a guerra em defesa de uma causa justa.

A pobre mãe não compreendia assim. Prometera a própria vida em troca da vida e da saúde do filho e cumpriria a palavra, se ele retornasse são e salvo da Itália. Sentir-se-ia desonrada diante de Deus se furtasse ao cumprimento prometido.

Mas a guerra terminara com a vitória dos aliados, entre os quais se achavam os contingentes brasileiros. Os batalhões das forças do Brasil retornaram à Pátria e, com eles, são e salvo, sem nenhum arranhão, o filho da pobre senhora, tal como era o desejara.

Veio a enchente do rio, na época apropriada. Aconselhada pelo seu confessor, e pelos amigos, a deter-se, ela rondou, rondou o rio pela ponte vários dias, mas não conseguiu a devida coragem para precipitar-se à terrível caudal. Entretanto já não era a mesma pessoa. Permanecia arredia de todos, triste, estranha, silenciosa, dizendo-se apenas a alguns amigos, perjura e covarde perante Deus.

No ano seguinte, porém, não mais vacilou. Quando a enchente encontrou-se no seu mais violento período a pobre mulher atirou-se ao rio, do meio da ponte, e foi arrastada pelo turbilhão, entre as sucuris e os troncos de árvores. Ninguém tentou salvá-la. Para que? Não seria possível salvação ali. Como classificar esse suicídio?

Auto obsessão? Obsessão real? Enfermidade nervosa? Revolta contra Deus e a Vida? Ignorância das leis de Deus? Amor materno elevado ao fanatismo? Desequilíbrio mental pelo horror à guerra? Falta de fé em Deus e de resignação pois, na nossa constante observação em torno de obsessões e suicídios não encontramos outro igual. É certo, todavia, que as intenções pesam muitíssimo para as leis divinas, embora não cheguem a tudo justificar.

O suicídio de qualquer forma, é um conjunto de desequilíbrios quase inexplicáveis, e só Deus sabe quantos e quantos, por aí, se verificam sem explicações, pelo simples tédio da vida sem Deus, e com a loucura, daí consequente. Compreendamos, então, que a nós, espiritistas, que temos a grande responsabilidade de conhecermos estas coisas, cabe o dever de transmitir aos simples e pequeninos, que Jesus recomendou com a maior objetividade e veemência, os tesouros espirituais que o Consolador encerra. Porque os homens precisam conhecê-los, a fim de aprenderem o equilíbrio necessário para bem viver e saber morrer em paz.

Os códigos espíritas, inspirados pelo amor do Cristo, aí estão, esperando nossas consultas cotidianas para aprender a falar, em espírito e verdade, a esses pobres e pequeninos que da vida só conhecem, com efeito, as provações e sofrimentos, como aquela pobre filha de Deus que se atirou às águas do Rio São Francisco, num dia de enchente, em agradecimento aos Céus pelo fato de o filho querido ter voltado são e salvo de uma guerra”.

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

O que fazer para evitar a obsessão em nossos grupos de trabalhos espíritas?

Grupos da Mediunidade da Sociedade Espírita Caminho da Paz
e Centro Espírita O Consolador
O que fazer para que evitar a obsessão coletiva em nossos Grupos de trabalhos? Obsessão nos Grupos Espíritas


Obsessão – Flagelo dos Séculos
467. Pode o homem se afastar da influência dos Espíritos que o incitam ao mal?

-- Sim, porque eles só se ligam aos que os solicitam por seus desejos ou os atraem por seus pensamentos.

Não resta menor dúvida de que a obsessão é o flagelo do século XX (e também do XXI). Isso mesmo foi dito pelo eminente espírita Léon Denis em suas obras. O estado atual da sociedade, quando vemos o ‘espírito das trevas” agindo em todos os setores, coletivamente, também foi profetizada por esse grande inspirado, colaborador de Allan Kardec. Nunca é demais, portanto, rebatermos nessa desagradável tecla, lembrando aos espíritas a urgente necessidade de se habilitarem moral, mental e doutrinariamente, quanto possível...

