terça-feira, 25 de junho de 2013

Refletindo um pouco sobre o Bem e o Mal

 Fazem-se especiais esforços para espalhar o conhecimento de uma verdade progressiva; esforços dos mensageiros de Deus aos quais resistem agora como sempre as hordas dos adversários. A história do mundo é a história da luta entre o bem e o mal;...
Deus e a virtude de um lado,e a ignorância, o vício e o mal – espiritual, mental e corporal – do outro.
 Há períodos – e atravessamos um deles – durante os quais se produzem esforços extraordinários. O exército dos mensageiros de Deus está reunido em grande força. Os homens são influenciados, os conhecimentos se espalham e o fim se aproxima. Temei pelos desertores, pelos fracos de espírito, pelos contemporizadores, pelos curiosos frívolos. Temei por eles, mas não pela causa da verdade de Deus.

Livro: Ensinos Espiritualistas - Médium: William Stainton Moses - (1839-1892)


Em O Livro dos Espíritos: pergunta 630
O bem é tudo o que é conforme à lei de Deus;
mal, tudo o que lhe é contrário. 
Assim,, fazer o bem é proceder de acordo com a lei de Deus. Fazer o mal é infringi-la.

A Lei é viva e a Justiça não falha!
Esquece o mal para sempre e semeia o bem cada dia!...
Ajuda aos que te cercam, auxiliando a ti mesmo!
O tempo não para, e, se agora encontras o teu “ontem”, não olvides que o teu “hoje” será a luz ou a treva do teu “amanhã”!...  (Livro: Entre a Terra e o Céu  - André Luiz)

Estando sujeito ao erro, para que o homem não se engane na apreciação do bem e do mal e crer que pratica o bem quando em realidade pratica o mal.
Jesus disse: vede o que queríeis que vos fizessem ou não vos fizessem. Tudo se resume nisso. Não vos enganareis. (O Livro dos Espíritos – 632)
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Já te dissemos: os Espíritos foram criados simples e ignorantes. Deus deixa que o homem escolha_o_caminho. Tanto pior para ele, se toma o caminho mau: mais longa será sua peregrinação.
  • Se não existissem montanhas, não compreenderia o homem que se pode subir e descer;
  • se não existissem rochas, não compreenderia que há corpos duros.
        É preciso que o Espírito ganhe experiência; é preciso, portanto, que conheça o bem e o mau. Eis por que se une ao corpo. ( O Livro dos Espíritos – 634)
O mal recai sobre quem lhe foi o causador. Quando o homem pratica, da posição em que os outros homens o colocam, aquele que é levado a praticar o mal pela posição em que seus semelhantes o colocam tem menos culpa do que os que, assim procedendo, o ocasionaram. Porque, cada um será punido, não só pelo mal que haja feito, mas também pelo mal a que tenha dado lugar. ( O Livro dos Espíritos – 639)

A origem do mal sobre a Terra resulta da imperfeição dos Espíritos que aí estão encarnados. A predominância do mal decorre de que, sendo aTerra um mundo inferior, a maioria dos Espíritos que a habitam são, eles mesmos, inferiores, ou progrediram pouco. Nos mundos mais avançados, onde não são admitidos a se encarnarem senão Espíritos depurados, o mal é desconhecido, ou em minoria.
        A Terra pode ser considerada, ao mesmo tempo, como um mundo de educação para os Espíritos pouco avançados, e de expiação para os Espíritos culpados. Os males da Humanidade são a consequência da inferioridade moral da maioria dos Espíritos encarnados. Pelo contato dos seus vícios, eles se tornam reciprocamente infelizes e se punem uns aos outros.
        Na Terra, o mau frequentemente prospera, enquanto o homem de bem é alvo de todas as aflições. Para aquele que não vê senão a vida presente, e que a crê única, isso deve parecer uma soberana injustiça. Não ocorre o mesmo quando se considera a pluralidade_das_existências, e a brevidade de cada uma com relação à eternidade. O estudo do Espiritismo prova que a prosperidade do mau tem terríveis conseqüências nas existências seguintes; que as aflições do homem_de_bem são, ao contrário, seguidas de uma felicidade tanto maior e durável quanto ele as suportou com mais resignação; é para ele como um dia infeliz em toda uma existência de prosperidade.  (O que é o Espiritismo – “O Homem durante a vida terrestre”.) Allan Kardec.


