sábado, 29 de junho de 2019

A hora em que estamos é uma hora de transição e de parto doloroso.

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Um tempo se acaba; novos tempos se anunciam.

A hora em que estamos é uma hora de transição e de parto doloroso.
As formas esgotadas do passado empalidecem-se e se desfazem para dar lugar a outras, a princípio vagas e confusas, mas que se precisam cada vez mais.

Nelas se esboça o pensamento crescente da Humanidade.Túnel, Wormhole, Espaço-Tempo, Planeta

O espírito humano está em trabalho, por toda parte, sob a aparente decomposição das ideias e dos princípios; por toda parte, na Ciência, na Arte, na Filosofia e até no seio das religiões, o observador atento pode verificar que uma lenta e laboriosa gestação se produz...

A hora presente é ainda uma hora de lutas; luta das nações para a conquista do Globo, luta das classes para a conquista do bem-estar e do poder.
Luta, Controvérsia, Conflito, Olho, Iris


Em redor de nós agitam-se forças cegas e profundas, forças que, ontem, não se conheciam e que, hoje, se organizam e entram em ação. Uma sociedade agoniza; outra nasce.

O ideal do passado vem à Terra. Qual será o de amanhã?  Abriu-se um período de transição; uma fase diferente de evolução humana, fase obscura, cheia, ao mesmo tempo, de promessas e ameaças, começou. Na alma das gerações que sobem, jazem os germens de novas florescências.

Flores do mal ou flores do bem? 

Muitos se alarmam, muitos se espantam. Não duvidamos do futuro da Humanidade, de sua ascensão para a luz e derramamos em volta de nós, com a coragem e perseverança incansáveis, as verdades que asseguram o dia de amanhã e fazem as sociedades fortes e felizes.

Os defeitos de nossa organização social provêm principalmente de que nossos legisladores, em suas acanhadas concepções, abrangem somente o horizonte de uma vida material

Não compreendendo o fim evolutivo da existência e o encadeamento de nossas vidas terrenas, estabeleceram um estado de coisas incompatível com os fins reais do homem e da sociedade.
A conquista do poder pelo maior número não é própria para ampliar este ponto de vista.

O povo segue o instinto surdo que o impele. Incapaz de aquilatar o mérito e o valor de seus representantes, leva muitas vezes ao poder os que desposam suas paixões e participam de sua cegueira.


A
educação popular precisa ser completamente reformada; porque só o homem ilustrado pode colaborar com inteligência, coragem e consciência na renovação social. 

Nas reivindicações atuais, a noção de direito é objeto de excessivas especulações, sobre-excitam-se os apetites, exaltam-se os espíritos. Esquece-se de que o direito é inseparável do dever e até que é simplesmente sua resultante.

Daí uma ruptura de equilíbrio, uma inversão das relações de causa para efeito, isto é, do dever para o direito na repartição das vantagens sociais, o que constitui uma causa permanente de divisão e ódio entre os homens.

O indivíduo que encara somente seu interesse próprio e seu direito pessoal, ocupa lugar inferior, ainda, na escala da evolução...

Numa sociedade bem organizada, cada cidadão classificar-se-á de acordo com seu valor pessoal e grau de sua evolução e em proporção com sua cota social. O indivíduo só deve ocupar a situação merecida; seu direito está, em proporção equivalente à sua capacidade para o bem.

Tal é a regra, tal é a base da ordem universal, e a ordem social, enquanto não for sua contraprova, sua imagem fiel, será precária e instável.

Cada membro de uma coletividade deve, por força desta regra, em vez de reivindicar direitos fictícios, torna-se digno deles, aumentando o próprio valor e sua participação na obra comum.

O ideal social transforma-se, o sentido da harmonia desenvolve-se, o campo do altruísmo dilata-se; mas, no estado atual das coisas, no seio de uma sociedade onde fermentam tantas paixões, onde se agitam tantas forças brutais, no meio de uma civilização feita de egoísmo e cobiça, de incoerência e má vontade, de sensualidade e sofrimentos, são de temer muitas convulsões. 

Par, Homem, Mulher, Discussão, Diferença



Às vezes ouve-se o bramido da onda que sobe. O queixume dos que sofrem transforma-se em brados de cólera. As multidões contam-se; interesses seculares são ameaçados.








 Levanta-se, porém, uma nova fé, iluminada por um raio do Alto e assente em fatos, em provas sensíveis.