A obsessão merece dos verdadeiros espíritas as mais acuradas atenções. Ela já se infiltra até mesmo “no seio dos santuários”,  isto é, nos templos religiosos com nos templos espíritas pouco vigilantes, promovendo ciúmes entre seus componentes, vaidades, dissenções, mal-entendidos, “reformas doutrinárias” e demais operosidades que contrariam os postulados da Doutrina, haja visto o que, no momento, se passa, quando detectamos agrupamentos espíritas, dantes vistos e reconhecidos como templos, a exercerem o perfeito intercâmbio espiritual, hoje reduzidos a meros clubes onde verificamos de tudo: abusivas e inaceitáveis compras e vendas de “lanches” e merendas, festas e cânticos, burocracias intransigente, diversões, recreios, mas não a “casa do Senhor”, de onde os protetores Espirituais se retiram, e onde não contemplamos aquelas autênticas atividades próprias do Consolador, que eram o testemunho da presença do Cristo entre nós.
A obsessão é um tema sempre colocado em nossos agrupamentos espíritas, no entanto, vê-se ainda, infelizmente, um desconhecimento da parte dos próprios adeptos sobre esta questão.

O capítulo 23 da segunda Parte de O Livro dos Médiuns e o capítulo XIV de A Gênese, a partir do item 45, nos trazem estudos que nos dão o conceito do que é obsessão, obsidiado e o reconhecimento de seus processos de instalação e o como agir para erradicá-lo.

Além Allan Kardec e obras complementares como a coleção André Luiz e Manoel Philomeno de Miranda e obras de dona Yvonne Pereira, devotada médium que muito se dedicou aos obsessores e obsidiados, entre estas obras indicamos:

- Dramas da Obsessão, do espírito Bezerra de Menezes; Devassando o Invisível, inspirada por Charles, Bezerra de Menezes, Léon Denis, Inácio Bittencourt e Leon Tolstoi; Recordações da Mediunidade, orientada por Bezerra de Menezes; a trilogia Nas Voragens do Pecado, O Cavaleiro de Numiers e O Drama da Bretanha, do Espírito Charles; Amor e Ódio, do Espírito Charles; Sublimação, dos espíritos Charles e Leon Tolstoi e várias obras que contém artigos de refinado valor doutrinário.

Adeptos há que se chocam ante posturas de outros adeptos que são incoerentes para com o Evangelho e a Doutrina Espírita e que se dão nos Grupos os mais diversos espalhados por nosso Brasil, esquecendo-se desta advertência de Allan Kardec em O Evangelho segundo o Espiritismo: 

- “(...) Tampouco garantia alguma suficiente haverá na conformidade que apresente o que se possa obter por diversos médiuns, num mesmo centro, porque podem todos estar sob a mesma influência” (Introdução, item II). Todo um Grupo Espírita pode estar sob o império de uma obsessão e, para os que se dedicam aos estudos e atuam com coerência doutrinária, não é difícil perceber tal fato.
Os Espíritos têm alertado muito em suas obras sobre este processo...
Surgem, diariamente, médiuns equivocados, agressivos, presunçosos, vingativos, perseguidores, insensatos, pretendendo a supremacia, em total olvido das lições de Jesus de Nazaré.

Por outro lado, surgem tentativas extravagantes para atualizar o pensamento espírita com a balbúrdia em lugar da alegria, com os espetáculos ridículos das condutas sociais reprocháveis, com falsos holismos (global) em que se misturam diferentes conceitos, a fim de agradar às diversas denominações religiosas, com a introdução de festas e atividades lucrativas, nas quais não faltam as bebidas alcoólicas, como os bailes estimulantes à sensualidade, com os festejos carnavalescos, a fim de atraírem-se mais adeptos e especialmente jovens, em vez de os educar e orientar, aceitando-lhes as imposições da transitória mocidade. Denominam-se os devotados trabalhadores fieis à Codificação, em tons chistosos e de ridículo, como os ortodoxos, e, dizem-se modernistas, como se os Espíritos igualmente se dividissem em severos e gozadores, austeros e brincalhões na utilização da mensagem libertadora do Evangelho de Jesus à luz da revelação espírita...” 
(capítulo 17 – Ampliando o Campo de Trabalho – Livro Transição Planetária de Divaldo Franco).