Extinção do mal

Na didática de Deus, o mal não é recebido com a ênfase que caracteriza muita gente na Terra, quando se propõe a combatê-lo.

Por isso, a condenação não entra em linha de conta nas manifestações da Misericórdia Divina.

Nada de anátemas, gritos, baldões ou pragas.

A Lei de Deus determina, em qualquer parte, seja o mal destruído não pela violência, mas pela força pacífica e edificante do bem.

A propósito, meditemos.
O Senhor corrige:
a ignorância: com a instrução;
o ódio: com o amor;
a necessidade: com o socorro;
o desequilíbrio: com o reajuste;
a ferida: com o bálsamo;
a dor: com o sedativo;
a doença: com o remédio;
a sombra: com a luz;
a fome: com o alimento;
o fogo: com a água;
a ofensa: com o perdão;
o desânimo: com a esperança;
a maldição: com a benção.

Somente nós, as criaturas humanas, por vezes, acreditamos que um golpe seja capaz de sanar outro golpe.
Simples ilusão.

O mal não suprime o mal.

Em razão disso, Jesus nos recomenda amar os inimigos e nos adverte de que a única energia suscetível de remover o mal e extingui-lo é e será sempre a força suprema do bem.


Autor: Bezerra de Menezes
Psicografia de Chico Xavier. Livro: Brilhe Vossa Luz

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Sobre o estado da alma depois da morte

PRIMEIRA CARTA – do Pastor Johann Kaspar Lavater 

Sobre o estado da alma depois da morte - 
IDEIAS GERAIS

Muito veneranda Maria, da Rússia.

Dignai-vos permitir-me a liberdade de não vos dar o título de Majestade, que vos é devido pelo mundo, mas que não se harmoniza com a santidade do assunto sobre o qual desejastes ouvir-me, a fim de eu poder escrever-vos com franqueza e sinceridade.

Desejais conhecer algumas das minhas ideias sobre o estado das almas depois da morte.

 Apesar do pouco que é dado ao mais douto conhecer de tal assunto, apesar de nenhum dos que têm partido para essa região ignota, ter jamais voltado, o homem pensador, o discípulo dAquele que desceu até nós, pode, entretanto, dizer quanto é necessário para termos coragem, tranquilidade e podermos refletir.

Desta vez limitar-me-ei a ideias gerais.

Penso que deve existir grande diferença entre o estado, a maneira de sentir e de pensar de uma alma separada do seu corpo material, e o estado em que se achava quando a ele ligada. Essa diferença deve ser tal, pelo menos, qual a que existe entre uma criança recém-nascida e o feto ainda no seio materno.

Ligados estamos à matéria, e é pelos órgãos desta que a alma recebe as percepções e o entendimento.

A diferença na construção dos telescópios, dos microscópios e dos óculos comuns, faz que os objetos, que por meio deles vemos, nos apareçam sob formas diferentes.

Nossos sentidos são os telescópios, os microscópios e os óculos necessários à nossa vida material.

 Penso que o mundo visível deve ser perfeitamente penetrável para a alma separada do corpo, assim como ele o é durante o sono, ou por outra, o mundo em que a alma estava durante sua existência corpórea, deve aparecer-lhe sob outro aspecto, quando ela se desmaterializa. Se, durante algum tempo, a alma pudesse estar sem corpo, o mundo material não existiria para ela. Se, porém, imediatamente depois de haver deixado o corpo, ela se reveste de um corpo espiritual (3), extraído do seu corpo material (o que me parece muito verossímil), o novo corpo dar-lhe-á, forçosamente, uma diferente percepção das coisas.