Diz a todos: "Sede unidos, porque sois irmãos, irmãos neste mundo, irmãos na imortalidade. Trabalhai em comum para tornardes mais suaves as condições da vida social, mais fácil o desempenho de vossas tarefas futuras. 
Trabalhai para aumentar os tesouros de saber, de sabedoria, de poder, que são a herança da Humanidade.

A felicidade não está na luta, na vingança; está na união dos corações e das vontades!"

Fonte: livro de Leon Denis - O Problema do Ser, do Destino e da Dor

sábado, 22 de junho de 2019

Decepções, ingratidões, laços rompidos.




Família, Divórcio, Separação, Antes


Coração é terra que ninguém vê – Poema de Cora Coralina (*)



Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Sachei, mondei – nada colhi.
Nasceram espinhos
e nos espinhos me feri.

Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Cavei, plantei.
Na terra ingrata
nada criei.

 Semeador da Parábola…
Lancei a boa semente
a gestos largos…
Aves do céu levaram.
Espinhos do chão cobriram.
O resto se perdeu
na terra dura
da ingratidão

Coração é terra que ninguém vê
– diz o ditado.
Plantei, reguei, nada deu, não.
Terra de lagedo, de pedregulho,
– teu coração. Bati na porta de um coração.
Bati. Bati. Nada escutei.
Casa vazia. Porta fechada,

foi que encontrei…


Ao lermos e estudarmos forma atenta as obras básicas da Doutrina Espírita, em especial as de Allan Kardec, nelas, encontraremos consolo, orientação e esclarecimentos sobre tão difícil relacionamento familiar. 

Então vejamos sobre a temática em curso nos estudos de hoje.
      937. As decepções provocadas pela ingratidão e pela fragilidade dos laços de amizade não são, também, para o homem de coração, uma fonte de amarguras?

     — Sim, mas já vos ensinamos a lastimar os ingratos e soa amigos infiéis, que serão mais infelizes do que vós. A ingratidão é filha do egoísmo e o egoísta encontrará mais tarde corações insensíveis como ele próprio o foi. Pensai em todos os que fizeram mais bem do que vós, que valiam mais do que vós, e, no entanto, foram pagos com a ingratidão. Pensai que o próprio Jesus, quando na Terra, foi injuriado e desprezado, tratado de patife e impostor, e não vos admireis de que o mesmo vos aconteça. Que o bem que fizeste seja vossa recompensa neste mundo e não vos importeis com o que dizem os beneficiados. 

A ingratidão é uma prova para a vossa persistência em fazer o bem. Isso vos será levado em conta, e os que não vos foram reconhecidos serão punidos tanto mais quanto maior houver sido a sua ingratidão.

     938. As decepções causadas pela ingratidão não podem endurecer o coração e torná-lo insensível?

     — Seria um erro pensar assim, porque o homem de coração, como dizes, será sempre feliz pelo que praticar. Ele sabe que, se não o reconhecerem nesta vida, na outra o farão, e o ingrato sentirá então remorso e vergonha.

I – A Ingratidão dos Filhos e os Laços de Família 

Extraído do O Evangelho Segundo o Espiritismo - SANTO AGOSTINHO, Paris, 1862

            9 – A ingratidão é um dos frutos mais imediatos do egoísmo, e revolta sempre os corações virtuosos. Mas a dos filhos para com os pais tem um sentido ainda mais odioso. É desse ponto de vista que a vamos encarar mais especialmente, para analisar-lhe as causas e os efeitos. Nisto, como em tudo, o Espiritismo vem lançar luz sobre um dos problemas do coração humano.

De volta ao Livro dos Espíritos vamos encontrar novos questionamentos: 

     938 – a) Este pensamento não impede que o seu coração se sinta ferido. Ora, disso não pode nascer-lhe a ideia de que seria mais feliz se fosse menos sensível?

      — Sim, se ele preferir a felicidade do egoísta, uma bem triste felicidade! Se ele sabe, no entanto, que os amigos ingratos que o abandonam não são dignos de sua amizade e que se enganou a respeito dos mesmos, não deve mais lamentar a sua perda. Mais tarde encontrará os que melhor o compreenderão. Lamentai os que vos tratam de maneira que não mereceis, pois terão uma triste recompensa. Mas não vos aflijais por isso: é o meio de vos elevardes sobre eles.