No capítulo 19 –  da mesma obra citada, diz Manoel Philomeno de Miranda:

- “Com certeza, embora as armadilhas perversas e as perseguições inclementes, ninguém, que se encontre desamparado, a mercê do mal, exceto quando se permite espontaneamente a vinculação com essas forças ignóbeis...

Fixamos em especial na área do movimento espírita comprometido com Jesus e sua doutrina, alvo primordial de determinados grupos da grei autodenominada como o Mal.

As trevas vem cercando alguns médiuns Invigilantes, inspirando-os a comportamentos incompatíveis com as recomendações do Mestre Jesus e dos Espíritos Superiores através da Codificação Kardequiana, estimulando-os a espetáculos em que a mediunidade fica ridicularizada, como se fosse um adorno para exaltar seu possuidor.

Concomitantemente, fomentando paixões servis nos trabalhadores afeiçoados ao socorro espiritual nas reuniões mediúnicas, fazendo-os crer que estão reencontrando seres queridos de outras existências, que agora lhes perturbam os lares e facilitam convivências adulterinas em flagrante desrespeito aos códigos morais e aos do dever da família... Fascinação, subjugação que se iniciam discretamente e roubam o discernimento de muitos, constituem o jogo das Entidades insanas, aproveitando-se das debilidades ainda persistentes em a natureza humana...

Além dessas ações nefastas, trabalham pela desunião de companheiros de lide espiritual, pela maledicência e calúnias bem divulgadas, como se estivessem trabalhando para senhores diferentes e não para Aquele que deu a vida em demonstração insuperável de amor e de compaixão por todos nós.

Em determinadas situações, desencadeiam enfermidades de diagnose difícil, ocultando a sua interferência nos organismos debilitados e carentes de energias, levando ao fosso do desânimo pessoas afeiçoadas ao dever e comprometidas com a fraternidade legítima.
Na área da caridade, movimentam os discutidores que perdem o tempo entre os conceitos de paternalismo e de promoção social, olvidados do socorro que normalmente chega tarde, quando se aplicam as horas em ociosidade mental e divagação intelectual”.

 Repetindo:
‘Não é de agora, porém, a investida das Trevas no Movimento Consolador, eis o que já nos colocava Yvonne Pereira:

 -  “A obsessão merece dos verdadeiros espíritas as mais acuradas atenções. Ela já se infiltra até mesmo “no seio dos santuários”, isto é, nos templos espíritas pouco vigilantes, promovendo ciúmes entre seus componentes, vaidades, dissensões, mal-entendidos, “reformas doutrinárias“ e demais operosidades que contrariam os postulados da Doutrina...
E não se falando da “mania”, ora em exercício, de “modificar”, “renovar” e “atualizar” a Doutrina dos Espíritos, que, pelo visto, deixou de agradar àqueles que acima dela desejam colocar a própria personalidade.

Afirmam os adeptos de tais movimentações que o espiritismo “evoluiu”, e que tudo isso não é senão o “progresso” da Doutrina. Mas tal asserção é insana, pois que a lógica e o bom senso indicam que a evolução do Espiritismo seria, em parte, a vinda de outras revelações do Alto, a comunhão perfeita do consolador com os homens, a pesquisa legítima e séria, e não a deturpação que vemos nos ambientes que devem ser consagrados ao intercâmbio com o Alto, onde consolamos os mais infelizes do que nós, e onde somos consolados e instruídos por aqueles seres angelicais que nos amam e que, há milênios, talvez, se esforçam por nos verem redimidos de tantos erros.