Se, como pode suceder às almas impuras, o novo corpo permanecesse durante algum tempo imperfeito e pouco desenvolvido, todo o Universo apareceria à alma em estado confuso e turvo, como se fosse através de um nevoeiro.

Se, porém, o corpo espiritual, o condutor, o intermediário de suas novas impressões, for ou vier a ser mais aperfeiçoado ou mais bem organizado, o mundo da alma lhe aparecerá mais belo e regular, de acordo sempre com a natureza ou as qualidades de seus novos órgãos e com o grau de sua perfeição.

Os órgãos se simplificam, adquirem entre si harmonia e são mais apropriados à natureza, caráter, necessidades e forças da alma, à medida que esta se concentra, se enriquece e se purifica no mundo material, visando um único objetivo e obrando num determinado sentido.

A alma aperfeiçoa em sua existência material as qualidades do corpo espiritual, veículo este com que continuará a existir depois da morte do corpo material, e pelo qual conceberá, sentirá e obrará em sua nova existência.

Esse novo corpo, apropriado à sua natureza íntima, fará a alma mais pura e amante, mais viva e apta às belas sensações, impressões, contemplações, ações e gozos.

Tudo o que se pode, e tudo o que alias não se pode ainda dizer sobre o estado da alma depois da morte, será sempre fundado neste axioma permanente e geral: o homem colhe o que houver plantado.

Difícil seria encontrar um princípio mais simples, mais claro, mais abundante e próprio para ser aplicado a todos os casos possíveis.

Existe uma lei geral da Natureza, estreitamente ligada e mesmo identificada com o princípio que acabo de mencionar, relativamente ao estado da alma depois da morte, uma lei que rege todos os mundos e todas as condições possíveis, tanto no mundo visível, como invisível, a saber: - tudo o que se assemelha tende a reunir-se, tudo o que é idêntico se atrai reciprocamente, desde que não haja obstáculos que se oponham a essa união. Toda a doutrina sobre o estado da alma depois da morte baseia-se neste princípio: - tudo o que vulgarmente chamamos juízo prévio, compensação, felicidade suprema, condenação, pode ser explicado deste modo: - se tiveres semeado o bem em ti mesmo e nos outros, fora de ti, pertencerás à sociedade daqueles que, como tu, semearam o bem em si e fora de si; gozarás a estima daqueles a quem te assemelhaste na maneira de fazer o bem.

 Cada alma, separada do seu corpo, livre das prisões da matéria, se apresenta a si própria tal como é na realidade.

Todas as ilusões, todas as seduções que a impediam de ver e reconhecer suas forças, suas fraquezas ou suas faltas desaparecerão nesse novo estado. Assim, ela manifestará irresistível tendência a dirigir-se para as almas que lhe estão em afinidade e a afastar-se das que lhe são dessemelhantes. Seu peso intrínseco, como que obedecendo à lei de gravitação, atrai-la-á aos abismos insondáveis (ao menos isso assim lhe parece), ou, segundo o seu grau de força, lança-la-á, qual chispa por sua ligeireza, aos ares e ela passará rapidamente às regiões luminosas, fluídicas, etéreas.

A alma, por seu senso íntimo, conhece o seu próprio peso e é este, ou seu estado de progresso, que a impele para diante, para trás ou para os lados, e seu caráter moral ou religioso é que lhe inspira certas tendências particulares.

O bom Espírito elevar-se-á para os bons; será atraído para eles em virtude da necessidade que sente do bem.

O perverso ou mal será forçosamente empurrado para os perversos ou maus. A descida precipitada das almas grosseiras, imorais e irreligiosas para as que se lhes assemelham, será tão rápida e inevitável como a queda do junco num abismo onde nada o detém.