Comentário de Kardec: A Natureza deu ao homem a necessidade de amar e ser amado. Um dos maiores gozos que lhe são concedidos na Terra é o de encontrar corações que simpatizem com o seu. Ela lhe concede, assim, as primícias da felicidade que lhe está reservada no mundo dos Espíritos perfeitos, onde tudo é amor e benevolência: essa é uma ventura recusada ao egoísta.


I – A Ingratidão dos Filhos e os Laços de Família – 
Extraído do O Evangelho Segundo o Espiritismo - SANTO AGOSTINHO, Paris, 1862

Enfim, depois de alguns anos de meditação e de preces, o Espírito se aproveita de um corpo que se prepara, na família daquele que ele detestou, e pede, aos Espíritos encarregados de transmitir as ordens supremas, permissão para ir cumprir sobre a Terra os destinos desse corpo que vem de se formar. 

Qual será, então, a sua conduta nessa família? 

Ela dependerá da maior ou menor persistência das suas boas resoluções. O contato incessante dos seres que ele odiou é uma prova terrível, da qual às vezes sucumbe, se a sua vontade não for bastante forte. 

Assim, segundo a boa ou má resolução que prevalecer, ele será amigo ou inimigo daqueles em cujo meio foi chamado a viver. É assim que se explicam esses ódios, essas repulsas instintivas, que se notam em certas crianças, e que nenhum fato exterior parece justificar. Nada, com efeito, nessa existência, poderia provocar essa antipatia. Para encontrar-lhe a causa, é necessário voltar os olhos ao passado.

Mas, ah! Muitas dentre vós, em vez de expulsar por meio da educação os maus princípios inatos, provenientes das existências anteriores, entretém e desenvolvem esses princípios, por descuido ou por uma culposa fraqueza. E, mais tarde, o vosso coração ulcerado pela ingratidão dos filhos, será para vós, desde esta vida, o começo da vossa expiação.

            A tarefa não é tão difícil como podereis pensar. Não exige o saber do mundo: o ignorante e o sábio podem cumpri-la, e o Espiritismo vem facilitá-la, ao revelar a causa das imperfeições do coração humano.

        Deus não faz as provas superiores às forças daquele que as pede; só permite as que podem ser cumpridas; se isto não se verifica, não é por falta de possibilidades, mas de vontade. Pois quantos existem, que em lugar de resistir aos maus arrastamentos, neles se comprazem: é para eles que estão reservados o choro e o ranger de dentes, em suas existências posteriores

Admirai, entretanto, a bondade de Deus, que nunca fecha a porta ao arrependimento. Chega um dia em que o culpado está cansado de sofrer, o seu orgulho foi por fim dominado, e é então que Deus abre os braços paternais para o filho pródigo, que se lança aos seus pés. As grandes provas, — escutai bem, — são quase sempre o indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, desde que sejam aceitas por amor a Deus. É um momento supremo, e é nele sobretudo que importa não falir pela murmuração, se não se quiser perder o fruto da prova e ter de recomeçar. Em vez de vos queixardes, agradecei a Deus, que vos oferece a ocasião de vencer para vos dar o prêmio da vitória. Então quando, saído do turbilhão do mundo terreno, entrardes no mundo dos Espíritos, sereis ali aclamado, como o soldado que saiu vitorioso do centro da refrega.

 De todas as provas, as mais penosas são as que afetam o coração. Aquele que suporta com coragem a miséria das privações materiais, sucumbe ao peso das amarguras domésticas, esmagadas pela ingratidão dos seus. Oh!, é essa uma pungente angústia! 

Mas o que pode, nessas circunstâncias, reerguer a coragem moral, senão o conhecimento das causas do mal, com a certeza de que, se há longas dilacerações, não há desesperos eternos, porque Deus não pode querer que a sua criatura sofra para sempre? O que há de mais consolador, de mais encorajador, do que esse pensamento de que depende de si mesmo, de seus próprios esforços, abreviar o sofrimento, destruindo em si as causas do mal? Mas, para isso, é necessário não reter o olhar na Terra e não ver apenas uma existência; é necessário elevar-se, pairar no infinito do passado e do futuro. 

Então, a grande justiça de Deus se revela aos vossos olhos, e esperais com paciência, porque explicou a vós mesmos o que vos parecia monstruosidade da Terra. Os ferimentos que recebestes vos parecem simples arranhaduras. Nesse golpe de vista lançado sobre o conjunto, os laços de família aparecem no seu verdadeiro sentido: não mais os laços frágeis da matéria que ligam os seus membros, mas os laços duráveis do Espírito, que se perpetuam, e se consolidam, ao se depurarem, em vez de se quebrarem com a reencarnação.