Certamente que muitos núcleos espíritas se conservam afinados com as forças do Alto, movimentando-se normalmente, sem as intromissões indevidas, que só podem desfigurar os ensinamentos que temos todos tido a honra de receber dos códigos doutrinários” (Cânticos do Coração, volume II, 1ª edição: CELD, 1994 no capítulo VI – O Flagelo do Século, p. 66).
  
O que fazer para que evitar a obsessão coletiva em nossos Grupos de trabalhos?

No livro “Dramas da Obsessão”, Bezerra de Menezes (Espírito)/ Yvonne Pereira – médium – Capítulo 3 de Leonel e os Judeus, orienta:

- “As vibrações disseminadas pelos ambientes de um Centro Espírita, pelos cuidados dos seus tutelares invisíveis; os fluidos úteis, necessários aos variados quão delicados trabalhos que ali se devem processar, desde a cura de enfermos até a conversão de entidades desencarnadas sofredoras e até mesmo a oratória inspirada pelos instrutores espirituais, são elementos essenciais, mesmo indispensáveis a certa série de exposições movidas pelos obreiros da Imortalidade a serviço da Terceira Revelação.

 Essas vibrações, esses fluidos especializados, muito sutis e sensíveis, hão-de conservar-se imaculados, portando, intactas, as virtudes que lhe são naturais e indispensáveis ao desenrolar dos trabalhos, porque, assim não sendo, se mesclarão de impurezas prejudiciais aos mesmos trabalhos, por anularem as suas profundas possibilidades. Daí porque a Espiritualidade esclarecida recomenda, aos adeptos da Grande Doutrina, o máximo respeito nas assembleias espíritas, onde jamais deverão penetrar a frivolidade e a inconsequência, a maledicência e a intriga, o mercantilismo e o mundanismo, o ruído e as atitudes menos graves, visto que estas são manifestações inferiores do caráter e da inconsequência humana, cujo magnetismo, para tais assembleias e, portanto, para a agremiação que tais coisas permite, atrairá bandos de entidades hostis e malfeitoras do invisível, que virão a influir nos trabalhos posteriores, a tal ponto que poderão adulterá-los ou impossibilitá-los, uma vez que tais ambientes se tornarão incompatíveis com a Espiritualidade iluminada e benfazeja.

Um Centro Espírita onde as vibrações dos seus frequentadores, encarnados ou desencarnados, irradiem de mentes respeitosas, de corações fervorosos, de aspirações elevadas; onde a palavra emitida jamais se desloque para futilidades e depreciações; onde, em vez do gargalhar divertido, se pratique a prece; em vez do estrépito de aclamações e louvores indébitos se emitam forças telepáticas à procura de inspirações felizes; e ainda onde, em vez de cerimônias ou passatempos mundanos, cogite o adepto da comunhão mental com os seus mortos amados ou os seus guias espirituais, um Centro assim, fiel observador dos dispositivos recomendados de início pelos organizadores da filosofia espírita, será detentor da confiança da Espiritualidade esclarecida, a qual o elevará à dependência de organizações modelares do Espaço, realizando-se então, em seus recintos, sublimes empreendimento, que honrarão os seus dirigentes dos dois planos da Vida. 

 Somente esses, portanto, serão registrados no Além-Túmulo como casas beneficentes, ou templos do Amor e da Fraternidade, abalizados para as melindrosas experiências espíritas, porque os demais, ou seja, aqueles que se desviam para normas ou práticas extravagantes ou inapropriadas serão, no Espaço, considerados meros clubes onde se aglomeram aprendizes do Espiritismo em horas de lazer”.

 Oração, vigilância nos pensamentos, palavras, atitudes, sinceridade e lealdade de sentimentos para com os companheiros de Causa, eis o que devemos estar a realizar cotidianamente para nossa própria defesa.



Bibliografia
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
O Livro dos Médiuns – Allan Kardec
Cânticos do Coração II – D. Yvonne Pereira
Transição Planetária – Divado Franco e MPM
Dramas da Obsessão – D. Yvonne Pereira e Dr. Bezerra de Menezes
Artigo de Leonardo Paixão – Obsessão nos Grupos Espíritas