Basta por hoje.
Zurique, 14 de agosto de 1796. Pastor Johann Kaspar Lavater 

Johann Kaspar Lavater
Pastor Johann Kaspar Lavater (15 de novembro de 1741, Zurique, Suíça - 2 de janeiro de 1801), filósofo, poeta e teólogo suíço; um entusiasta domagnetismo animal na Suíça. É considerado o fundador da fisiognomonia, a arte de conhecer a personalidade das pessoas através dos traços fisionômicos. Lavater escreveu célebres cartas a Imperatriz Maria Feodorawna, esposa do Imperador Paulo I da Rússia. Nessas cartas, Lavater expressa ideias sobre o estado da alma após a morte e coloca que o mundo invisível deve ser penetrável para a alma separada do corpo, assim como ele o é durante o sono, que a alma aperfeiçoa em sua existência material as qualidades do corpo espiritual, veículo com que continuará a existir depois da morte e pelo qual conceberá e obrará em sua nova existência, diz ainda que o estado da alma depois da morte será fundado sempre neste princípio geral: o homem colhe o que houver plantado e que cada alma, separada do seu corpo se apresenta a si própria, depois da morte, tal como ela é na realidade, seu peso intrínseco, como que obedecendo à lei de gravitação, atraí-la-á aos abismos insondáveis ou às regiões luminosas, fluídicas e etéreas; e o bom Espírito elevar-se-á para os bons e o perverso será empurrado para os maus, atendendo à lei das afinidades. Essas cartas – ao todo – foram escritas no período de 1796 a 1798 e enviadas de Zurique. Dezesseis anos antes, em Zurique e em Schaffhouse, Lavater teve ocasião de ser apresentado ao Conde e à Condessa do Norte, títulos usados então pelo Grão-Duque da Rússia e sua esposa em sua viagem pela Europa. Lavater estabelece nessas cartas que a alma, depois de deixar o corpo, pode inspirar ideias a qualquer pessoa que esteja apta a receber-lhe a luz, e assim fazer-se comunicar por escrito a algum amigo deixado na Terra. Reunidas num único volume, as cartas foram publicadas em Petersburgo, em 1858. Pelo que Lavater expos em sua época ele pode ser considerado um precursor de Allan Kardec. Nessas correspondências trocadas com a Imperatriz ele encaminhou cartas recebidas de um espírito desencarnado (psicografadas).

Informações retiradas do livro O porquê da vida - Léon Denis - 22 edição 2006 - editora FEB.

domingo, 9 de junho de 2013

Uma reflexão sobre O Evangelho Segundo o Espiritismo.


 Uma reflexão sobre O Evangelho Segundo o Espiritismo.

Logo na introdução deste livro, o leitor encontrará as explicações de Kardec sobre o objetivo da obra, esclarecimentos sobre a autoridade da Doutrina espírita, a significação de muitas palavras frequentemente empregadas nos textos evangélicos, a fim de facilitar a compreensão do leitor para o verdadeiro sentido de certas máximas do Cristo.

Ainda na introdução, refere-se a Sócrates e a Platão como precursores da Doutrina Cristã e do Espiritismo.
O Evangelho Segundo o Espiritismo compõe-se de 28 capítulos, 27 dos quais dedicados à explicação das máximas de Jesus, sua concordância com o Espiritismo e a sua aplicação às diversas situações da vida.
O último capítulo apresenta uma coletânea de preces espíritas sem entretanto constituir um formulário absoluto, mas uma variante dos ensinamentos dos Espíritos e Verdade.
Os ensinamentos que contém são adaptáveis a todas as pátrias, comunidades e raças. É o código de princípios morais do Universo, que restabelece o ensino do Evangelho de Jesus, no seu verdadeiro sentido, isto é, em Espírito e Verdade.
Sua leitura e estudo são imprescindíveis aos espíritas e a todos que se preocupam com a formação moral das criaturas, independente de crença religiosa.