Conclusão:
Consequências da Ingratidão
Conceito de Ingratidão - Denomina-se ingratidão a ausência de um sentimento positivo e harmonizador ao não reconhecer o bem que outrem nos proporcionou por emoções de baixo teor vibratório típicas do ser ingrato.


Emoções Associadas à Ingratidão - A ingratidão frequentemente se apresenta seguida por atitudes não elevadas por parte do indivíduo ingrato. Exemplificado: não é raro a ocorrência de uma sensação de raiva em relação àquele que prestou auxílio. O beneficiado se considera humilhado devido à sua natureza orgulhosa. Observa-se também a presença de inveja, sentimento que direciona contra o benfeitor. O indivíduo auxiliado sente um misto de tristeza e rancor por não possuir o bem ou a qualidade ética daquele que o orientou. Em muitas ocasiões houve precipitação do benfeitor que não aguardou o momento oportuno no amadurecimento do seu assistindo. 

(*) Cora Coralina, pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, foi uma poetisa e contista brasileira. Considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras, ela teve seu primeiro livro publicado em junho de 1965, quando já tinha quase 76 anos de idade, apesar de escrever seus versos desde a adolescência.

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sábado, 15 de junho de 2019

A vivência Espírita da Família e o respeito às diferenças.


Família, Crianças, Pai, Mãe, Praia, Sun, Pôr Do Sol
‘A família é o lugar onde as mentes entram em contato entre si. Se essas mentes amam umas às outras, o lar será tão bonito quanto um jardim florido. Mas se essas mentes entrarem em desarmonia umas com as outras, será como uma tempestade que destrói o jardim”. (Buda) *


O desenvolvimento social de uma pessoa tem como base a família. É neste ambiente do dia a familiar, nesse relacionamento cotidiano, serão desenvolvidos a intimidade de cada membro, ou seja, serão desenvolvidas as estruturas psíquicas, emocionais, espirituais do ser humano. 

Desta forma, este “desenvolver” estará favorecendo positivo ou negativamente a formação da identidade individual e consequentemente um (certo ou não!), amadurecimento, cujo objetivo é nos tornar mais apto a lidar com os transtornos, as dificuldades, as diferenças...

Pensando assim nos relacionamentos familiares, temos que nos questionar: Já passamos por um conflito familiar?

De acordo com a proposta Espírita sobre o assunto, vamos encontrar que: [...] O Espírito renasce frequentemente no mesmo meio em que viveu, e se encontra em relação com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes tenha feito. Se nelas reconhecesse as mesmas que havia odiado, talvez o ódio reaparecesse. (O Evangelho Segundo o Espiritismo em seu capítulo V item 11)

Alguns alertas sobre as dificuldades do relacionamento em família poderão ser observados na seguinte colocação de O Evangelho Segundo o Espiritismo cap. XIV item 9.
[...]. Desde o berço, a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz de sua existência anterior. É necessário aplicar-se em estudá-los. Todos os males têm sua origem no egoísmo e no orgulho. Espreitai, pois, os menores sinais que revelam os germes desses vícios, e dedicai-vos a combatê-los, sem esperar que eles lancem raízes profundas.

Da mesma forma de orientação e esclarecimento vamos encontrar novamente no O Livro dos Espíritos:
[...] Deus fez do amor filial e do amor paterno um sentimento natural, a fim de que, por essa afeição recíproca, os membros de uma mesma família sejam levados a se auxiliarem mutuamente. É o que, com muita frequência, não se reconhece em vossa atual sociedade[...] (O Livro dos Espíritos questão 681)

No item 383 de O Livro dos Espíritos, encontramos o seguinte: Encarnando-se o Espírito com o fim de se aperfeiçoar, é mais acessível, durante esse tempo (a infância) às impressões que recebe é que podem ajudá-lo no seu adiantamento, para o qual devem contribuir os que são encarregados da sua educação. — Querer, pois, restringir a educação aos pais seria negar a existência da vida social, do processo de relações em que os homens se completam uns aos outros pelo auxílio mútuo (item 766 e seguintes), negar a lei de justiça, amor e caridade (item 873 e seguintes)

Vale aqui também ressaltar sobre a genial frase do professor Herculano Pires no livro Pedagogia Espírita, onde afirma que:
“A Educação é um ato de amor, é a ajuda das pessoas grandes para que as crianças também possam crescer. Os adultos sem amor não podem educar. Pelo contrário, deseducam”.

Na questão de número 877 de O Livro dos Espíritos temos:
A necessidade de viver em sociedade acarreta para o homem obrigações particulares?
-- Sim, e a primeira de todas é a de respeitar os direitos dos semelhantes; aquele que respeitar esses direitos será sempre justo. No vosso mundo, onde tantos homens não praticam a lei de justiça, cada um usa de represálias e vêm daí a perturbação e a confusão da vossa sociedade. A vida social dá direitos e impõe deveres recíprocos.

[...] Deus fez do amor filial e do amor paterno um sentimento natural, a fim de que, por essa afeição recíproca, os membros de uma mesma família sejam levados a se auxiliarem mutuamente. É o que, com muita frequência, não se reconhece em vossa atual sociedade[...] (O Livro dos Espíritos questão 681)

Respeito as diferenças

Muito se fala sobre o respeito as diferenças, mas pouco se escuta sobre o trabalho pessoal que temos que ter para iniciar esse processo. É importante dizer que respeitar não é concordar, mas procurar entender que a escolha do outro diz respeito a ele, a vida dele.

A partir daí se dará início uma movimentação interna consciente, que gerara energia significativa para que essa aceitação ocorra. É um trabalho que demanda vontade e foco. 

Respeitar o outro não é concordar com as atitudes da pessoa, mas entender que existe entre você e o sujeito uma limitação, que leva a discordar.

Muitas dessas discordâncias parte de construções culturais que necessita de muita lapidação. É por isso que o querer tem que está acima do que os outros iram pensar, mas principalmente do que eu penso.

Ao longo da vida vamos criando expectativas positivas e negativas sobre as pessoas, idealizamos ou "pintamos um monstro". E tudo isso está ligado a nossa própria realidade, a nossa forma ver o mundo, nossa história de vida familiar e educação... (para saber mais: http://www.psicologiaemanalise.com.br/2017/04/respeito-as-diferencas.html)


Conclusão:
A família é um ponto de referência para a criança e o jovem: nela pode-se aprender a dialogar, e com essa capacidade, favorecer atitudes tão importantes como a tolerância, a assertividade, a habilidade dialética, a capacidade de admitir erros e de tolerar as frustrações.


(*) O Buda (o iluminado, em sânscrito) foi Sidarta Gautama, nascido na região do Himalaia (Índia). Viveu por volta de 563 a.C. a 483 a.C. ... sua família não permitia que ele entrasse em contato com a vida fora do palácio e, portanto, Sidarta desconhecia a miséria.

Bibliografia
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
O Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec
Pedagogia Espírita – Herculano Pires
http://www.psicologiaemanalise.com.br/2017/04/respeito-as-diferencas.html)
http://br.guiainfantil.com/dialogo-na-familia/321-o-dialogo-em-familia.html)



Próximo estudo:   Decepções, ingratidões, laços rompidos.

sábado, 8 de junho de 2019

A formação do Lar e os Laços de Família


Nossos estudos será sobre Família

Mãe, Filha, Amor, Família, Feliz, Criança, Menina


Momentos Na Vida - Clarice Lispector (*)

Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser. Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que se quer.

  • Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. 
  • Dificuldades para fazê-la forte. 
  • Tristeza para fazê-la humana. 
  • E esperança suficiente para fazê-la feliz. 

As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas, elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram, para aqueles que se machucam, para aqueles que buscam e tentam sempre.

E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas. O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido.

Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado. A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade. A vida não é de se brincar porque um belo dia se morre.

Para refletir:

A formação do Lar

204 - OLE. Desde que tivemos muitas existências, o parentesco remonta as anteriores?

-- Não poderia ser de outra maneira. A sucessão das existências corpóreas estabelece entre os Espíritos liames que remontam as existências anteriores; disso decorrem frequentemente as causas de simpatia entre vós e alguns Espíritos que vos parecem estranhos.

205 - OLE. Segundo certas pessoas, a doutrina da reencarnação parece destruir os laços de família, fazendo-os remontar as existências anteriores.