Vejamos alguns textos para leitura e reflexão:
Como é do domínio público, Kardec, ao imprimir a terceira edição do seu livro – O Evangelho segundo o Espiritismo -, por ordem dos Espíritos reformou completamente as edições anteriores, suprimindo inúmeros trechos, acrescentando outros, alterando a redação de muitos e a numeração de vários parágrafos, tendo, anteriormente, modificado o próprio título da obra.
A 3ª edição francesa ficou, pois, sendo a definitiva. Kardec escreveu, em "Revue Spirite" de novembro de 1865, o seguinte:
Esta edição foi completamente refundida. Além de algumas adições, as principais modificações consistem numa classificação mais metódica, mais clara e mais cômoda das matérias, tornando a obra de mais fácil leitura e facilitando igualmente as consultas.



Este livro foi publicado, inicialmente, com o título de Imitação do Evangelho. Kardec explica o seguinte: Mais tarde, por força das observações reiteradas do Sr. Didier e de outras pessoas, mudei-o para Evangelho Segundo o Espiritismo” . Trata-se do desenvolvimento dos tópicos religiosos de O Livro dos Espíritos, e representa um manual de aplicação moral do Espiritismo.
A 9 de agosto de 1863, Kardec recebeu uma comunicação dos seus Guias, sobre a elaboração deste livro. A comunicação assinalava o seguinte: “Esse livro de doutrina terá influência considerável, porque explana questões de interesse capital. Não somente o mundo religioso encontrará nele as máximas de que necessita, como as nações, em sua vida prática, dele haurirão instruções excelentes. Fizeste bem ao enfrentar as questões de elevada moral prática, do ponto de vista dos interesses gerais, dos interesses sociais e dos interesses religiosos”.
Em comunicação posterior, a 14 de setembro de 1863, declaravam os Guias de Kardec: “Nossa ação, principalmente a do Espírito da Verdade, é constante ao teu redor, e de tal maneira, que não a podes negar. Assim não entrarei em detalhes desnecessários, sobre o plano da tua obra, que, segundo os meus conselhos ocultos, modificaste tão ampla e completamente”. Logo adiante acentuavam: “Com esta obra, o edifício começa a libertar-se dos andaimes, e já podemos ver-lhe a cúpula a desenhar-se no horizonte”.
Estas comunicações, cuja leitura completa pode ser feita em Obras Póstumas, revelam-nos a importância fundamental de O Evangelho Segundo o Espiritismo, na Codificação Kardeciana. Enquanto O Evangelho dos Espíritos nos apresenta a Filosofia Espírita em sua inteireza e O Livro dos Médiuns, a Ciência Espírita em seu desenvolvimento, este livro nos oferece a base e o roteiro da Religião Espírita.
Livro de cabeceira, de leitura diária obrigatória, de leitura preparatória de reuniões doutrinárias, deve ser encarado também como livro de estudo, para melhor compreensão da Doutrina. A comunicação do Espírito da Verdade, colocada como prefácio, deve ser lida atentamente pelos estudiosos, pois cada uma de suas frases tem um sentido mais profundo do que parece à primeira leitura.
A Introdução e o Capítulo I constituem verdadeiro estudo sobre a natureza, o sentido e a finalidade do Espiritismo. Devem ser estudados atenciosamente, e não apenas lidos. Formam uma peça de grande valor para a verdadeira compreensão da Doutrina.
JOSÉ HERCULANO PIRES

Algumas máximas do Evangelho Segundo o Espiritismo

"A prece é um apoio para a alma; contudo, não basta: é preciso tenha por base uma fé viva na bondade de Deus. Ele já muitas vezes vos disse que não coloca fardos pesados em ombros fracos. O fardo é proporcionado às forças, como a recompensa o será à resignação e à coragem."!

"De todas as provas, as mais duras são as que afetam o coração. Um, que suporta com coragem a miséria e as privações materiais, sucumbe ao peso das amarguras domésticas, pungido da ingratidão dos seus."

"O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem. "

"Ânimo trabalhadores! Tomai dos vossos arados e das vossas charruas; lavrai os vossos corações; arrancai deles a cizânia; semeai a boa semente que o Senhor vos confia e o orvalho do amor lhe fará produzir frutos de caridade. - Um Espírito amigo. (Bordéus, 1862.)