-- Ela os amplia, em vez de destruí-los. Baseando-se o parentesco em afeições anteriores, os laços que unem os membros de uma mesma família são menos precários. A reencarnação amplia os deveres da fraternidade, pois no vosso vizinho ou no vosso criado pode encontrar-se um Espírito que foi do vosso sangue.
“Os laços de sangue não estabelecem necessariamente os laços espirituais. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porque este existia antes da formação do corpo. O pai não gera o Espírito do filho: fornece-lhe apenas o envoltório corporal. Mas deve ajudar seu desenvolvimento intelectual e moral, para o fazer progredir.

O ambiente doméstico

Os Espíritos que se encarnam numa mesma família, sobretudo como parentes próximos, são o mais frequentemente Espíritos simpáticos, ligados por relações anteriores, que se traduzem pela afeição durante a vida terrena. Mas pode ainda acontecer que esses Espíritos sejam completamente estranhos uns para os outros, separados por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem também por seu antagonismo na Terra, a fim de lhes servir de prova. Os verdadeiros laços de família não são, portanto, os da consanguinidade, mas os da simpatia e da comunhão de pensamentos, que unem os Espíritos, antes, durante e após a encarnação. Donde se segue que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem, pois, atrair-se, procurar-se, tornar-se amigos, enquanto dois irmãos consanguíneos podem repelir-se, como vemos todos os dias. Problema moral, que só o Espiritismo podia resolver, pela pluralidade das Existências". (ESE item 8 do capítulo XIV)

Os laços de família

Os laços de família não são destruídos pela reencarnação, como pensam certas pessoas. Pelo contrário, são fortalecidos e reapertados. O princípio oposto é que os destrói. Os Espíritos formam, no espaço, grupos ou famílias, unidos pela afeição, pela simpatia e a semelhança de inclinações. Esses Espíritos, felizes de estarem juntos, procuram-se. A encarnação só os separa momentaneamente, pois que, uma vez retornado à erraticidade, eles se reencontram, como amigos na volta de uma viagem. Muitas vezes eles seguem juntos na encarnação, reunindo-se numa mesma família ou num mesmo círculo, e trabalham juntos para o seu progresso comum. Se uns estão encarnados e outros não, continuarão unidos pelo pensamento. Os que estão livres velam pelos que estão cativos, os mais adiantados procurando fazer progredir os retardatários. Após cada existência, terão dado mais um passo na senda da perfeição. (ESE, item 18 do capitulo IV).

Conclusão

19. A união e a afeição entre parentes indicam a simpatia anterior que as aproximou. Por isso, diz-se de uma pessoa cujo caráter, cujos gostos e inclinações nada têm em comum com os dos parentes, que ela não pertence à família. Dizendo isso, enuncia-se uma verdade maior do que a que se pensa. Deus permite essas encarnações de Espíritos antipáticos ou estranhos nas famílias, com a dupla finalidade de servirem de provas para uns e de meio de progresso para outros. Os maus se melhoram pouco a pouco, ao contato dos bons pelas atenções que deles recebem, seu caráter se abranda, seus costumes se depuram, as antipatias desaparecem. É assim que se produz a fusão das diversas categorias de Espíritos, como se faz na Terra entre as raças e os povos. (ESE, item 19 do capitulo IV).




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* Clarice Lispector, nascida Chaya Pinkhasovna Lispector, foi uma escritora e jornalista ucraniana naturalizada brasileira. Autora de romances, contos e ensaios, é considerada uma das escritoras brasileiras mais importantes do século XX e a maior escritora judia desde Franz Kafka.


terça-feira, 4 de junho de 2019

Missão e a Demissão dos Pais


582. Pode-se considerar a paternidade como uma missão?Pessoas, Homem, Adulto, Mãos, Criança

-- É, sem contradita, uma missão. E ao mesmo tempo um dever muito grande, que implica, mais do que o homem pensa, sua responsabilidade para o futuro. Deus põe a criança sob a tutela dos pais para que estes a dirijam no caminho do bem, e lhes facilitou a tarefa, dando à criança uma organização débil e delicada, que a torna acessível a todas as impressões. Mas há os que mais se ocupam de endireitar as árvores do pomar e fazê-las carregar de bons frutos, do que de endireitar o caráter do filho. Se este sucumbir por sua culpa, terão de sofrer a pena, e os sofrimentos da criança na vida futura recairão sobre eles, porque não fizeram o que lhes competia para o seu adiantamento nas vias do bem.


... “Oh, espíritas! Compreendei neste momento o grande papel da Humanidade! Compreendei que, quando gerais um corpo, a alma que se encarna vem do espaço para progredir. Tomai conhecimento dos vossos deveres, e ponde todo o vosso amor em aproximar essa alma de Deus: é essa a missão que vos está confiada, e da qual recebereis a recompensa, se a cumprirdes fielmente. Vossos cuidados, a educação que lhe derdes, auxiliarão o seu aperfeiçoamento e a sua felicidade futura.  Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe, Deus perguntará: "Que fizestes da criança confiada à vossa guarda?" Se permaneceu atrasada por vossa culpa, vosso castigo será o de vê-la entre os Espíritos sofredores, quando dependia de vós que fosse feliz. (ESE cap. XIV, item 9...)

583- a. Se uma criança se torna um bom adulto, apesar da negligência ou dos maus exemplos dos pais, estes se beneficiam com isso?
-- Deus é justo.

[...]onde há missão pode sempre existir demissão; onde há compromissos, pode sempre existir negação. Para muitos pais ainda existe o perigo de perderem a consciência do encargo que lhes foi confiado. Seja por imperceptível acomodação, seja por sinuosa negligência, seja ainda por medo da responsabilidade, os pais fogem de filhos e de si mesmos; de boa consciência aceitam ser os “por criadores” dos filhos, mas se recusam a ser os “criadores” deles. (Pe Charbonneau, livro Educar – Diálogo de Gerações, cap. Editora Pedagógica Universitária).

 Desde o berço, a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz de sua existência anterior. É necessário aplicar-se em estudá-los. Todos os males têm sua origem no egoísmo e no orgulho. Espreitai, pois, os menores sinais que revelam os germes desses vícios, e dedicai-vos a combatê-los, sem esperar que eles lancem raízes profundas. Fazei como o bom jardineiro, que arranca os brotos daninhos à medida que os vê aparecerem na árvore. Se deixardes que o egoísmo e o orgulho se desenvolvam, não vos espanteis de ser pagos mais tarde pela ingratidão. Quando os pais tudo fizeram para o adiantamento moral dos filhos, se não conseguiram êxito, não tem do que lamentar e sua consciência pode estar tranquila. Quanto à amargura muito natural que experimentam, pelo insucesso de seus esforços, Deus reserva-lhes uma grande, imensa consolação, pela certeza de que é apenas um atraso momentâneo, e que lhe será dado acabarem outra existência a obra então começada, e que um dia o filho ingrato os recompensará com o seu amor. (ESE, cap. XIV item 9).

Quantos pais infelizes com os filhos, por não terem combatido as suas más tendências desde o princípio. Por fraqueza ou indiferença, deixaram que se desenvolvessem neles os germes do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade, que ressecam o coração. Mais tarde colhendo o que semearam, admiram-se e afligem-se com a sua falta de respeito e a sua ingratidão. (ESE cap. V item 4)

O que é educação?A palavra educação e seus diferentes significados. Entre muitos, implica falar em hábitos e valores de determinada sociedade, em determinado momento histórico, que é transmitida para gerações posteriores. Além de ser algo da vida em sociedade, a educação também compreende o aprendizado das experiências individuais.
De acordo com Allan Kardec em O Livro dos Espíritos, nos comentários sobre a temática, afirma que: [...] há um elemento que não se ponderou bastante, e sem o qual a ciência econômica não passa de teoria: a educação. Não a educação intelectual, mas a moral, e nem ainda a educação moral pelos livros, mas a que consiste na arte de formar os caracteres, aquela que cria os hábitos, porque educação é conjunto de hábitos adquiridos.

Quando se pensa na massa de indivíduos diariamente lançados na corrente da população, sem princípios, sem freios, entregues aos próprios instintos, deve-se admirar das consequências desastrosas desse fato? (OLE 685,a)


O que é educar?

Nos sentidos da palavra educação que discutimos, educar pode compreender tanto o processo de transmissão de conhecimentos, hábitos e valores, como também criar condições para que o sujeito experiencie o mundo. Educar é acompanhar e influenciar, de alguma forma, o desenvolvimento da aprendizagem, das capacidades físicas e intelectuais

Fonte de pesquisa:
O Livro dos Espíritos e O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec
Juliana Spinelli Ferrari - Mestranda em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP - Universidade de São Paulo
Pe Charbonneau, livro Educar – Diálogo de Gerações, cap. Editora Pedagógica Universitária).