"Na ordem dos sentimentos, o dever é muito difícil de cumprir-se, por se achar em antagonismo com as atrações do interesse e do coração. Não têm testemunhas as suas vitórias e não estão sujeitas à repressão suas derrotas. O dever íntimo do homem fica entregue ao seu livre-arbítrio. O aguilhão da consciência, guardião da probidade interior, o adverte e sustenta; mas, muitas vezes, mostra-se impotente diante dos sofismas da paixão. Fielmente observado, o dever do coração eleva o homem; como determiná-lo, porém, com exatidão? Onde começa ele? onde termina? O dever principia, para cada um de vós, exatamente no ponto em que ameaçais a felicidade ou a tranquilidade do vosso próximo; acaba no limite que não desejais ninguém transponha com relação a vós. "


"Sabeis por que, às vezes, uma vaga tristeza se apodera dos vossos corações e vos leva a considerar amarga a vida? E que vosso Espírito, aspirando à felicidade e à liberdade, se esgota, jungido ao corpo que lhe serve de prisão, em vãos esforços para sair dele. Reconhecendo inúteis esses esforços, cai no desânimo e, como o corpo lhe sofre a influência, toma-vos a lassidão, o abatimento, uma espécie de apatia, e vos julgais infelizes. "

Programação de estudos sobre O Evangelho Segundo o Espiritismo no Caminho da Paz


domingo, 2 de junho de 2013

A necessidade do Estudo de O Livro dos Médiuns

Há algum tempo constituíram-se alguns grupos, de especial caráter, e cuja multiplicação entusiasticamente desejamos encorajar. São os denominados grupos de ensino. Neles ocupam-se pouco ou quase nada das manifestações. Toda a atenção se volta para a leitura e explicação de “O Livro dos Espíritos”, de “O Livro dos Médiuns” e artigos da “Revista Espírita”. Algumas pessoas devotadas reúnem com esse objetivo um certo número de ouvintes, suprindo para eles as dificuldades da leitura ou do estudo isolado. Aplaudimos de todo o coração essa iniciativa que, esperamos, terá imitadores e não poderá, em se desenvolvendo, deixar de produzir os melhores resultados.
Allan Kardec
Viagem Espírita em 1862, Instruções particulares, item X.


SOBRE A ESTRUTURA GERAL DO CAPITULO III – DE  O LIVRO DOS MÉDIUNS


Do item 18 podemos extrair o objetivo do capítulo:

Objetivo:  Ensino da Doutrina Espírita.
a) ensinar aos outros: “Ensina todo aquele que procura persuadir a outro(...)”.
b) ensinar a si mesmo: “(...)os que queiram instruir-se por si mesmos. Uns e outros, seguindo-os, acharão meio de chegar com mais segurança e presteza ao fim visado.”

“Muito natural e louvável é, em todos os adeptos, o desejo, que nunca será demais animar, de fazer prosélitos. Visando facilitar-lhes essa tarefa, aqui nos propomos examinar o caminho que nos parece mais seguro para se atingir esse objetivo, a fim de lhes pouparmos inúteis esforços.
Dissemos que o Espiritismo é toda uma ciência, toda uma filosofia. Quem, pois, seriamente queira conhecê-lo deve, como primeira condição, dispor-se a um estudo sério e persuadir-se de que ele não pode, como nenhuma outra ciência, ser aprendido a brincar. O Espiritismo, também já o dissemos, entende com todas as questões que interessam a Humanidade; tem imenso campo, e o que principalmente convém é encará-lo pelas suas conseqüências.
Forma-lhe sem dúvida a base a crença nos Espíritos, mas essa crença não basta para fazer de alguém um espírita esclarecido, como a crença em Deus não é suficiente para fazer de quem quer que seja um teólogo. Vejamos, então, de que maneira será melhor se ministre o ensino da Doutrina Espírita, para levar com mais segurança à convicção.
Não se espantem os adeptos com esta palavra - ensino. Não constitui ensino unicamente o que é dado do púlpito ou da tribuna. Há também o da simples conversação. Ensina todo aquele que procura persuadir a outro, seja pelo processo das explicações, seja pelo das experiências. O que desejamos é que seu esforço produza frutos e é por isto que julgamos de nosso dever dar alguns conselhos, de que poderão igualmente aproveitar os que queiram instruir-se por si mesmos. Uns e outros, seguindo-os, acharão meio de chegar com mais segurança e presteza ao fim visado.
           
O método geral de ensino-aprendizagem:

O método geral:

a) começar pela teoria: “É crença geral que, para convencer, basta apresentar os fatos. Esse, com efeito, parece o caminho mais lógico. (...)” O Livro dos Médiuns, item 19.
“Ainda outra vantagem apresenta o estudo prévio da teoria - a de mostrar imediatamente a grandeza do objetivo e o alcance desta ciência.” O Livro dos Médiuns, item 32.

b) partir do conhecido para o desconhecido: “Todo ensino metódico tem que partir do conhecido para o desconhecido.”

c) a existência da alma como ponto de partida: “Não sendo os Espíritos senão as almas dos homens, o verdadeiro ponto de partida é a existência da alma.”

d) conhecer o perfil do aprendiz tendo como base sua opinião sobre a existência da alma:Antes, pois, de tentarmos convencer um incrédulo, mesmo por meio dos fatos, cumpre nos certifiquemos de sua opinião relativamente à alma, isto é, cumpre verifiquemos se ele crê na existência da alma, na sua sobrevivência ao corpo, na sua individualidade após a morte.”

 “É crença geral que, para convencer, basta apresentar os fatos. Esse, com efeito, parece o caminho mais lógico. Entretanto, mostra a experiência que nem sempre é o melhor, pois que a cada passo se encontram pessoas que os mais patentes fatos absolutamente não convenceram. A que se deve atribuir isso? É o que vamos tentar demonstrar.

No Espiritismo, a questão dos Espíritos é secundária e consecutiva; não constitui o ponto de partida. Este precisamente o erro em que caem muitos adeptos e que, amiúde, os leva a insucesso com certas pessoas. Não sendo os Espíritos senão as almas dos homens, o verdadeiro ponto de partida é a existência da alma. Ora, como pode o materialista admitir que, fora do mundo material, vivam seres, estando crente de que, em si próprio, tudo é matéria? Como pode crer que, exteriormente à sua pessoa, há Espíritos, quando não acredita ter um dentro de si? Será inútil acumular-lhe diante dos olhos as provas mais palpáveis. Contestá-las-á todas, porque não admite o princípio.

Todo ensino metódico tem que partir do conhecido para o desconhecido. Ora, para o materialista, o conhecido é a matéria: parti, pois, da matéria e tratai, antes de tudo, fazendo que ele a observe, de convencê-lo de que há nele alguma coisa que escapa às leis da matéria. Numa palavra, primeiro que o torneis ESPÍRITA, cuidai de torná-lo ESPIRITUALISTA. Mas, para tal, muito outra é a ordem de fatos a que se há de recorrer, muito especial o ensino cabível e que, por isso mesmo, precisa ser dado por outros processos. Falar-lhe dos Espíritos, antes que esteja convencido de ter uma alma, é começar por onde se deve acabar, porquanto não lhe será possível aceitar a conclusão, sem que admita as premissas. Antes, pois, de tentarmos convencer um incrédulo, mesmo por meio dos fatos, cumpre nos certifiquemos de sua opinião relativamente à alma, isto é, cumpre verifiquemos se ele crê na existência da alma, na sua sobrevivência ao corpo, na sua individualidade após a morte. Se a resposta for negativa, falar-lhe dos Espíritos seria perder tempo. Eis aí a regra. Não dizemos que não comporte exceções. Neste caso, porém, haverá provavelmente outra causa que o toma menos refratário.” O Livro dos Médiuns, item 19.